FRANCISCO VIACAVA MEMORIAL

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Transcrição:

FRANCISCO VIACAVA MEMORIAL A história profissional de Francisco Viacava se confunde com a história recente da saúde coletiva no Brasil. Pode-se mesmo afirmar que tem sido fundamental o seu empenho, dedicação e perseverança para que pesquisadores e gestores da saúde coletiva brasileira tenham acesso facilitado a dados secundários de pesquisas, que tanto auxiliam a investigação do desempenho da saúde no país. Descendente de italianos nascido em São Paulo, da vida escolar no tradicional Dante Alighieri, na capital paulista, Francisco rumou para a graduação na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), onde se formou em 1970. Posteriormente, fez mestrado em Medicina preventiva e Social na faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (US) em Ribeirão Preto, e mestrado em Human Nutrition, na Universidade de Columbia (Institute of Human Nutrition), onde também participou da pós-graduação em Epidemiologia na Public Health School. Na Unicamp, se aproximou do conceituado grupo de Sergio Arouca, Anamaria Tambellini, Célia Leitão e Joaquim Cardoso de Mello, do Departamento de Medicina Preventiva. Recémformado, passou a coordenar o serviço de puericultura do Centro de Saúde de Paulínia, ao lado de Marilia Bernardes Marques, Célia Leitão, Cristina Possas e Laís Florentino, vinculando as condições de saúde com o contexto econômico e social e o tipo de atenção recebida pelo paciente. Contratado como professor da Unicamp, foi licenciado para cursar pós-graduação em Nutrição e Saúde Pública na Columbia University. De volta ao país em 1977, foi convidado pela coordenação dos Programas de Estudos Socioeconômicos em Saúde (Peses) e do Programa de Estudos Populacionais e Epidemiológicos (Peppe), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para participar da análise do Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), conduzido, em colaboração com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Departamento de Estudos e Projetos da Finep. Para tanto, afastou-se da Unicamp e foi contratado pela Finep. O ENDEF foi conduzido pelo IBGE entre 1974/1975, quando substituiu a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) naquele ano. Para tanto, o IBGE contou com assessores da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e, além dos dados normalmente coletados pela PNAD, fez-se um detalhamento do consumo alimentar e da antropometria de crianças, de uma amostra constituída por cerca de 55 mil famílias. Cada família foi observada por sete dias, quando foram pesados todos os alimentos consumidos no domicilio anotando-se preço, origem e refeição em que foram consumidos. O ENDEF foi um enorme projeto com apoio internacional em uma época em que a tecnologia de informática para a análise dos dados era feita usando um software Ariel que interagia com a linguagem Fortran. Tanto a coleta como a análise dos dados foram um enorme 1

investimento, dirigido para a obtenção da situação nutricional da população brasileira (Viacava F, Poppe CMF, e Oliveira WA, 1983). A participação no ENDEF permitiu a Viacava conhecer os princípios e métodos usados para a coleta de análise de dados de inquéritos, o que marcou sua carreira e criou bases para o desenvolvimento de outras pesquisas e inquéritos de âmbito nacional, como a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e a Pesquisa Mundial de Saúde, entre outras. Terminado o projeto, Francisco Viacava passou a trabalhar em um diagnóstico na área de Equipamentos Médicos, coordenando a pesquisa "Política de Saúde, Produção e Mercado de Equipamentos Médicos. Em 1985, a partir das mudanças na direção da Fiocruz, que passou a ser presidida por Sergio Arouca, abriu-se a possibilidade de ser cedido para a instituição e acompanhar os projetos financiados pela Finep. Com a criação do Centro de Informações em Saúde, participou da construção da área de Informação em Saúde, através da cooperação institucional da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) com IBGE, DATASUS e Organização Pan-americana da Saúde (Opas). Como resultado dessa interação, foi criada a Rede Interagencial de Informação para a Saúde (Ripsa), um novo desenho da pesquisa Assistência Médico Sanitária (AMS) do IBGE e a introdução do Suplemento de Saúde na PNAD em 1998. Com pesquisadores da Fiocruz e do Ministério da Saúde, em 2000 aceitou o desafio, proposto pela Abrasco, para analisar criticamente o relatório World Health Report (WHR 2000), que avaliava o desempenho dos sistemas de saúde de 191 países membros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi então um dos responsáveis por apontar a fragilidade conceitual e metodológica da proposta e dos indicadores elaborados, pela inadequação das técnicas de coleta e análise das informações utilizadas e pela falta de transparência na condução do processo de formulação da metodologia de avaliação (Navarro, 2000; Almeida et al, 2001; Mills 2000). Desse contexto nasceu a proposta de uma nova metodologia de Avaliação do Sistema de Saúde Brasileiro, o Proadess, o qual Viacava coordena desde 2001 até os dias atuais no Icict. A primeira fase do projeto encerrou-se com a apresentação da Matriz Conceitual e com uma revisão bibliográfica dos indicadores usados por diversos países para avaliar cada uma das dimensões e sub-dimensões. Foi criada uma página na WEB para divulgação da proposta, que também procurou reunir e disseminar informações sobre outras propostas nacionais e internacionais dirigidas para a avaliação de desempenho dos sistemas de saúde. Nos anos seguintes, o Proadess foi apresentado em diversos eventos técnico-científicos e reuniões no Ministério da Saúde como uma alternativa para avaliação do desempenho do sistema de saúde brasileiro. Em 2008, o Ministério da Saúde alocou recursos para dar continuidade à proposta Proadess através da formulação de indicadores, utilizados para monitorar as desigualdades em saúde, e o acesso aos serviços de saúde nas diferentes dimensões propostas de avaliação. Foi, então, realizada uma revisão da Matriz Conceitual e dos indicadores propostos em 2003, selecionando aqueles passíveis de cálculo, usando como principais critérios a validade e a viabilidade. A partir de 2008 iniciou-se a criação de 2

cerca de 130 indicadores relativos às Unidades da Federação e Grandes Regiões e Brasil. Atualmente, inicia-se a terceira fase do projeto, com a criação das Regiões de Saúde no interior de cada Unidade Federativa, a partir da qual será possível contribuir para o processo de regionalização em saúde. Viacava, em representação do Icict/Fiocruz, teve participação decisiva na estruturação e desenvolvimento da Ripsa, uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde (MS) e da Opas, congregando instituições responsáveis pela geração, análise e disseminação de dados aplicados a políticas públicas de saúde, promovendo entre elas o consenso sobre temas de interesse para a melhoria destas informações. Iniciativa que reúne, além da Fiocruz, o próprio Ministério da Saúde e a Opas, e instituições como IBGE, Fundação Getulio Vargas (FGV), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Abrasco, Agência Nacional de Saúde (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Previdência Social, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de Brasília (UNB) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Francisco Viacava vem trabalhando com indicadores construídos com base em dados dos sistemas nacionais de informação, censo demográfico e pesquisas de base populacional, atividade de transcendental importância para embasar a definição adequada de políticas de saúde. Ao mesmo tempo, seu desempenho tem sido de grande importância não só para o desenvolvimento de uma cultura que valoriza a revisão sistemática de indicadores sociais, de população e de agravos no campo da saúde, como para a formação de equipes de técnicos e pesquisadores dedicados a esse labor. A experiência acumulada no uso de dados secundários de saúde possibilitou a publicação do livro A Experiência Brasileira em Sistemas de Informação em Saúde, que narra a história da construção dos principais sistemas de informação de saúde, resultado da revisão de documentos, e apresenta um conjunto de entrevistas com gestores e técnicos da área. Francisco Viacava publicou 32 artigos em revistas científicas e 11 capítulos de livro. Além disso, orientou formalmente ou informalmente mais de cinco dissertações e teses. A trajetória de Francisco Viacava tem sido a de um caminho que prima pela excelência e que tem contribuído de forma expressiva para a consolidação do Sistema Única de Saúde (SUS) e das políticas de saúde pública. Pelo exposto, é com muita satisfação e orgulho que o Icict propõe à Presidência da Fiocruz a submissão ao Conselho Deliberativo da instituição a concessão do Título de Pesquisador Emérito da Fundação Oswaldo Cruz ao médico e pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde do Icict/Fiocruz Francisco Viacava, como um ato de justa homenagem e reconhecimento às suas quase quatro décadas de dedicação e de trabalho de grande qualidade para a informação em saúde no Brasil. 3

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