Comparação dos Métodos de Custeamento por Absorção e Variável/Direto Resumo Fernando Henrique Lermen fernando-lermen@hotmail.com Dieter Randolf Ludewig dludewig@fecilcam.br Sabrina Chavarem Cardoso sabrina_chavarem@hotmail.com Valquíria Lilian Santos valquiria_lili@hotmail.com Com a intenção de comparar dois métodos de custeio nossa pesquisa veio trazer uma base para melhor avaliar os métodos existentes em nossa realidade, com o objetivo de um melhor desempenho econômico e financeiro, visto que as necessidades empresariais se refletem num mundo globalizado, de forte concorrência e sendo fundamental a redução de custos para consequente maximização do resultado. Os métodos avaliados neste estudo foram os métodos de custeio por Absorção e custeio Direto e Variável. Devido às discussões entre qual dos dois métodos de custeios é o melhor, realizamos uma pesquisa buscando analisar as vantagens e desvantagens de cada um deles. Pode-se observar que em uma empresa pode ser utilizado ambos os métodos de custeio para diminuir riscos advindos do custeamento impreciso. Podemos perceber que tanto o Custeio Direto e Variável é capaz de atender perfeitamente uma empresa com apenas custos variáveis quanto o Custeio por Absorção pode usar tanto os custos variáveis quanto os indiretos. Palavras-Chave Gestão de Custos, Custeio Direto Variável, Custeio por Absorção. 1. Introdução Custos devem ser entendidos como um ramo de todas as atividades produtivas que apuram valores da produção de bens, mercadorias e serviços com o intuito de se identificar os resultados e mensurações dos estoques de produtos, também pode ser entendido como a mensuração econômica dos recursos adquiridos para a obtenção
e a venda dos produtos e serviços da empresa, ou seja, custo é o valor pago por alguma coisa. Os métodos de custeamento em análise comparativa são: Custo Direto e Variável e o Custo por Absorção. Estes dois métodos foram escolhidos por apresentarem diferenças conceituais mais acentuadas e assim passíveis de uma análise contraposta. Com a intenção de comparar os métodos, nossa pesquisa veio trazer uma base para se avaliar os métodos existentes em nossa realidade, bem como auxiliar na tomada de decisão para melhorar o desempenho econômico e financeiro das empresas. Para a realização do presente estudo, será realizada uma comparação dos métodos utilizando como exemplo o Custo Direto e Variável e o Custo por Absorção para demonstrar a principal diferença do custo final de cada custeamento realizado. Este estudo comparativo tem sua importância fundamentada no pressuposto de que produtos e serviços consomem recursos que geram custos e devem gerar resultados. 2. Metodologia A pesquisa utiliza o método de abordagem qualitativo, classificando-se quanto aos fins como descritiva e quanto aos meios, como bibliográfica do tipo tradicional. A revisão de literatura focou-se na busca de teses e artigos, sendo realizada nos Portais Capes e Scielo. As palavras-chave empregadas para tal busca foram: Gestão de Custos, Custeio Direto e Variável, Custeio por Absorção. 3. Métodos de Custeio 3.1. Custeios por Absorção O Custeio por absorção é aquele que no qual todos os custos de fabricação: variáveis, fixos, diretos e indiretos, sejam absorvidos por todos os gastos necessários para que os produtos sejam elaborados. É um processo de apuração de custos, onde o objetivo é ratear todos os seus elementos fixos e variáveis em cada fase da produção, onde o custo é absorvido quando atribuído ao produto ou a unidade de produção, assim cada unidade receberá sua parcela do custo até que o valor aplicado seja absorvido pelos produtos vendidos ou pelos estoques finais (VICECONTI & NEVES, 2012).
QUADRO 1 Vantagens e desvantagem custeio absorção Vantagens Desvantagens Considera o total dos custos por produto Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos Formação de custos para estoques Não evidencia a capacidade ociosa da empresa Permite a apuração por centro de custos Os critérios de rateio são arbitrários Fonte: Koliver, 2010. 3.2. Custeio Direto e Variável O Método de Custeio Direto e Variável no Brasil não é permitido para fins contábeis e fiscais, de valoração de estoques e de determinação do resultado do período, pois fere os Princípios Fundamentais de Contabilidade. As características essenciais do método de custeio direto e variável segundo Bruni & Famá (2004) seria realizar uma análise das cargas de custos, classificando-as em fixas e variáveis e atribuir ao custo final dos produtos somente as cargas variáveis, obtendo-se, assim, um custo final variável dos produtos. QUADRO 2 Vantagens e desvantagem custeio Direto/Variável Vantagens Desvantagens Enfoque gerencial Visão de curto prazo por não considerar os custos fixos Não incorre em erros de rateios Isoladamente, não se aplica para formação do preço. Permite uma analise da contribuição direta de Deve ser avaliado com detalhe em empresas de cada produto para com os resultados, pela elevado Ativo Imobilizado, pois não considera a análise da margem de contribuição depreciação, quando esta for calculada pelo método linear ou outro método que à transforme Os dados necessários para analise da relação custo/volume/resultado são rapidamente obtidos 3.3. Comparações dos Métodos de Custeio num custo fixo A exclusão dos custos fixos indiretos para a valoração do estoque causa subavaliação e fere os princípios contábeis FONTE: Koliver, 2010. Realizaremos um quadro para demonstrar as diferenças de custo dos produtos e serviços vendidos. Custo dos produtos e serviços vendidos Custeio Direto/Variável Custeio por Absorção Materiais diretos SIM SIM Mão de Obra direta SIM SIM Mão de Obra Indireta NÃO SIM Despesas Gerais NÃO SIM Depreciações NÃO SIM Fonte: Koliver, 2010.
4. Resultados e Discussões O estudo que apresentaremos tem um custo unitário de um produto pelo método de custeio de absorção onde apresentou os seguintes dados: Tipos de Custos Preço $ Custos Variáveis/Diretos 450,00 Custos indiretos absorvidos 380,00 Custo Unitário total 830,00 Aplicando os métodos de custeamentos por absorção e pelo direto/variável. Tipos de Custos Preço $ Custeio Direto/Variável Custeio por Absorção Receita Bruta 900,00 Custos Variáveis 450,00 450,00 450,00 Custos Indiretos 380,00 380,00 Lucro 70,00 Total de custos 450,00 830,00 Onde fica evidente que utilizando o método de Custeio direto/variável o custo é menor que o custeio por absorção, pois não incorpora os custos indiretos. A principal diferença nos custos deve-se ao método e não propriamente o valor em si. Para o que decide os preços de venda, é de suma importância que tenha claramente qual o método utilizado para determinar o plus que terá que ser adicionado aos custos e assim poder financiar os custos indiretos. 5. Conclusões A metodologia de custeamento se apresenta como um dos grandes entraves para a maioria das empresas de pequeno e médio porte, haja vista a dificuldade que os gestores tem em definirem exatamente qual o método utilizado, assim se utilizarem o método de Custeio Direto/Variável se veem obrigados a trabalhar com uma margem de contribuição maior pois terão que financiar os custos indiretos já, se estiverem utilizado o método de Custeio por Absorção, a margem de contribuição poderá se menor pois este método já incorpora os custos indiretos. Outra dificuldade que os gestores enfrentam no método de Custeio por Absorção, é determinar qual o critério de rateio deve ser adotado em função de que a maioria dos critérios e arbitrário e exige conhecimento profundo de gestão de custos para poder definir este
critério. De acordo com nosso estudo, fica evidente que cabe estritamente à empresa avaliar e decidir qual o método a ser adotado para atender sua necessidade, visto que ambos os processos são capazes de responder às expectativas organizacionais, assim a melhor escolha recai sobre o método que proporciona maior confiança ao gestor. Podemos perceber que o Custeio Direto/Variável é capaz de atender perfeitamente uma empresa com apenas custos variáveis e, o Custeio por Absorção e recomendado quando a participação dos custos indiretos e mais expressivo exigindo maior acuidade do gestor. Portanto, a pesquisa atinge seu intuito de apresentar as duas ferramentas e mostrar as vantagens e desvantagens inerentes a cada um deles. Referências VICECONTI, P. E. V; NEVES, S. Contabilidade de custos. 10 a Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. KOLIVER, O. Os Custos dos portadores finais e os sistemas de custeio. 2000. BRUNI, A. L; FAMÁ, R. Gestão de Custo e Formação de preços: com aplicação na calculadora HP 12C e Excel. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.