Teoria Geral dos Contratos 5º semestre 2013



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Transcrição:

Teoria Geral dos Contratos 5º semestre 2013 Apontamentos de aulas por José Roberto Monteiro 07/02/13 Conceito de Contrato Contrato é o feixe de obrigações com o fim de criar, modificar ou extinguir um direito. (Clóvis Beviláqua) Acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos Contratos X Obrigações A lei e os contratos são fontes de obrigações. (Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico, sendo a fonte da obrigação o fato que lhe dá origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigações são: 1) Os contratos; 2) As declarações unilaterais de vontade; 3) Os atos ilícitos, dolosos e culposos. Natureza Jurídica (Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende para a sua formação de pelo menos duas partes. É, portanto, um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. 1

Esquema da natureza jurídica dos contratos Naturais Ordinários (nascimento, morte...) Extraordinários (terremotos, enchentes...) Acontecimentos Ato jurídico (stricto sensu) Lícitos Unilateral Atos humanos Negócio jurídico Ilícitos Bilateral Todos os contratos são negócios jurídicos bilaterais. Mas há contratos unilaterais. 2

Ato jurídico: tem efeito jurídico que decorre da lei. Quando se muda de endereço, se muda de domicílio. Negócio jurídico: é o ato que se pratica com uma finalidade. Como em fazer um testamento, o efeito decorre da vontade. O testamento é um negócio jurídico unilateral, uma vez que tem validade mesmo que não haja concordância, mesmo que haja renuncia posterior. O testamento não é um contrato. O contrato é bilateral quando às prestações, correspondem contraprestações. Dirigismo contratual: o Estado intervindo na autonomia da vontade para proteger a parte mais vulnerável. 14/02/13 Princípios Gerais Normas Princípios Regras Autonomia da vontade Com quem - Liberdade de contratar O quê Conteúdo. Predisposição das cláusulas Como nos contratos de adesão Há limitação quanto ao conteúdo - Limitações. Monopólio. Oligopólio Não há como escolher com quem - Autonomia privada liberdade de contratar dentro de certas balizas, limitada às normas cogentes. Função social dos Contratos (Art. 421, Código Civil) Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. - bem comum - desafia a autonomia da vontade 3

Consensualismo - declaração convergente, não necessariamente por escrito (Art. 107, Código Civil) Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. - Contrato de adesão também há Consensualismo Igualdade entre as partes Formal Abstrata - Hipossuficiência econômica de conhecimento - Há ferramentas jurídicas para corrigir eventual hipossuficiência econômica ou de conhecimento dirigismo contratual reequilíbrio Intangibilidade - Conservação dos contratos Pacta sunt servanta - Preservação dos interesses Igualdade entre as partes - Mutabilidade Total Extinção do contrato Parcial Aditamento Revisão judicial (iníquo ou injusto) Iniquidade: qualidade do que é iníquo, contrário à justiça (Houaiss) Erro no contrato: vício, dolo, fraude, etc. Ações que postulam revisão Revisão judicial Exemplo: Contratos de leasing balizados em dólar, foram alvo de ações revisionais quando o dólar subiu, tornando esses contratos desequilibrados. 4

Princípio da Atração das Formas Se um contrato foi feito por escrito, o aditamento também será por escrito Se foi lavrada uma escritura, o aditamento também deverá ser por escritura. Relatividade dos efeitos - Oponibilidade interna res inter alios inter pars Externa exceção ao princípio da relatividade dos contratos por envolver interesse de terceiros. Boa fé objetiva Lealdade Necessidade de respeitar os interesses da contraparte - Princípio introduzido no Código Civil de 2002, por inspiração do diploma alemão e influenciado em seu caráter axiológico pela Teoria Tridimensional do Direito, do Prof. Miguel Reale. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 19/02/13 Classificação dos contratos Obrigações Unilateral: doação pura uma parte assume a obrigação Bilateral: sintagmática ambas as partes assumem a obrigação Onerosidade Gratuitos ou benéficos: só uma parte dispende patrimônio Onerosos: as duas partes dispendem patrimônio Risco Aleatório: contrato de risco, as contraprestações não estão claras no contrato. Exemplo: Seguro Comutativo: as prestações das partes são claras no contrato 5

Eficácia Consensual não depende da tradição, da entrega. Basta a convergência de vontades para ter contrato. Exemplo: Locação, o contrato existe mesmo antes da entrega da posse do imóvel. Real (res=coisa) Exemplo: mútuo (bens fungíveis), só existe quando o mutuante entrega a coisa ao mutuário; também no comodato (bens infungíveis) e doação. Por isso a possibilidade de arrependimento até a tradição Forma Não Solene / Informal Solene: para cuja validade a lei indica forma específica. Procuração é um contrato de transferência de poderes Previsão Legal Típicos ou nominados: Esta na lei, no CC, etc. Atípicos ou Inominados - não há previsão legal Instantânea: As obrigações se consumam imediatamente Execução Diferida: uma das obrigações é postergada para um momento futuro. Ex. fiado (sanduiche de metro: pega amanhã) De Trato sucessivo: Perdura no tempo. Exemplo: locação Prazo Determinado Indeterminado. A denúncia vazia do contrato e a resilição são permitidas nos contratos de prazo indeterminado Dependência Principal: não depende de outros, tem vida própria. Acessória: depende de outro contrato. Exemplo: Fiança. Pessoalidade Objetivo Personalíssimo: intuitu personae não pode ser terceirizado, delegado a terceiro. Ex. Fiança, banda musical. Impessoal Preliminar: coloca as condições para estabelecer o definitivo. Ex. Compromisso de compra e venda de imóvel. Definitivo 6

Predisposição das Cláusulas Adesão: tem previsão de clausulas Paritário: acordo de vontades 21/02/13 Formação dos Contratos Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Art. 429. A oferta ao público equivale à proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Fases 1. Negociações Preliminares 2. Proposta/Oferta 3. Contrato Preliminar 4. Contratos Definitivos Não é obrigatório passar por todas as fases. Ex. Adesão Negócio preliminar configura contrato? Não, Por que ainda não há declaração de vontade das ambas as partes. 7

1. Negociações preliminares - Estudar objeto/ interesse - Reuniões presenciais (também por telefone, videoconferência), quando a contraparte pode reagir no exato momento. - Convergência de valores - Minuta - Previsão legal Não esta no CC - Responsabilidade Civil? Sim, extracontratual - Não obriga os proponentes, não vincula à celebração de contrato Formação do contrato Direta: Vai direto ao contrato definitivo. Indireta: Passa por mais alguma fase. 2. Proposta Presente (telefone, videoconferência, chat, etc.) Ausentes Proposta é a declaração unilateral formal dirigida a outra pessoa (solicitante) na qual o emissor ou policitante (proponente) se dispõe a celebrar negócio jurídico nos termos por ele elaborado. A proposta vincula o proponente a negócio preliminar? Sim. Exceções - Termos do contrato Art. 427, Código Civil. Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. - Natureza do negócio - Circunstâncias do caso Art. 428, Código Civil Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Retirada da Proposta Art. 428, IV, Código Civil. 8

22/02/13 Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 continuação) Oferta / Proposta No caso do CDC (Arts. 35 a 40) obriga a cumprir. No Código Civil assume perdas e danos. Aceitação da Proposta (Arts. 427, 428, Código Civil) Conceito Conhecimento Tardio Proponente Oblato, a outra parte, o aderente, aceitante Oblato é considerado, pelo direito, como a pessoa a quem é direcionada a proposta de um contrato, que será aceita ou não, dependendo da sua manifestação de vontade. A expressão é sinônimo de aceitante ou aderente, normalmente utilizada em contratos de adesão. A manifestação de aceitação do oblato é necessária ao aperfeiçoamento do contrato, mas consiste somente na aceitação ou não das cláusulas contratuais já propostas e de autoria exclusiva do policitante, uma vez que não são suscetíveis de alteração. No artigo 427 do Código Civil de 2002 vemos a figura do proponente, e, a quem é direcionada a proposta, chamamos de oblato. disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/oblato >. Acesso em 13 de abril de 2013 Conhecimento Tardio A parte não colocou prazo para proposta, ou se colocou foi tardio. A lei determina, que se a proponente recebe de forma tardia a aceitação da proposta por força maior, ele deve fazer saber ao oblato a aceitação tardia e sua desvinculação. Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Contraproposta - Aceitação Fora do prazo - Com adições Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Policitante Policitado Proponente Oblato 9

Formas de Aceitação - Expressa: Escrita, verbal, gestos. - Tácita: não é quem cala consente. É ação em direção ao proposto, comportamento. Necessidade Costume de aceitação não expressa. Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Momento e lugar da formação do contrato. Momento Presentes: quando a proposta recebe a aceitação do oblato Ausentes: no momento em que o oblato manifesta a sua vontade. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. Exceções 1. Retratação, junto, ou antes. 2. Proponente se comprometer a esperar 3. Fora do prazo convencionado. Lugar de formação Determina a lei de regência. Art. 9 o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. (...) 2 o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 continuação) 3. Contrato Preliminar Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. - Feito com intenção de gerar a obrigação de celebrar um contrato futuro. (pré-contrato, compromisso, etc.) Maria Helena Diniz e Carlos Roberto Gonçalves dizem que o compromisso de venda e compra não é contrato preliminar. 10

Requisitos Essenciais do contrato preliminar - Partes Capazes - Objeto lítico, possível, determinado ou determinável. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. - Não. Pq não há forma prescrita em lei. - Forma - o Código Civil não se preocupa com a forma Portanto, o princípio da atração da forma, não se aplica. Espécies Unilateral Contrato de opção: estabelece a opção de comprar ações a um preço pré-determinado. Só quem tem a opção pode exercer o contrato. Bilateral Ambas as partes podem exigir um do outro o cumprimento das obrigações. Registro Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. Móvel RTD (registro de títulos e documentos). Súmula 239 STJ (anterior á lei) O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. Mas, compromisso de compra e venda para muitos doutrinadores não é contrato preliminar. Então, a súmula vale! Súmula 413, STF O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá direito a execução compulsória, quando reunidos os requisitos legais. 11

28/02/13 Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 continuação) 4. Contratos definitivos - Encontro de vontades - Autonomia privada - Contrato aperfeiçoado gera responsabilidade civil contratual Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Interpretação dos Contratos - Declaração da vontade - Intenção Em qualquer fase: negociação preliminar, proposta, contrato preliminar, contrato definitivo. Na Formação declaração vontade (escrito ou verbal) Intenção. Nem sempre a intenção foi bem traduzida na declaração de vontade Interpretação Contratos: Resgatar a intenção, se não foi clara por... Expressões dúbias Omissões Obscuridade Finalidade: o bem. Aplicar o contrato também à luz da doutrina e jurisprudência 12

Destinatários: as partes Linhas de Interpretação Subjetiva: Reestabelecer a intenção Objetiva: a letra fria, as cláusulas. Princípios - Boa-fé Objetiva - Conservação do contrato (uma cláusula não pode ir conta o espirito do contrato) Exemplo: Doação com clausula onerosa. - Equilíbrio: buscar sempre o equilíbrio das partes. Situação Brasileira: Híbrido: Subjetivo + Objetivo (com carga maior na interpretação subjetiva) Dispositivos Legais Código Civil - Mais a intenção na declaração de vontade que o sentido literal Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. - Boa-fé, usos e costumes Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. - Adesão: havendo cláusulas ambíguas, favorável ao aderente. Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. -Testamento Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador. (testador é quem faz o testamento) - Negócios Gratuitos Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente - Negócio jurídico sobre direitos autorais Lei 9.610/98 - Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos autorais Art. 46, CDC. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 13

Regras Hermenêuticas Hermenêutica: conjunto de regras e princípios usados na interpretação do texto legal (Dicionário Eletrônico Houaiss) - No conjunto, nunca cláusulas isoladas. - Cláusulas dúbias em benefício de quem não escreveu. - Exemplos orientadores da hermenêutica (pouco usado, mas muito útil). Integração Interpretação integrativa Situação superveniente gera deficiência contratual. Exemplo: Índice de correção monetária por IGP-M. Se deixa de existir, pela integração se aceita outro índice que reflita a inflação. 05/03/13 Contratos Bilaterais Formação: sempre bilateral Negócio jurídico bilateral Prestações Unilateral: prestação só de uma parte. Bilateral: prestação nos dois sentidos. Crítica Prestações correspectivas Prestações a cargo de uma só parte A doutrina italiana estuda os contratos de prestações correspectivas ou de uma só parte. Bilaterais = sinalagmáticos Bilaterais imperfeitos ou impróprios: na origem são unilaterais, mas por uma particularidade do negocio, a outra parte também passa a ter obrigações. Unilaterais clássicos: doação pura, mútuo, comodato. Doação Onerosa Comodato oneroso Bilaterais imperfeitos Sinalagma diz respeito a uma correspondência nas prestações. As contraprestações tem correspondência direta. Há sempre nos contratos bilaterais puros, não nos imperfeitos. 14

Contratos Plurilaterais - com fiador - compra e venda com mais de duas partes - Consórcio - Clubes Exceções do contrato não cumprido: só aplicam aos contratos bilaterais exceptio non adimpleti contractus Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. Exceção - Processual. Exemplo: Vínculo com parte. - Substancial ou Material: não tem natureza processual, é defesa de mérito. Conceito Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Efeitos: suspensão da execução do contrato Fato impeditivo: - Entregou R$ 10.000,00 para a confecção de roupas - em 30 dias não entregou -Convenção de condomínio? Não -Inadimplemento escolar? Sim Cláusula Resolutiva Expressa: está no contrato e opera de pleno direito Tácita: não está no contrato, depende de interpelação judicial. Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Cláusula Resolutiva Tácita 15

Causas Voluntárias: Imprudência, Negligência, Imperícia. Involuntárias: Caso fortuito, força maior. Outras causas de extinção. Distrato ou resilição. Denúncia. Revogação. Renúncia. Onerosidade excessiva. Rescisão. Resolução. Distrato Resilição Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. (Princípio da atração das formas) Em contratos de locação, em que não forma prescrita em lei, mesmo que o contrato tenha sido escrito, o distrato pode ser verbal Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Bilateral Distrato ex tunc mesma forma, sem indenização Resilição Desfazimento do contrato pela vontade das partes Unilateral Denúncia ex nunc Denúncia Revogação faculdade de quem outorga Renuncia faculdade de quem é outorgado Cheia: motivada fundamento em lei, não há indenização. Vazia: imotivada sem fundamento em lei, há indenização. Onerosidade excessiva Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. 16

Ao longo do contrato, uma das premissas se alterou de forma desequilibrada. Rebus sic stantibus como exceção ao pacta sunt servanta Rebus sic standibus fundamenta a Teoria da Imprevisão que constitui uma exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória dos Contratos. A Teoria da Imprevisão trata da possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito da obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra. Há necessidade de um ajuste no contrato. Rebus sic stantibus pode ser lido como "estando as coisas assim" ou "enquanto as coisas estão assim". Em termos contratuais significa dizer que o contrato será cumprido rebus sic stantibus (estando as coisas como estão).. Rescisão. É sempre judicial, o juiz declara o contrato terminado. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.. Resolução. Fato superveniente que libera as partes do contrato - Impossibilidade física ou jurídica - Caso fortuito ou força maior - Morte - mors omnia solvit - Prescrição e decadência 12/03/13 Efeitos do contrato perante terceiros Principio da relatividade dos efeitos - Em regra o contrato só gera efeitos para as partes, não para terceiros. - Terceiros: estão fora da relação obrigacional que o contrato vincula. - Terceiros interessados: podem ser beneficiados pela relação contratual exceção ao princípio da relatividade dos efeitos. - Meramente Terceiros, não tem nenhuma relação com o negócio. 17

Estipulação em favor de Terceiro Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. Modalidade de beneficiamento de terceiros em que as partes concordam em estender a terceiro de certa forma, os benefícios do contrato. Exemplo: seguro de vida, o beneficiário é o terceiro. O estipulante é quem contrata o seguro, o promitente é a seguradora, o terceiro é beneficiário. Estipulante Promitente Beneficiário Relativiza-se o principio da relatividade dos efeitos. Se no contrato as partes não tiverem dado ao beneficiário a faculdade de executar a obrigação, ele pode ser exonerado por aditamento. Se sim, não. Na estipulação em favor de terceiro, uma parte chamada estipulante - contrata em seu próprio nome com outra parte chamada promitente que por sua vez se obriga a cumprir determinada prestação em favor de um terceiro o beneficiário. Promessa de Fato de Terceiro Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Contrato por outrem Perdas e danos Cônjuge: se o cônjuge não assinar fiança, não responde. Na promessa de fato de terceiro, o único sujeito vinculado à obrigação é aquele que promete assumindo a obrigação de fazer, que não sendo executada, resolve-se em perdas em danos que deverão ser satisfeitos pelo promitente. 18

Vícios Redibitórios Vício? Defeito? Instituto aplicado aos contratos comutativos (contraprestações bem definidas) e doações onerosas. Defeito Qualquer situação que pode tornar a coisa inútil para sua finalidade ou reduzir seu valor.. Se reduz apenas o valor, não redibe, não anula, só enseja correção Vício Redibitório É um instituto do direito contratual relacionado à existência de um defeito oculto no bem objeto de contrato comutativo ou doação onerosa do qual a adquirente ou donatário não poderia tomar conhecimento quando efetuou o negócio e que prejudique seu uso/ destinação, ou diminua-lhe o valor. É, portanto uma garantia legal que protege o adquirente independente de previsão contratual. Proteção cogente. Compra de uma tela de pintura, um quadro. Vício Redibitório Erro Tinha fungos. Não era possível perceber Requisitos para Vício Redibitório Não era original. Falsa percepção da realidade no momento do contrato. - Contrato comutativo ou doação onerosa - Defeito oculto - Prejudicar utilidade / reduzir valor - Existência atual + percepção superveniente - Boa-fé do transmitente Se quem transmite o bem estava de boa-fé, pode haver só o efeito estimatório (ajuste de valor) ou redibitório, anulação. Se de má-fé, também por perdas e danos. Res perit domino A coisa perece para o dono. Se o fungo aparecer depois e não existia antes, a coisa se perde para o dono. Se nos contratos consensuais aqueles que se aperfeiçoam antes da entrega o vício se apresenta entre a contratação e a entrega, e na contratação não havia o vício... Exceto em caso de mora, o vício está com o transmitente até a tradição. Consequências do vício redibitório. Código Civil e Código de Defesa do Consumidor Código Civil - Ação redibitória (anula o contrato) - Ação estimatória (o transmitente devolve parte do valor) quanti minoris 19

Código de Defesa do Consumidor Conserto em 30 dias Não consertou em 30 dias Redibir Estimar Substituir 14/03/13 Vícios Redibitórios (continuação) Vício Oculto X Vício aparente Prazo para Redibir Estimar Decadencial Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Nem sempre por vícios ocultos, já que o 445, caput, diz do vício na tradição por oposição ao 1 o Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Prescrição Perde a pretensão, o direito de exigir. Aplica-se ao direito subjetivo, à contraprestação. Decadência Perde o Direito. Aplica-se ao direito potestativo, não depende da manifestação da vontade da contraparte. Diferenças Materiais 1. Prestação. Cheque é prestação, prescreve 2. Pretensão. Permanece com o direito material, mas não posso mover ação: perdese o direito. 20

Processuais 3. Ação condenatória, ação constitutiva. Ações edilícias Redibitórias Estimatórias (quanti minoris) AÇÃO EDILÍCIA Também chamada de ação redibitória. O qualificativo advém do direito romano, por ser actio concedida no edito do edil. Criada em Roma, no século II a fim de regulamentar os negócios dos vendedores, muitas vezes estrangeiros, hábeis em dissimular defeitos nos produtos vendidos. Redibitória Estimatória anula Imprecisão Prazos - Reduz utilidade - Reduz valor reduz preço - Pede ao juiz para condenar a devolução da parte do valor. Por conceito do direito, ações condenatórias têm prazos prescricionais. Mas o 445 aponta o decadencial (prevalece esse) Aparentes 30 dias: móveis 1 ano: imóveis Se o adquirente já tinha posse da coisa na tradição, metade do prazo. Exemplo: comprar apartamento em que morava de aluguel. Ocultos 180 dias: móveis 1 ano: imóveis - Do conhecimento do vício Não se aplica metade do prazo Garantia Legal redibitório: Independe de previsão no contrato Contratual: denúncia em 30 dias (art.446) Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Depois de se esgotar a garantia contratada, passa a viger a garantia legal. 21

Semoventes (ver no blog do GARBI, o caso do Maltês: http://blogdogarbi.wordpress.com/) Venda de animais, prazos em lei específica ou na falta dessas pelos usos locais. 19/03/12 Evicção Evicção Perda de um bem pelo adquirente, em consequência de reivindicação feita pelo verdadeiro dono, e por cujo resguardo é responsável o alienante, nos contratos bilaterais. (Dicionário Houaiss Eletrônico) Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. 22

Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. Defeito Evicção Material: vício redibitório Jurídico: evicção. A impropriedade não está necessariamente no objeto. Total Parcial A Evicção é um vício jurídico, porque se compra coisa de alguém que aparenta ser dono, mas não é. Acomete a propriedade do transmitente. Se Quando se compra um terreno, se paga, se averba a matrícula, mas havia fraude. O vendedor não era dono. Evicção é a perda da coisa ou a perda do direito sobre a coisa em virtude de sentença judicial, ou outro ato de autoridade pública, que retire a titularidade do objeto, a propriedade da coisa, atribuindo a coisa a outrem por causa jurídica pré-existente do contrato. Requisitos: - Contrato Oneroso Comutativo Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. Se a pessoa sabia que a coisa era alvo de litígio, o contrato é aleatório, não comutativo. - Atribuição do objeto ao real dono 23

- Boa-fé do Transmitente Partes Adquirente (evicto) aquele que perde a coisa Alienante (transmitente)- aquele que transfere a ciosa viciada Terceiro (evictor) aquele que tem a decisão judicial ou tem a apreensão administrativa a seu favor O Código Civil não se preocupa com a boa-fé do transmitente. Não precisa previsão contratual, não está na lei. - Responsabilidade do Alienante (Arts. 448 e 449, Código Civil ) Aumentada? Diminuída? Afastada? Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Cláusula non praestaenda evictione ou de irresponsabilidade pela evicção. Mas o alienante tem que pagar caso o evicto não tenha sido informado da possibilidade de evicção Direitos do Evicto Art. 450: Caput X Parágrafo único Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 24

Benfeitorias Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. Denunciação à Lide Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Colide com o Art. 75, II, Código de Processo Civil II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; Conflito de normas: prevalece a específica - Código de Processo Civil. 21/03/13 Contratos Aleatórios Alea jacta est, A sorte está lançada, teria dito Júlio César, então apenas um general de Roma,, Etimologia Alea do latim sorte, acaso. após cruzar o Rio Rubicão, voltando de uma vitoriosa campanha na Gália e almejando o posto de Imperador. Jogo Por Natureza Aposta Aleatórios Seguro Por Vontade Compra e Venda futura Incerteza da contraprestação Fábio Ulhôa diz que o contrato de seguro é comutativo, apoiando-se na precisão do cálculo atuarial (ciência do atuário; parte da estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros Dicionário Eletrônico Houaiss) As partes por expressão da vontade podem transformar um contrato comutativo em aleatório. Exemplo: Compra e venda futura. 25

EMPTIO SPEI - venda da esperança Art. 458 Aleatórios EMPTIO REI SPERATAE - venda da coisa esperada. Art. 459 COISA EXISTENTE EMPTIO SPEI A contraprestação é devida, ainda que a prestação não venha a existir, pois o risco é da existência do objeto. Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. EMPTIO REI SPERATAE Se a coisa não vier a existir, a parte não deve nada. Parte-se da premissa que o objeto do contrato existirá em qualquer quantidade e portanto o preço é devido independentemente da quantidade maior ou menor esperada. Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. Exemplos: Barco de pesca. - Pago R$100,00 para jogar a rede, o que vier é seu: Art. 458 - EMPTIO SPEI - Pago R$100,00 se vier algo; Se nada vier, nada pago: Art. 459 - EMPTIO REI SPERATAE - Vieram 3 peixes, mas a rede estava furada: dolo ou culpa, exonera do 458 e 459. 26

COISA EXISTENTE A coisa existe, mas esta sujeita a risco. Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. Exemplos: - Compra de bem em litígio; - Compra de produto que esta no porto esperando desembaraço aduaneiro que pode demorar. Vendo para supermercado, sem saber prazo de validade. Supondo compra, assumindo o risco. - FOB (Free on board, modalidade de frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria, assim que ela é colocada a bordo do navio. Por conta e risco do fornecedor fica apenas a obrigação de colocar a mercadoria a bordo, no porto de embarque designado pelo importador.)... em oposição: - CIF (Cost, insurance and freigth, tipo de frete em que o fornecedor é responsável por todos os custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete. Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao porto de destino designado pelo comprador.) Existe um risco conhecido, pode se materializar: - Se o que vende sabe que o risco já se materializou, o contrato é anulável, mas de fato é ineficaz. - Se o produto já pereceu e o vendedor não sabia, boa-fé, OK. 26/03/13 Extinção dos Contratos Via regular: o cumprimento do contrato se extingue pelo cumprimento das contraprestações. Exceção: Extinção antes de o contrato ser cumprido por razões anteriores, concomitantes ou supervenientes. 27

Anteriores Concomitantes Supervenientes Anteriores Ilicitude do objeto Capacidade das partes Forma prescrita ou não defesa em lei Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. São causas de nulidade ex tunc Concomitantes Vícios da vontade Vícios sociais Erro Dolo Coação Estado de necessidade Simulação Fraude a credores Vícios de consentimento defeito da manifestação de vontade São causas de anulação (não nulidade) ex nunc Simulação absoluta e fraude à lei ex tunc Supervenientes Razões de interesse das partes, querem extinguir o contrato. Razões alheias à vontade das partes Morte mors omnia solvit Força maior e caso fortuito (devedor só responde se expresso no contrato) 1. Rescisão 2. Resilição 3. Resolução 28

1) Rescisão É o rompimento do vínculo contratual decorrente da ineficácia do negócio jurídico. Dá-se só por decisão judicial que desconstitui o contrato, por nulo ou anulável. 2) Resilição Extinção do contrato por decisão de partes ou das partes. Unilateral Denúncia vazia não precisa motivar. É permitida sem indenização apenas em contratos por prazo indeterminado Denúncia cheia tem motivo em lei ou no contrato. Quem denuncia não está sujeito a indenizar a outra parte Denúncia ex nunc Despedida: é a denuncia unilateral a um contrato que envolva trabalho humano. Despedir um funcionário. Revogação: é a retratação da declaração de vontade como em uma procuração. Renúncia: é a abdicação de um direito ou faculdade Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. A resilição unilateral pode ser usada em contratos benéficos, por prazo indeterminado, em caso de inadimplemento da outra parte por descumprimento da lei. Distrato É a resilição bilateral do contrato. Tem efeito ex tunc, salvo vontade das partes. As concessões são mútuas, por isso, em regra, não há indenização Penhor: Dar bem móvel em garantia de empréstimo. É um instrumento do Direito Civil. Dar em penhor é empenhar. Penhora: É instrumento do Direito Processual Civil 29

3) Resolução: Impossibilita de continuar o contrato por fatores não imputáveis às partes. - Execução única ex tunc - Execução continuada ex nunc - Impossibilidade física ou jurídica do cumprimento da prestação - Força Maior: eventos previsíveis, mas inevitáveis. Exemplo: Furacão. - Caso Fortuito: eventos imprevisíveis, mas evitáveis. Exemplo: pneu faz bolha e estoura. - Morte mors omnia solvit - Prescrição e decadência 02/04/13 Revisão Contratual A alteração dos contratos é permitida nos contratos comutativos amigáveis ou judiciais. Visa reestabelecer o status quo ante, em termos diversos dos originais, mas reestabelecendo o equilíbrio original entre as partes face ao novo cenário. Parte da doutrina começa a aceitar também nos aleatórios. Exemplo: em contrato de seguro-saúde (que é a apólice), o prêmio (o pagamento mensal) é aumentado por faixa de idade. O reajuste tem eu estar dentro da tabela da ANS (Agência Nacional de Saúde). Se o aumento é muito grande, pode-se pedir revisão sob o argumento de onerosidade excessiva, Pacta Sunt Servanta Contratos Comutativos Aleatórios Alteração superveniente da contraprestação Execução Revisão Extinção Previsão da continuidade do contrato Fundamentos Enriquecimento ilícito: Abuso de direito: se uma das obrigações fica desproporcional Onerosidade Excessiva Prevenir enriquecimento ilícito em situação que desequilibra a relação contratual, enriquecendo um e onerando outro excessivamente, evitando abuso de direito pela desproporcionalidade da obrigação. 30

Fundamento Legal Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigilo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. REBUS SIC STANTIBUS Teoria que significa que é implícito a todos os contratos a existência de um dispositivo que estabelece que as obrigações contratuais só podem ser integralmente cumpridas se subsistirem as condições existentes no momento da conclusão do negócio, o contrato. - Cláusula tácita / costumeira - Manutenção das condições - Superveniência imprevista Impossível cumprir Sacrifício extremo - Status quo ante - Tem como fonte os costumes - Não precisa estar explícita no contrato - Caso fortuito e força maior? Antes da 1ª Guerra Mundial, o caso fortuito e a força maior não ensejavam a revisão de contratos. No pós-guerra, com a consequente crise econômica passaram a ser considerados, na: 31

Teoria da Imprevisão Teoria que consiste em presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos extraordinários (uma guerra por exemplo), que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que isente da obrigação, parcial ou totalmente. Pela teoria da imprevisão os contratos de trato sucessivo ou de execução diferida podem sofrer modificações decorrentes de evento superveniente imprevisível que modifique a relação contratual. - Pós I Guerra Mundial - Caso Fortuito e força maior? - Evento superveniente e imprevisível - Factum Principis Teoria adaptada e difundida do rebus sic stantibus, que consiste, portanto na possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação de uma das partes tornar-se exageradamente onerosa que na pratica é viabilizada. Teoria da onerosidade excessiva - Agravamento da contraprestação - Caso fortuito e Força Maior? Requisitos para aplicação: a) Vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo; b) Ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; c) Considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com que a existia por ocasião da celebração; d) Onerosidade excessiva para um dos contratantes e vantagem exagerada para o outro. De forma geral, não se aplica aos contrato aleatórios, por que envolvem um risco, salvo se o imprevisível decorrer de fatores estranhos ao risco próprio do contrato. 04/04/13 Compra e Venda Transferência de domínio Objeto Preço Consenso Res, pretium et consensus É obrigação. Não depende de tradição. 32

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. Natureza Jurídica da compra e venda Bilateral porque ambas as partes assumem obrigações Oneroso obviamente Consensual é um acordo de vontades que não depende da tradição. (em oposição ao real, que se consubstancia na tradição) Comutativo tem prestações pré-determinadas. Mas também pode ser aleatório, quando o bem ainda não existe, e envolve risco como em compra de safra futura, bolsa de futuros (BM&F), etc. Não solene Exceto em caso de bens imóveis de valor superior a 30 salários mínimos, que tem forma prescrita em lei (escritura pública) Compra e venda civil X empresarial a diferença são as partes Legitimados para firmar contratos de compra e venda Capazes Relativamente capazes quando assistidos Absolutamente incapazes quando representados Objeto. Elementos Preço sério e real, em moeda corrente no país. Consenso livre e espontâneo. Res, pretium et consensus Adoro latim! Fixação unilateral implica nulidade Preço Arts. 485 a 489, Código Civil Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. 33

Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio. Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. Objeto - Existência atual ou potencial - Individualizável determinado ou determinável - Disponível res in commercium Exceção Bens próprios não posso comprar algo que é meu Bens de terceiros não posso vender algo que não é meu Obrigações Do adquirente Principais Do alienante Responsabilidade Efeitos Divisão de despesas Secundários Retenção 34