RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : SOENERGY - SISTEMAS INTERNACIONAIS DE ENERGIA S/A EMENTA TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPORTAÇÃO. INCIDÊNCIA. 1. O ICMS incide sobre a importação de bens por pessoas físicas ou jurídicas, ainda que não contribuintes habituais do imposto, quando realizada após a EC 33/2001. Precedentes do STJ. 2. Recurso Ordinário não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Cesar Asfor Rocha, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 18 de novembro de 2010(data do julgamento). MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator Documento: 1023010 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/02/2011 Página 1 de 5
RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : SOENERGY - SISTEMAS INTERNACIONAIS DE ENERGIA S/A RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se de Recurso Ordinário interposto contra acórdão assim ementado (fl. 243): CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. IMPORTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS APÓS O ADVENTO DA EC Nº 33/2001. NATUREZA COMERCIAL DA ATIVIDADE. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1) Será contribuinte do ICMS qualquer pessoa física ou jurídica, que, mesmo sem habitualidade, importe mercadorias do exterior, ainda que destinadas ao consumo próprio ou ao ativo permanente do estabelecimento, nos estritos termos do art. 2º, I, da LC nº 87/96, em consonância com o art. 155, IX, a, da CF, com a redação alterada pela EC 33/2001. 2) Na importação de equipamentos por empresas, realizadas após a EC nº 33/2001, incidirá sobre a operação o ICMS. 3) No mandado de segurança a prova pré-constituída é essencial à verificação do direito líquido e certo invocado, porquanto incabível a dilação probatória. 4) Ordem denegada. A empresa reitera que não é contribuinte habitual do ICMS, de modo que não deve incidir o tributo estadual na importação de mercadoria (fl. 267). É o relatório. Documento: 1023010 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/02/2011 Página 2 de 5
VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): É incontroverso que as importações realizadas após o início de eficácia da EC 33/2001, como é o caso dos autos, sujeitam-se ao tributo estadual, mesmo quando promovidas por quem não seja contribuinte habitual do ICMS. O egrégio STF alterou a Súmula 660 daquela Corte, exatamente para adequá-la à EC 33/2001, que previu a incidência do ICMS nas importações também nessa hipótese. Essa é a jurisprudência pacífica do STJ: TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. IMPORTAÇÃO REALIZADA APÓS EC 33/01. CONTRIBUINTE NÃO HABITUAL. ATIVO FIXO. INCIDÊNCIA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. INEXISTÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO. 2. Após a alteração promovida pela EC nº 33/01, a redação do art. 155, II, IX, a, da Constituição Federal é clara ao permitir a incidência de ICMS sobre as importações de bens ou mercadorias, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual, independentemente da finalidade dessa aquisição. Assim, nas importações realizadas após a modificação constitucional, a hipótese de incidência do ICMS prescinde da circulação do bem ou mercadoria no Brasil, bastando que haja a entrada de produtos no território nacional, não se aplicando o entendimento contido na Súmula 660/STF. Precedentes. 4. Recurso ordinário em mandado de segurança não provido. (RMS 31.464/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/09/2010, DJe 27/09/2010) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS ARTS. 165, 458, II, E 535, II, DO CPC. ICMS. IMPORTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS POR EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS REALIZADA APÓS A EC 33/2001. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. CÁLCULO POR DENTRO. LEGALIDADE. 2. Após a vigência da EC 33/01, que alterou a redação do art. 155, 2º, "a", da CF/88, o ICMS passou a incidir sobre a importação de bens por pessoas físicas ou jurídicas, ainda que não contribuintes do imposto. Documento: 1023010 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/02/2011 Página 3 de 5
e deve ser mantido. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1248264/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 30/06/2010) O acórdão recorrido, portanto, harmoniza-se com o entendimento desta Corte Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Ordinário. É como voto. Documento: 1023010 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/02/2011 Página 4 de 5
CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2010/0120983-0 RMS 32.584 / AP Número Origem: 12535320098030000 PAUTA: 18/11/2010 JULGADO: 18/11/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro HUMBERTO MARTINS Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : SOENERGY - SISTEMAS INTERNACIONAIS DE ENERGIA S/A ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - ICMS/ Imposto sobre Circulação de Mercadorias CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Cesar Asfor Rocha, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 18 de novembro de 2010 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: 1023010 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/02/2011 Página 5 de 5