DIARRÉIAS DE RECRIA E TERMINAÇÃO

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DIARRÉIAS DE RECRIA E TERMINAÇÃO INTRODUÇÃO As afecções entéricas, caracterizadas principalmente pela diarréia, estão dentre as condições mais frequentes nos sistemas de produção de suínos, sendo responsável por perdas significativas para a indústria. Estas perdas são representadas, primariamente, pela redução do ganho de peso médio, elevação dos índices de mortalidade e do uso de medicamentos. Além disto, algumas doenças entéricas são causadas por agentes patogênicos com potencial zoonótico, como por exemplo, Salmonella enterica. Figura 1: Diarréia evidenciada por restos de fezes no períneo de animais (círculos). Seta indica animal com crescimento já prejudicado. Fonte: site 3tres3.com.pt Existe uma grande variedade de agentes potencialmente enteropatogênicos causadores de diarréia em suínos nas fases de recria e terminação. As condutas terapêuticas e/ou preventivas contra estes agentes são muitas vezes diferentes, demonstrando, consequentemente, a importância do diagnóstico correto para que sejam adotadas as medidas mais adequadas. Além disto, frequentemente, mais de um agente pode estar envolvido com o problema, o que complica ainda mais o cenário. AGENTES CAUSADORES DE DIARRÉIA Vários são os agentes sugeridos como possíveis causas de diarréia em suínos nas fases de recria e terminação. Lawsonia intracellularis causadora da enteropatia proliferativa suína, também conhecida como ileíte, salmonelose suína causada pela Salmonella enterica sorovar Typhimurium, espiroquetose intestinal suína causada pela Brachyspira pilosicoli, disenteria suína causada pela Brachyspira hyodysenteriae, Circovirus suíno tipo 2 (PCV2) causador da circovirose suína e Trichuris suis causador da tricuríase intestinal são as infecções mais prevalentes nesta faixa etária, baseado na literatura internacional. Cepas de Escherichia coli enterotoxigênicas também podem estar presentes em leitões entre 30-50 kg de peso vivo com ou sem sintomas de diarréia. É importante salientar que tendo conhecimento da frequência de patógenos em diferentes regiões do país, a chance de acerto na conduta terapêutica aumenta significativamente. Assim sendo, mais estudos epidemiológicos deveriam ser conduzidos nos países, para auxiliar o médico

veterinário especialista em suínos. Entretanto, estas informações epidemiológicas não eliminam a necessidade de confirmação laboratorial do diagnóstico clínico de cada granja, para confirmar que a conduta terapêutica adotada foi a mais acertada. CONTROLE DA LAWSONIA INTRACELLULARIS No Brasil, a grande maioria das granjas tem uma combinação de problemas respiratórios, representados principalmente por Mycoplasma hyopneumoniae e agentes bacterianos secundários, e problemas entéricos. Desta forma, os programas medicamentosos preventivos têm de atender ambos os problemas, o que torna a definição deste referido programa bastante difícil. De qualquer forma, quando são discutidos programas medicamentosos para controle de problemas entéricos na recria e terminação, isoladamente ou em associação com problemas respiratórios, o principal agente entérico que é considerado é a L. intracellularis. Esta conduta se justifica baseado nos resultados de frequência de problemas nos suínos nestas fases, como mencionado na seção anterior, bem como ao fato deste agente apresentar manifestação clínica variada, que vai desde subclínica ou inaparente, até aguda seguida de morte por quadro de diarréia hemorrágica. Existem dois procedimentos básicos utilizados atualmente para o controle da enteropatia proliferativa suína. O primeiro, e mais tradicional, é a utilização de medicação preventiva, em doses terapêuticas. Esta medicação é administrada em pulsos de duas a três semanas, iniciando na entrada da recria, intercaladas com janela sem medicação de três a quatro semanas, para que se permita a exposição controlada dos animais à bactéria. Este programa é mais bem empregado quando realizado posteriormente a avaliação de soroperfil do rebanho (S75- SOROPERFIL DA GRANJA PARA DOENÇA ENTÉRICA ILEÍTE). Este soroperfil permite a determinação do momento do início da soroconversão. Neste caso, a medicação deve ser utilizada em pulso único, três a quatro semanas antes desta soroconversão. Gráfico: Prevalência média de animais positivos por categoria. Seta: Momento da soroconversao. Fonte: Tecsa Laboratórios As janelas sem medicação, utilizadas entre os pulsos medicamentosos, são estratégia importante que permitem a exposição dos animais às cepas selvagens (de campo) da bactéria, sem, contudo, ocorrer um quadro clínico evidente. Esta exposição controlada impede que a utilização contínua de medicação nas fases de recria, início e meio da terminação induzam o desenvolvimento da forma aguda, hemorrágica, em animais próximos a idade de abate, por estarem totalmente susceptíveis quando o tratamento medicamento é interrompido. Atualmente, esta idéia de janelas de exposição está começando a ser utilizada no período da creche, por 10 a 14 dias, para que esta exposição ocorra mais precocemente. O segundo procedimento que pode ser utilizado é a vacinação do rebanho com a vacina comercial com o microrganismo vivo inativado. Importante lembrar que, por ser uma vacina viva, é necessária a interrupção de administração de antimicrobianos na ração ou na água, durante um período de sete dias, três antes e três depois do dia da administração da vacina na água. A faixa etária ideal para utilização da vacina pode ser definida pela sorologia do rebanho (S75- SOROPERFIL DA GRANJA PARA DOENÇA ENTÉRICA ILEÍTE), traçando o soroperfil. Entretanto, neste caso, a idéia de administração da vacina é expor o animal as cepas não patogênicas de L. intracellularis, antes que estes sejam expostos as cepas de campo. Assim sendo, a vacinação tem de ser realizada de quatro a cinco semanas antes da data estimada de

contacto com as cepas da granja, que é determinada pelo início da soroconversão que ocorre entre duas a quatro semanas após a exposição. Assim sendo, a vacinação tem de ocorrer entre seis e nove semanas antes da soroconversão. A introdução inicial da vacina não deve ser acompanhada por redução imediata do programa de medicação na ração ou água. Mas esta redução pode ser executada após verificação de que o programa esteja funcionando bem. CONTROLE DA SALMONELLA ENTERICA SOROVAR TYHIMURIUM No caso de surtos da salmonelose entérica, o objetivo do tratamento é a redução da intensidade dos sinais clínicos, diminuição da disseminação da infecção e prevenção da recorrência da doença no rebanho. Como a bactéria é intracelular facultativa, é frequentemente resistente a uma série de moléculas antimicrobianas. Assim sendo, o isolamento bacteriano do surto e avaliação de sensibilidade microbiana (S73- DIAGNOSTICO ENTERICO DIARRÉIA) são fundamentais para se evitar, no mínimo, a transmissão do agente e prevenção de contaminação dos animais ainda não infectados. Mais comumente, o tratamento, preferencialmente administrado na água, deve ser iniciado antes dos resultados dos testes de sensibilidade microbiana estarem prontos. Desta forma, a droga de escolha a ser recomendada ainda na primeira visita a granja deve se basear em experiências prévias ou em resultados de experimentos controlados. Como em outras doenças infecciosas, medidas outras, além de medicação, são importantes para minimizar o impacto da doença. Como animais enfermos são a principal fonte disseminadora do agente no ambiente, estes devem ser eliminados ou isolados. Baias com animais doentes devem receber atenção especial, sendo que, além da medicação oral (solúvel ou na ração) estes animais deveriam receber aplicação de medicação parenteral de largo espectro. Além deste procedimento em animais enfermos, medidas higiênicas de manejo como limpeza de baias, cochos e bebedouros se fazem necessárias, bem como detalhada limpeza e desinfecção das instalações entre lotes. Atenção também deve ser dada a movimentação de pessoal entre baias e galpões, com troca de botas e ou vestuário, para se evitar a disseminação do agente. Atualmente, a prevenção da infecção não é possível, e trabalhasse com o intuito de reduzir esta carga infectante. Assim sendo, e considerando que um percentual considerável dos animais são carreadores sãos, dois pontos a serem focados na prevenção de surtos são diminuir a carga infectante e maximizar a resistência do animal. Utilização de alimento e alimentação de qualidade e bem manejados reduz as chances de exposição à elevada carga bacteriana. Transporte de animais desmamadas e agrupamento de animais de várias origens em um único lote eleva consideravelmente as chances de surtos pelo stress associado a maior possibilidade de disseminação entre populações de diferentes estatus sanitário. CONTROLE DE ESPIROQUETAS As infecções espiroquetais em suínos possuem uma significativa importância econômica. Na década de 80, a disenteria suína foi considerada como a doença de maior importância da Austrália. Recentemente, a ocorrência da disenteria suína tem diminuído, mas nota-se uma forte emergência da colite espiroquetal. A doença cursa com prejuízos à absorção de nutrientes e líquidos no intestino grosso, interferindo diretamente com o uso da alimentação numa fase da produção em que chega a representar acima de 80% do custo de produção.

Figura 2: Diarréia com sangue e muco de um suíno infectado com Brachyspira hyodysenteriae. Na figura da direita, cólon espiral que apresenta hemorragia e abundante muco na superfície mucosa. Fonte: site 3tres3.com.pt Um diagnóstico clínico presuntivo deve preceder ao diagnóstico definitivo da Disenteria Suína (DS) ou Colite Espiroquetal (CE). A presença de diarréia mucoide, com ou sem sangue, cursando com perda de peso, em leitões recentemente introduzidos em instalações de crescimento, recebendo ração e água sem antimicrobianos, podem ser sugestivos de infecções por espiroquetas. A constatação de tiflocolite à necropsia fornece evidências adicionais, especialmente se coexistirem lesões muco-hemorrágicas e/ou placas necróticas nas áreas afetadas. Na maioria dos casos, o diagnóstico definitivo da DS e CE requerem confirmação laboratorial. As principais técnicas utilizadas para tal são: Exame histopatológico (BIO-HISTOPATOLOGIA BIOPSIA) e Exame bacteriológico (S73- DIAGNOSTICO ENTERICO DIARRÉIA). No caso do diagnóstico de disenteria suína em uma propriedade, as medidas emergenciais seriam a de tratamento parenteral de animais clinicamente doentes e administração de medicação via água, preferencial, ou na ração em todas as faixas etárias. Esta conduta seria somente na fase aguda do processo para reduzir as perdas com mortalidade. Após a redução das perdas nesta fase aguda, a única conduta viável do ponto de vista econômico é a erradicação da doença. Vários estudos já foram realizados demonstrando as perdas econômicas em granjas positivas para disenteria suína que inviabilização a convivência com o problema. Para erradicação podem ser utilizados protocolos de despovoamento e repovoamento ou programas sem despovoamento que se baseiam na retirada de todos os animais jovens (abaixo de 10 meses) e medicação com elevadas concentrações de drogas efetivas por períodos de cerca de oito semanas nos animais remanescentes. Em ambos os programas de erradicação a limpeza, desinfecção e desratização das instalações e de regiões adjacentes a granja são essenciais. As medidas de controle da espiroquetose intestinal, causada pela B. pilosicoli, são muito semelhantes as da disenteria suína, mas a importância da doença e o impacto da mesma são muito inferiores a causada pela B. hyodysenteriae. O período que requer maior atenção é o das duas primeiras semanas após transferências dos animais para a fase de recria. Os mesmos cuidados relacionados a higiene, limpeza, desinfecção e desratização utilizadas na disenteria suína se aplicam nas infecções por B. pilosicoli. Importante salientar que, como para a infecção por B. hyodysenteriae, não existe vacina comercial eficaz para o controle da espiroquetose intestinal. CONTROLE DA E. COLI ENTEROTOXIGÊNICA E. coli enterotoxigênica pode estar envolvida com diarreia de leitões até seis a oito semanas pós-desmame, particularmente nas primeiras duas semanas após transferências dos animais da creche para a recria. Nos problemas recorrentes de colibacilose nesta faixa etária, o ideal é a avaliação de sensibilidade antimicrobiana in vitro para a escolha da droga (S73- DIAGNOSTICO ENTERICO DIARRÉIA). Além disto, a visualização de colônias cocobacilares de bactérias em intimo contato com a superfície de enterócitos das vilosidades intestinais seriam informações definitivas de causalidade da diarréia (BIO-HISTOPATOLOGIA BIOPSIA). Importante lembrar que, mesmo em granjas com quadros graves de circovirose, a colibacilose causando diarréia no início da recria deve ser encarada como exceção e a não a regra, uma vez que a casuística de diarréia por E. coli nesta fase, comprovada em laboratórios de referências norte americanos, é baixa.

Dica compilada do texto de Roberto M. C, Guedes em Acta Scientiae Veterinariae. 38 (Supl 1): s247-s253, 2010 e David E. Barcellos e colaboradores em Acta Scientiae Veterinariae. 38(Supl 1): s229-s245, 2010. MATERIAL 40 amostras de soro sendo: 10 de terminação, 10 de recria, 10 de creche e 10 de matrizes Swab retal ou fragmento de alça intestinal COD/EXAMES S75- SOROPERFIL DA GRANJA PARA DOENÇA ENTÉRICA ILEÍTE Sorologia para Lawsonia intracelullaris. S73- DIAGNOSTICO ENTERICO - DIARRÉIA Pesquisa de Escherichia coli, Clostridium perfringens e dificilli e Salmonella sp com antibiogramas. Fragmentos de tecidos fixados em formol 10% BIO-HISTOPATOLOGIA BIOPSIA 5 Swab retal, fezes ou fragmento de intestino S54- BRACHYSPYRA HYODYSENTERIAE - PESQUISA 5 Swab retal, fezes ou fragmento S53- BRACHYSPYRA PILOSICOLI PESQUISA 5 de intestino Fezes ou fragmento de intestino S23- EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES 3 S74- PERFIL PARASITOLÓGICO DE GRANJA Fezes ou fragmento de intestino 35 amostras de fezes, sendo: 10 matrizes, 5 leitões ao desmame, 5 leitões ao final da creche, 5 ao final da recria e 10 ao final da terminação. 4 PRAZO DIAS 7 5 EQUIPE DE VETERINÁRIOS - TECSA Laboratórios Primeiro Lab. Veterinário certificado ISO9001 da América Latina. Credenciado no MAPA. PABX: (31) 3281-0500 ou 0300 313-4008 FAX: (31) 3287-3404 tecsa@tecsa.com.br RT - Dr. Luiz Eduardo Ristow CRMV MG 3708 Facebook: Tecsa Laboratorios WWW.TECSA.COM.BR INDIQUE ESTA DICA TECSA PARA UM AMIGO

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