AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL *Drisner, Thales thalesjacmt@hotmail.com *Ferreira, Leandra Diniz Lediniz10@hotmail.com 1 *Oliveira, Elizabete Gaspar elisabetegasparo@hotmail.com 2 RESUMO Este artigo, intitulado Avaliação na Educação Infantil tem o objetivo de levantar alguns apontamentos sobre o surgimento da avaliação e de como deve ser a sua aplicação na educação infantil. Portanto, os resultados foram obtidos através de leituras embasadas pelos estudos de alguns autores e também das práticas dos estágios supervisionados realizados durante o período do curso de Pedagogia. A avaliação serve como auxilio ao educador, para favorecer o diagnostico referente ao desempenho do aluno dentro da sala de aula. Na educação infantil faz parte desse universo, pois é ferramenta necessária ao desenvolvimento das crianças, tendo-se a mesma a finalidade de ampliar conhecimentos ainda não descobertos. Portanto, é de suma importância avaliar na educação infantil, pois dessa maneira o educador terá possibilidade de utilizar estratégias para que seus alunos se desenvolvam. A avaliação faz parte das propostas estabelecidas para a educação. O presente estudo deu-se por meio da pesquisa bibliográfica, levantando-se os dados necessários a partir dos estudos de alguns autores renomados, dentre eles, Hoffmann (2006), Perrenoud (1999), LDB (1996), entre outros. Palavras-chave: Avaliação; Educação Infantil; Ensino-aprendizagem; Professor e aluno. INTRODUÇÃO Esta pesquisa teve como propósito investigar como procedeu a avaliação na educação, verificando sua ocorrência e caracterização dentro do ambiente escolar, 1 Acadêmicos do 8º curso de semestre do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Sociais Eduvale 2 Graduada em Pedagogia com Pós-graduação em Administração escola e mestranda em Formação de professor Professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil da prefeitura de Rondonópolis MT e Professora da Faculdade de Ciências Sociais Eduvale em Jaciara MT
resultados decorrentes dos estágios supervisionados realizados durante o curso de Pedagogia, surgindo-se o interesse em pesquisar sobre a temática em questão, a fim de buscar-se saber em quais circunstâncias a avaliação em educação infantil estará a contribuir para o ensino-aprendizagem, e relação entre professor e aluno. A educação infantil em sua essência requer muita atenção, pois nesta fase da educação básica, o professor é o principal mediador para que se concretize o processo de ensino-aprendizagem. Assim, procuramos apontar a importância que se tem a avaliação na educação infantil, pois a criança está em fase de desenvolvimento físico, psicológico, social e intelectual. Para uma organização detalhada deste estudo foi-se necessário dividir o trabalho em três tópicos, onde no primeiro abordamos a avaliação de um modo geral, fazendo uma ligação entre o modo como se avaliavam antes e como se avalia nos dias atuais. Já no segundo tópico, evidenciamos a avaliação na Educação Infantil, de modo que foram surgindo alguns pontos importantes para a efetivação de tal prática e, por fim apresentamos as possíveis conclusões que atingimos até este momento, certos de que são sucintas se consideramos a grandeza do tema em estudo. 1 AVALIAÇÃO O que significa avaliar? Pode-se dizer que este ato é ferramenta necessária no contexto escolar, já que sua utilização contribui para a coleta de elementos úteis para o andamento do trabalho, de modo que haja a progressão dos educandos. Um breve histórico sobre a avaliação, destaca-a como uma forma de avaliar o desenvolvimento de cada criança, apontando assim suas qualidades e aptidões. Deste modo, Perrenoud (1999, p. 9) descreve o significado de avaliação da seguinte maneira: Avaliar é cedo ou tarde criar hierarquias de excelência, em função das quais se decidirão a progressão no curso seguido, a seleção no início do secundário, a orientação para diversos tipos de estudos, a certificação antes da entrada no mercado de trabalho e, frequentemente, a contratação.
A avaliação serve como auxilio ao educador, para diagnosticar o desempenho do aluno, promovendo uma reflexão em cima das atividades realizadas dentro da sala de aula, analisando se os objetivos foram ou não alcançados. Ela pode ocorrer em todo o momento, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Dentro da avaliação existiram abordagens, uma delas é a tradicionalista. Trata-se de uma concepção e uma prática educacional que persistem no tempo, em suas diferentes formas, e que passaram a fornecer um quadro diferencial para todas as demais abordagens que delas seguiram. Tal concepção orientava em ter o professor como centro do processo de aprendizagem, agindo com práticas independentemente dos interesses dos alunos, seguir os conteúdos da disciplina sem fazer relações com as situações reais enfrentadas pela escola. É um período o qual não havia diálogo entre professor e aluno, pois o professor era centralizado e limitado em apenas transmitir o conteúdo. Essa ação do professor, segundo Mizukami (1986, p.17) é considerada catequética e unificadora da escola ; envolve programas minuciosos, rígidos e coercitivos. Exames seletivos, investidos de caráter sacramental. Os conteúdos, os procedimentos didáticos e a relação entre educador com educando, não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno, muito menos com as realidades sociais, seguindo uma linguagem ultrapassada e centralizada em quantidade de conhecimentos transmitidos, jamais em suas qualidades e realizações. Nesse sentido, Saviani (1984, p.9) descreve a escola como um antídoto á ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade. Seu papel é difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente. A metodologia se determina em uma aula expositiva e nas demonstrações do professor a classe, tomada quase como um auditório. O professor já traz o conteúdo pronto, e o aluno fica limitado exclusivamente a escutá-lo. Mediante as práticas excludentes a avaliação fica limitada a reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula, e as notas obtidas funcionam na sociedade como níveis de aquisição do patrimônio cultural. A próxima abordagem é a comportamentalista a qual é semelhante a uma engenharia comportamental e social, pois busca moldar os comportamentos sociais.
O homem é considerado como produto do meio, podendo manipular e controlar a transmissão dos conhecimentos. Bordenave (1984, p.41) concede abordagem pedagogia da moldagem do comportamento, como sendo: Descrevendo-a assim: Se o fator é o efeito ou resultado obtido pela educação quer dizer, as mudanças de conduta conseguidas no individuo, isto definiria o tipo de educação comumente denominado Pedagogia Moldagem do Comportamento, ou pedagogia condutista. Na relação entre educador e educando, aos alunos caberia o controle do processo de aprendizagem, cujo controle é cientifico da educação. O professor teria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-aprendizagem, de forma que o desempenho do aluno seja o foco, buscando aumenta-lo ao máximo, considerando fatores tais como economia de tempo, esforços e custos. Sua avaliação decorreria de pressupostos de que o aluno progride em ritmo próprio, em passos pequenos, sem cometer erros. Nesta abordagem busca constatar que o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos quando o programa foi conduzido até o final de forma adequada. Na abordagem Humanista, a ênfase é o crescimento que dela se resulta, centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo na sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada. O professor em si não transmite o conteúdo, apenas dá assistência sendo um facilitador da aprendizagem. O conteúdo advém das próprias experiências do aluno, o professor não ensina, apenas cria condições para que os alunos aprendam. A metodologia é constituída em elaborar formas de facilitar a aprendizagem, no que se refere no decorrer das aulas, possibilitando liberdade para aprender. Na avaliação, só o aluno pode conhecer realmente sua experiência, podendo ser julgada a partir de seu contexto de aprendizagem. Destaca-se que o processo de avaliação serve como direcionamento das ações desenvolvidas a partir da construção e participação de todos. Deste modo, a avaliação acontece para que se forme vinculo com os alunos, atingindo as metas traçadas para que o aluno tenha um bom desenvolvimento intelectual. No movimento conhecido como Escola Nova, o conhecimento adquirido difere do ensino tradicional, pois o mesmo revela-se por meio da ação da criança.
O movimento da escola trouxe consigo benefícios considerados importantes, já que renovou os métodos de ensino, onde antes o atendimento era prioritário as camadas sociais elevadas. Assim, foram se renovando os modos como o ensinoaprendizagem era adquirido. Sendo assim, a avaliação neste olhar humano trouxe para a sala de aula a possibilidade de termos professores e alunos como sujeitos de suas aprendizagens. 1. 1 Avaliação na educação infantil A prática de avaliação na educação infantil torna-se essencial na maneira de o professor estar organizando seu modo de atuar dentro de sala. Para que se pudessem aprofundar os estudos sobre a avaliação na educação infantil, foi-se necessário recorrer aos estudiosos que estudaram sobre a temática em questão, levando-se em consideração alguns questionamentos, dentre eles: Qual a finalidade da avaliação? O que avaliar? Que instrumentos são mais adequados para se utilizar na avaliação? Quando avaliar? No entanto, a educação infantil tem suas particularidades, pois nessa etapa da educação básica, a avaliação acontece a partir do desenvolvimento das crianças, ou seja, avalia-se seu grau de aprendizagem. Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Infantil determina o seguinte: Seção II, Da Educação Infantil. Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996). Deste modo, torna-se necessário o acompanhamento do professor, para que a criança tenha um bom desenvolvimento intelectual, sem utilizar-se dessa avaliação para aprovar ou reprovar as crianças de 0 a 6 anos de idade. Em relação ao modo como se deve ocorrer a avaliação na educação infantil, são apontadas pelas Diretrizes Curriculares nacionais o seguinte:
Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo: I - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano; II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.). (Brasil, 2009, p. 18). Pode-se dizer então que, a avaliação na educação infantil não é utilizada como instrumento de retenção das crianças, mas deve-se observar constantemente de maneira crítica o seu envolvimento e desenvolvimento nas atividades promovidas pelo educador no que diz respeito as brincadeiras e as interações ocorridas no cotidiano. Além disso, o espaço onde ocorre esse desenvolvimento da criança deve garantir as mesmas condições adequadas para que professores e crianças se interajam sem muitos empecilhos. Ao se trabalhar em ambiente organizado, o professor terá a possibilidade de fazer uma observação mais detalhadas das crianças, avaliando sua interação com os brinquedos e as brincadeiras, onde nesse instante são desenvolvidos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. De acordo com o Parecer CNE/CEB nº 20/2009 a avaliação deve acontecer da seguinte forma: A avaliação é instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica na busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens das crianças. Ela deve incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as atividades propostas e o modo como foram realizadas, as instruções e os apoios oferecidos às crianças individualmente e ao coletivo de crianças, a forma como o professor respondeu às manifestações e às interações das crianças, os agrupamentos que as crianças formaram o material oferecido e o espaço e o tempo garantidos para a realização das atividades. (Brasil, 2009, p. 16-17) O desenvolvimento das crianças deve ser registrado pelo professor, garantindo-se assim o trabalho desenvolvido pelo professor em sua prática pedagógica, e também o avanço de seus alunos. Esse ato de registrar, garante por outro lado ao professor uma boa organização no que diz respeito ao compartilhamento de sua prática ao discutir seu trabalho com os gestores e as famílias envolvidas nesse processo.
Portanto a avaliação a ser realizada pelo educador, visa verificar se os objetivos foram alcançados diante as ações promovidas no decorrer das aulas. Tendo-se a avaliação como processo de coleta e analise de dados, necessita-se de técnicas e instrumentos que aprimorem a sua realização. As técnicas é a constante Observação e a auto-avaliação através de tarefas que desafiam os alunos a se superarem e desta forma, o professor, utilizando seus instrumentos de registro: fichas e cadernos; registra o como se decorreu a tarefa proposta. Quando um professor seleciona as técnicas e instrumentos de avaliação, precisa considerar certos aspectos como: objetivos visados para o ensinoaprendizagem; área de estudo; métodos e procedimentos usados no ensino e as situações de aprendizagem; condições de tempo, e número de alunos. Jussara Hoffmann argumenta ainda: [...] Não podem ser elaborados, por outro lado, a intervalos bimestrais ou semestrais, mas devem resultar de anotações frequentes, sobre o cotidiano de cada criança, de modo a subsidiar permanentemente o trabalho junto a ela, desvelando caminhos ao educador para ajudar a ampliar suas conquistas. (HOFFMANN, 2006, p.87) Portanto, uma avaliação de qualidade acontece a partir do momento em que o educador passa a colher os dados necessários para a avaliação de seus alunos, facilitando sua atuação mediadora a fim de propor novas atividades desafiadoras e evolutivas, favorecendo entre as atividades, uma maior relação entre educador e educando e ensino-aprendizagem. CONCLUSÃO A finalidade deste trabalho foi compreender como são desenvolvidos os processos de avaliação na educação infantil, como também os instrumentos utilizados para a mediação do ensino-aprendizagem.
Durante os estágios supervisionados, pudemos observar que os professores envolvidos nessa etapa da educação básica, fazem uso da avaliação a partir das observações realizadas no ambiente onde ocorrem as mediações e interações, destacando-se o modo como as crianças envolvidas vão se desenvolvendo. Deste modo, as observações realizadas no cotidiano da educação infantil, são subsídios importantes para o desenvolvimento de cada criança, pois a partir dos registros em caderno de campo, o educador poderá recorrer a outros tipos de atividades, a fim de ajudar aquelas crianças que ainda tem dificuldades. Portanto, o professor torna-se o principal mediador nessa aprendizagem, já que a avaliação é necessária, pois o auxilia na sua prática educativa. A avaliação na educação infantil deve acontecer diariamente, pois é condição necessária para a condução e revisão da prática educativa, tendo a finalidade de comunicar aos gestores, pais e familiares o desenvolvimento apresentado pelas crianças. REFERÊNCIAS CRUZ, Fatima Maria Leite (Org.). Teorias e práticas em avaliação. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. HOFFMANN, Jussara. Mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 35 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. MIZUKAMI, M. G.N. Ensino, as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Cortez, 1984. SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo, Cortez, 1985. www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/298/1/01d13t09.pdf acesso em 18/10/13artigo avaliação na educação infantil: legislação e pesquisas. Portal. mec.gov.br acesso em 18/10/13 artigo avaliações e transições.