Peça 7 O Sr(a) foi contratado(a) pela reclamante, para defender seus direitos. Os pedidos foram rejeitados na origem e mantidos pelo TRT da 9ª Região. A Autora foi condenada ao pagamento de R$ 300,00 de custas processuais. A Autora afirma não ter condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo de sustento próprio e de sua família. Presuma que as matérias foram todas prequestionadas por embargos declaratórios, cuja decisão resolutiva de improcedência foi proferida em 10 de abril de 2017. Com base, exclusivamente, no documento abaixo, elabore a peça processual cabível para a defesa de seu cliente.
[documento simulado] PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO 9ª REGIÃO TRT-PR-2000-2017-030-09-00-5 (RO) ACÓRDÃO - 8ª TURMA V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da MM. 30ª VARA DO TRABALHO DE CURITIBA - PR, sendo Recorrente MARIA DO CARMO e Recorrida ULTRA MEGASTORE LOJA DE DEPARTAMENTOS S/A. I. RELATÓRIO Inconformada com a r. sentença de fls. (...), da lavra da MM. Juíza do Trabalho Sandra Soares, que rejeitou os pedidos formulados na inicial, recorre a Autora Maria do Carmo, por meio do recurso ordinário de fls. (...), postulando a reforma da decisão quanto aos seguintes itens: a) estabilidade de gestante; b) intervalo do art. 384 da CLT e c) dano moral por revista abusiva. Embora regularmente intimada, a Ré não apresentou contrarrazões. Tempestivos o recurso ordinário interposto. Regular a representação processual da Autora. Não houve apresentação de Parecer pela Procuradoria Regional do Trabalho, por previsão do art. 28 da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, cumulado com o disposto no art. 45 do Regimento Interno deste E. Tribunal Regional do Trabalho (art. 4º, da RA n.º 008/2008).
II. FUNDAMENTAÇÃO 1. ADMISSIBILIDADE Presentes os pressupostos legais de admissibilidade, CONHEÇO do recurso ordinário interposto. 2. MÉRITO ESTABILIDADE DE GESTANTE A Autora pede a reforma da r. sentença de origem que indeferiu o reconhecimento da estabilidade de gestante. Afirma que a recusa para retornar ao emprego não afasta seu direito. Embora a Reclamada tenha sido revel e confessa quanto à matéria de fato, por ocasião da audiência realizada, a Autora expressamente alegou seu desinteresse em retornar para o trabalho, sem justificativa plausível para tanto, ante o convite formulado pelo Patrono da Ré. Assim, como a Autora estava em período estabilitário na época de sua saída, a recusa do retorno ao trabalho configura renúncia à estabilidade de gestante, como bem postado pela r. sentença a quo. MANTENHO. INTERVALO DO ART. 384 DA CLT A Autora pleiteia a reforma da r. sentença de origem, alegando ter direito ao intervalo de 15 minutos previstos no art. 384 da CLT, já que é incontroverso que trabalhava 30 minutos extras por dia.
Ainda que reconhecido na origem que a Autora laborava, em regime extraordinário, das 08h30min às 18h00min, com intervalo de 01 hora, de segunda à sexta-feira, e que todo o respectivo labor extraordinário está devidamente pago, conforme se extrai dos recibos de pagamento, observa-se que o período trabalhado em horas extras não ultrapassava 30 minutos diários. Assim, aplica-se o teor da Súmula n. 22 deste E. TRT, com a redação dada por seu Pleno, em Sessão de 24 de outubro de 2016, que preconiza: "SÚMULA 22. INTERVALO. TRABALHO DA MULHER. ART. 384 DA CLT. RECEPÇÃO PELO ART. 5º, I, DA CF. O art. 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal, o que torna devido, à trabalhadora, o intervalo de 15 minutos antes do início do labor extraordinário. Entretanto, pela razoabilidade, somente deve ser considerado exigível o referido intervalo se o trabalho extraordinário exceder a 30 minutos" (grifei). Sendo incontroverso que a Autora não fazia mais do que de 30 minutos extras diários, indevido o intervalo almejado. MANTENHO. DANO MORAL POR REVISTA ABUSIVA A Autora também pede a reforma do r. julgado de origem que indeferiu o pagamento de indenização por dano moral em virtude de revista diária em bolsas e sacolas, na entrada e na saída do trabalho, com detector de metais. Ainda que incontroverso o fato, por confissão ficta da parte Recorrida, revel nos autos, como visto anteriormente, o fato, em si, não configura ofensa à moral da Recorrente. Nota-se que não se discute, aqui, revista íntima, mas apenas a realizada em bolsas em sacolas, o que não configura dano moral, por ser matéria afeita ao direito potestativo do Empregador, na defesa de seu patrimônio.
Inexistente qualquer ato ilícito praticado pela Reclamada, MANTENHO a r. sentença de origem. III. CONCLUSÃO por unanimidade de votos, EM CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO DA AUTORA. No mérito, por igual votação, EM NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos da fundamentação. Custas inalteradas.