O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA-FAMAG E A IMPORTÂNCIA DO CREF E REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Eixo temático:prática Pedagógica e Educação Física Escolar ROQUE, Aline Falcão DE OLIVEIRA, Ana Kamila GIMENES, Denize Dias RÔA,Rafael Gonçalves RAMOS, Wanessa Pucciariello RESUMO Este artigo visa a respeito do curso de Educação Física das Faculdades Magsul (Famag), quando surgiu, qual a sua missão perante a formação de bons profissionais. Que esse mesmo busca formar professores e cidadãos críticos-reflexivos, na luta para melhorar a Educação e transformar a sociedade, que tem esquecidos seus valores, promovendo a Inclusão no âmbito escolar. Buscamos verificar a importância do Cref para nos professores e para a sociedade que recebe nossos serviços. Tanto dentro da escola como, em outros locais de nossa atuação. A Educação Física passou por crises de identidades ao longo de sua história, e ainda não consegue-se dar uma definição Universal sobre a mesma. Em 1996 a Educação Física, integra á proposta pedagógica da escola, e passa a ser componente curricular da Educação básica, sendo facultativa nos cursos noturnos, segundo parágrafo 3 da LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional). Palavras-Chaves:Educação Física, Confef/Cref, Regulamentação da profissão. INTRODUÇÃO A história da instituição começa com a criação do Curso de Pedagogia noturno, no mesmo prédio que já funcionava a Escola Magsul no período diurno, ambas com a ter duração de 03 anos. Debateremos sobre a importância do CREF para a regulamentação do profissional de Educação Física, visando a qualificação desses professores, que devem sentir a necessidade de colocar em prática os conhecimentos específicos adquiridos durante a graduação. 1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL 1 Acadêmica do Curso de Educação Física- FAMAG, disciplina de Projeto de Pesquisa Interdisciplinar, professora Wanessa Pucciariello Ramos, Abril/2016, aline.falcao.roque.@gmail.com 2Acadêmica do Curso de Educação Física- FAMAG, disciplina de Projeto de Pesquisa Interdisciplinar, professora Wanessa Pucciariello Ramos, Abril/2016, kamiladeoliveira@hotmail.com 3Acadêmica do Curso de Educação Física- FAMAG, disciplina de Projeto de Pesquisa Interdisciplinar, professora Wanessa Pucciariello Ramos, Abril/2016, denize-dias2011@hotmail.com 4Acadêmico do Curso de Educação Física- FAMAG, disciplina de Projeto de Pesquisa Interdisciplinar, professora Wanessa Pucciariello Ramos, Abril/2016, roa_rr94@hotmail.com 140
A mais antiga notícia sobre a Educação Física em terras brasileiras data o ano de sua descoberta, 1500. Tal fato se deve ao relato de Pero Vaz de Caminha, que em uma de suas cartas, que relatam indígenas dançando, saltando, girando e se alegrando ao som de uma gaita tocada por um português (Ramos, 1982). Segundo Ramos (1982), esta foi certamente a primeira aula de ginástica e recreação relatada no Brasil. De modo geral, sabe-se que as atividades físicas realizadas pelos indígenas no período do Brasil colônia, estavam relacionadas a aspectos da cultura primitiva. Tendo como características elementos de cunho natural (como brincadeiras, caça, pesca, nado e locomoção), utilitário (como o aprimoramento das atividades de caça, agrícolas, etc.), guerreiras (proteção de suas terras); recreativo e religioso (como as danças, agradecimentos aos deuses, festas, encenações, etc.) (Gutierrez, 1972). Posteriormente, ainda no período colonial, criada na senzala, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia, surge a capoeira, atividade ríspida, criativa e rítmica que era praticada pelos escravos (Ramos, 1982). Desta forma, podemos destacar que no Brasil colônia, as atividades físicas realizadas pelos indígenas e escravos, representaram os primeiros elementos da Educação Física no Brasil. O início do desenvolvimento cultural da Educação Física no Brasil, apesar de não ter ocorrido de forma contundente, ocorreu no período do Brasil império. Pois foi nessa época que surgiram os primeiros tratados sobre a Educação Física. Em 1823, Joaquim Antônio Serpa, elaborou o Tratado de Educação Física e Moral dos Meninos. Esse tratado postulava que a educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito, e considerava que os exercícios físicos deveriam ser divididos em duas categorias: 1) os que exercitavam o corpo; e 2) os que exercitavam a memória (Gutierrez, 1972). Além disso, esse tratado entendia a educação moral como coadjuvante da Educação Física e vice-versa (Gutierrez, 1972). O Início da Educação Física escolar no Brasil, inicialmente denominada Ginástica, ocorreu oficialmente com a reforma Couto Ferraz, em 1851(Ramos, 1982). No entanto, foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro (Ramos, 1982). Nesse parecer, Rui Barbosa relata a situação da Educação Física em países mais adiantados politicamente e defende a Ginástica como elemento indispensável para formação integral da juventude (Ramos, 1982). Em resumo, o projeto relatado por Rui Barbosa, buscava instituir uma sessão essencial de Ginástica em todas as escolas de ensino normal; estender a obrigatoriedade da Ginástica para ambos os gêneros (masculino e feminino), uma vez que as meninas não tinham obrigatoriedade em fazê-la; inserir a Ginástica nos programas escolares como matéria de estudo e em horas distintas ao recreio e depois da aula; além de buscar a equiparação em categoria e autoridade dos professores de Ginástica em relação aos professores de outras disciplinas (Darido e Rangel, 2005). No entanto, a implementação da Ginástica nas escolas, inicialmente ocorreu apenas em parte do Rio de Janeiro, capital da República, e nas escolas militares (Darido e Rangel, 2005). 141
A Educação Física no Brasil república pode ser subdividida em duas fases: a primeira remete o período de 1890 até a Revolução de 1930 (que empossou o presidente Getúlio Vargas); e a segunda fase, configura o período após a Revolução de 1930 até 1946. Na primeira fase do Brasil república, a partir de 1920, outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começaram a realizar suas reformas educacionais e, começaram a incluir a Ginástica na escola (Betti, 1991). Além disso, ocorre a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham como objetivo principal a formação militar (Ramos, 1982). No entanto, é a partir da segunda fase do Brasil república, após a criação do Ministério da Educação e Saúde, que a Educação Física começa a ganhar destaque perante aos objetivos do governo. Nessa época, a Educação Física é inserida na constituição brasileira e surgem leis que a tornam obrigatória no ensino secundário (Ramos, 1982). Na intenção de sistematizar a ginástica dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos (gímnicos). Oriundos das escolas sueca, alemã e francesa, esses métodos conferiam à Educação Física uma perspectiva eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar (Militarismo) (Darido e Rangel, 2005). O higienismo e o militarismo estavam orientados em princípios anátomofisiológicos, buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira. No Período que compreende o pós 2ª Guerra Mundial, até meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura brasileira), a Educação Física nas escolas mantinham o caráter gímnico e calistênico do Brasil república (Ramos, 1982). Com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos militares, ocorreu um crescimento abrupto do sistema educacional, onde o governo planejou usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar (Darido e Rangel, 2005). Naquela época o governo investia muito no esporte, buscando fazer da Educação Física um sustentáculo ideológico, a partir do êxito em competições esportivas de alto nível, eliminando assim críticas internas e deixando transparecer um clima de prosperidade e desenvolvimento (Darido e Rangel, 2005). Fortalece-se então a idéia do esportivismo, no qual o rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na Educação Física. Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação Física no período contemporâneo, está a obrigatoriedade da Educação Física/Esportes no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969). Segundo Castellani Filho (1998), o decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969), tinha como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as mobilizações e o movimento estudantil que era contrário ao regime militar, uma vez que as universidades representavam um dos principais pólos de resistência a esse regime. 142
Desta forma, o esporte era utilizado como um elemento de distração à realidade política da época. Ademais, a Educação Física/Esportes no 3º Grau era considerada uma atividade destituída de conhecimentos e estava relacionada ao fazer pelo fazer, voltada a formação de mão de obra apta para a produção (Darido e Rangel, 2005). No entanto, o modelo esportivista, também chamado de mecanicista, tradicional e tecnicista, começou a ser criticado, principalmente a partir da década de 1980. Entretanto, essa concepção esportivista ainda está presente na sociedade e na escola atual (Darido e Rangel, 2005). A Educação Física ao longo de sua história priorizou os conteúdos gímnicos e esportivos, numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o saber fazer e não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve ser (Darido e Rangel, 2005). Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação Física, foi criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (Darido e Rangel, 2005). Atualmente, coexistem na Educação física, diversa concepções, modelos, tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que outrora foi embutido aos esportes. Entre essas diferentes concepções pedagógicas pode-se citar: a psicomotricidade; desenvolvimentista; saúde renovada; críticas; e mais recentemente os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (Brasil., 1997). A concepção pedagógica psicomotricidade, foi divulgada inicialmente em programas de escolas especiais, voltada para o atendimento de alunos com deficiência motora e intelectual (Darido e Rangel, 2005). É o primeiro movimento mais articulado que surgiu à partir da década de 1970, em oposição aos modelos pedagógicos anteriores. A concepção psicomotricidade tem como objetivo o desenvolvimento psicomotor, extrapolando os limites biológicos e de rendimento corporal, incluindo e valorizando o conhecimento de ordem psicológica. Para isso a criança deve ser constantemente estimulada a desenvolver sua lateralidade, consciência corporal e a coordenação motora (Darido e Rangel, 2005). No entanto, sua abordagem pedagógica tende a valorizar o fazer pelo fazer, não evidenciando o porquê de se fazer e como o fazer. Já o modelo desenvolvimentista por sua vez, busca propiciar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo-lhe experiências de movimentos adequados às diferentes faixas etárias (Darido e Rangel, 2005). Neste modelo pedagógico, cabe aos professores observarem sistematicamente o comportamento motor dos alunos, no sentido de verificar em que fase de desenvolvimento motor eles se encontram, localizando os erros e oferecendo informações relevantes para que os erros sejam superados. A perspectiva pedagógica saúde renovada, diferentemente das citadas anteriores, tem por finalidade convicta e às vezes única, de ressaltar os aspectos conceituais a cerca da importância de se conhecer, adotar e seguir conceitos relacionados à aquisição de uma boa saúde (Darido e Rangel, 2005). Por outro lado, as abordagens pedagógicas críticas, sugerem que os conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física devem propiciar a leitura da realidade do ponto de vista da classe trabalhadora (Darido e Rangel, 2005). Nessa visão a Educação Física é entendida como uma disciplina que trata do conhecimento denominado cultura 143
corporal, que tem como temas, o jogo, a brincadeira, a ginástica, a dança, o esporte, etc., e apresenta relações com os principais problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos (Darido e Rangel, 2005). Em 1996, com a reformulação dos PCNs, é ressaltada a importância da articulação da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como relacionar-se nesse saber (Brasil., 1997). De forma geral, os PCNs trazem as diferentes dimensões dos conteúdos e propõe um relacionamento com grandes problemas da sociedade brasileira, sem no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal. Os PCNs buscam a contextualização dos conteúdos da Educação Física com a sociedade que estamos inseridos, devendo a Educação Física ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, favorecendo o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia. OBJETIVOS -Identificar a importância do Cref para formação profissional. -Conhecer sobre a regulamentação da Educação Física. O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - FAMAG O curso de Educação Física, licenciatura plena, foi autorizado pela Portaria Nº 766 de 31 de Maio de 2000, publicado no Diário Oficial N. 106-E, de 02 de Junho de 2000 e reconhecido pela Portaria Nº 3755 de 24 de outubro de 2005, publicado no Diário Oficial Nº. 205, de 24 de outubro de 2005; tem a duração de quatro anos(08 semestre) com a carga horária total de 3030 horas. Esse curso disponibiliza 80 vagas anuais (mais 10% de acordo com o PROUNI), no turno noturno. A primeira turma foi no ano de 2004. A licenciatura com bacharelado em Educação Física iniciou-se no ano de 2015 com o sistema 3/1, sendo 03 anos de licenciatura(06 semestre) e 01 ano de bacharel. Disponibiliza os mesmos números de vagas do que da licenciatura plena, no período noturno. A ultima turma de licenciatura plena em Educação Física é a turma de 2014. O Curso de Educação Física foi implantado visando atender a demanda do mercado, no qual mais de 30% dos professores da região atuavam sem a devida habilitação, e os docentes habilitados baseavam suas práticas em um modelo tecnicista mesma direção. Ao Curso de Pedagogia veio se unir o curso de Educação Física, licenciatura plena, autorizado pela Portaria Nº 766 de 31 de Maio de 2000, publicado no Diário Oficial N. 106-E, de 02 de Junho de 2000. Sua primeira turma foi formada no ano de 2004. O curso de Educação Física foi reconhecido pela Portaria Nº 3755 de 24 de outubro de 2005, publicada no Diário Oficial Nº. 205, de 24 de outubro de 2005. Este curso tem a duração de quatro anos com a carga horária total de 3030 horas, disponibilizando 80 vagas anuais. Desde o ano de 2015, o Curso de Educação Física licenciatura passou a que não atendia as necessidades da escola pautada na formação de um cidadão ativo e consciente de seu papel na sociedade. Mesmo que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) estabelecesse, no seu artigo 26, 1º, que A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular 144
obrigatório no ensino fundamental e médio a realidade mostrava a hierarquização das disciplinas e a Educação Física permanecia sem alcançar seu devido valor na escola. Observando essa disposição da Lei, os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs propunham que a Educação Física escolar tivesse uma mudança de ênfase, passando da aptidão física e do rendimento padronizado para uma concepção mais abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal (Brasil, 1997:27), influenciando nas dimensões cultural, social, política e efetiva, presentes no corpo vivo isto é, no corpo das pessoas, que interagem e se movimentam como sujeitos sociais e como cidadãos (Ibid.: 25). Pretendia-se então formar um profissional com um novo perfil capaz de ocupar o espaço a ele destinado. A Educação Física deixava de ser considerada como atividade escolar, assumindo o status de componente curricular. Neste contexto foi caracterizada como um campo de intervenção educacional que utiliza as mais diversas manifestações da cultura corporal de movimento para auxiliar a sociedade, disseminando e aplicando conhecimento sobre o movimento humano e suas possibilidades. Compreendendo-se cultura corporal de movimento como: ( ) parcela da cultura geral que abrange as formas culturais que estão historicamente construindo-se nos planos material e simbólico, mediante o exercício intencionado da motricidade humana jogos, esportes, ginásticas e práticas de aptidão física, atividades rítmicas/expressivas e dança, lutas/artes marciais e práticas alternativas.(betti, 2004, p.24) Refletindo-se sobre este viés que o campo de atuação da Educação Física foi incorporando, três necessidades foram percebidas: primeira, atualização do curso frente à instituição das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de graduação em Educação Física, aprovadas pela Resolução CNE/CP Nº. 7 de 31 de março de 2004; segunda, estudos e debates institucionais que visam melhorar o atendimento às demandas regionais, oportunizando aos acadêmicos uma organização curricular diferenciada, pautada em um novo enfoque educacional, que tem a pesquisa como base do ensino; e a terceira, adequar o Projeto Pedagógico do Curso de Educação Física às mesmas propostas metodológicas dos cursos de licenciatura do Instituto Superior de Educação Magsul mantido pela AESP. O desafio final foi organizar um curso interdisciplinar pautado na pesquisa que parte de uma única pergunta condutora, que se apresenta desde o primeiro semestre e que vai permeando os demais, em busca da resposta no último semestre do curso. Como o profissional de Educação Física pode contribuir para a promoção da inclusão e da melhoria da qualidade de vida na fonteira Brasil/Paraguai? Conhecendo-se as diversas abordagens da Educação Física que buscam o significado ideal para área e refletindo-se sobre elas, concluiu-se que um único viés não seria suficiente para atender a formação de um profissional para o século XXI, percebendo-se que todos os estudos traziam contribuições que se complementavam, embora parecessem antagônicas. Para tanto foi necessário uma atitude de abertura, não preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualmente importante (Fazenda, 1996:8). Desta maneira, buscam-se conhecer as fases do desenvolvimento e aprendizagem motora propostas pela abordagem desenvolvimentista, uma vez que compreender este processo, com ênfase no aspecto motor, é importante para a 145
construção do conhecimento na área. Também se utiliza a relação estabelecida pelas abordagens críticas entre a Educação Física e a sociedade, pois se entende ser necessário vislumbrar um homem que se movimenta em um mundo que se movimenta, considerando-se a diversidade e a pluralidade presentes na Cultura Corporal de Movimento. Os Projetos dos Cursos do Instituto Superior de Educação Magsul, que formam professores têm como meta a melhoria da qualidade de vida através da educação, portanto não devem desconsiderar nenhuma faceta relacionada ao ser humano. Para tanto, a instituição pretende oferecer um curso de Licenciatura em Educação Física que assegure uma formação generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmico-profissional, fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta ética (Art. 4, Resolução CNE/CP Nº. 7/2004) Objetivo Geral do Curso O objetivo geral do curso, é a formação de um profissional docente que reconheça a Educação Física como área de produção e aplicação de conhecimentos sobre a cultura corporal de movimento, nas suas diferentes manifestações, capaz de intervir na realidade sócio-cultural do indivíduo visando educar cidadãos autônomos com relação a prática de atividade física, recreativa e esportiva, em busca de uma melhor qualidade de vida. Objetivos específicos para a formação do licenciado - apresentar postura profissional que reflita o comprometimento com os valores inspiradores da sociedade democrática, que implica em respeitar a diversidade cultural na tomada de decisões metodológicas e didáticas; - ser capaz de compreender o papel social da escola no que diz respeito ao processo de sociabilização e de ensino-aprendizagem nas suas relações com o contexto da prática educativa, participando coletiva e cooperativamente da elaboração, gestão, desenvolvimento e avaliação do projeto educativo e curricular da escola; - ser capaz de discutir, fundamentar e justificar a presença da Educação Física como componente curricular na escola; - ser capaz de sistematizar e socializar a reflexão sobre a prática docente, investigando o contexto educativo e analisando a própria prática profissional; - conhecer e dominar os conteúdos da Educação Física que serão objeto da intervenção docente, adequando-os ao espaço e tempo escolares, compartilhando saberes de diferentes áreas do conhecimento; - ser capaz de relacionar os conteúdos do componente Educação Física com os fatos, tendências, fenômenos da atualidade e aqueles dos participantes no processo; - criar, planejar, realizar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes para a aprendizagem e para o desenvolvimento dos alunos; - dominar os métodos de ensino de Educação Física, bem como analisar e produzir materiais e recursos didáticos; - gerir a classe e utilizar estratégias diversificadas de avaliação da aprendizagem. O egresso do curso de Educação Física das Faculdades Magsul de Ponta Porã deverá ser um profissional de formação teórico-prática abrangente, com forte 146
embasamento crítico-reflexivo, capaz de identificar o processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano, nos aspectos biológico, psicológico, cultural, social, relacionando esses aspectos com as questões da cultura corporal de movimento; para realizar propostas de atividades físicas, esportivas e de lazer no campo do ensino e da aprendizagem, que respeitem os princípios de transformação e emancipação; incorporando, ao longo do tempo, o hábito do estudo e da pesquisa de forma sistemática e continuada, aplicando o conhecimento adquirido, no processo de investigação, intervenção e transformação da realidade em busca de uma melhor qualidade de vida. A IMPORTÂNCIA DO CREF Todos os profissionais da área da saúde(médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,profissionais de Educação Física, etc) tem sua profissão regida por um órgão fiscalizador. Estes são os conselhos regionais e federais,no caso da Educação Física temos o Confef/Cref (Conselho regional de Educação Física), tem como seu objetivo identificar e fiscalizar se existem academias fora dos padrões impostos e profissionais incapacitados trabalhando na área assim prestando um serviço de qualidade a sociedade. O profissional de Educação Física passou a ser reconhecido como responsável, qualificado e legalmente habilitado, com competências específicas para aplicar conhecimentos com fins educativos e científicos, ás possíveis formas de expressão da atividade física e do movimento humano. (Conselho Federal de Educação Física- CONFEF) Cada região possui o seu Cref, o do estado do Mato Grosso do Sul é o CREF 11.O profissional que possui seu Cref encontra-se amparado em seus direitos. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Conforme a Lei N 9.696, de 01 de setembro de 1998, os profissionais de Educação Física, conquistaram a prerrogativa de coordenar,planejar,programar, supervisionar dinamizar, dirigir,avaliar e executar trabalhos, programas planos e projetos sobre relações com os campos de intervenções existentes e reconhecidos pela sociedade. Ainda sobre o contexto do reconhecimento atribuído a profissão no tocante papel que representa para a sociedade,tanto no âmbito das politicas de Educação como as de saúde,cumpre-se destacar, entre tantas outras normativas a Resolução N.218/1997, expedida pelo Conselho Nacional de Saúde que reconhece a Educação Física no rol das profissões da saúde e a própria LDB no que tange a obrigatoriedade da Educação Física escolar. Com isso surge um novo cenário para a Educação Física. A Educação Física, segundo a LDB (Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional) vigente desde 1996, é um Componente Curricular da Educação Básica, ou seja, ela é equivalentes às demais áreas de conhecimento representadas no Sistema Educacional, sendo facultativa nos cursos noturnos. Antes da promulgação dessa LDB, a Educação Física era uma Atividade do Currículo Escolar, o que causou vários problemas para os professores, entre eles o baixo status e as dispensas das aulas, Há que se considerar, entretanto, que a atribuição em termos legais de uma condição de 147
componente curricular não significa necessariamente que a Educação Física tenha passado a desempenhar tal papel (CAPARRÓZ et al., 2001). Muitas vezes sentimos grandes dificuldades em desenvolver nossa disciplina dentro do âmbito escolar, principalmente quando não recebemos apoio dos gestores. Por conta dos mesmos não acreditarem na importância da Educação Física na formação do aluno, e nossa aula ser vista como uma descontração pelos demais colegas de trabalho. Em 2001, com a promulgação da Lei N 10.328, 12 de dezembro de 2001, a palavra obrigatório foi inserida no paragráfo 3º, do artigo 26,da LDB, restabelecendo á orientação quanto a sua presença no currículo escolar. Art.4 O curso de graduação em Educação Física deverá assegura uma formação generalista,humanista e crítica, qualificadora de intervenção acadêmico-profissional, fundamentada no rigor cientifico, na reflexão filosófica e na conduta ética. 2 O professor da Educação Básica, licenciatura plena em Educação Física, devera estar qualificado para a docência deste componente curricular na Educação básica,tendo como referência a legislação própria do Conselho Nacional de Educação, bem como as orientações específicas para esta formação tratadas nesta resolução, Na formação profissional não pode passar despercebida os conhecimentos específicos visando a sustentação de uma formação adequada, para intervenção nessa área, segundo TOJAL (2003). Esses conhecimentos adquiridos durante a graduação que nos norteiam durante a prática pedagógica e contribuem na aprendizagem dos alunos, dependendo lógico, dos métodos do professor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos a trajetória do Curso de Educação Física das Faculdades Magsul desde seu inicio em 2004 até as mudanças nos dias atuais. Que deixou de ser uma licenciatura plena de oito semestre para um curso de três anos(6 semestres). Vimos também a importância do Cref para a regulamentação da nossa profissão,garantindo nossos direitos e para a qualidade na prestação de serviços a população. Ainda encontramos muitos profissionais principalmente dentro de academias que trabalham de forma irregular sem possuir graduação na área. Nesse sentindo o Cref vem a fiscalizar para identificar esses profissionais. A Educação Física passou por dificuldades até ser reconhecida como um componente curricular obrigatório no âmbito escolar. No entanto a mesma vem perdendo suas aulas, sendo lamentável pois, após lutar por sua regulamentação, e conseguir. A mesma vem diminuindo o seu número de aulas na Educação básica, e de quem é a culpa? não sabemos, ou fingimos não saber. Com isso percebemos a importância de se formar bons professores para lutar e mostrar o valor da nossa disciplina dentro da escola tentando desenvolver um trabalho interdisciplinar. Através dos estágios e oportunidades que surgem ao longo da graduação, muitas vezes observamos aulas e somos chamados a substituições e com isso notamos que nem sempre o professor consegue utilizar o que ele aprende na sua 148
graduação. E com isso se acomodam em somente planejar suas aulas de forma prática, principalmente com os esportes, que é um simbolo forte da Educação Física, voltando ao passado dicotômico; separando corpo e mente.são fatores como esses que empobrecem a Educação Física escolar. Através da formação do professor que se inicia as mudanças, dificuldades temos inúmeras no ambiente escolar, vemos que na escola publica as opções de materiais e meios apropriados a pratica de atividades são precários, porem o professor tem que ir além investir em si mesmo, em sua formação continuada e buscar as adaptações necessárias para conseguir desenvolver e inovar suas aulas, passar um conhecimento alem dos esportes. REFERÊNCIAS Brasil. Decreto-lei 705/ 69, de 25 de julho de 1969. Altera a redação do artigo 22 da Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961. D.O.U. de 28.7.1969, 1969. Brasil. Parâmetros curriculares nacionais : Educação física Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF 1997.. Castellani Filho, L. Política educacional e educação física. Campinas Autores Associados. 1998. CONFEF-Conselho Federal de Educação Física, recomendação para a Educação Física escolar. Organizadores Ricardo Catunda, Sergio Kudsi Sartori, Elisabete Laurindo. Darido, S. C. e Rangel, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005. Gutierrez, W. História da Educação Física. 1972. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -LDB, N 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.brasília, 1996. Lei N 9.696, de 01 de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselhos Federal e Regionais de Educação Física. Brasília, 1998 Ministério da Educação. secretária de educação fundamental.parâmetros Curriculares nacionais (5 a 8 series). Brasília: MEC/SEF,1998. Ramos, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte. São Paulo: Ibrasa. 1982. Resolução N 218, de 06 de março de 1997, do Conselho Nacional de Saúde. Homologação da Resolução n 218,06 de março de 1997,nos termos de Decreto de Delegação de Competência de 12 de novembro de 1991. Reconhece como profissionais de saúde de nível superior os profissionais de Educação Física. Brasília, 1998 TOJAL, JOÃO B.A.G. Diretrizes Curriculares para o bacharelado em Educação Física - Novos Rumos- Revista Movimento & Percepção-CREUPI- v.1.n,3 Espírito Santo do Pinhal/SP, 2003.Betti, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento. 1991. sites: 149
www.confef.org.br/ www.cref11.org.br/mt.asp XII Semana Acadêmica de Educação Física http://www.efdeportes.com/efd169/educacao-fisica-no-brasil-da-origem.htm http://magsul-ms.com.br/faculdade 150