Auditoria e Controladoria Governamental

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Transcrição:

Auditoria e Controladoria Governamental

Material Teórico Aspectos da Auditoria Governamental Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Rodrigo De Souza Marin Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites

Aspectos da Auditoria Governamental Finalidade da Auditoria no Setor Público Objetivos e Objeto da Auditoria Governamental Tipos de Auditoria Formas de Execução da Auditoria Governamental Processo de auditoria governamental Elaboração de Documentos OBJETIVO DE APRENDIZADO Os objetivos desta Unidade referem-se ao entendimento de conceitos como: finalidade da auditoria no setor público; objetivos e objeto da auditoria governamental; tipos de auditoria; formas de execução da auditoria governamental; auditoria integrada; processo de auditoria governamental; e elaboração de documentos. ORIENTAÇÕES Esta Disciplina tem como propósito o entendimento de conceitos como: finalidade da auditoria no setor público; objetivos e objeto da auditoria governamental; tipos de auditoria; formas de execução da auditoria governamental; auditoria integrada; processo de auditoria governamental; e elaboração de documentos, oferecendolhe contato com as discussões mais recentes dessa área. Ela está organizada em 6 (seis) unidades, que dê conta de entender os conceitos como finalidade da auditoria no setor público; objetivos e objeto da auditoria governamental; tipos de auditoria; formas de execução da auditoria governamental; auditoria integrada; processo de auditoria governamental; e elaboração de documentos. É o que você encontrará nas próximas unidades.

UNIDADE Aspectos da Auditoria Governamental Contextualização A auditoria pode ser compreendida como um dos principais instrumentos de que o gestor dispõe para assegurar a efetividade do controle, assumindo importância inconteste, notadamente no setor público, tendo em vista a necessidade de aferir a fidedignidade da prestação de contas dos recursos aplicados. Dessa forma, nesta Unidade, serão abordados a finalidade, o objeto e os objetivos da auditoria, bem como outros aspectos, no que se refere ao setor público. 6

Finalidade da Auditoria no Setor Público No setor público, a auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública pelos processos e resultados gerenciais, assim como a aplicação de recursos públicos, por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação de uma situação encontrada com determinado critério técnico, operacional ou legal. Consiste numa ferramenta de controle do Estado para melhor aplicação de seus recursos, visando corrigir desperdício, improbidade, negligência e omissão, considerando os seguintes aspectos: I. Observância das legislações específicas e normas correlatas; II. Execução dos programas de governo dos contratos, convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos semelhantes; III. Cumprimento, pelos órgãos e entidades, dos princípios fundamentais de planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle; IV. Desempenho administrativo e operacional das unidades da administração direta e entidades supervisionadas; V. Controle e utilização dos bens e valores sob uso e guarda dos administradores ou gestores; VI. Exame e avaliação das transferências e a aplicação dos recursos orçamentários e financeiros das unidades da Administração Direta e entidades supervisionadas; e VII. Verificação e avaliação dos sistemas de informações e a utilização dos recursos computacionais das unidades da Administração Direta e entidades supervisionadas. Os aspectos apresentados referem-se aos pontos essenciais a serem considerados no processo de auditoria governamental. 7 7

UNIDADE Aspectos da Auditoria Governamental Objetivos e Objeto da Auditoria Governamental O principal objetivo da auditoria é o de garantir resultados operacionais da coisa pública, comprovando a legalidade e a legitimidade dos atos e fatos administrativos, bem como avaliar os resultados alcançados sob os aspectos de eficiência, eficácia, economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades e entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder, observando ainda a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. São objetos do exame de auditoria: a) Os sistemas administrativos e operacionais de controle interno utilizados na gestão orçamentária, financeira e patrimonial; b) A execução dos planos, programas, projetos e atividades que envolvam recursos públicos; c) A aplicação dos recursos transferidos pela União às entidades públicas ou privadas; d) Os contratos firmados por gestores públicos com entidades privadas para a prestação de serviços, a execução de obras e o fornecimento de materiais; e) Os processos de licitação, sua dispensa ou inexigibilidade; f) Os instrumentos e sistemas de guarda e conservação dos bens e do patrimônio sob responsabilidade das unidades da administração direta e de entidades supervisionadas; g) Os atos administrativos de que resultem direitos e obrigações para o poder público, em especial os relacionados com a contratação de empréstimos internos ou externos e com a concessão de avais; h) A arrecadação e a restituição das receitas tributárias; i) Os sistemas eletrônicos de processamento de dados, suas entradas (input) e informações de saída (outputs), objetivando constatar: I. A segurança física do ambiente e das instalações do Centro de Processamento de Dados (CPD); II. A segurança lógica e a confidencialidade nos sistemas (software) desenvolvidos em computadores de diversos portes; III. A eficácia dos serviços prestados pela área de informática; IV. A eficiência na utilização dos diversos computadores (hardware) existentes na entidade; V. A verificação do cumprimento da legislação pertinente. De acordo com os itens apresentados, observa-se que a auditoria no setor público tem um objetivo bem definido, sempre buscando o uso correto e regular dos recursos públicos. 8

Tipos de Auditoria Em Síntese Importante! Tipos de auditoria: de avaliação da gestão; de acompanhamento da gestão; contábil; especial. Auditoria operacional Os tipos de auditoria são: auditoria de avaliação da gestão, auditoria de acompanhamento da gestão, auditoria contábil, auditoria operacional e auditoria especial. Auditoria de avaliação da gestão A auditoria de avaliação de gestão objetiva emitir opinião com vista a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contrato, convênios, acordos e ajustes, a probidade na aplicação de recursos públicos e na guarda de administração de valores e de outros bens da União, ou a ela confiados, compreendendo, entre outros: Exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; Exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; Verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; Verificação do cumprimento da legislação pertinente; e Avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos. Auditoria de acompanhamento da gestão A auditoria de acompanhamento da gestão tem como objetivo atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos no desempenho de sua missão institucional. 9 9

UNIDADE Aspectos da Auditoria Governamental Auditoria contábil A auditoria contábil compreende o exame dos registros e documentos e a coleta de informações e confirmações mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou de um projeto. Objetiva obter elementos comprobatórios que permitam opinar sobre se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e se as demonstrações as quais deles se originaram refletem adequadamente, em seus aspectos relevantes, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nela demonstradas. Auditoria operacional A auditoria operacional avalia as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou a parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, dos programas de governo, projetos e das atividades, com a finalidade de emitir opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial. Consiste numa atividade de assessoramento ao gestor público, com o objetivo de aprimorar as práticas dos atos e fatos administrativos. É desenvolvida de forma tempestiva, atuando sobre a gestão, seus programas governamentais e sistemas informatizados. Auditoria especial A auditoria especial examina os fatos ou as situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária; ela é realizada para atender à determinação expressa de autoridade competente. Também são assim classificados os demais trabalhos de auditoria que não se enquadrem nos tipos já apresentados. 10

Formas de Execução da Auditoria Governamental A auditoria governamental pode ser realizada de três formas. Direta Denomina-se auditoria direta quando essa é executada diretamente por servidores em exercício nos órgãos e nas unidades de controle interno do Poder Executivo Federal. A auditoria direta pode se dar de forma centralizada (executada exclusivamente por servidores em exercício no órgão central ou setorial), descentralizada (executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidades regionais ou setoriais) ou integrada (executada conjuntamente por servidores em exercício no órgão central, setorial ou unidades regionais e/ou setoriais). Indireta A auditoria é realizada de forma indireta quando executada com a participação de servidores que não estejam lotados nos órgãos e nas unidades do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaisquer instituições da administração pública federal ou entidade privada. A auditoria indireta pode se dar de forma compartilhada (coordenada pelo sistema interno, com o auxílio de órgãos/instituições públicas ou privadas) ou terceirizada (executada por instituições privadas, com as empresas de auditoria interna). Simplificada Quando a auditoria é executada por servidores em exercício no órgão central, setorial, unidades regionais ou setoriais do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal, sobre informações obtidas por meio do exame de processos e por meio eletrônico, específico das unidades ou entidades federais, cujo custobenefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão. Auditoria integrada Objetivando ampliar enfoque das auditorias voltadas para a análise da gestão, o Tribunal de Contas do Distrito Federal instituiu o Manual de Auditoria Integrada, por meio da Resolução n. 137, em 2001, visando tornar o controle externo mais efetivo na administração dos recursos do Distrito Federal. 11 11

UNIDADE Aspectos da Auditoria Governamental Accountability O conceito de auditoria integrada aborda o dever de prestar contas em dois modos: transparência e entendimento entre as partes, e como a responsabilidade está sendo cumprida; e se a responsabilidade é desempenhada pelos que gerenciam os recursos públicos. Limites da auditoria integrada O objetivo da auditoria integrada é determinar se a entidade proporciona informações suficientes, exatas e relevantes para que os tomadores de decisão possam cumprir suas responsabilidades. Os exames efetuados têm como escopo, entre outros: se a missão, os objetivos e as metas da entidade, bem como suas normas legais voltadas para a eficácia e economicidade, estão sendo cumpridas; se os controles internos administrativos e contábeis estão adequados; e se as ações estão sendo efetivas em relação à missão e aos objetivos da instituição ou do programa/atividade sob exame. Processo de auditoria governamental O desenvolvimento do processo de auditoria governamental compreende cinco fases: análise preliminar ou pré-auditoria, planejamento, execução, revisão dos trabalhos de campo e conclusão. Análise preliminar ou pré-auditoria A análise preliminar ou pré-auditoria permite o delineamento do perfil da entidade, subsidiando e racionalizando o planejamento e os exames de campo. Consiste no levantamento de informações relevantes sobre o objeto auditado para que se possa adquirir o conhecimento necessário à formulação das questões que serão examinadas pela auditoria, ao estabelecimento da estratégia a ser adotada e à designação da equipe para a realização da auditoria. Planejamento da auditoria O planejamento da auditoria visa delimitar o objetivo e o escopo da auditoria, definir a estratégia metodológica a ser adotada e estimar os recursos, os custos e os prazos necessários à sua realização. Essa etapa também compreende a elaboração do plano e do programa de auditoria. 12

Execução A etapa de execução consiste na obtenção de evidências apropriadas e suficientes para respaldar os achados e as conclusões da auditoria. As principais atividades realizadas durante a fase de execução são: desenvolvimento dos trabalhos de campo; análise dos dados coletados; elaboração da matriz de achados; validação da matriz de achados. Revisão dos Trabalhos de Campo Essa etapa compreende os procedimentos de revisão analítica, exames substantivos, outros procedimentos de auditoria e revisão de transações não habituais, além do exame dos eventos subsequentes e a revisão e avaliação dos trabalhos realizados. Conclusão Compreende o encerramento dos trabalhos com a elaboração de parecer, relatório e certificado (quando for o caso) a ser mais bem detalhado a seguir. Elaboração de Documentos Nota de auditoria A nota de auditoria é o documento destinado a dar ciência ao gestor/administrador da área examinada, no decorrer dos exames, das impropriedades ou irregularidades constatadas ou apuradas no desenvolvimento dos trabalhos. Tem a finalidade de obter manifestação dos agentes sobre fatos que resultaram em prejuízo à Fazenda Nacional ou de outras situações que necessitem de esclarecimentos formais. Relatório de auditoria O relatório de auditoria se constitui na forma pela qual os resultados dos trabalhos realizados são levados ao conhecimento das autoridades competentes. 13 13

UNIDADE Aspectos da Auditoria Governamental Registro das constatações de auditoria O registro das constatações é o documento destinado a registrar as verificações significativas detectadas no desenvolvimento dos trabalhos, sendo elaborado de forma concisa, com base em cada relatório. Tem por objetivo criar banco de dados relevante sobre a situação do órgão ou da entidade auditada. Parecer de auditoria O parecer de auditoria tem por objetivo designar qualquer irregularidade ou ilegalidade constatadas, indicando as medidas adotadas para corrigir as falhas identificadas, bem como avaliar a eficiência e a eficácia da gestão inclusive quanto à economia de recursos públicos. O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando houver discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo ou da forma de apresentação das demonstrações contábeis, ou quando houver limitação na extensão do seu trabalho. Certificado de auditoria O certificado de auditoria é o documento que representa a opinião sobre a exatidão e a irregularidade, ou não, da gestão e a adequação, ou não, das peças examinadas. Podem ser emitidos o certificado pleno de auditoria de gestão, o certificado restritivo de auditoria de gestão e o certificado de irregularidade de auditoria de gestão. 14

Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Auditoria Interna No Setor Público Para se inteirar de outros pontos de vista sobre os Aspectos da Auditoria no Setor Público, recomendamos que acesse o link abaixo e leia seu conteúdo http://goo.gl/zjghny 15 15

UNIDADE Referências AUDIBRA. Instituto de Auditores Internos do Brasil. Procedimentos de Auditoria Interna Organização Básica de Auditoria Interna. São Paulo: s.e., 1991. CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n. 1.128, de 21 de novembro de 2008. Aprova a NBC T 16.1 Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 nov. de 2008. PETER, Maria da Glória Arrais; MACHADO, Marcus Vinícius Veras. Manual de auditoria governamental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO / CRCSP. Os princípios Fundamentais da Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade e o Código de Ética Profissional do Contabilista. Série Millennium. 31. ed. São Paulo: CRCSP, 2002. SILVA, Moacir Marque da. Curso de auditoria governamental: de acordo com as Normas Internacionais de Auditoria Pública aprovadas pela INTOSAI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 16