MÓDULOS ESPECIAIS MECÂNICA



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Departamento Regiona de São Pauo Normaização Escoa SENAI MÓDULOS ESPECIAIS MECÂNICA

Móduos especiais - Mecânica Materia didático extraído do móduo Normaização teecurso profissionaizante 2000. Trabaho eaborado pea Divisão de Recursos Didáticos da Diretoria de Educação do Departamento Regiona do SENAI-SP Editoração eetrônica Ceide Aparecida da Siva Écio Gomes Lemos da Siva CFP Rua CEP Teefax: E-mai: senai@

Uma história interessante Desde tempos remotos, a humanidade, ao observar a natureza, já podia constatar aguns eementos de normas repetidos no ambiente em que vivia. Exempos disso eram o movimento dos astros, a formação das pantas, a estrutura cristaina de determinadas substâncias, as casses de animais. Quando o ser humano começou a viver em comunidade, precisou criar normas de convivência, de inguagem, de padrões de comportamento e outras. Conforme foi descobrindo ou inventando vários tipos de armas, ferramentas e objetos de uso doméstico, percebeu as vantagens de se usar formas e procedimentos uniformizados. O estudo de objetos pré-históricos pode nos mostrar que já era empregada a unificação e a padronização no desenvovimento e confecção dos mais variados utensíios. Os antigos oeiros já percebiam a necessidade de trabahar com fôrmas para dar maior uniformidade às peças. 3

Hoje identificamos povos e épocas de cutura pré-histórica por meio de padrões ou desenhos feitos em urnas para enterrar os mortos, potes para água e outros utensíios encontrados. Um bom exempo de normaização na Antigüidade é a pirâmide de Quéops, construída por vota de 2700 a.c. Ea foi erguida com pedras de medidas iguais, que se encaixam perfeitamente. A pirâmide de Quéops mede cerca de 147 metros de atura! A medição do tempo era outra preocupação do homem na Antigüidade. O primeiro reógio foi inventado em torno de 1100 a.c. Era um reógio de so constituído de uma haste vertica ou uma pedra, cuja sombra se projetava de modo sempre igua em cada época do ano e em cada hora do dia. Por vota de 640 a.c., foi inventado o reógio d'água, que era um recipiente ciíndrico cheio de água, de onde o íquido gotejava por uma abertura existente no fundo. Cada vez que o recipiente se esvaziava, um vigia soava uma trombeta, avisando. Isso acontecia seis vezes por dia, a partir do nascer do so. Quando o recipiente se esvaziava, a trombeta era tocada. 4

Outro exempo importante de normaização refere-se aos números e agarismos. Imagine a confusão que seria se cada país tivesse sua própria numeração e grafia dos agarismos. Com certeza, seria muito difíci estabeecermos reações comerciais. O sistema atua de numeração foi inventado peos indianos, no sécuo V, competado posteriormente com o número zero, sem o qua o nosso método aritmético não seria possíve. Os agarismos que hoje usamos são as etras iniciais, um pouco transformadas, dos nomes dos antigos agarismos indianos. Os indianos transmitiram esse sistema de numeração aos árabes, e os árabes transmitiram-no aos europeus, por vota do sécuo XI. Hoje em dia, os agarismos arábicos são utiizados no mundo todo. Antes da invenção da imprensa, os ivros eram escritos à mão em pergaminhos, e eram tão caros que só as pessoas ricas podiam aprender a er e a escrever. O aemão Guttenberg, ao inventar a prensa tipográfica no sécuo XVI, criou novas e gigantescas possibiidades: criou os tipos, que eram pequenos bocos de meta com etras gravadas em reevo. Esses tipos, todos do mesmo tamanho, eram reunidos para formar paavras. Passava-se tinta nessa matriz de paavras que era pressionada sobre o pape, tornando fáci e rápida a impressão de ivros. Assim, todas as camadas popuares passaram a ter acesso ao conhecimento. Essa invenção foi muito bem pensada, pois Guttenberg teve o cuidado de evar em conta a normaização. Todas as etras possuíam um pequeno entahe uniformizado para que o tipógrafo pudesse, somente peo toque, saber se a etra estava ou não na posição correta. Aém disso, as etras ficavam numa ordem predeterminada nas caixas. Esse sistema de tipografia é utiizado até hoje. 5

Os primeiros tipógrafos examinavam cada foha impressa. No detahe, a ampiação de um tipo com a etra A. No sécuo XIII, a intensificação das viagens comerciais para o Oriente permitiu o conhecimento de instrumentos chineses, como a bússoa. Isso possibiitou o uso de medidas mais exatas para as cartas marítimas universais. A experiência adquirida no mar fez com que, no início do sécuo XV, os venezianos percebessem a necessidade de equipar suas frotas com mastros, veas e emes uniformes, para que cada navio, sob as mesmas condições, pudesse ter desempenho semehante. Assim, as frotas estariam coordenadas entre si, aém do que depósitos com peças sobressaentes uniformizadas permitiriam reparos mais rápidos. Peças uniformizadas para os navios permitiram consertos mais rápidos. Há inúmeros exempos do uso da normaização através dos tempos. Mas o importante agora é você saber como a normaização é necessária na era industria. 6

A U L A 2 U L A A primeira fase da normaização A partir do momento em que o homem entra na era industria e inicia a produção em massa, isto é, a fabricação de um mesmo produto em grande quantidade, surge uma grande variedade de formas e tamanhos desse produto e de seus componentes. Esse fenômemo ocorria sem que houvesse aguma razão técnica específica, contribuindo para gerar aguns probemas durante a fabricação e o uso dos produtos. Desses probemas se destacam: o emprego de um maior número de ferramentas, modes e dispositivos de fabricação e controe; a necessidade de manter um maior número de peças para reposição e, conseqüentemente, um maior número de itens em estoque. Devido ao grande número de variáveis para o setor produtivo controar, os custos dos produtos geramente eram eevados. Por exempo, a fabricação e o uso de porcas e parafusos foram muito afetados pea fata de uma produção raciona. Quanto maior a variação nos tipos de rosca, maior a dificudade enfrentada peo fabricante ao organizar a produção e atender aos pedidos do consumidor. Também para o comprador, a variedade representava um transtorno na hora da escoha de porcas e parafusos. O uso de normas permitiu que as indústrias diminuíssem a variedade dos tipos de rosca. Isso faciitou os processos de fabricação e reduziu os itens de estoque e os custos envovidos. Normaização sistemática Por vota de 1839, o ingês Joseph Whitworth reaizou um importante estudo, com o propósito de padronizar os perfis das roscas de fixação. Observe esta iustração: perfis (parafuso e porca) Rosca padronizada por Whitworth.

A U L A 2 Fiete: saiência em espira de um parafuso. Rosca métrica: rosca dimensionada no sistema métrico decima, normaizada pea ISO. Com a introdução da padronização, todos os eementos que compõem uma rosca: o passo, os raios, a atura e os ânguos do fiete passaram a seguir os padrões estabeecidos por Whitworth. Aém de reduzir a variedade de passos e ânguos e faciitar os processos de fabricação e controe, a padronização das roscas criou uma inguagem comum entre fabricantes e consumidores. A padronização proposta por Whitworth ogo se tornou conhecida na Ingaterra, sendo adotada, também, por indústrias de outros países. Desde então, cada país procurou estabeecer seu próprio padrão de rosca em função de suas unidades de medidas. Na indústria atua, a rosca Whitworth está sendo substituída peas roscas métricas ISO (Internationa Organization for Standardization, o que quer dizer Organização Internaciona de Normaização). Ao estabeecer um sistema para roscas métricas, a ISO certamente deu um grande passo no sentido de aperfeiçoar o trabaho pioneiro iniciado peo ingês Whitworth. O que é normaização Normaização são critérios estabeecidos entre as partes interessadas - técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições - para padronizar produtos, simpificar processos produtivos e garantir um produto confiáve, que atenda a suas necessidades. Compare, no quadro a seguir, aguns itens normaizados e não- normaizados, no processo de fabricação de produtos. ITEM NORMALIZADO NÃO-NORMALIZADO FORMA A FORMA É ÚNICA E OTIMIZADA NÃO HÁ PREOCUPAÇÃO COM UNI- FORMIDADE. NA MESMA EMPRESA, O PRODUTO PODE TER TAMANHO E FORMAS DIFERENTES. MATERIAL SELECIONADO DE ACORDO COM A ESPECIFICAÇÃO ORIENTADA POR NORMAS. SELEÇÃO FEITA A PARTIR DAS PRO- PRIEDADES NECESSÁRIAS. EM MUI- TOS CASOS, ACARRETA EXCESSO DE MATERIAIS PARA SE FABRICAR DETERMINADO PRODUTO. TESTE DE CONTROLE DE QUALIDADE REALIZADO SEGUNDO ORIENTA- ÇÕES E PROCEDIMENTOS ESPECÍ- FICOS DE ENSAIOS QUE TORNAM O PRODUTO MAIS CONFIÁVEL. NEM SEMPRE É REALIZADO E, EM MUITOS CASOS, QUANDO O TESTE É FEITO, NÃO HÁ CRITÉRIOS OBJETIVOS. MANUTENÇÃO (REPOSIÇÃO DE PE- ÇAS AVARIADAS PELO USO) MAIS FÁCIL, NÃO NECESSITA RETRABALHAR AS PEÇAS ACOPLADAS NO CONJUNTO. MAIS COMPLEXA, DEPENDE DE AJUS- TES CASO A CASO.

Normas Do processo de normaização, surgem as normas que são documentos que contêm informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores. São eaboradas a partir da experiência acumuada na indústria e no uso e a partir dos conhecimentos tecnoógicos acançados. A U L A 2 Exempo de documento normativo A partir de 1900, surgem várias associações destinadas à eaboração de normas, reunindo produtores, consumidores e organismos neutros (instituições de pesquisa, universidades etc.), reunindo técnicos, engenheiros e fabricantes. Em 1901, surge na Ingaterra a primeira associação de normaização com o nome de Comissão de Normas de Engenharia, conhecida, hoje, como BSI - British Standards Institution (Instituto Britânico de Normaização). Você vai conhecer, a seguir, as principais associações de normaização existentes no exterior e no Brasi e os principais objetivos de cada uma deas. Associações internacionais As associações internacionais dedicam-se à eaboração de normas que são consideradas váidas para diversos países do mundo. Qua a importância dessas normas? Normas internacionais permitem que diferentes países utiizem a mesma terminoogia, a mesma simboogia, os mesmos padrões e procedimentos para produzir, avaiar e garantir a quaidade dos produtos. Por isso, a adoção das normas internacionais, aém de exigir mehor quaificação dos produtos, aperfeiçoa o sistema de troca, em vários mercados mundiais.

A U L A 2 As associações internacionais mais importantes são: IEC - Internationa Eectrotechnica Comission (Comissão Internaciona de Eetrotécnica) Fundada em 1906. ISO - Internationa Organization for Standardization (Organização Internaciona de Normaização) Fundada em 1946. Veja as características de cada uma deas. IEC As normas internacionais eaboradas pea IEC permitem que fabricantes de componentes eétricos e eetrônicos utiizem os mesmos parâmetros quanto a: terminoogia, simboogia, padrão de desempenho e segurança. Veja um exempo de produto com características construtivas normaizadas pea IEC: disjuntores termomagnéticos A maioria dos fabricantes de disjuntores termomagnéticos, no Brasi e no mundo, seguem as recomendações da IEC. ISO A ISO reúne atuamente representantes de mais de cem países, entre ees o Brasi. As normas da ISO atingem vários setores produtivos, como por exempo: mecânica agricutura transporte química construção civi quaidade e meio ambiente

Veja no exempo um trecho da Norma ISO 129 que define os princípios gerais de cotagem apicados em desenhos técnicos. A U L A 2 Já a Norma ISO 6410 apresenta agumas recomendações para orientar a representação simpificada de partes roscadas em desenhos técnicos. Veja agora um trecho da Norma ISO 6410: Associações nacionais As normas eaboradas peas associações nacionais contam com a coaboração de técnicos e engenheiros que representam fabricantes, distribuidores, institutos de pesquisa, entidades profissionais e órgãos do governo. Veja aguns exempos de associações nacionais de normaização. Brasi: ABNT - Associação Brasieira de Normas Técnicas Estados Unidos: ANSI - American Nationa Standards Institute (Instituto Naciona Americano de Normaização) Aemanha: DIN - Deutsches Institut für Normung (Instituto Aemão para Normaização) Japão: JIS - Japan Industry Standards (Normas Industriais Japonesas) Ingaterra: BSI - British Standards Institution (Instituto Britânico de Normaização) França: AFNOR - Association Française de Normaization (Associação Francesa de Normaização) Suíça: SNV - Schweizerische Normen Vereinigung (Associação Suíça de Normaização)

A U L A 2 Normas para setores específicos Aém das associações nacionais, existem também associações de normaização que atuam em áreas específicas do setor produtivo. Agumas das associações mais importantes são: ASME - American Society of Mechanica Engineers (Sociedade Americana dos Engenheiros Mecânicos) ASM - American Society for Metas (Sociedade Americana para Metais) AISI - American Iron and Stee Institute (Instituto Americano para Aço e Ferro) ASTM - American Society for Testing Materias (Sociedade Americana para Testes de Materiais) SAE - Society of Automotive Engineers (Sociedade dos Engenheiros de Automóveis) VSM - Societé Suisse des Constructeurs des Machines (Sociedade Suíça dos Construtores de Máquinas) Normas internas ou normas de empresa Agumas normas são eaboradas peas próprias empresas. Têm por objetivo orientar a eaboração de projetos e de seus componentes; a reaização dos processos de fabricação, a organização dos sistemas de compra e venda e outras operações de interesse da empresa. Embora de uso interno, as normas de empresa agumas vezes são utiizadas de maneira mais ampa. As Normas da Petrobrás, por exempo, aém do uso específico pea empresa, também são seguidas por suas fornecedoras.

Exercício 1 Escreva as paavras que competam a definição de normaização: Normaização são... estabeecidos entre as partes interessadas - técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições - para... e garantir um produto confiáve, que atenda a suas necessidades. Exercícios A U L A 2 Assinae com (X) a única aternativa correta de cada questão a seguir. Exercício 2 As organizações ISO e IEC eaboram normas: a) ( ) nacionais, para uso restrito em aguns países. b) ( ) para setores específicos do setor produtivo. c) ( ) internacionais, para uso comum de vários países. d) ( ) para uso interno de agumas empresas. Exercício 3 ABNT no Brasi, ANSI nos Estados Unidos e DIN na Aemanha representam: a) ( ) associações nacionais responsáveis pea eaboração de normas para seus respectivos países. b) ( ) associações internacionais que eaboram normas para uso comum de vários países. c) ( ) associações particuares que eaboram normas para uso excusivo das empresas. d) ( ) associações nacionais que eaboram normas destinadas ao setor da mecânica, para uso mundia.

A U L A A U L A 3 3 Normaização no Brasi A ABNT foi fundada em 1940, por iniciativa particuar de um grupo de técnicos e engenheiros, sendo a primeira entidade a disseminar normas técnicas no Brasi. Em 1962, a ABNT foi reconhecida como entidade de utiidade púbica, pea Lei Federa nº 4050. ABNT - Associação Brasieira de Normas Técnicas Em 1973, foi criado o Sistema Naciona de Metroogia e Quaidade Industria - SINMETRO, pea Lei Federa nº 5966. Os grandes objetivos do SINMETRO são a defesa do consumidor, a conquista e a manutenção do mercado externo e a racionaização da produção industria, com a compatibiidade de todos os interesses. Fazem parte do SINMETRO o Conseho Naciona de Metroogia, Normaização e Quaidade Industria - CONMETRO e o Instituto Naciona de Metroogia, Normaização e Quaidade Industria - INMETRO. Até há bem pouco tempo, as normas eaboradas, aprovadas e registradas na ABNT recebiam o seguinte registro: CB - para Normas de Cassificação EB - para Normas de Especificação MB - para Normas de Método de Ensaio NB - para Normas de Procedimento PB - para Normas de Padronização SB - para Normas de Simboogia Essas mesmas normas, ao serem registradas no INMETRO, recebiam a siga NBR. Por exempo: a norma que padroniza as dimensões de parafusos com cabeça ciíndrica e sextavado interno era registrada na ABNT como PB-165, e no INMETRO era registrada como NBR 10112.

Atua modeo de normaização O atua modeo de normaização foi impantado a partir de 1992, com o intuito de descentraizar e agiizar a eaboração de normas técnicas. Nesse ano foram criados o Comitê Naciona de Normaização - CNN e o Organismo de Normaização Setoria - ONS. Criado a partir de acordo firmado entre a ABNT e o CONMETRO, e com a coaboração de várias entidades votadas para a disseminação de normas técnicas, o CNN busca estruturar todo o sistema de normaização. O CNN define a ABNT como Foro Naciona de Normaização, entidade privada, sem fins ucrativos, à qua compete coordenar, orientar e supervisionar o processo de eaboração de normas brasieiras, bem como eaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR NBR). Cada ONS tem como objetivo agiizar a produção de normas específicas de seus setores. Para que os ONS passem a eaborar normas de âmbito naciona, devem ser credenciados e supervisionados pea própria ABNT. O atua modeo define, por meio de diretrizes e instruções das associações internacionais de normaização (ISO e IEC), que as normas brasieiras devem ser feitas, de preferência, utiizando-se a forma e o conteúdo das normas internacionais, acrescentando-hes, quando preciso, as particuaridades do mercado naciona. Com isso, será muito comum que as normas brasieiras sejam registradas como NBR ISO, com numeração seqüência da ISO. Por exempo, NBR ISO 8402. A ABNT, no atua modeo, manteve sua estrutura interna em reação aos Comitês Brasieiros - CB e aos tipos de normas eaboradas (cassificação, especificação, método de ensaio, padronização, procedimento, simboogia e terminoogia). Os comitês da ABNT são os seguintes: A U L A 3 CB 01 - MINERAÇÃO CB 02 - CONSTRUÇÃO CB 03 - ELETRICIDADE CB 04 - MÁQUINAS CB 05 - AUTOMÓVEIS MINERAÇÃO E METALURGIA CONSTRUÇÃO CIVIL CB 06 - EQUIPAMENTO CB 07 - CONSTRUÇÃO CB 08 - AERONÁUTICA CB 09 - COMBUSTÍVEIS CB 10 - QUÍMICA CB 11 - MATÉRIAS CB 12 - AGRICULTURA CB 13 - ALIMENTOS CB 14 - FINANÇAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS MECÂNICOS AUTOMÓVEIS, CAMINHÕES, TRATORES, VEÍCULOS SIMILARES E AUTO-PEÇAS EQUIPAMENTO E MATERIAL FERROVIÁRIO CONSTRUÇÃO NAVAL AERONÁUTICA E TRANSPORTE AÉREO COMBUSTÍVEIS (EXCLUSIVE NUCLEARES) QUÍMICA, PETROQUÍMICA E FARMÁCIA MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUTOS VEGETAIS E ANIMAIS AGRICULTURA, PECUÁRIA E IMPLEMENTOS ALIMENTOS E BEBIDAS FINANÇAS, BANCOS, SEGUROS, COMÉRCIO, ADMINISTRAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO HOTELARIA, MOBILIÁRIO, DECORAÇÕES E SIMILARES TRANSPORTE E TRÁFEGO CB 15 - HOTELARIA CB 16 - TRANSPORTE CB 17 - TÊXTEIS CB 18 - CIMENTO CB 19 - REFRATÁRIOS CB 20 - ENERGIA CB 21 - COMPUTADORES CB 22 - ISOLAÇÃO CB 23 - EMBALAGEM CB 24 - SEGURANÇA CB 25 - QUALIDADE CIMENTO, CONCRETO E AGREGADOS ENERGIA NUCLEAR COMPUTADORES E PROCESSAMENTO DE DADOS ISOLAÇÃO TÉRMICA EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

A U L A 3 Tipos de Normas eaboradas pea ABNT As Normas eaboradas pea ABNT cassificam-se em sete tipos: Procedimento Especificação Padronização Terminoogia Simboogia Cassificação Método de ensaio Conheça, agora, as características mais importantes de cada tipo de norma editada pea ABNT. Procedimento As normas de procedimento orientam a maneira correta de: empregar materiais e produtos executar cácuos e projetos instaar máquinas e equipamentos reaizar o controe dos produtos. A NBR 6875, por exempo, fixa as condições exigíveis e os procedimentos de inspeção para fios de cobre de secção retanguar. Outro exempo é o da Norma NBR 8567, que fixa as condições para a execução de cácuos e dimensionamento do feixe de moas, utiizados nas suspensões de veícuos rodoviários. Especificação As normas reativas à especificação fixam padrões mínimos de quaidade para os produtos. A Norma NBR 10105, por exempo, indica as condições ou especificações exigidas para a fabricação de fresas de topo, com haste ciíndrica para rasgos. Observe na iustração abaixo um dos itens de especificação para fresas, indicados pea Norma NBR 10105:

De acordo com a Norma NBR 10105, veja o que significa a especificação A 25 K AR: A - diz que se trata de uma fresa do grupo A, ou seja, uma fresa de haste ciíndrica isa, para rasgos. A U L A 3 25 - indica que esse tipo de fresa deve possuir 25 mm de diâmetro na parte cortante. K - informa que é uma fresa para uso gera. AR - especifica que a fresa é fabricada com materia tipo aço rápido. A Norma NBR 7000 constitui outro exempo de norma de especificação. Essa norma especifica as propriedades mecânicas dos produtos de aumínios e suas igas, feitos por extrusão. Padronização As normas de padronização fixam formas, dimensões e tipos de produtos, como porcas, parafusos, rebites, pinos e engrenagens, que são utiizados com muita freqüência na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos. Com a padronização, evita-se a fabricação de produtos com variedades desnecessárias tanto de formas quanto de dimensões. A Norma NBR 6415 padroniza as aberturas de chaves e suas respectivas toerâncias de fabricação para chaves de boca fixa e de encaixe, utiizadas para aperto e desaperto de porcas e parafusos. Extrusão: passagem forçada de um meta ou de um pástico por um orifício, para se conseguir uma forma aongada ou fiamentosa. s = abertura A Norma NBR 10112 constitui outro exempo de norma de padronização. Tem por finaidade padronizar as dimensões de parafusos com cabeça ciíndrica e sextavado interno.

A U L A 3 Terminoogia As normas sobre terminoogia definem, com precisão, os termos técnicos apicados a materiais, máquinas, peças e outros artigos. A Norma NBR 6176, por exempo, define os termos empregados para identificação das partes das brocas heicoidais. haste ciíndrica comprimento do cana comprimento da ponta aresta cortante guia cana ânguo da ponta broca heicoida de haste ciíndrica ingüeta para extração haste cônica comprimento do cana comprimento da ponta aresta cortante rebaixo guia cana ânguo da ponta broca heicoida de haste cônica Já a Norma NBR 6215, define a terminoogia empregada para os produtos siderúrgicos. Consutando essa Norma, encontramos definições para produtos como chapa, boco, fio, paca, aço, ferro fundido e outros. Simboogia As normas de simboogia estabeecem convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas, ou parte de sistemas etc., com a finaidade de representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fuxogramas etc. A Norma NBR 6646, por exempo, estabeece os símboos que devem ser apicados na identificação dos perfis do aço.

Observe na tabea a seguir exempos de aguns símboos definidos para cantoneiras de abas iguais. A U L A 3 SÍMBOLO X-X Y-Y X 0 - X 0 Y 0 - Y 0 e h r 1 r 2 SIGNIFICADO Eixo que passa peo centro de gravidade da seção transversa do perfi e que é representado por uma inha reta nas seguintes posições. Eixo formando ânguo de 90º com o eixo X-X e representado por uma inha reta que passa peo centro de gravidade da seção transversa do perfi. Linhas retas que passam peo centro de gravidade da seção transversa de perfi que representam os eixos principais de inércia. Indica a espessura das abas. Atura do perfi. Comprimento do perfi. Raio externo. Raio interno. O significado de cada símboo encontra-se na própria norma. A Norma NBR 5266 é muito importante, pois define os símboos gráficos de pihas, acumuadores e baterias utiizados na representação de diagramas de circuitos eétricos em desenhos técnicos.

A U L A 3 Veja abaixo um trecho da Norma NBR 5266: Nº SÍMBOLO DESCRIÇÃO 5266.05 Eemento de piha ou acumuador. Nota: O traço ongo representa o póo positivo e o traço curto, o póo negativo. (117-2/173) 5266.06 Bateria de acumuadores ou pihas com indicação do número de eementos. Nota: O símboo 5266.05 poderá ser usado para representar uma bateria se não houver risco de confusão; neste caso, a tensão ou o número e tipo de eementos devem ser indicados. (117-1/1/5) 5266/07 Bateria sem indicação do número de eementos. (117-2/176) 5266.08 Bateria com derivações. (117-2/177) Os códigos faciitam a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos normaizados cada fabricante deveria escrever extensos manuais para informar as características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas etc. Cassificação As normas de cassificação têm por finaidade ordenar, distribuir ou subdividir conceitos ou objetos, bem como critérios a serem adotados. A Norma NBR 8643, por exempo, cassifica os produtos siderúrgicos de aço. Segundo os critérios fixados, os produtos siderúrgicos do aço cassificam-se da seguinte maneira: quanto ao estágio de fabricação: a) brutos b) semi-acabados c) acabados

quanto aos processos de fabricação: a) ingotado b) modado c) deformado pasticamente A U L A 3 quanto aos produtos acabados: a) panos b) não panos Vae a pena embrar que esses exempos representam apenas um pequeno trecho da Norma NBR 8643. A Norma NBR-8968 é outro exempo. Ea cassifica os tipos de tratamento de superfícies para proteção e acabamento dos produtos de aumínio. Entre outros, aguns tipos de tratamento indicados pea Norma NBR 8968 são: Lingotado: refere-se ao aço que sofreu o processo de formação de pequenos bocos de meta soidificado, depois da fusão. anodização fosca anodização brihante anodização coorida por corantes Anodização: tratamento superficia do aumínio contra a corrosão. Método de ensaio As normas reacionadas a métodos de ensaios determinam a maneira de se verificar a quaidade das matérias-primas e dos produtos manufaturados. A verificação é feita por meio de ensaios. A norma descreve como ees devem ser reaizados para a obtenção de resutados confiáveis. Veja na iustração um exempo de medidor de energia: 0 12 8 9 0 12 0 12 8 9 0 12 8 9 8 9 7 3 7 3 7 3 7 3 6 5 4 6 5 4 6 5 4 6 5 4 KWh 120 V 15 A 60 Hz m x 120 A 3 fases zeem 3 fos n¼ s rie A Norma NBR 8374 determina as condições para reaização dos ensaios que avaiam a eficiência e quaidade dos medidores de energia. Já a Norma NBR 6394 indica o método a ser seguido, os instrumentos que devem ser usados e as condições exigidas para verificação do grau de dureza dos materiais metáicos. A Norma NBR 6156, por sua vez, determina o método de verificação a ser empregado para avaiar a precisão das máquinas destinadas aos ensaios de tração e compressão.

A U L A 3 Portanto, pode-se concuir que: os produtos fabricados são submetidos a ensaios para verificar se as suas propriedades estão de acordo com as especificações desejadas; as máquinas que reaizam os ensaios também são testadas para se obter dados corretos durante os testes; as normas orientam a fabricação dos produtos e os ensaios a que são submetidos para garantir as condições de obtenção de quaidade e eficiência. Observe na iustração como fica a parte superior da primeira página de uma norma que passou por todos os processos de normaização. Periodicamente, as Normas devem ser examinadas. Em gera, esse exame deve ocorrer num período de cinco em cinco anos. Às vezes, o avanço tecnoógico exige que certas Normas sejam revistas num prazo de tempo menor. Quando necessário, as Normas devem ser revisadas, isto é, modificadas.

Utiização de normas de outros países Freqüentemente, indústrias brasieiras e mutinacionais adotam as normas norte-americanas ASTM (para teste de materiais), SAE (para automóveis) e AISI (para aço e ferro) para especificação, cassificação e ensaios de materiais. Quanto à fabricação de máquinas e componentes mecânicos, são bastante difundidas no Brasi as Normas DIN, da Aemanha. A ABNT, aém de eaborar normas, adota agumas internacionais. Exempo disso são as normas da série ISO 9000. As normas da série ISO 9000 são muito importantes, pois estabeecem diretrizes e procedimentos para que as empresas possam garantir a quaidade tota de seus produtos e serviços, obtendo, assim, condições de competir no exigente mercado internaciona. A U L A 3 Exercício 1 Escreva a siga da associação responsáve pea eaboração das normas técnicas no Brasi....... Exercícios Exercício 2 Escreva em cada uma das inhas a denominação dos tipos de normas eaboradas pea ABNT...................... Exercício 3 Cite as normas norte-americanas que são usadas pea ABNT no Brasi.......

A U L A A U L A 4 4 Atuais objetivos da normaização Você agora vai estudar a útima parte deste assunto: os atuais objetivos da normaização. Pode-se dizer que a primeira fase da normaização, por vota de 1900 até os anos 80, concentrou seus esforços na criação de normas que visavam à especificação e à definição de produtos industriais, agrícoas e outros. Nessa fase, as normas incuíam itens como formas e tamanhos de barras de aço, perfis e dimensões de parafusos, porcas, mancais e inúmeras outras peças. Portanto, nesse período, a maior atenção da normaização votava-se para a padronização de peças utiizadas na construção de máquinas e equipamentos. Hoje, as normas, aém dos produtos em si, abrangem um universo bem maior de temas. Esses temas, chamados de teóricos, tratam de questões reativas a terminoogias, gossários de termos técnicos, símboos, reguamentos de segurança, entre outros. O aparecimento de normas específicas para temas dessa natureza é que caracteriza a segunda fase da normaização. Tanto no campo industria quanto na reação entre fabricantes e consumidores, a Normaização deve cumprir, hoje, objetivos reacionados a: simpificação; comunicação; economia goba; segurança, saúde e proteção da vida; proteção do consumidor e dos interesses da sociedade. Veja a que se refere cada um desses objetivos. Sempre que possíve, os exempos estarão reacionados às atividades da indústria mecânica. Simpificação Um dos mais importantes objetivos da normaização refere-se à simpificação, ou seja, à imitação e redução da fabricação de variedades desnecessárias de um produto. A fabricação de parafusos e porcas constitui um exempo cássico do emprego de normas para simpificação dos processos de produção. As normas permitem que os fabricantes de parafusos e porcas produzam um grande ote de

peças suficientemente iguais, em tamanho, forma e desempenho. Aém disso, a padronização possibiita que as peças sejam substituídas com maior faciidade e com a mesma eficiência. Essa característica é denominada intercambiabiidade. A Norma NBR 6215 é um exempo de simpificação dos produtos peo uso de uma Norma. Ea fixa a terminoogia a ser apicada aos produtos siderúrgicos. Por seu intermédio, fabricantes e consumidores utiizam uma inguagem comum para uma série de termos técnicos. Por exempo: A U L A 4 arame - produto maciço de secção circuar ou outras, obtido por trefiação de fio máquina. produto pano - produto de secção transversa retanguar constante, com argura maior que duas vezes a espessura. chapa - produto pano de aço com argura superior a 500 mm, aminado a partir de paca. boco - produto não-pano, cuja secção transversa constante é quadrada e possui área superior a 22.500 mm² e reação entre argura e espessura superior a dois. foha - produto aminado a frio, pano, com espessura igua ou inferior a 0,30 mm e argura superior a 500 mm. paca - produto pano com espessura superior a 80 mm, obtido por aminação de desbaste ou ingotamento contínuo. produto siderúrgico - produto de ferro ou aço obtido por meio de ingotamento, modagem, aminação, forjamento, trefiação, extrusão etc. chapa fina - produto cuja espessura é igua ou inferior a 5 mm e superior a 0,30 mm. A utiização de uma inguagem comum evita confusões nos pedidos, nas especificações e nos estoques. Comunicação A comunicação é fundamenta em quaquer atividade do ser humano. Também nos meios produtivos, a comunicação cara e objetiva é indispensáve para evitar transtornos. Uma das funções das normas é faciitar o processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores. Veja o exempo: na fabricação de um motor para automóve, o fabricante do motor utiiza produtos fornecidos por outras indústrias. O boco do motor, geramente, é encomendado a uma empresa especiaizada em fundição. Essa encomenda, por sua vez, se baseia num conjunto de normas, tais como: dimensões e toerâncias; composição química do materia empregado na fabricação do boco; métodos de ensaio para avaiação do produto. Como você pode perceber, a norma é o meio de comunicação que possibiita o atendimento aos requisitos exigidos para a fabricação de determinado produto - no caso, um boco de motor. Para o usuário do automóve, cujo motor foi fabricado de acordo com os padrões técnicos estabeecidos, a norma representa maior segurança e confiabiidade no produto adquirido.

A U L A 4 O comércio internaciona é outro exempo do emprego de normas como meio de comunicação, principamente nas negociações reaizadas entre países de diferentes idiomas. Por meio de normas, é possíve estabeecer uma inguagem comum, usando símboos e códigos reconhecidos no mundo inteiro. Observe, no exempo, um trecho da Norma ISO 1101 referente aos príncipios da simboização e indicação das toerâncias de forma e de posição a serem representadas em desenhos técnicos. CARACTERÍSTICAS AFETADAS PELAS TOLERÂNCIAS SÍMBOLOS Retiineidade Panesa FORMA POR ELEMENTO ISOLADO Circuaridade Ciindricidade Forma de uma inha quaquer Forma de uma superfície quaquer ORIENTAÇÃO POR ELEMENTO ASSOCIADO POSIÇÃO POR ELEMENTO ASSOCIADO Paraeismo Perpendicuaridade Incinação Posição de um eemento Concentricidade e coaxiaidade Simetria Batimento Os símboos recomendados pea Norma ISO 1101 são reconhecidos e utiizados mundiamente, permitindo uma comunicação universa entre fabricantes e consumidores na apicação em desenhos técnicos. Outro exempo é o da apicação da simboogia de etras e gráficos recomendados internacionamente pea IEC, na área da eetricidade. Você já viu uma paca de identificação utiizada em motores eétricos? Pois bem, ea representa mais um bom exempo do uso da normaização como um eemento faciitador da comunicação. Assim, em quaquer país, os códigos IEC para motores eétricos possuem o mesmo significado, faciitando a comunicação entre usuários.

Economia goba Como você pôde notar, a normaização, cada vez mais, se torna uma ferramenta imprescindíve à indústria, para que ea possa atingir os seus objetivos. Dificimente um fabricante conseguirá exportar seu produto, se não basear seu sistema produtivo em normas técnicas internacionais. Se, numa fase inicia, a impantação de normas exige investimentos por parte do fabricante, certamente o retorno he será garantido, pois racionaizam os procedimentos de produção e garantem produtos com mehor níve de quaidade. Um produto com mehor quaidade deixa o ciente satisfeito e, conseqüentemente, proporciona maior confiabiidade do produto. A U L A 4 Segurança Diversas normas tem por objetivo proteger a saúde e a vida humana. São as chamadas normas de segurança. Tais normas estão à frente de projetos de novos produtos, com o objetivo de dar segurança aos usuários. Exempos disso são: cinto de segurança para usuários de veícuos automotores; veícuos automotores que não são acionados se o usuário não estiver usando o cinto corretamente; capacete de segurança; extintores de incêndio; chuveiros eétricos com carcaça isoante; fios eétricos envovidos por camada isoante (anti-chama). A Norma NBR 7532, por exempo, padroniza as dimensões e as cores dos símboos de identificação de extintores de incêndio. Veja no quadro um trecho da Norma NBR 7532 : FORMAS E CORES DE IDENTIFICADORES COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS EQUIPAMENTOS COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS INFLAMÁVEIS ELÉTRICOS METÁLICOS (a) (b) (c) (d) a) COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS - etra de cor branca sobre fundo de cor verde. b) LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS - etra de cor branca sobre fundo de cor vermeha. c) EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS - etra de cor branca sobre fundo de cor azu. d) COMBUSTÍVEIS METÁLICOS - etra de cor preta sobre fundo de cor amarea.

A U L A 4 Os símboos apresentados pea Norma NBR 7532 permitem ao usuário escoher corretamente a casse de extintor para cada tipo de materia em chamas. Aém das Normas de segurança específicas para determinados produtos, existe uma série de normas que determinam os reguamentos contra incêndios, que devem ser seguidos na construção de edifícios. Interesse do consumidor No reacionamento fabricante-consumidor, o consumidor é a parte que mais se beneficia dos produtos normaizados. Quanto maior o número de normas impantadas para se fabricar um produto quaquer, maior a quaidade do produto e, portanto, maior a confiança do consumidor. O comércio internaciona tem votado sua atenção para o ciente. É cada vez maior, em todo o mundo, o número de associações de proteção ao consumidor, que passou a ter um pape decisivo na competição industria. Antes de comprar determinados produtos, os consumidores de vários países têm por hábito verificar se o produto foi aprovado por aguma associação de normaização. Essa identificação é possíve, pois muitos produtos possuem na embaagem a marca ou ogotipo que identifica se o produto foi fabricado dentro dos padrões definidos por normas. No Brasi, essa marca é cedida peo INMETRO e é conhecida por marca de certificação de conformidade. O INMETRO, por meio de aboratórios credenciados, supervisiona o controe de quaidade dos produtos, antes que cheguem ao mercado consumidor. Veja o exempo a seguir. A marca de conformidade é concedida ao produto desde que ee atenda aos requisitos técnicos, exigidos peas normas. Produtos reacionados à segurança e à prevenção de incêndios têm recebido do INMETRO a marca de certificação de conformidade. Essa marca garante o produto durante sua utiização, em um prazo ega definido por norma específica. Peo que foi estudado nesta unidade, você deve ter percebido que o campo de apicação das normas é bastante ampo. Em seu trabaho, provavemente, você já as utiiza ou venha a utiizá-as.

A ABNT A ABNT é aberta à toda a popuação. Seus endereços são: è São Pauo - rua Marquês de Itu, 88-4 o andar A U L A 4 è Rio de Janeiro - av. Treze de Maio, 13-28 o andar Você pode ser sócio da ABNT e receber normas atuaizadas. Mesmo não sendo sócio, você pode fazer consutas ou adquirir normas, comparecendo pessoamente. Exercício 1 Na couna da esquerda, estão descritos os objetivos da normaização e na couna da direita, estão sintetizados esses objetivos. Dentro de cada parênteses, escreva a etra que corresponde ao objetivo descrito na couna da esquerda. Atenção, pois na couna da direita, um dos parênteses deverá ficar vazio. Exercícios a) Reduzir variedades ( ) economia goba de dimensões e padrões, definir terminoogia ( ) segurança comum e coerente para faciitar a fabricação ( ) interesse do consumidor e o uso dos produtos. ( ) diversificação b) Padronizar termos técnicos, criando uma inguagem comum ( ) simpificação para faciitar a reação entre fabricantes, ( ) comunicação fornecedores e consumidores. c) Obter produtos com quaidade, custo reduzido, menor índice de refugo, menor quantidade de itens em estoque. d) Proteger a saúde, a vida humana e o bem-estar da sociedade. e) Garantir marca de conformidade, satisfação com a quaidade e eficiência do produto.

A U L A 4 Assinae com um (X) a única aternativa correta de cada questão, a seguir: Exercício 2 A norma ABNT garante a quaidade de aguns produtos destinados à segurança pessoa do consumidor. Podemos reconhecer se um produto possui reconhecimento de quaidade por parte da norma ABNT quando apresenta: a) ( ) a data de fabricação. b) ( ) a marca do fabricante. c) ( ) a aprovação do SIF. d) ( ) a marca de conformidade. Exercício 3 As normas internacionais permitem que vários países utiizem terminoogia, simboogia, padrões e procedimentos comuns para avaiar e garantir a quaidade dos produtos comerciaizados entre os diferentes países. As mais importantes associações internacionais responsáveis pea eaboração de normas váidas para diversos países do mundo são: a) ( ) ISO, ABNT. b) ( ) ISO, IEC. c) ( ) IEC, ABNT. d) ( ) ABNT, DIN. Bibiografia Normaização INMETRO. Treinamento básico em gestão da Quaidade. Rio de Janeiro, 1991. INSTITUTO EUVALDO LODI. Novo modeo para eaboração de Normas técnicas no Brasi. Rio de Janeiro, 1993. (Cadernos IEL, vo.5). KAISER, Bruno. 10.000 anos de descobertas. 3 a edição. Tradução de Roberto Luiz F. de Ameida. São Pauo, Mehoramentos, s d. MINEI, Ciro Y. e PRIZENDT, Benjamin. Normaização para a Quaidade. São Pauo, SENAI-SP, 1994. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Departamento de Assuntos Universitários. MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO. Secretaria Executiva do CONMETRO. Normaização - Histórico e informações. Brasíia, 1978. SARDELLA, Antonio e MATEUS, Edgar. Dicionário escoar de química. São Pauo, Ática, 1981.

A U L A 4 Gabaritos Normaização Aua 2 - A primeira fase da normaização 1. Normaização são critérios estabeecidos entre as partes interessadas - técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições - para padroni- zar produtos, simpificar processos produtivos e garantir um produto confiáve, que atenda a suas necessidades. 2. c ) 3. a) Aua 3 - Normaização no Brasi 1. ABNT 2. Procedimento Especificação Padronização Terminoogia Simboogia Cassificação Método de ensaio 3. ASTM, SAE, AISI Aua 4 - Atuais objetivos da normaização 1. c) d) e) ( ) a) b) 2. d) 3. b)

A U L A 4 Para suas anotações