ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE - MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO A. QUANTO AO CONTEÚDO 1. Autorização No direito brasileiro, a autorização administrativa tem várias acepções: a. Num primeiro sentido, designa o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta ao particular o desempenho de atividade material ou prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos. Exemplo dessa hipótese está no art. 22, VI da CF, quando atribui a União competência para autorizar e fiscalizar a produção de material bélico e a autorização para porte de arma. b. Na segunda acepção, a autorização é o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta ao particular o uso privativo de bem público, a título precário. Trata-se da autorização de uso de bem público. c. Na terceira acepção, autorização é o ato unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público delega ao particular a exploração de serviço público, a título precário. Trata-se da autorização de serviço público. Pode-se, portanto definir autorização administrativa, em sentido amplo, como ato administrativo, unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta ao particular o uso privativo de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização de serviço público), ou o desempenho de atividade material ou prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como poder de polícia). 2. Licença PROFESSOR BARNEY BICHARA 1
É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. Exemplo: licença para construir ou dirigir veículos. Autorização Licença É ato discricionário, envolve interesse do administrado. É ato vinculado, envolve direito do administrado. É ato administrativo constitutivo É ato administrativo declaratório 3. Admissão É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. Exemplo: Admissão em uma escola pública. 4. Permissão Em sentido amplo, é o ato administrativo, unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração faculta ao particular o uso privativo de bem público (permissão de uso), ou a prestação de serviço público (permissão de serviço público). Cumpre esclarecer que o art. 40 da Lei 8.987/95 define a permissão de serviço público como contrato administrativo e não como ato. 5. Aprovação É o ato unilateral e discricionário pelo se exerce controle a priori ou a posteriori do ato administrativo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de oportunidade e conveniência para o interesse público, constitui condição de eficácia do ato. PROFESSOR BARNEY BICHARA 2
Exemplo: Aprovação prévia do Senado para a escolha de magistrados. 6. Homologação É o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas os aspectos de legalidade do ato. Aprovação Homologação É ato discricionário. É ato vinculado. Exerce-se a priori ou a posteriori. Exerce-se somente posteriori Examina o mérito do ato administrativo sujeito a controle. Examina a legalidade do ato administrativo sujeito a controle. 7. Parecer É o ato administrativo pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. Segundo Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, o parecer pode ser: a. Facultativo a Administração solicita o parecer se desejar e acata seu conteúdo se julgar conveniente. b. Obrigatório a Administração é obrigada a solicitar o parecer, mas só acata seu conteúdo se julgar conveniente. c. Vinculante a Administração é obrigada a solicitar o parecer e também é obrigada a acatar sua conclusão. 8. Visto PROFESSOR BARNEY BICHARA 3
É o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro ato jurídico, não significando concordância com seu conteúdo. B. QUANTO A FORMA 1. Decreto É a forma de que se revestem os atos, individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo. Quando produz efeitos gerais, ele pode ser: a. Decreto regulamentar ou de execução quando expedido com base no art. 84, IV da CF, para fiel execução da lei. b. Decreto autônomo ou independente quando disciplina matéria não regulada em lei. A partir da CF/88, não há fundamento para esse tipo de decreto no direito brasileiro, salvo nas hipóteses prevista no art.84, VI da CF, com a redação dada pela EC32/01. 2. Portaria e Resolução É a forma de que se revestem os atos, individuais ou gerais, emanados de autoridades outras que não o Chefe do Poder Executivo. 3. Circular É o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas uniformes a seus subordinados. 4. Despacho É o ato administrativo que contém decisão das autoridades administrativas sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetidos à sua apreciação. PROFESSOR BARNEY BICHARA 4
5. Alvará É o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividade sujeito ao poder de policia do Estado. O alvará é o instrumento (forma) da licença ou da autorização. PROFESSOR BARNEY BICHARA 5