BENEFÍCIOS EVENTUAIS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS: ACESSANDO DIREITOS1



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Transcrição:

1 BENEFÍCIOS EVENTUAIS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS: ACESSANDO DIREITOS1 Aline Cristina Maciel2 Janice Merigo3 RESUMO: Este artigo científico traz à baila a discussão dos benefícios eventuais da Assistência Social, principalmente os auxílios natalidade e funeral, no município de Florianópolis, destacando a legislação e suas modalidades. Os benefícios eventuais que fazem parte da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8742, de Dezembro de 1993 e conforme o art. 22, que são prestados de forma suplementar, temporária e regulamentados pelas Resoluções, nº 212 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) de 19 de outubro de 2006, no município de Florianópolis, nº 131 do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) de 21 de dezembro de 2006 e pelo Decreto-lei nº 6.307, de 14 de dezembro de 2007, apresentando os critérios de concessão aos usuários. Lembrando que os benefícios eventuais são integrados a rede socioassistencial. Relata ainda a experiência da execução do projeto de intervenção Publicização dos benefícios de auxílio natalidade e funeral do município de Florianópolis, realizado nas instituições hospitalares do município de Florianópolis, por considerar que é nestes espaços sócioocupacionais dos Assistentes Sociais, onde nascem e morrem os cidadãos. Portanto, precisam da informação em relação ao acesso dos benefícios eventuais, enquanto direito. 1 Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), como requisito parcial para obtenção do Título Bacharel em Serviço Social. 2 Aline Cristina Maciel Acadêmica de Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). E-mail: Alininha.cm@hotmail.com 3 Janice Merigo Professora Orientadora, Mestre em serviço Social pela PUCRS. E-mail: janice.merigo@unisul.br

2 Palavras-chave: Assistência Social. Benefícios Eventuais. Acesso a Direitos. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo é uma exigência da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II para finalização do curso de graduação de Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Durante o período de estágio curricular obrigatório observou-se os desafios para garantir uma política de informação sobre os direitos à população usuária, isto devido à ausência de entrosamento entre as demais Políticas de intersetorialidade, no sentido de garantir a ampla divulgação dos direitos aos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral no município de Florianópolis. Nesta perspectiva, este artigo tem como objetivo geral apresentar e discutir os benefícios eventuais da Assistência Social no município de Florianópolis. E como objetivos especifico contextualizar a Política de Assistência Social de Florianópolis; caracterizar as legislações que garantem os benefícios eventuais à população atendida pela Assistência Social, e as modalidades de garantia dos benefícios eventuais à população do município de Florianópolis; socializar os benefícios eventuais relatando a experiência da execução do projeto de intervenção focando na publicização dos benefícios de auxílio funeral e natalidade. 2 CONTEXTUALIZANDO A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE FLORIANÓPOLIS A Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) é uma organização pública, com administração direta e caráter governamental, responsável pelo

3 desenvolvimento do município e de seus munícipes. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, pois toda arrecadação do município provém de tributos, que é revertido em investimentos como centros de saúde, escolas, obras de infra-estrutura, entre outros. Fazendo parte da Prefeitura Municipal de Florianópolis temos a Secretaria Municipal de Assistência Social e Juventude (SEMAS), administrada atualmente pelo Senhor Secretário adjunto Helio Abreu Filho. Nesta Secretaria está inserida a Diretoria de Proteção Social Básica, vinculado a esta Diretoria encontra-se o Programa de Atenção Socioassistencial (PASA). O Programa desenvolve ações em conformidade com o que estabelece a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e o Decreto 6.307 de 14 de Dezembro de 2007, são benefícios prestados às famílias, em situação de natalidade, morte e ou calamidade pública. Esses benefícios são suplementares e provisórios. A procura pelo PASA acontece por demanda espontânea e advinda dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) pela chamada concessão de benefícios, onde se faz uma avaliação sócia econômica, para que se possam conceder cestas básicas; fraldas geriátricas; cartão vale transporte para tratamento de saúde; auxílio aluguel; auxílio funeral e natalidade. A demanda chega ao programa por diferentes fatores, como: o desemprego ou subemprego, a situação econômica da família, e a desigualdade social. Busca-se desta forma, então, atender as necessidades relacionadas às vulnerabilidades sociais apresentadas. Em relação às solicitações dos benefícios, os usuários realizam o requerimento nos CRAS e o qual se encarrega de encaminhar ao PASA, exceto as solicitações dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral, esses o requerimento deve ser realizado diretamente no PASA. E mesmo com a tipificação orientando para a descentralização nos CRAS e nos CREAS, a princípio continuará desta forma com a aprovação do novo Plano de Assistência Social do município de Florianópolis. Dentro dos objetivos da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) está o de desenvolver serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social voltados à população em situação de vulnerabilidade social.

4 Assim, de acordo com esta política, o PASA no ano de 2006, passou a estar articulado na rede sócio-assistencial compondo um dos principais serviços de garantia da Proteção Social Básica. Como exposto na PNAS: [...] são considerados serviços de proteção básica aqueles que têm a família como unidade de referência, ofertando um conjunto de serviços locais que visam à convivência, à socialização, e ao acolhimento de famílias cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos.4 Com a construção da PNAS houve um avanço para a constituição do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) O SUAS, implantado em julho de 2005, configura-se como o esforço de romper com o modelo assistencialista, fragmentado e de atuação pontual no Brasil, de acordo exigiuse um novo modelo assistencial com caráter público na Assistência Social, comprometido em efetivar resultados, garantir seguranças sociais e direitos aos usuários. Quanto à regulamentação das funções da Assistência Social, prioriza-se a normatização a proteção social básica, nela a operação dos CRAS. Regular dimensão preventiva, territorializada e de matricial idade sóciofamiliar no novo modelo assistencial das atenções de assistência social sistematizado pelo Programa de Atenção Integral à Família (PAIF). Trata-se da regulação da porta de entrada do SUAS através do CRAS. O SUAS segue os princípios da Constituição Federal e da Lei Orgânica de Assistência Social, como já citamos, uma das grandes inovações do sistema é a definição de níveis diferenciados de complexidade na organização dos equipamentos públicos. As ações da assistência social são organizadas em dois tipos de proteção, básica e especial, e desenvolvidas e/ou coordenadas pelas unidades públicas: Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS) de média e alta complexidade, concretizando os constitucionais. 4 MDS. Guia de políticas e programas do Ministério do Desenvolvimento Social e combate a fome. Brasília: Governo Federal, 2008, p. 27. direitos

5 No município de Florianópolis os CRAS articulam-se com o Programa de atenção Sócio-assistencial (PASA), além de outros programas da rede. No que se refere à concessão de benefícios eventuais, esses prestados aos cidadãos e às famílias nos casos de nascimento, morte, situação de vulnerabilidade temporária, e de calamidade pública, os auxílios natalidade e funeral, é de responsabilidade do PASA avaliar as solicitações e realizar a concessão. Referente à concessão dos outros auxílios como: auxílio alimentação, fraldas geriátricas e infantis, e cartão de vale transporte para tratamento de saúde, cabe aos CRAS avaliar, o PASA é responsável apenas pela concessão. 3 BENEFÍCIOS EVENTUAIS No decorrer dos tempos os benefícios eventuais sofreram várias modificações até chegarem à forma como são, hoje, conhecidos. Em 1 de maio de 1954, o Decreto-lei n 35.448 instituiu os primeiros benefícios eventuais, que foram concedidos na forma de auxílio por nascimento e por morte, denominados, respectivamente, de auxílios maternidade e funeral. Esses benefícios, na esfera previdenciária, eram oferecidos em pagamento único de um salário mínimo somente aos assegurado da Previdência Social, sendo que o acesso ao auxilio maternidade era concedido à gestante, ou ao seu cônjuge e estava vinculado ao pagamento de no mínimo doze (12) contribuições mensais ao sistema. Para o auxílio por morte não era necessária à comprovação do tempo de contribuição, sendo assegurado àquele que comprovasse pagar as despesas de funeral com algum segurado da Previdência Social. Nesta perspectiva, percebe-se que os benefícios eventuais estavam ligados à contribuição prévia ao sistema previdenciário. Com a criação da Lei n. 3.807, a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), em 26 de janeiro de 1960, foi ampliado o acesso ao auxílio maternidade, incluindo-se como dependente do segurado, além da esposa não segurada, qualquer pessoa designada por

6 este, dentre elas: filha ou irmã maior, solteira, viúva ou desquitada. Entretanto, para que esta designação fosse efetiva era necessário que o segurado, além de doze prévias contribuições mensais, fosse inscrito no regime da Previdência com no mínimo, trezentos dias antes do parto. A referida Lei manteve o valor e a forma de pagamento do benefício acrescentando o pagamento de dois salários mínimos, quando não houvesse possibilidade de prestação de assistência médica à gestante. A LOPS, em relação ao auxílio funeral fixou o pagamento do valor de dois salários mínimos aos dependentes do segurado falecido, para auxiliar nas despesas com o funeral e o luto, o mesmo benefício alcançava o executor do funeral daquele que não tinha dependente, desde que as despesas fossem comprovadas. A Lei n. 8.213, de 24 de agosto de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, introduziu o princípio da seletividade na provisão dos benefícios eventuais, elegendo como beneficiários, os segurados com renda correspondentes, à época, até três salários mínimos. Este diploma legal também estabeleceu como limite máximo do valor do pagamento de ambos os auxílios, a importância de um salário mínimo vigente. Em 7 de dezembro de 1993, com a criação da Lei n. 8742, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) a política que envolve os Benefícios Eventuais foi novamente modificada. O art. 40 da LOAS extinguiu os auxílios previdenciários (natalidade e funeral) substituindo-os pelos benefícios elencados em seu art. 22, embora o pagamento dos auxílios natalidade e morte continuassem a serem efetuados pela Previdência até 1996. Art. 22: Entendem-se por benefícios eventuais aqueles que visam ao pagamento de auxílio por natalidade ou morte às famílias cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. 1º A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão regulamentados pelos Conselhos de Assistência Social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante critérios e prazos definidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 2º Poderão ser estabelecidos outros benefícios eventuais para atender necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária, com prioridade para a criança, a família, o idoso, a pessoa portadora de deficiência, a gestante, a nutriz e nos casos de calamidade pública.

7 3º O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), ouvidas as respectivas representações de Estados e Municípios dele participantes, poderá propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das três esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade, nos termos da renda mensal familiar estabelecida no caput.5 Assim, observa-se que os benefícios eventuais estão previstos no art. 22 da Lei Orgânica de Assistência Social, sendo regulamentados, posteriormente pela Resolução n. 212, de 19 de outubro de 2006, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), e pelo Decreto-lei n. 6.307, de 14 de dezembro de 2007. Também são reconhecidos e enfatizados pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e pela Norma Operacional Básica (NOB/SUAS). Os benefícios eventuais compõem junto com o benefício de prestação continuada o conjunto de benefícios assistenciais no âmbito da Política de Assistência Social, sendo que eles são prestados de forma suplementar e temporária diante de determinadas situações de vulnerabilidade ocasional. De acordo com o Guia de Políticas e Programas de Ministério do Desenvolvimento Social, os benefícios eventuais são provisões suplementares e provisórias, prestadas aos cidadãos e às famílias, em virtude de nascimento, morte, situação de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, que integram organicamente as garantias do SUAS.6 Os benefícios eventuais atendem situações de vulnerabilidade, todavia somente aquelas reconhecidas pela Política de Assistência Social. Desta maneira, as provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios diretamente vinculados ao campo da saúde, educação, integração nacional e das demais políticas setoriais não são incluídas na modalidade de benefícios eventuais da assistência social.7 5 BRASIL. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993: Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm>. Acessado em: 25.set.2010. 6 MDS. Guia de políticas e programas do Ministério do Desenvolvimento Social e combate a fome. Brasília: Governo Federal, 2008. 7 Ibidem.

8 A prestação e o financiamento dos benefícios eventuais estão na esfera de competência dos municípios e do Distrito Federal, com responsabilidade de co-financiamento pelos Estados. Desta forma, a concessão e o valor dos benefícios eventuais são instituídos pelos municípios e pelo Distrito Federal e estão previstos nas respectivas Leis Orçamentárias Anuais, sendo seus critérios e prazos estabelecidos pelos Conselhos de Assistência Social de cada município. Os critérios adotados para que o usuário receba os benefícios eventuais são reconhecidos nas seguintes modalidades: auxílio natalidade, auxílio por morte (os auxílios natalidade e funeral no município de Florianópolis são regulamentados na resolução nº131 do CMAS, de 21 de dezembro de 2006), situação de vulnerabilidade temporária e nas situações de calamidade pública (estes se encontram em tramite de regulamentação). Na modalidade de auxílio natalidade o benefício é concedido quando há o nascimento de um membro da família e a realidade dos usuários deve condizer com os seguintes critérios: Residir no município de Florianópolis; Possuir renda per capita familiar de ½ salário mínimo vigente; e a solicitação deve ser realizada antes do nascituro completar a idade dois meses de vida. O auxílio é prestado em pecúnia no valor de um salário mínimo vigente. O benefício eventual de auxílio natalidade procura atender: As necessidades do bebê que vai nascer; Apoiar à mãe quando o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento; Apoiar à família no caso de morte da mãe. A concessão do auxílio por morte objetiva suprir a família nas ocasiões relacionadas ao falecimento de algum de seus membros. Embora, o município de residência do requerente deste benefício eventual possa determinar aspectos peculiares a ser garantido, geralmente ele se propõe: A suprir as despesas de urna funerária, velório e sepultamento; Amenizar as necessidades urgentes da família para enfrentar riscos e vulnerabilidades advindas da morte de um de seus provedores ou membros;

9 O ressarcimento das despesas com o funeral, no caso da ausência do benefício eventual no momento em que este se fez necessário. O auxílio funeral no município de Florianópolis é prestado em serviços funerários, um pacote: uma urna mortuária tipo 01, isenção da taxa de sepultamento, um translado fúnebre, e capela para velório. O benefício será prestado aos familiares da pessoa falecida que não disponham de recursos financeiros para custear o funeral, e a pessoa falecida deve residir no município. A concessão do benefício ao atendimento a situações de vulnerabilidades temporárias busca cobrirem acontecimentos do cotidiano dos cidadãos que possam de diferentes formas, provocarem dificuldades. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, esses eventos são caracterizados pelo advento de riscos, perdas e danos à integridade pessoal e familiar decorrentes de: Falta de acesso a condições e meios para suprir a reprodução social cotidiana do solicitante e de sua família, principalmente a de alimentação; Falta de documentação; Falta de domicílio; Abandono ou impossibilidade de garantir abrigo a seus filhos; Perda circunstancial decorrente da ruptura de vínculos familiares; Presença de violência física ou psicológica na família ou por situações de ameaça à vida; Desastres e calamidade pública; Outras situações sociais identificadas que comprometam a sobrevivência. Nestas perspectivas o município de Florianópolis criou alguns auxílios como: auxílio alimentação; auxílio fraldas (geriátricas e infantis); e auxílio transporte (cartão para tratamento de saúde). Auxilio Alimentação é um benefício prestado ainda em forma de bem material, efetuado mediante o fornecimento de gêneros alimentícios básicos (cesta básica). Este benefício é solicitado nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) mediante cadastro socioeconômico. No

10 planejamento anual 2010 2013 foram prevista a implantação de Cartão Cidadão que consiste em transferir determinado valor em reais para a compra de alimentos, substituindo a cesta básica, com vistas à autonomia das famílias e usuários. Auxilio Fraldas (geriátricas e Infantis) - este benefício, os retornos mensais são atendidos no PASA. É uma provisão de 04 (quatro) pacotes de fraldas descartáveis para o cuidado e o atendimento das necessidades fisiológicas de crianças, adolescentes, adultos e idosos, que apresentem alguma deficiência físico-mental ou fragilidade por acidente ou doença, ou ainda, por uma restrição momentânea de saúde física e mental. Auxilio Transporte (Cartão para tratamento de Saúde) é a provisão destinada ao transporte urbano em âmbito municipal para o usuário que esteja realizando tratamento/acompanhamento de saúde. Este benefício é solicitado através dos CRAS, cuja solicitação deve conter a requisição médica prescrita com a quantidade de vezes o usuário e/ou acompanhante necessita para retorno ao tratamento de saúde. O benefício eventual dirigido ao atendimento a situações de calamidade pública fundamenta-se no reconhecimento, pelo Poder Público, de situações advindas de baixas ou altas temperaturas, tempestades, enchentes, inversão térmica, desabamentos, incêndios, epidemias, ou seja, fatos que produzem sérios danos, inclusive a vida, à comunidade afetada. De acordo com o benefício eventual de calamidade pública o município dentro de suas necessidades criou o auxílio aluguel, este benefício está destinado a famílias e indivíduos afetados em situações de emergência, desastres e calamidades públicas, devidamente reconhecidas pelos órgãos responsáveis do município, cuja moradia seja ou tenha sido interditada definitivamente pela Defesa Civil. Os usuários são atendidos diretamente no PASA. Esta provisão refere-se à ajuda de custo para pagamento de aluguel pelo período de três meses, podendo ser prorrogado enquanto permanecer a situação de riscos, perdas e danos à integridade pessoal e familiar.

11 4 SOCIALIZANDO OS BENEFÍCIOS EVENTUAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Durante o processo de estágio no Programa de Atenção Sócioassistencial da Secretaria Municipal de Assistência Social e Juventude de Florianópolis, sob a supervisão do profissional de Serviço Social, perceberamse os desafios para garantir uma política de informação sobre os direitos à população usuária, isto devido à ausência de entrosamento entre as demais Políticas de intersetorialidade, no sentido de garantir a ampla divulgação dos direitos aos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral no município de Florianópolis. Sentiu-se a necessidade de publicizar as informações referentes aos benefícios eventuais auxílio natalidade e auxílio funeral aos profissionais do Serviço Social da rede pública hospitalar, em virtude de que grande parte da população usuária recebem seu primeiro atendimento nestes locais. O profissional deve ter clareza dos critérios de acesso aos benefícios para que haja um encaminhamento correto aos usuários, assim prevendo a viabilização aos direitos sociais. Em todas as instituições hospitalar públicas em que executamos o projeto de intervenção Publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis - além dos minutos de discussão e esclarecimentos, realizamos a entrega de cartazes disponibilizados pela Prefeitura municipal de Florianópolis e folders explicativos referente aos benefícios eventuais, sua regulamentação e critérios.

12 Foto 1 - Visita a instituição Hospitalar Fonte: arquivos do PASA, 2010. Figura 1 - Modelo do folder entregue nos locais visitados Fonte: elaborado pela autora.

13 No dia 25 de agosto, realizamos a visita no hospital Florianópolis, referente à execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis, na instituição hospitalar a Assistente Social (profissional 1), nos disponibilizou alguns minutos de seu horário, para esclarecimentos. A Profissional do Serviço Social nos relatou a importância da publicização dos benefícios eventuais, a necessidade de esclarecimento aos usuários, Afirmando ainda A divulgação de benefícios é fundamental, pois está previsto na LOAS art.4º, não podemos deixar que o usuário receba as informações referente aos seus direitos somente quando há procura pelo profissional do Serviço Social. Colocou que o tempo de alguns minutos para discutir-mos o assunto é o suficiente para os devidos esclarecimentos. Comentou o dever do poder público de estar realizando a publicização de programas, projetos, benefícios e serviços. No dia 26 de agosto, realizamos reunião na Maternidade Carmela Dutra, referente a execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefício eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do municípios de Florianópolis, na instituição hospitalar a profissional do Serviço Social atuante (profissional 2). A Assistente Social nos relatou a importância da ampliação da divulgação dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxilio funeral para os munícipes, elogiando a iniciativa, essa que deveria ser do poder público. Ainda, no dia 26 de agosto realizamos reunião com as profissionais do serviço Social atuantes no Hospital Governador Celso Ramos, esclarecemos dúvidas, e discutimos os auxílios. Dúvidas que surgiu referente ao auxílio Funeral: existem casos em que o paciente incha muito, ou até mesmo por excesso de peso, assim o paciente não cabe no caixão fornecido pelo auxílio funeral da prefeitura nos casos quando o caixão, o que fazer? A funerária de plantão que atenderá a família do paciente tem o dever, a obrigação de fornecer um caixão do tamanho adequado. Nos casos de falecimento de moradores de rua, desde que sejam munícipes, tem direito ao auxílio. Destacaram a relevância social do projeto, de utilidade pública.

14 No dia 01 de setembro, realizamos a reunião no hospital Nereu Ramos, referente a execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefício eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do municípios de Florianópolis, na instituição hospitalar a Assistente Social responsável atuante (profissional 3) nos disponibilizou alguns minutos de seu horário, para esclarecimentos. A Assistente Social nos relatou sua experiência com o benefício eventual de auxílio funeral, pois a instituição não atende gestante. Declara a importância da divulgação, porém nos coloca que a ação é realizada no momento do óbito. Em sua visão os familiares dos usuários já têm a consciência do benefício de auxílio funeral assim já procuram seus direitos. Quando á gravidade em um caso os familiares dos pacientes internados nos procuram para esclarecimentos. Ainda, no dia 01 de setembro, a reunião aconteceu no hospital Infantil Joana de Guamão, referente à execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis, na instituição hospitalar a Assistente Social (profissional 4), nos disponibilizaram alguns minutos de seu horário, para esclarecimentos. Relataram-nos que a maioria de seus pacientes atendidos são de outros municípios, onde os benefícios eventuais de auxílio natalidade e funeral não são regulamentados. Nos casos de falecimento os municípios de origem dos pacientes têm a responsabilidade do translado, assim também acontece nos casos de alta dos nascituros. Porém destacam a importância da divulgação dos direitos regulamentados aos munícipes. Também, no dia 01 de setembro, realizamos a reunião no Centro de Pesquisas Oncológicas, referente à execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis, na instituição hospitalar a Assistente Social (profissional 5), nos disponibilizou alguns minutos de seu horário, para esclarecimentos. A Profissional do serviço social nos reforçou o saber de que não atendem gestantes e nascituros, porém relata a importância da publicização, pois sempre haverá a quem divulgar. No caso do auxílio funeral coloca a

15 informação como responsável pela garantia dos direitos. Relata que realizam reuniões de família, com os familiares do paciente, para falar sobre o tabu da morte. Acredita que o bom relacionamento e a integração entre os profissionais do Serviço Social de todos os serviços, projetos, programas e benefícios, resultaram em informações e encaminhamentos corretos. No dia 02 de setembro, realizamos o encontro no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, referente à execução do projeto de intervenção: a publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis, na instituição hospitalar fomos recebidos pela Assistente Social (profissional 6), para esclarecimentos. A Assistente Social atuante na instituição nos colocou que já realizam um trabalho de divulgação aos usuários referente ao auxílio natalidade. A Profissional nos relatou a importância do projeto de publicização para embasamento na garantia dos direitos, agindo no resgate da cidadania. Diante do término da execução do projeto de intervenção Publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral do município de Florianópolis - analisando podemos confirmar que grande parte dos profissionais do Serviço Social atuantes nas instituições visitadas exalta a importância da publicização como meio de garantia de acesso a direitos. Infelizmente dentre todos os profissionais abordados observamos em alguns a ausência de interesse na publicização, não só dos benefícios eventuais, mas de toda a rede socioassistencial. Diante da deficiência da publicização pela mídia, percebemos a importância dos profissionais envolvidos, para que haja a integração entre a rede resultando na ação contra as situações de vulnerabilidade ocasional. Na perspectiva dos direitos sócio-assistenciais os benefícios eventuais devem ser publicizados de forma clara e objetiva com intuito de que os cidadãos tenham acesso ao que lhes é de direito. De acordo com as legislações, encontramos no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) os direitos sócio-assistenciais. Todos os direitos de proteção social de assistência social consagrados em Lei para todos: Direito, de todos e todas, de usufruírem dos direitos assegurados pelo ordenamento jurídico

16 brasileiro à proteção social não contributiva de assistência social efetiva com dignidade e respeito.8 Diante da colocação torna-se imprescindível divulgar e esclarecer o acesso da população, sobre os direitos sócio-assistenciais, seu modo de gestão e financiamento e instâncias para defendê-los, exercendo o controle social. Conforme rege Art. 4º inciso V da LOAS: Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: [...] V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. [...]9 O profissional do Serviço Social deve ter uma visão sócio-educativa exaltando os direitos do usuário atendido. De acordo com PEDRINI o profissional deve garantir o acesso gratuito do usuário a serviços, programas, projetos, benefícios e à defesa e garantia de direitos, previstos na PNAS, sendo vedada à cobrança de qualquer espécie. 10 A rede sócio-assistencial de proteção no que se refere a sua composição é composta diretamente por organizações governamentais, e pelas organizações não governamentais e entidades de assistência social. Implica em realizar atendimento, assessoramento ou defesa e garantia de direitos na área da assistência social e aos seus usuários, de forma permanente, planejada e contínua. 5 CONCLUSÃO Atualmente, se tem percebido uma preocupação maior com os benefícios eventuais, resultante da própria política de assistência social que adota como premissa a prioridade do direito do cidadão e dever do Estado. 8 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acessado em: 15.ago.2010. 9 BRASIL. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993: Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm>. Acessado em: 25.set.2010. 10 PEDRINI, Dalila Maria. Controle Social da Rede Sócio-assistencial. Reunião Ampliada do Conselho Estadual de Assistência Social - SC. Florianópolis, abril de 2009, slide 5.

17 Porém observamos algumas diferenças entre a dinâmica de trabalho exercida pelos profissionais atuantes do Serviço Social nas instituições hospitalar públicas que visitamos na execução do projeto de intervenção Publicização dos benefícios eventuais de auxílio natalidade e auxílio funeral no município de Florianópolis. Entendemos que os benefícios eventuais fazem parte da rede sócioassistencial e a importância da contribuição do Serviço Social na publicização, de acordo com a demanda exposta pelo usuário. Podemos ter como exemplo, no caso de um atendimento, o usuário demanda de um benefício/serviço que não é fornecido em seu local de atuação profissional, diante deste se faz realizada a publicização da rede sócio-assistencial. Conclui-se que, a importância de divulgar os direitos sociais garantidos na Lei Orgânica da Assistência Social, por ser um dos campos de intervenção de trabalho do Serviço Social enquanto esclarecedor na ampliação e consolidação da cidadania, para a população usuária na medida em que possa esse estudo proporcionar o debate e a reflexão referente aos benefícios eventuais e subsidiar contribuições inovadoras. Relatamos que ainda não podemos dar por finalizado a discussão referente aos benefícios eventuais, em decorrência das constantes evoluções do SUAS com novas resoluções e práticas desenvolvidas pelas equipes de profissionais. É importante esclarecer que a literatura é escassa sobre os benefícios eventuais, de modo que a única fonte desse trabalho foi o material produzido pelo próprio Ministério do Desenvolvimento Social. REFERÊNCIAS BRASIL. Guia de políticas e programas do Ministério do Desenvolvimento Social e combate a fome. Brasília: Governo Federal, 2008.. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993: Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm>. Acessado em: 25. Set.2010.

18. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS): Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Resolução nº145, de 15 de outubro de 2004. Política Nacional de Assistência Social PNAS. Brasília, 2004.. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS): Direitos sócio-assistenciais. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/sites/conferencias-1/sites/conferencias-1/arquivos/10direitos-socio-assistenciais>. Acessado em: 23.out.2010.. Ministério do Desenvolvimento Social. Disponível em: http://www.mds.gov.br. Acessado em agosto/2010. PEDRINI, Dalila Maria. Controle Social da Rede Sócio-assistencial. Reunião Ampliada do Conselho Estadual de Assistência Social - SC. Florianópolis, abril de 2009, slide 5.