Aliança para a prevenção rodoviária

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Transcrição:

Aliança para a prevenção rodoviária 1

Aliança para a prevenção rodoviária O número de vítimas mortais resultante de acidentes rodoviários em Portugal continua a ser preocupante. Apesar da gravidade atribuída a esta problemática, a maioria dos Portugueses desconhece a dimensão real do fenómeno. A Aliança para a Prevenção Rodoviária tem como missão mobilizar o mundo empresarial e a sociedade para o combate à sinistralidade rodoviária. Em 2012, a Galp Energia criou a Aliança para a Prevenção Rodoviária (APR), um projeto multistakeholder que tem como missão mobilizar o mundo empresarial e a sociedade para a problemática da sinistralidade rodoviária, assente numa lógica de longo prazo e de conjugação de sinergias. O conceito da APR traduz o envolvimento das partes interessadas como eixo estratégico, através de um compromisso que envolve os participantes. A APR é apoiada por um modelo de governance multistakeholder que funciona como uma rede que reúne alguns dos principais atores e peritos nacionais em matéria de segurança e prevenção rodoviária. O objetivo desta rede passa por partilhar informação e desenvolver ferramentas que contribuam para a sensibilização e para a melhoria dos comportamentos no trânsito da população portuguesa. A plataforma envolve 20 entidades e 20 empresas, que representam cerca de 37.000 colaboradores. Os objetivos da APR centram-se principalmente na: aposta na prevenção rodoviária; mobilização da sociedade e das partes interessadas; investigação e sensibilização; alteração de comportamentos; redução da sinistralidade. 2

Da identificação das partes interessadas às conclusões do estudo As fases desenvolvidas em 2012 tiveram início com o diagnóstico e envolvimento das partes interessadas, continuando para a realização de um estudo sobre atitudes e comportamentos dos portugueses face à sinistralidade rodoviária. Foram realizados grupos de discussão em 20 empresas, que envolveram mais de 240 colaboradores - a perspetiva sobre a temática da segurança e prevenção rodoviária foi assim alargada à comunidade empresarial. Para obter uma amostra representativa da população portuguesa, foi realizado um inquérito telefónico a 800 cidadãos. O estudo tinha dois grandes objetivos: conhecer, de forma aprofundada, as atitudes e comportamentos dos portugueses face à sinistralidade rodoviária e envolver as partes interessadas da Galp Energia. O estudo foi realizado pelo ISCTE Cis-IUL, parceiro académico da APR, e o primeiro deste âmbito em 10 anos. De acordo com as conclusões do estudo, a sinistralidade rodoviária é considerada um fenómeno grave e preocupante. Apesar da gravidade atribuída a esta problemática social, a maioria dos participantes desconhecia a dimensão real do fenómeno (vítimas mortais, feridos graves e ligeiros, número de acidentes anuais). As causas espontaneamente apontadas para a sinistralidade rodoviária foram sobretudo as lacunas ao nível dos valores e da educação (falta de civismo e formação inadequada dos condutores), assim como comportamentos de risco (velocidade excessiva, condução sob o efeito de álcool, uso do telemóvel, cansaço, stress e distração). E o curioso é que ao longo do estudo, houve um facto recorrente nas respostas, que resultou numa das principais conclusões na heteroavaliação dos estilos de condução, os inquiridos consideram os condutores portugueses apressados, distraídos e agressivos; enquanto que na autoavaliação, admitiram incorrer em infrações ao código da estrada, mas consideram que recorrem a uma condução defensiva, com agilidade e conhecimento do veículo e do código da estrada, transmitindo segurança aos passageiros. 3

Segmentos de risco e agentes de mudança Os dados do estudo mostram que é premente atuar junto dos homens em geral, dos jovens entre os 18 e os 24 anos, dos jovens-adultos entre os 25 e os 34 anos e dos condutores de serviço. Estes são os segmentos que mais demonstram comportamentos de risco. Como eventuais embaixadores da mudança dos comportamentos na estrada, o destaque vai para as mulheres e para os condutores que nunca tiveram acidentes. Projeto para o futuro A GALP percebeu que muitas empresas e entidades contam com materiais, conteúdos e boas práticas desenvolvidos em matéria de segurança e prevenção rodoviária - com sinergias de partilha, é possível otimizar recursos e custos. A mais-valia de trabalhar em rede é que as ações/ferramentas conjuntas terão maior impacto do que iniciativas individualizadas. Em 2014, a APR vai continuar a atuar a dois níveis: empresarial e sociedade. A APR quer reforçar a criação de uma cultura de segurança e prevenção rodoviária no meio empresarial, envolvendo clientes e fornecedores em ações concretas. No que toca à sociedade, a APR pretende dar visibilidade ao tema através de ações de sensibilização sobre prevenção e segurança rodoviária dirigidas a vários públicos: ONG s, terceiro sector, crianças e jovens. Para tal, vão ser criadas ferramentas de partilha de informação, serviços e ações, com vista à construção de uma rede em torno da temática, capaz de atingir os objetivos de redução da sinistralidade em Portugal. A Aliança para a Prevenção Rodoviária é um exemplo da nova responsabilidade social das empresas, que trará inovação e impacto graças à co-construção com as partes interessadas. Não se trata apenas de informar ou comunicar, mas sim de criar uma rede de especialistas e empresas com vista a partilhar informação e desenvolver ferramentas que contribuam para a sensibilização e melhoria dos comportamentos no trânsito da população portuguesa. E que consequentemente contribuam para a redução dos índices de sinistralidade rodoviária em Portugal. 4

Sinistralidade em Portugal: breve enquadramento O número de vítimas mortais resultante de acidentes rodoviários em Portugal continua a ser preocupante: 92 mortos/milhão de habitantes em 2010 (ANSR 2012), valor muito acima da média da União Europeia em 2010, que se situou em 61 mortos/milhão de habitantes (Eurostat). Ainda assim, os números têm vindo a diminuir nos últimos anos para cerca de metade - 891 vítimas mortais em 2011 (ANSR 2012) face a 1.469 vítimas mortais em 2002 (Direção-Geral de Viação, 2003). Comité de direção multistakeholder A APR tem um Comité de Direção, composto pela Galp Energia, Fundação Galp Energia, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entidade que tem por missão o planeamento e coordenação de apoio à política do Governo em matéria de segurança rodoviária nacional; Direção-Geral da Saúde (DGS), representante da década de ação pela segurança no trânsito 2011-2020, e pela Sair da Casca, consultora na área do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social corporativa. A APR conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República. 5

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