Projecto Vitalidade XXI. FIPA Federação das Indústrias Agro-Alimentares. Conclusões do estudo. A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis
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- Manoela Lancastre Gameiro
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1 Projecto Vitalidade XXI FIPA Federação das Indústrias Agro-Alimentares Conclusões do estudo A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas e Apresentação dos compromissos da indústria alimentar portuguesa A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 1
2 Sobre a FIPA: A FIPA, enquanto porta-voz da indústria agro alimentar, tem como objectivo liderar os processos de decisão estratégicos para este sector. A FIPA representa o principal sector industrial nacional quanto a volume de negócios. O sector agroalimentar representa 9% do produto interno bruto (PIB) nacional e 16% da indústria portuguesa, o que significa um total de 8000 empresas e postos de trabalho. Para obter mais informações, contactar: Pedro Queiroz, director-geral da FIPA pedro.queiroz@fipa.pt A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 2
3 Introdução Vitalidade XXI a Indústria Alimentar por uma Vida Saudável é o nome do projecto que a Federação das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA) lançou em 2005, no âmbito do plano estratégico apresentado em Assembleia-Geral e ao Conselho Consultivo da Federação. Trata-se de uma iniciativa de carácter inovador em Portugal, visto ser a primeira vez que todo um sector procede a uma consulta extensa junto das partes interessadas. O projecto decorrerá ao longo de três anos e visa promover os estilos de vida saudáveis, no âmbito da responsabilidade social do sector. Num contexto em que a OMS 1 classificou a obesidade como a "epidemia do século XXI", o projecto Vitalidade XXI nasceu da vontade da indústria de contribuir para a prevenção da obesidade no nosso país, em especial da obesidade infantil. Pretende-se partilhar desta forma uma preocupação de toda a sociedade. A indústria agro-alimentar, enquanto membro do Programa Nacional de Combate à Obesidade, deseja, pois, dar o seu contributo e trabalhar em parceria com os poderes públicos, os profissionais da saúde e as associações de consumidores, a partir da eficácia, eficiência e responsabilização de todos os actores, incluindo os consumidores. No contexto desta iniciativa, foi começado, em 2005, um levantamento das boas práticas da indústria portuguesa, no que diz respeito à promoção de estilos de vida saudáveis (que será concluído em 2006). Para além desta acção, foi também efectuada uma consulta às várias partes interessadas da indústria (associados da FIPA, instituições relacionadas com a saúde, educação e defesa do consumidor, media, associações de anunciantes, grande distribuição, etc.), no sentido de tornar mais claras as preocupações e posições de cada uma. Este estudo ajudou a FIPA a entender melhor os diferentes actores, a reflectir sobre o seu papel na questão dos estilos de vida saudáveis e a conhecer o ponto de vista dos profissionais do sector, assim como o das outras partes interessadas. De seguida, apresentamos as principais conclusões do diagnóstico aos stakeholders, assim como os compromissos da indústria alimentar portuguesa. 1 WORLD HEALTH ORGANIZATION Global strategy on diet, physical activity and health, A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 3
4 A FIPA, enquanto entidade representante da indústria alimentar portuguesa, pretende assim contribuir construtivamente para o lançamento de uma plataforma de trabalho que permita desenvolver acções integradas, em todos os níveis da sociedade, e combater o problema da obesidade. Jorge Henriques Presidente da FIPA A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 4
5 Conclusões do estudo A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas Enquadramento do estudo O estudo A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas é uma iniciativa desenvolvida no contexto do projecto Vitalidade XXI, da FIPA Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares. Esta consulta às partes interessadas foi realizada entre Maio e Setembro de 2005, pela Sair da Casca (SDC), empresa de comunicação na área da responsabilidade social ( em colaboração com a Multivária, empresa de estudos de mercado que participou nos focus group realizados ( Âmbito do estudo O estudo foi realizado entre Junho e Setembro de 2005, junto de dois segmentos: 1. os profissionais do sector alimentar, 2. as partes interessadas externas, nomeadamente: os parceiros actores que intervêm na cadeia de valor (grande distribuição, restauração, publicidade, etc.); as instituições (entidades do Estado, associações de defesa do consumidor, associações profissionais relacionadas com a saúde e a nutrição, associações de pais, associações de doentes, etc.); os media. Objectivos do estudo O objectivo das reuniões de grupo e das entrevistas realizadas consistia em aferir as opiniões deste conjunto de stakeholders sobre quatro questões, bem como a percepção que tinham das mesmas: os estilos de vida actuais; o papel e a responsabilidade da indústria e dos outros actores ; os compromissos desejáveis no sentido de reforçar o contributo do sector e das outras partes interessadas na promoção dos estilos de vida saudáveis; as expectativas em relação à FIPA e ao projecto Vitalidade XXI. 91 pessoas participaram no estudo A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 5
6 As conclusões do estudo em 12 pontos 1. Existe uma convicção, partilhada por todos os actores, de que a obesidade e os problemas ou as doenças relacionados com os estilos de vida derivam de problemas multifactoriais. 2. Todas as associações e empresas do sector alimentar, assim como as outras partes interessadas, estão preocupadas com a problemática dos estilos de vida e querem assumir as suas responsabilidades. 3. O sector alimentar já tem um património de boas práticas suficientemente significativo para fazer parte da solução. 4. O património de boas práticas do sector é pouco conhecido pelos próprios profissionais da indústria e pelas outras partes interessadas: não existe uma comunicação sectorial institucional sistemática que valorize as boas práticas referidas. 5. A generalidade das partes interessadas reconhece que a indústria está a entrar numa fase de mudança e que encara este novo contexto como uma preocupação e uma oportunidade. 6. Existe uma grande sensibilidade dos diferentes actores (económicos, institucionais, dos media, etc.) para o problema, assim como uma forte vontade de trabalhar em conjunto. 7. A FIPA é reconhecida por todos como um interlocutor necessário e importante. 8. Em geral, existe a percepção de que o sector da indústria alimentar poderia melhorar a sua comunicação, no sentido de esclarecer melhor os consumidores, nomeadamente quando a publicidade é dirigida a crianças. 9. A generalidade dos participantes reconhece que faltam dados sobre os hábitos alimentares dos Portugueses e sobre a prevalência do excesso de peso e da obesidade. 10. A indústria, os media e algumas instituições consideram que o consumidor está a ser desresponsabilizado por aquilo que deve ser um direito: a escolha. 11. Existem posições diferentes no que respeita à resolução do problema a indústria e uma grande parte dos stakeholders defendem a auto-regulação do sector, enquanto alguns actores institucionais pretendem que o Estado assuma uma maior regulamentação. 12. A generalidade dos actores aguarda a implementação de uma acção concertada, que considera necessário desenvolver rapidamente. A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 6
7 Os compromissos da indústria alimentar portuguesa As nossas convicções Respeitamos a liberdade de escolha do consumidor e a sua responsabilidade individual. Acreditamos que não existem nem bons nem maus alimentos. Confiamos na capacidade de auto-regulação da nossa indústria. Preocupações e responsabilidades A indústria agro-alimentar está consciente das alterações dos estilos de vida e das respectivas consequências para a saúde dos consumidores; preocupa-se com o aumento da obesidade, nomeadamente o da obesidade infantil; reconhece que é essencial informar e promover a educação nutricional, formando profissionais e consumidores críticos e conscientes; compreende que a prevenção da obesidade deverá ser uma responsabilidade partilhada pela indústria e por todas as partes interessadas, de modo a que sejam alcançados os resultados necessários. Os nossos compromissos Estimular e envolver os Profissionais do Sector 1. Reforçar a autodisciplina do sector. 2. Informar e formar melhor os profissionais do sector sobre as questões relacionadas com a nutrição e a actividade física. 3. Reforçar a importância de uma comunicação mais atenta à vulnerabilidade das crianças. A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 7
8 4. Promover a adopção de uma rotulagem nutricional por todas as empresas do sector (sempre que a dimensão do produto o permitir). 5. Estimular a diversidade da oferta para responder aos diferentes estilos de vida e às diversas necessidades dos consumidores Comunicar e informar o público 6. Contribuir para a formação dos consumidores e facilitar a compreensão das informações nutricionais. 7. Promover uma alimentação equilibrada, a prática do exercício físico e estilos de vida saudáveis. Acompanhar e avaliar a evolução das acções 8. Incentivar as autoridades responsáveis para o desenvolvimento de um estudo que permita conhecer os hábitos alimentares e o estado da obesidade em Portugal. 9. Acompanhar e avaliar a implementação das acções, em colaboração com os actores envolvidos. A Indústria Alimentar e os Estilos de Vida Saudáveis A Percepção das Partes Interessadas 8
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