Santarém: 23 de Setembro de 2016 Sílvia Alminhas VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA NO PRÉ-HOSPITALAR QUANDO? COMO? PORQUÊ?
Quando? EDEMA AGUDO do PULMÃO em contexto Cardiogênico A Ventilação Não Invasiva (VNI) tem sido recomendada como terapia adjuvante no domínio do Pré-Hospitalar Reduz a necessidade de entubação endotraqueal e apresenta benefícios na taxa de mortalidade
Quando? O EDEMA AGUDO DO PULMÃO NA EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR Consiste numa das principais emergências médicas no Pré-hospitalar Corresponde a cerca de 8,3% (média de 70 casos/ano) das ativações da VMER ÉVORA (Base de dados da VMER ÉVORA 2015-2016)
Identificação de doentes com NECESSIDADE de SUPORTE VENTILATÓRIO Sinais e sintomas de dificuldade respiratória Dispneia moderada a grave FR > 24 cpm, tiragem ou respiração paradoxal Alterações nas trocas gasosas PaCO 2 > 45 mmhg com acidémia (ph< 7.35) PaO 2 /FIO 2 < 200
Candidatos a SUPORTE VENTILATÓRIO não invasivo Vígil, consciente, em respiração espontânea Dispneia secundária a falência respiratória hipoxémica/hipercapnica Sinais de fadiga (tiragem interscostal, tiragem supraclavicular ou movimentos respiratórios paradoxais) Capacidade de proteção via aérea e tosse eficaz Ausência de contraindicação para a VNI
Paragem respiratória Contra-indicações para VNI Instabilidade hemodinâmica grave (choque, cardiopatia isquémica, disritmias) Pneumotórax não drenado Traumatismo facial, queimaduras, cirurgias ou anomalias que interferem com a interface Hemorragia gastrointestinal Incapacidade de proteção da via aérea Secreções brônquicas abundantes Agitação ou incapacidade de colaboração
Fatores preditivos de Sucesso da VNI Monitorização Guidelines Protocolos Trabalho de Equipa Formação
Ponderar VMI. Quando Instituir VMI? Incapacidade do doente tolerar a interface por desconforto/dor Ausência de melhoria gasométrica ou dispneia Necessidade de EOT por secreções abundantes ou proteção da via aérea Instabilidade hemodinâmica Instabilidade electrocardiográfica com evidência de isquémia ou arritmias graves Ausência de melhoria do estado de consciência na 1ª hora
Como?
Boussignac CPAP
Como Começar? Selecionar a máscara Selecionar o modo ventilatório (CPAP) Selecionar os parâmetros ventilatórios (PEEP= 5) Colocar o doente em posição confortável (posição a 45º) Explicar e tranquilizar o doente/família Adaptar a máscara ao doente Iniciar a ventilação
Como?
Tolerância ao Ventilador Monitorização Clínica Nos primeiros 10 minutos verificar: Sincronia Doente/ventilador Conforto do doente Sinais de diminuição da dispneia Estado de consciência do doente Avaliar e corrigir fugas Ajustar máscara (considerar apoio mento/máscara facial) Sedar ligeiramente o doente se agitado Encorajar e tranquilizar o doente para obter boa adesão à VNI Monitorização Hemodinâmica Frequência Cardíaca Tensão Arterial Frequência respiratória Utilização da musculatura acessória
Porquê?
Junho/15 a Junho/16 VMER ÉVORA Cpap 18 10 Dispneia/EAP 76 63 Nº Total de Saídas 794 840 0 200 400 600 800 1000 ANO 2016 ANO 2015
Benefícios Esperados da VNI Assegurar oxigenação Redução da hipercapnia Diminuição do trabalho respiratório Controlo da dispneia Melhoria do estado hemodinâmico do doente Sem necessidade a Ventilação Mecânica
Sucesso ou Fracasso? Vigilância Resposta objetiva e subjetiva Avaliação estado consciência Avaliação trabalho respiratório, uso de músculos acessórios e diafragma FR FC, TA Sincronia, tolerância e fugas Reconhecer o insucesso
CONCLUSÃO O CPAP constitui uma recomendação classe IIa no tratamento do EAP Cardiogénico segundoa European Society of Cardiology. O CPAP (utilizado pela equipa da VMER Évora) revelou ser extremamente útil, seguro, prático e facilmente tolerado pelo doente. O CPAP deveria ser considerado como parte integrante dos protocolos de atuação nesta patologia, sendo a sua implementação imperiosa nas VMER do País, situação que deveria ser ponderada pelo DEM do INEM.
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