CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE COSTA OESTE DO PARANÁ

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Transcrição:

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE COSTA OESTE DO PARANÁ PROTOCOLO DE REGULAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 2016

REGULAÇÃO ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE DA COSTA OESTE DO PARANÁ 2016 ELABORAÇÃO: LEANDRO A. B. TOFALINI CRM 20.654 - Ortopedista e Traumatologista/CISCOPAR ALESSANDRA LIPPERT Diretora Técnica em Saúde/CISCOPAR LÚCIO MAURO DE ARAÚJO Enfermeiro CEP/CISCOPAR JOÃO BATISTA VIEIRA Enfermeiro CEP/CISCOPAR THIAGO DAROSS STEFANELLO Secretário Executivo/CISCOPAR 2

Conteúdo 1. INTRODUÇÃO... 4 2. OBJETIVOS... 6 3. MAPEAMENTO DO FLUXO DE ENCAMINHAMENTO... 7 4. AÇÕES DOS NÍVEIS DE ATENÇÃO... 8 5. CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO... 9 5.1 PRIORIDADES DE ENCAMINHAMENTO... 11 5.2 ENCAMINHAMENTO ESPECIALIZADO ATRAVÉS DO CISCOPAR... 12 6. FLUXOGRAMAS ESPECÍFICOS... 13 6.1 SUSPEITA DE FRATURA EXPOSTA... 14 6.2 FRATURAS... 15 6.3 OSTEOMIELITE AGUDA E SUBAGUDA... 16 6.4 OSTEOMIELITE CRÔNICA... 17 6.5 ARTRITE SÉPTICA... 18 6.6 ENTORSE DO TORNOZELO... 19 6.7 LOMBALGIA... 20 6.8 OSTEOARTRITE... 21 6.9 BURSITE E/OU TENDINITE... 22 6.10 LUXAÇÕES... 23 6.11 TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)... 24 7. ORIENTAÇÕES DE TRATAMENTO... 26 8. CONTRA REFERÊNCIA... 34 9. GESTÃO DE MUDANÇAS... 35 10. BIBLIOGRAFIA... 36

1. INTRODUÇÃO Inúmeras são as dificuldades e os desafios apresentados pelo Sistema Único de Saúde, que tem por princípio fundamental a universalidade de acesso ao atendimento para seus usuários e por objetivo a promoção, proteção e recuperação de sua saúde. É de fundamental importância o engajamento de todos os níveis de atenção e de gestão no desempenho de suas funções para que se alcance bom termo na busca desta meta. Nesta busca, os pontos positivos apresentados devem ser incentivados como, por exemplo, o aumento na resolutividade local com menor deslocamento, a valorização dos recursos humanos disponíveis, a otimização do funcionamento da RUE (rede de urgência e emergência), bem como a atração de novas forças de trabalho. Igual importância tem o planejamento estratégico das ações e recursos disponíveis, buscando sempre a excelência no atendimento a custos razoáveis e compatíveis com a realidade local e nacional. Complementarmente, a regulação deve servir de filtro aos encaminhamentos desnecessários, devendo selecionar o acesso dos pacientes às consultas e/ou procedimentos apenas quando eles apresentem indicação clínica para realizá-los. Essa ação de filtro deve provocar a ampliação do cuidado clínico e da resolutividade na Atenção Básica (AB), evitando a exposição dos pacientes a consultas e/ou procedimentos desnecessários. O cumprimento dessas funções depende, entretanto, do conhecimento de informações mínimas do paciente para determinar a necessidade da consulta no serviço ou do procedimento especializado, incluindo a respectiva classificação de risco do problema de saúde em questão. Neste sentido, o desenvolvimento de protocolos para os principais motivos de encaminhamento de cada especialidade ou para os principais procedimentos solicitados facilita a ação da regulação. O mapeamento de desafios e busca de incremento de eficiência deve ter caráter contínuo, a manutenção prolongada leva, no longo prazo à atualização e evolução do sistema. Esta organização teve como ponto de partida as reuniões realizadas com a 20ª Regional de Saúde do estado do Paraná, Secretarias Municipais desaúde dos Municípios pertencentes ao Ciscopar, Secretaria Executiva e Equipe Técnica do Ciscopar, enfermeiros, médicos ortopedistas, assim como representantes de Hospitais das Microrregiões pertencentes à 20ª Regional de Saúde, e da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná - HOESP, e demais autoridades. Materializando ideias e discussões surgidas nestas reuniões o presente protocolo vem, com a intenção de aperfeiçoar o atendimento prestado a toda a população abrangida e os resultados obtidos ao final de cada ciclo de tratamento. Além disso, visa estabelecer o comprometimento de cada unidade responsável pelos atendimentos dos usuários do sistema. Conforme discutido, deve-se buscar o

fortalecimento e aumento de resolubilidade na Atenção Básica, presente em cada município, assim como a racionalização de seus encaminhamentos. Estabelecimento do ambulatório do trauma no HOESP para atendimentos de média e alta complexidade dos pacientes que tenham sofrido algum tipo de acidente, urgência ou emergência, ou doenças que necessitem em sua evolução de tratamento cirúrgico (cirurgias eletivas). Priorização, no Ciscopar dos atendimentos prestados aos usuários com condições crônicas e eletivas, auxílio e orientação à atenção básica, e auxílio ao nível superior de atenção (HOESP). Os Protocolos de Encaminhamento têm por objetivo responder a duas questões principais ao médico regulador e orientar os profissionais que atuam na AB. As duas questões-chave são: 1. O paciente tem indicação clínica para ser encaminhado ao serviço especializado? 2. Quais são os pacientes com condições clínicas ou motivos de encaminhamento que devem ter prioridade de acesso? Para responder à primeira pergunta, é fundamental que a gestão, em parceria com a regulação e com os pontos de atenção envolvidos, estabeleça quais são, dentro de cada especialidade ou de cada motivo de encaminhamento, os pacientes que precisam ser avaliados pelo serviço especializado e aqueles que não têm necessidade de atendimento em outro nível de atenção e podem ser manejados na AB. Algumas condições clínicas são do campo de atuação de mais de uma especialidade. Nesses casos, o médico regulador deve conhecer as características dos serviços de referência e, na medida do possível, redirecionar os encaminhamentos para as especialidades com maior resolutividade e/ou menor demanda. Aí, por suposto, desde que atendido o princípio de responsabilização clínica, economia de escala e resolutividade do serviço de referência diante do problema encaminhado e, num plano posterior, o conforto de deslocamento do paciente. A identificação de encaminhamentos fora dos protocolos ou imprecisos (com definição duvidosa) deve ser acompanhada, quando possível, de atividades de apoio matricial e outras ações pedagógicas. Nesses casos, identificamos um momento oportuno para o aprendizado e auxílio dos profissionais, por meio de teleconsultoria dirigida ao diagnóstico e/ou manejo corretos. A recusa do encaminhamento equivocado, aliada à discussão do caso clínico em questão, pode ser ótimo instrumento de desenvolvimento profissional c ontínuo. Isso porque tal recusa é centrada na observação de uma necessidade concreta de aprendizado do médico da AB, com potencial de aumentar sua resolutividade no caso discutido e em questões futuras semelhantes.

2. OBJETIVOS 1. Orientar o acesso ao nível de complexidade do procedimento e determinar o encaminhamento para atendimento ambulatorial, atendimento de média complexidade ou atendimento hospitalar de média e alta complexidade; 2. Definir o nível de prioridade das afecções traumatológicas e ortopédicas mais frequentes e na maior abrangência possível; 3. Sistematizar o encaminhamento em função da necessidade de tratamento e o tempo em que este deve ser realizado, reduzindo danos funcionais através da redução do tempo de espera para atendimento na especialidade; 4. Orientar o encaminhamento para as subespecialidades ortopédicas do Ciscopar; 5. Buscar o aumento na eficácia e diminuição de custos em todos os níveis de atenção (básica, média, alta complexidade e suplementar); 6. Diminuir esforços profissionais individuais, e aumentar esforços coletivos e priorização do trabalho em equipe; 7. Qualificar a assistência aos pacientes, através do matriciamento da atenção básica, qualificação do cuidado, da equipe, e dos profissionais envolvidos a fim de corrigir distorções e irregularidades; 8. Garantir a continuidade do cuidado ao usuário até o final do tratamento, referência, contra referência e plano de cuidados; 9. Reduzir a morbidade por problemas ortopédicos nos municípios consorciados; 10. Reduzir o absenteísmo nas consultas especializadas.

9.3. MAPEAMENTO DO FLUXO DE ENCAMINHAMENTO USUÁRIO UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE UPA/ Pronto Atendimento SAMU URGÊNCIA OU TRAUMA? SIM NÃO CISCOPAR HOSPITAL MICRORREGIONAL HOSPITAL REFERÊNCIA DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE T.F.D.

4. AÇÕES E L O C A I S DOS NÍVEIS DE ATENÇÃO UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) ATENÇÃO BÁSICA Atendimento realizado por médico clínico ou especialista AÇÕES: - Anamnese; - Exame clínico, físico e ortopédico; - Diagnóstico; - Tratamento clínico otimisado e tratamento da dor; - Ordenar o acesso, estratificando e definindo prioridades; - Referência a outros Níveis de Atenção; - Estabilização clínica prétransporte (ATLS) dos pacientes em estado grave; - Acompanhamento da evolução do tratamento; - Racionalização do encaminhamento; - Fisioterapia; - Exames iniciais. ENCAMINHAMENTOS: - Ao especialista do CISCOPAR e do Ambulatório de Ortopedia (HOESP) segundo a região anatômica afetada (Indicações pág 12). - Encaminhamento a assistência hospitalar conforme estratificação (Via Central de Leitos ou Ambulatório). CISCOPAR ATENDIMENTO ESPECIALIZADO Atendimento realizado por médico especialista AÇÕES: - Definição sobre o tratamento; - Diagnóstico diferencial de tratamento cirúrgico; - Exames complementares; - Contrarreferência à UBS. ENCAMINHAMENTOS: - Usuários encaminhados das UBS; - Não atende emergência; - Não atende demanda espontânea; - Casos indicados para a Atenção Especializada (indicações pág. 10); - Casos com indicação de Tratamento Conservador; - Casos Doenças Crônicas e Degenerativas; REQUISITOS: - Ficha de agendamento da Central de Consultas (Sistema IDS SAÚDE) liberado pela Secretaria Municipal de Saúde, assinado e carimbado pelo agendador; - Usuário deve apresentar radiografias, exames de imagem, exames laboratoriais, entre outros. HOESP MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE HOSPITALAR CENTRAL DE LEITOS - Atendimentos de URGÊNCIAS e EMERGÊNCIAS Traumatológicas (indicações pág. 09). AMBULATÓRIO DE ORTOPEDIA: Atendimento realizado por médico especialista ENCAMINHAMENTOS: - Retornos do Pronto Socorro; - Casos de média e alta complexidade eletivos - Usuários encaminhados das UBS; - Não atende emergência; - Não atende demanda espontânea; - Traumas de urgência e emergência, devem ser avaliados da UBS de origem. REQUISITOS: - Ficha de encaminhamento da Central de Consultas (MV) liberado pela Secretaria Municipal de Saúde; - Usuário deve apresentar radiografias, exames de imagem, exames laboratoriais, entre outros. E documentos pessoais, cartão SUS e comprovante de residência.

5. CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO Atenção nas Emergências Ortopédicas e Traumatológicas Situações que devem sofrer intervenção médica em nível hospitalar ou ambulatorial com limite de resolução/tempo ideal de tratamento de 2 a 6 horas. Todos os casos deverão ser encaminhados para a Urgência Hospitalar. - Fratura ou fratura-luxação de coluna vertebral com lesão ou compressão medular;* - Fratura de Ossos longos ou articulações com compressão ou lesão vascular; - Artrite séptica de grandes e médias articulações;** - Osteomielite aguda; - Luxações de articulações pequenas, médias e grandes; - Síndrome Compatimental; - Fraturas de ossos longos, e fratura de bacia; - Reimplante ou revascularização de membros.*** * Atendimento Ortopedista ou Neurocirurgião especialista em coluna. ** Cirurgia de Emergência. *** Microcirurgia Atenção nas Urgências Ortopédicas - Tratamento cirúrgico ou conservador (antibioticoterapia) de fraturas expostas após o tratamento inicial (1º tempo) cirúrgico (limpeza ou tratamento definitivo) em serviço de emergência; - Tratamento cirúrgico (1º tempo) ou conservador de fraturas fechadas após o tratamento (redução e/ou imobilização) inicial em serviço de emergência; - Tratamento cirúrgico (1º tempo) ou conservador de Luxações após a redução de emergência; - Infecções pós-operatórias de cirurgias ortopédicas, geralmente urgências;*

- Tratamento cirúrgico (2º tempo) de fraturas expostas após tratamento inicial (1º tempo) cirúrgico (limpeza cirúrgica) em serviço de emergência; - Tratamento de Dor lombar aguda, sem alívio analgesia. * Tempo ideal de tratamento de 6 horas (pode ser mais dependendo do caso). Deve ser resolvida pela equipe cirúrgica que operou, ficando garantido o retorno do paciente, caso necessite ser reavaliado pelo serviço de origem. Encaminhar para a emergência hospitalar onde deverá ser solicitada avaliação com o Ortopedista. Atenção Hospitalar Indicação de internação hospitalar para os casos de Atenção em Emergência e Urgência, Lombalgias com Dor Aguda sem cessar com analgesia e para os casos com indicação de cirurgias eletivas. Atenção Especializada - Dores nas costas: cervicalgia, lombalgia; - Deformidades: MMII, escoliose e cifose; - Dor localizada a esclarecer: articular, tendinites; - Sequelas de fraturas; - Revisão de próteses; - Problemas ósseos congênitos; - Disfunção escápula-umeral sem fratura; - Disfunção coxofemoral sem fratura; - Disfunção do cotovelo sem fratura; - Discopatia; - Processo degenerativo de coluna vertebral não infeccioso; - Ressecção de corpo vertebral; - Corpo estranho de coluna vertebral sem lesão medular; - Deformidade de coluna vertebral; - Situações clínicas oriundas de atendimento de Urgência não trauma, suspeita de tumor, processos inflamatórios não infecciosos. 10

5.1 PRIORIDADES DE ENCAMINHAMENTO Algumas condições de saúde mais comuns que necessitam encaminhamento para serviços de urgência/emergência são contempladas nesses protocolos (suspeita de fratura/ luxação, ruptura ligamentar, suspeita de compressão medular, etc). Entretanto, ressaltamos que existem muitas outras condições que não foram contempladas. É responsabilidade do médico assistente tomar a decisão e orientar o encaminhamento para o serviço apropriado, conforme sua avaliação. Pacientes com diagnóstico ou suspeita de neoplasia óssea devem ter preferência no encaminhamento ao ortopedista, quando comparados com outras condições clínicas previstas nos protocolos. Os casos com indicação cirúrgica cujo atendimento nos serviços de emergência/urgência não foi resolutivo devem igualmente ter preferência no encaminhamento. Lombalgia, pacientes com queixas crônicas e com registros de alteração radiológica. Deformidades (MMII, Cifose e Escoliose) em recém-nascidos, com registro da história clínica. Pacientes que apresentam história prévia de cirurgia no aparelho locomotor devem ter acesso ao serviço especializado de acordo com a condição clínica atual. Visto a alta prevalência de afecções osteomusculares, é fundamental que os profissionais esgotem os recursos diagnósticos e terapêuticos (acompanhamento fisioterápico, tratamento farmacológico) da Atenção Básica antes de encaminhar para serviços especializados. 11

5.2 ENCAMINHAMENTO ESPECIALIZADO ATRAVÉS DO CISCOPAR ORTOPEDIA TRAUMATOLOGIA AGUDO CRÔNICO NÃO URGENTE URGENTE* HOSPITAL HOESP MICROREGIONAL C.L. 1 ELETIVO URGENTE* AMBULATÓRIO DO TRAUMA (HOESP) TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO ATENDIMENTO HOSPITALAR T.F.D./C.L. ESPECIALISTA ESPECÍFICO ATRAVÉS DO CISCOPAR e HOESP/AMBULATÓRIO: Ortopedia / GERAL: Dr. Leandro André Berloffa Tofalini (CISCOPAR) Ortopedia/ Coluna: Dr. Luciano Leandro Martins (CISCOPAR) Ortopedia/ Quadril: Dr. Lucas Ortiz Saldanha (CISCOPAR) Ortopedista/ Joelho : Dr. Lucas Ortiz Saldanha (CISCOPAR) / Dr. Valdomiro Vendramini (HOESP/AMBULATÓRIO) / Dr. Renato Futagami(HOESP/AMBULATÓRIO) Ortopedia / Membro Inferior / Pé e Tornozelo: Dr. Lucas Ortiz Saldanha (CISCOPAR) / Dr. Valdomiro Vendramini (HOESP/AMBULATÓRIO)/ Dr. Renato Futagami (HOESP/AMBULATÓRIO) Ortopedia / Membro Superior / Ombro: Dr. Lucas Ortiz Saldanha (CISCOPAR) / Dr. Julio Regasson (CISCOPAR) Dr. Valdomiro Vendramini (HOESP/AMBULATÓRIO) / Dr. Renato Futagami (HOESP/AMBULATÓRIO) Orto-Pediátrica: Dr. Renato Futagami (HOESP/AMBULATÓRIO) 1 TFD =TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO / C.L. = CENTRAL DE LEITOS 12

6. FLUXOGRAMAS ESPECÍFICOS 13

6.1 SUSPEITA DE FRATURA EXPOSTA FRATURA EXPOSTA? INSPEÇÃO INICIAL IRRIGAÇÃO COM 2 LITROS DE SF 0,9% + CURATIVO ESTÉRIL SOBRE A ÁREA DA LESÃO IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA DO MEMBRO FRATURADO INSPEÇÃO SECUNDÁRIA SIM RADIOGRAFIA CONFIRMA A FRATURA? NÃO ANTIBIOTICOTERAPIA CONTATO COM O HOSPITAL DE REFERÊNCIA TRATAMENTO DA FERIDA CORTO-CONTUSA TRANSFERÊNCIA DO USUÁRIO ANTIBIOTICOTERAPIA Cefazolina 1g (proteção gram-positiva) Aminoglicosídeo (proteção gram-negativa) Penicilina (proteção anaeróbica) Adaptado de: Rockwood e Green: Fraturas em adultos - vol 1-5ª Ed. 2006, cap 10 14

6.2 FRATURAS FRATURA? FRATURA EXPOSTA? NÃO SÍNDROME COMPARTIMENTAL? NÃO PODE SER TRATADO NA MICRO-REGIÃO? SIM SIM SIM VER PROTOCOLO DE FRATURA EXPOSTA ENCAMINHAMENTO DE URGÊNCIA AO HOSPITAL REFERÊNCIA TRATAMENTO NÃO CONSERVADOR CIRÚRGICO AMBULATÓRIO DE TRAUMA ATÉ A ALTA DO TRATAMENTO CONTATO COM HOSPITAL DE REFERÊNCIA E/OU CADASTRAMENTO NA CENTRAL DE LEITOS 15

6.3 OSTEOMIELITE AGUDA E SUBAGUDA MENOS DE 15 DIAS OU MAIS DE 15 DIAS? MECANISMO DE INFECÇÃO DOR E SENSIBILIDADE LOCAIS RADIOGRAFIA NORMAL VHS E PCR ELEVADOS SIM CHOQUE SÉPTICO? ABCDE + NÃO TRANSFERÊNCIA EXÓGENA HEMATOGÊNICA INSUFICIÊNCIA VASCULAR CONTATO COM O HOSPITAL QUE REALIZOU O TRATAMENTO ACEITOU CONTATO COM O HOSPITAL DE REFERÊNCIA NÃO ACEITOU TRANSFERÊNCIA SEPSE? SIM NÃO OBSERVAÇÃO ATB EMPÍRICO CADASTRO NA CENTRAL DE LEITOS HEMOCULTURA 16

6.4 OSTEOMIELITE CRÔNICA HISTÓRIA CLÍNICA FÍSTULA SECRETANTE? RADIOGRAFIA ALTERADA - NECROSE ÓSSEA EXÓGENA INSUFICIÊNCIA VASCULAR CONTATO DIRETO COM O HOSPITAL DO TRATAMENTO? SIM TRANSFERÊNCIA NÃO FÍSTULA SECRETANTE VHS E/OU PCR AUMENTADOS VASCULAR TRANSFERÊNCIA RADIOGRAFIA: PRESENÇA DE MATERIAL DE SÍNTESE PRESENÇA DE SEQUESTRO ÓSSEO SIM NÃO CADASTRO CENTRAL DE LEITOS OBSERVAÇÃO ATB EMPÍRICO 6 SEMANAS (15 DIAS EV + 30 DIAS VO) PCR e VHS SEMANAL FÇ RENAL E HEPÁTICA TAMBÉM 17

6.5 ARTRITE SÉPTICA ARTRITE SÉPTICA HEMOGRAMA, PCR, VHS, RADIOGRAFIA ANAMNESE + EXAME FÍSICO PUNÇÃO ARTICULAR LÍQUIDO SUSPEITO OU PURULENTO LÍQUIDO INCONCLUSIVO CONTATO COM O HOSPITAL DE REFERÊNCIA POSITIVO GRAM, CULTURA DE SECREÇÃO TRANSFERÊNCIA NEGATIVO REVER DIAGNÓSTICO 18

6.6 ENTORSE DO TORNOZELO RADIOGRAFIA FRATURA? SIM NÃO VER PROTOCOLO DE FRATURAS GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 AINES + PRICE* AINES + PRICE* + COMPRESSÃO COM BANDAGEM AINES + PRICE* + BOTA GESSADA POR 2 A 3 SEMANAS MULETAS 2 A 3 SEMANAS FISIOTERAPIA GRAU 1 = LESÃO INTRALIGAMENTAR, COM DOR E EDEMA LEVES, SEM INSTABILIDADE, COM MÍNIMA LIMITAÇÃO FUNCIONAL; (ATENÇÃO BÁSICA) GRAU 2 = LESÃO LIGAMENTAR INCOMPLETA, COM LEVE OU MODERADA INSTABILIDADE, DOR CONSIDERÁVEL, EDEMA, LIMITAÇÃO FUNCIONAL PARCIAL, COM CLAUDICAÇÃO; ATENÇÃO BÁSICA) GRAU 3 = RUPTURA LIGAMENTAR COMPLETA ASSOCIADA À INSTABILIDADE IMPORTANTE, DOR E LIMITAÇÃO FUNCIONAL, COM GRANDE DIFICULDADE PARA DEAMBULAR SEM APOIO. (AMBULATÓRIO DE TRAUMA) *PRICE Proteção Repouso Gelo local Compressão - Elevação 19

6.7 LOMBALGIA ATENÇÃO BÁSICA RADIOGRAFIA DIAGNÓSTICA TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO* REFERÊNCIA INÍCIO DOS SINTOMAS ANTES DOS 20 ANOS OU APÓS OS 70 ANOS HISTÓRICO DE NEOPLASIA - (PRIORIDADE) ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS (imunossupressores, uso crônico de corticoides, HIV) SINTOMAS SISTÊMICOS (perda de peso, febre, etc.) DOR NOTURNA SUSPEITA DE COMPRESSÃO DO CONE MEDULAR OU SÍNDROME DA CAUDA EQUINA PERDA DE FORÇA PROGRESSIVA DOR INTENSA REFRATÁRIA AO TRATAMENTO CLINICO OTIMIZADO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIA INFECÇÃO + ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS FRATURA EM TRAUMATISMO RECENTE LOMBALGIA SEM MELHORA COM TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO POR MAIS DE 8 SEMANAS SDME RADICULAR SEM MELHORA APÓS 6 SEMANAS DE TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO HOSPITAL DE REFERÊNCIA CISCOPAR CENTRAL DE LEITOS RADIOGRAFIA NORMAL OU INCONCLUSIVA TRATAMENTO NO CISCOPAR TAC ou RNM DIAGNÓSTICO CONTRA REFERÊNCIA À UNIDADE DE ORIGEM * TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO = TRATAMENTO MEDICAMENTOSO, EXERCÍCIOS E FISIOTERAPIA, ADAPTADOS ÀS CONDIÇÕES DO PACIENTE. 20

6.8 OSTEOARTRITE ATENÇÃO ATENÇÃO BÁSICA BÁSICA RADIOGRAFIA DIAGNÓSTICA RADIOGRAFIA TRATAMENTO DIAGNÓSTICA CLÍNICO TRATAMENTO OTIMIZADO* CLÍNICO OTIMIZADO* POR 6 MESES REFERÊNCIA DOR SEM MELHORA COM O TCO SUSPEITA DE ARTRITE REUMATÓIDE OU PSORIÁSICA REUMATOLOGIA OSTEOARTRITE DE QUADRIL, JOELHO OU OMBRO COM POSSÍVEL INDICAÇÃO CIRÚRGICA OSTEOARTRITE COM COMPROMETIMENTO NA FUNÇÃO DAS MÃOS OSTEOARTRITE SEM INDICAÇÃO CIRÚRGICA, COM TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO E COM DOR REFRATÁRIA AMBULATÓRIO DE DOR ORTOPEDIA 21

6.9 BURSITE E/OU TENDINITE ATENÇÃO BÁSICA RADIOGRAFIA E ULTRASONOGRAFIA DIAGNÓSTICA TRATAMENTO CLÍNICO OTIMIZADO* POR 6 MESES ACOMPANHAMENTO COM ORTOPEDISTA EXAMES DE IMAGEM DEFINIÇÃO DE DIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA RETORNO À UNIDADE DE ORIGEM TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO ORTOPÉDICO NO CISCOPAR TRATAMENTO CIRÚRGICO 22

6.10 LUXAÇÕES DOR, DEFORMIDADE J VISÍVEL OU PALPÁVEL, IMOBILIDADE ARTICULAR RADIOGRAFIA FRATURA? NÃO SIM VEJA PROTOCOLO DE FRATURAS REDUÇÃO COM ANESTESIA (_ ) REDUZIDO? SIM ORIENTAÇÃO MÉDICA NÃO CONTATO COM CISCOPAR OU HOSPITAL DE REFERÊNCIA 23

6.11 TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM) TRM? ANAMNESE + EXAME FÍSICO MOVIMENTAÇÃO EM BLOCO E COLAR CERVICAL RADIOGRAFIA DA ÁREA SUSPEITA FRAURA OU TRM SEM FRAURA OU SEM TRM TRATAMENTO INICIAL SUSPEITA FORTE SUSPEITA FRACA CONTATO COM O HOSPITAL DE REFERÊNCIA TRANSFERÊNCIA TAC OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO AMBULATORIAL 24

TRATAMENTO INICIAL: 1. Garantir 100% sato 2 2. Manter PaS > 90mmHg Suporte cardiopulmonar; tratamento de hemorragias; monitorar Pa em TODOS os pacientes com TRM 3. Reconhecimento e tratamento do choque neurogênico 4. Medicamentos: AVALIAR CASO A CASO METILPREDNISOLONA contraindicado em gestantes, crianças e lesões penetrantes Trauma (< 15 min = 30 mg/kg) (15 min até 3 hs = 5,4 mg/kg/h por 24hs) (3hs até 8hs = 5,4 mg/kg/h por 48hs). FONTE: Protocolo de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS PBH Avaliação radiológica / apresentação clínica inicial 1. Paraplegia ou tetraplegia = Radiografia coluna total. 2. Alerta, sóbrio, sem déficit, sem dor no pescoço na linha média: A. Retire o colar, palpe a coluna, se o movimento for voluntário e sem dor = probabilidade mínima de lesão cervical. Não é necessário radiografia para retirada do colar cervical. 3. Alerta, sóbrio, sem déficit, cooperativos e com dor na coluna = Radiografia da área suspeita: A. Coluna cervical = Normal retira o colar e faça radiografia em flexão e extensão, se for normal = alta sem colar B. Coluna torácica e lombar = Normal libera movimentação. C. Radiografias normais e forte suspeita clínica = encaminhar para estudo tomográfico. 4. Alteração do nível de consciência, não informa bem (crianças), suspeita forte com Radiografia normal = Tomografia 5. Lesão importante de partes moles e espasmos dolorosos musculatura para vertebral = colar semi-rígido duas semanas. 6. QUANDO EM DÚVIDA, MANTENHA O COLAR! 25

7. ORIENTAÇÕES DE TRATAMENTO ESPECIALIDADE: COLUNA VERTEBRAL I Artrodese de coluna vertebral Emergência (HOESP): se houver lesão ou compressão medular Urgência (HOESP): se fratura Eletiva: se for discopatia, tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória. II Discectomia de Coluna Vertebral Emergência (HOESP): se infeccioso. Eletivo: se por processo degenerativo, tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória. III Ressecção de Corpo Vertebral: Urgente (HOESP): se fratura, envolve estabilização cirúrgica. IV Retirada de corpo estranho da Coluna Vertebral Emergência (HOESP): se lesão medular. posterior: V Tratamento de Deformidade de Coluna Vertebral via anterior ou Eletivo: todos os níveis. 26

ESPECIALIDADE / MEMBRO SUPERIOR I Artroplastia Escápulo umeral Urgência (HOESP): se fratura, envolve tratamento cirúrgico. II Artroplastia de Cotovelo Urgência (HOESP): se fratura, envolve tratamento cirúrgico. III Ruptura de manguito rotador do ombro Preferencialmente de tratamento conservador e eletivo (pode ter indicação cirúrgica de urgência a critério médico). Tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória. IV Tratamento cirúrgico de fratura ou lesão fisária do úmero distal (supra- condileana) ou proximal Urgência (HOESP): especialista em ortopedia pediátrica ou traumatologista geral. metacarpianos V Tratamento cirúrgico de fratura ou lesão fisária de falanges e Emergência (HOESP): se exposta, exige especialista, necessidade cirúrgica. Urgência(HOESP): se fechada, exige especialista, necessidade cirúrgica. 27

ESPECIALIDADE / QUADRIL I Artroplastia total coxo femural Urgência (HOESP): se fratura e/ou luxação. II Artroplastia total coxo-femural não-cimentada ou híbrida Urgência (HOESP): se fratura de colo de fêmur com paciente abaixo de 65 anos e contraindicação de fixação cirúrgica. Pacientes acima de 65 anos tem indicação de artroplastia total coxo femural cimentada (média complexidade). III Artroplastia total primária do Quadril Cimentada Urgência (HOESP): se fratura de colo de fêmur em paciente acima de 65 anos e com contraindicação de fixação. Eletiva: se for processo degenerativo, exige especialista em quadril. IV Tratamento de fratura / luxação / disjunção do anel pélvico Urgência (HOESP): Pode ser cirúrgico, avaliação médica. Eletivo: se for processo degenerativo. V Tratamento de fratura do acetábulo Indicação cirúrgica nos casos de fraturas deslocadas ou com degrau articular em zona de apoio. 28

ESPECIALIDADE / ORTOPEDIA INFANTIL Caráter eletivo. I Tratamento ou revisão de luxação coxo femoral congênita ESPECIALIDADE/ MEMBROS INFERIORES I Amputação ou desarticulação de membros inferiores e superiores Emergência (HOESP): se traumática ou isquêmica, com necessidade cirúrgica. prótese) II Artroplastia total primária de joelho / ou casos de revisão (troca de Todos são de caráter eletivo. III Reconstrução ligamentos do tornozelo e joelho Preferencialmente de tratamento conservador e eletivo (pode ter indicação cirúrgica de urgência a critério médico). Tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória; Aquiles IV Reconstrução de tendão Patelar / tendão quadricipital e tendão de Urgência, necessidade cirúrgica. 29

V Tratamento cirúrgico de fratura ou lesão fisária dos metatarsianos ou pododáctilos Emergência (HOESP): se exposta, necessidade cirúrgica; Urgência (HOESP): se fechada, necessidade cirúrgica; VI Tratamento cirúrgico ou lesão fisária proximal ou distal do fêmur ou tíbia proximal ou distal Urgência (HOESP): necessidade cirúrgica; VII Lesão fisária ou epifisiólise: lesão traumática da epífise de crescimento em crianças Emergência (HOESP): necessita de redução de emergência, pode ser tratamento conservador. Geralmente necessita de fixação cirúrgica. Alguns casos podem necessitar de especialista em ortopedia infantil. TRATAMENTO CIRÚRGICO OU CONSERVADOR DE FRATURAS I Fratura-luxação cóccix Indicação inicial de tratamento conservador. Tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória; II Fratura Bimaleolar ou Fratura Luxação de Tornozelo Necessita redução de emergência e, geralmente, de tratamento cirúrgico. 30

III Fratura de Clavícula Geralmente não necessita redução de emergência. Tem indicação de tratamento conservador e tratamento cirúrgico em caso de evolução insatisfatória; IV Fratura e/ou Luxação acrômio- clavicular Pode necessitar de redução de emergência. Tem indicação de tratamento conservador, eventualmente pode necessitar de tratamento cirúrgico. V Tratamento da Diáfise da Tíbia Necessita redução de emergência em caso de deslocamento. Tratamento cirúrgico em caso de não consolidação; pode necessitar de fixador externo. VI Fratura da Diáfise do Fêmur Tem indicação de tratamento cirúrgico em adultos e adolescentes, pode-se indicar tratamento conservador em crianças. VII Fratura do Terço Distal do Antebraço Necessita redução incruenta de emergência. Indicação cirúrgica em casos especiais. VIII Fratura de extremidade proximal do antebraço (olécrano) Não necessita redução incruenta. Tratamento cirúrgico em caso de deslocamento. IX Fratura da Diáfise dos Ossos do Antebraço Pode necessitar de redução de emergência / urgência para resolução. Com indicação de osteossíntese se houver deslocamento. 31

X Fratura do Calcâneo Urgência (HOESP): Podem necessitar de redução incruenta, geralmente tratamento conservador ou tratamento cirúrgico de urgência, conforme indicação. XI Fratura do colo e glenóide da escápula Urgência (HOESP): Não necessitam redução incruenta. Tem indicação de tratamento cirúrgico em caso de deslocamento importante, exige especialista. XII Fraturas do Pilão Tibial Podem necessitar de redução de emergência, indicação de tratamento cirúrgico em caso de incongruência articular. XIII Fratura do Tálus Urgência (HOESP): Indicação de tratamento cirúrgico em caso de deslocamento ou comprometimento articular; XIV Fratura Subtrocanteriana ou Transtrocanteriana Urgência (HOESP): Não necessita de redução incruenta de emergência, geralmente tem indicação de fixação cirúrgica. XV Luxação / fratura luxação no nível do joelho Pode ser emergência de resolução, exige redução incruenta. Geralmente tratamento cirúrgico posterior; 32

XVI Luxação / fratura luxação de metatarsianos / falanges Necessita de redução incruenta de emergência, pode-se indicar tratamento conservador; XVII Luxação / fratura luxação de metacarpianos / falanges Necessita de redução incruenta de emergência, pode-se indicar tratamento conservador; XVIII Lesões osteo condrais de joelho ou tornozelo Urgência pode necessitar especialista em joelho; XIX Lesões de joelho com ruptura de menisco. Normalmente são de tratamento conservador inicial podendo necessitar de tratamento cirúrgico posterior. XX Retirada de fixador externo / materiais de síntese Deve ser realizado pelo médico que realizou o tratamento inicial, mas podem ser realizados em outros serviços. 33

8. CONTRARREFERÊNCIA Todas as contra referências devem ser encaminhadas à Unidade Básica de Saúde de origem, conforme avaliação o paciente deverá ser encaminhado à atenção básica com o sumário clínico de contra referência. Pacientes atendidos na Atenção Especializada no Ciscopar, a contra referência estará disponível no prontuário eletrônico para consulta pela equipe da Atenção Básica. Após o atendimento na Atenção Hospitalar no Hospital de Referência (HOESP) será emitido o sumário clínico em três (03) vias, uma fica anexo ao prontuário do paciente no hospital, uma cópia entregue ao usuário, e uma cópia deve ser encaminhada à Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde do município de origem do paciente, onde este fica responsável pela retirada de tal documento nas instalações do hospital de referência. Pacientes que não tiveram seu encaminhamento inicial pela Atenção Básica deverão ser orientados a marcar consulta com o médico da UBS. 34

9. GESTÃO DE MUDANÇAS Comunicação: O quê? Para quem? Quando? Como? Responsável? Educação médica continuada Médicos e profissionais de saúde envolvidos com atendimentos em todos os níveis de atenção à Ortopedia Bimestral nos primeiros 6 meses. Anual a partir do 7º mês Reuniões científicas com equipes médicas das Unidades Hospitalares, Serviços de Urgência e Emergência (SAMU), Consórcio Intermunicipal de Saúde e Unidades Básicas de Saúde. Responsáveis técnico dos serviços (Hospitais, UPAs e SAMU), equipes técnicas de regulação (Ciscopar) e apoiadores institucionais (Unidades Básicas), e 20ª Regional de Saúde (SCRACA). Encontros científicos a serem promovidos entre a Equipe Técnica do Ciscopar, Responsáveis Técnicos dos Serviços nos Hospitais e Serviços de Urgência e Emergência, equipes das Unidades Básicas de Saúde e 20ª Regional de Saúde, através de cronograma pré-estabelecidos e aprovados. Acompanhamento: através de elaboração de cronograma e lista de presença dos encontros de divulgação e orientação do Protocolo. O quê? Para quem? Quando? Como? Responsável? Educação de gestores e agendamento Secretários Municipais de Saúde e Setores de Agendamento Anual Reuniões científicas com equipes médicas das Unidades Hospitalares, Serviços de Urgência e Emergência (SAMU), Consórcio Intermunicipal de Saúde e Unidades Básicas de Saúde. Responsáveis técnico dos serviços (Hospitais, UPAs e SAMU), equipes técnicas de regulação (Ciscopar) e apoiadores institucionais (Unidades Básicas), e 20ª Regional de Saúde (SCRACA). Encontros científicos a serem promovidos entre a Equipe Técnica do Ciscopar, Responsáveis Técnicos dos Serviços nos Hospitais e Serviços de Urgência e Emergência, equipes das Unidades Básicas de Saúde e 20ª Regional de Saúde, através de cronograma pré-estabelecidos e aprovados. Acompanhamento: através de elaboração de cronograma e lista de presença dos encontros de divulgação e orientação do Protocolo. 35

10. BIBLIOGRAFIA _Brasil. Ministério da Saúde. Reumatologia e Ortopedia [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Protocolos de encaminhamento da atenção básica para a atenção especializada Vol. III - versão preliminar Brasília/DF - 2016. Modo de acesso: www.saude.gov.br/svs _Belo Horizonte. Prefeitura Municipal/Secretaria de Saúde. Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS [recurso eletrônico] Belo Horizonte/MG 2012. Modo de acesso: www.pbh.gov.br JUNG, Gladis. Regulação do Acesso e da Atenção à Saúde nos Serviços Públicos Conceitos, metodologias, indicadores e aplicações. Porto Alegre/RS, 2016. 36