Contabilidade Avançada Ajuste a valor presente e mensuração ao valor justo



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Transcrição:

Contabilidade Avançada Ajuste a valor presente e mensuração ao valor justo Prof. Dr. Adriano Rodrigues Assuntos abordados nesse tópico: Ajuste a valor presente: Fundamentação Mensuração ao valor justo X Ajuste a valor presente Exemplos práticos Ajuste a valor presente: Fundamentação A Lei 11.638/07 passou a exigir o ajuste a valor presente nos realizáveis e exigíveis a longo prazo e, no caso de efeito relevante, também nos de curto prazo. As normas internacionais do IASB (IAS e IFRS) tratam desse assunto em inúmeros documentos. Não existe uma norma específica. No Brasil, existe o CPC 12, que tem como base uma pesquisa feita junto a todas as normas internacionais. 1

Objetivo do CPC 12: Estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e do passivo, especificando procedimentos para cálculo desses ajustes a valor presente no momento inicial em que tais ativos e passivos são reconhecidos, bem como nos balanços subsequentes. Quem já aprovou o CPC 12? CVM: Deliberação CVM nº 564/08 CFC: Resolução nº 1.151/09 ANEEL: Despacho nº 4.722/09 ANS: Instrução Normativa Nº 37/09 ANTT: Comunicado SUREG nº 1/09 SUSEP: Circular SUSEP nº 424/11 Valor do dinheiro no tempo: Ao se aplicar o conceito de valor presente, deve se associar tal procedimento à mensuração de ativos e passivos levando se em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados. Deve se aplicar a lógica da matemática financeira. Taxas de desconto: Deve se empregar taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais. Calcular riscos não é simples, mas a teoria de finanças oferece modelos que podem ser utilizados para tal fim. 2

Como deve ser definida a taxa de desconto no cálculo do valor presente? Há operações cuja taxa é explícita (por exemplo, descrita e conhecida no contrato da operação) ou implícita (por exemplo, desconhecida, mas embutida na precificação inicial da operação pela entidade no ato da compra ou da venda). Em ambos os casos, com taxa explícita ou implícita, é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita juros compatíveis com a natureza, o prazo e os riscos relacionados à transação, levando se em consideração, ainda, as taxas de mercado praticadas na data inicial da transação entre partes conhecedoras do negócio, que tenham a intenção de efetuar a transação e em condições usuais de mercado. Mensuração, contabilização e reversão: A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem da transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam (isso será explicado nos exemplos). As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras. Passivos não contratuais: Os passivos não contratuais, como, por exemplo, as provisões espontâneas para futuros reparos relativos a meio ambiente quando cessarem as atividades da empresa, também precisam ser ajustadas a valor presente. Nesse caso, a taxa de desconto só considera o fator tempo e o risco ( juro real ), e não a inflação estimada futura. 3

Efeitos fiscais: A taxa de desconto a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos. No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados a valor presente, deve seguir as regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de impostos diferidos. Divulgação: Em se tratando de evidenciação em nota explicativa, devem ser prestadas informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos, compreendendo o seguinte:... a) Descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente, natureza de seus fluxos de caixa (contratuais ou não) e, seaplicável aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado. b) Premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco, montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado ou esperado, expectativas em termos de montante e temporalidade. d) Modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos. e) Breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para acomodar mudanças de premissas da administração. f) Propósito da mensuração a valor presente, se para reconhecimento inicial ou nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal procedimento. 4

Mensuração ao valor justo X Ajuste a valor presente Valor justo (fair value) é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Mensuração ao valor justo X Ajuste a valor presente Valor presente (present value) é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da entidade. Observação: Em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente podem coincidir. Contudo, valor justo e valor presente não são sinônimos. Mensuração ao valor justo O objetivo é demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo; ou OO provável valor que seria o de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que tenham valor de mercado; ou O provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo; ou Pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado. Ajuste a valor presente O objetivo é efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro. Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos. Para determinar o valor presente de um fluxo de caixa, três informações são requeridas: Valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições contratados), Data do referido fluxo financeiro e Taxa de desconto aplicável à transação. 5

EXEMPLOS PRÁTICOS Ajuste a valor presente e mensuração ao valor justo 1º Exemplo (Parte I): Um entidade efetua uma venda a prazo no valor de R$ 26.620,00 para receber o valor em parcela única, com vencimento em 3 anos. Caso a venda fosse efetuada à vista, de acordo com opção disponível, o valor da venda teria sido de R$ 20.000,00, o que equivale a um custo financeiro anual de 10%. Verifica se que essa taxa é igual à taxa de mercado, na data da transação. 1º Exemplo (Parte II): No primeiro momento, a transação deve ser contabilizada considerando o seu valor presente, cujo montante der$ 20.000,00000 00 deverá ser refletido no contas a receber e nas receitas de vendas (veja a contabilização da transação). Nota se que, nesse momento, o valor presente da transação é equivalente a seu valor de mercado ou valor justo (fair value). 1º Exemplo (Parte III): No caso de aplicação da técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o reconhecimento da receita financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na data de sua origem (ou seja, 10% ao ano), independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subseqüentes. Assim, depois de um ano, o saldo das contas a receber será de R$ 22.000,00, independentemente de variações da taxa de juros no mercado (veja a contabilização da transação). 6

1º Exemplo (Parte IV): Assim, ao fim de cada um dos três exercícios, a contabilidade deverá refletir os seguintes efeitos: Ano Valor Juros (taxa efetiva) Saldo atualizado 1 20.000,00 2.000,00 22.000,00 2 22.000,00 2.200,00 24.200,00 3 24.200,00 2.420,00 26.620,00 Contabilização no momento da venda: Pela transação de venda: D Contas a receber 26.620 C Receita bruta de vendas 26.620620 Pelo registro do ajuste a valor presente no momento em que é realizada a venda: D Receita bruta de vendas 6.620 C Receita financeira a apropriar* 6.620 *Conta redutora das contas a receber Contabilização nos anos 1 e 2: Reconhecimento da receita financeira no ano 1: D Receita financeira a apropriar 2.000 C Receita financeira (DRE) 2.000 Reconhecimento da receita financeira no ano 2: D Receita financeira a apropriar 2.200 C Receita financeira (DRE) 2.200 Contabilização no ano 3: Reconhecimento da receita financeira no ano 3: D Receita financeira a apropriar 2.420 C Receita financeira (DRE) 2.420 Recebimento da venda no ano 3: D Disponível 26.620 C Contas a receber 26.620 7

1º Exemplo: Valor Justo versus Valor Presente (Parte I) A aplicação da técnica de marcação a mercado, apenas para fins de referência e comparação, poderia ser ilustrada com uma situação na qual a taxa de juros saísse de 10% ao ano, no momento inicial da transação, para 15% ao ano, no fim do primeiro ano. 1º Exemplo: Valor Justo versus Valor Presente (Parte II) Assim, o valor justo dascontas a receber, calculado mediante o ajuste a valor presente nessa nova data e com a atual condição de mercado (15% ao ano), seria inferior ao valor que foi contabilizado, uma vez que a taxa de desconto aumentou, pois maior taxa de desconto leva a um menor valor presente. 1º Exemplo: Valor Justo versus Valor Presente (Parte III) Perceba que enquanto o valor presente tem relação com a taxa de juros específica intrínseca do contrato, t considerando d as condições na data de sua origem, o valor justo pode sofrer alterações com o passar do tempo em decorrência de condições do mercado (taxas de juros e outros fatores), que apenas devem ser consideradas nos casos em que for aplicável o reconhecimento de um saldo pelo seu valor justo. 2º Exemplo (Parte I): Suponha se uma venda de imóvel por $ 10.000 mil, pago com entrada de $ 4.000 mil em dinheiro e 3 (três) notas promissórias anuais de $ 2.000 mil cada uma, sem juros, efetuada num momento em que a taxa de juros, para o tipo de vendedor e comprador, seja, para ambos, de 18% ao ano: 8

2º Exemplo (Parte II): O vendedor, na transação, registra: D Caixa $ 4.000.000 D Notas Promissórias a Receber $ 6.000.000 C Juros a Apropriar* $ 1.651.454 C Receita de Venda de Imóveis $ 8.348.546 *Conta redutora das Notas Promissórias a Receber 2º Exemplo (Parte III): O comprador, na transação, registra: D Imóveis $ 8.348.546 D Juros a Apropriar* $ 1.651.454 C Caixa $ 4.000.000 C Notas Promissórias a Pagar $ 6.000.000 *Conta redutora das Notas Promissórias a Pagar 2º Exemplo (Parte IV): Em ambas as Notas Promissórias aparecerão (em um no seu ativo; no outro, no seu passivo) pelo seu saldo líquido constituído do valor nominal diminuído dos Juros a Apropriar, e esse saldo irá crescendo pela apropriação dos juros ao resultado, até que no vencimento essas contas retificadoras zerem. 9