Exercícios do manual 1. Falácia do apelo à ignorância Página 105 Exercício V 2. Falácia contra a pessoa ou ad hominem (hipocrisia ou tu quoque tu também não fazes o que defendes) 3. Falso dilema (quer convencer-nos de que há apenas duas alternativas possíveis, quando existem outras) Página 109 1. Os sofistas eram professores itinerantes, que andavam de cidade em cidade por todo o mundo grego a ensinar a retórica ou arte de bem discursar em público. 2. Os sofistas estão intimamente associados ao século V a.c. e ao surgimento da e desenvolvimento da democracia ateniense. 3. O principal objetivo da sofística é preparar os jovens cidadãos para o jogo político, para a excelência (areté ou virtude política) política que consistia e saber discursar em público de modo a convencer. 4. Os sofistas, embora ensinem outra disciplinas são, sobretudo, professores de retórica, mestres do discurso. Num contexto em que o domínio da palavra era fundamental, o seu ensino tem por base fundamental a retórica ou arte de bem falar em público de modo eficaz ou persuasivo. Ensinam a maneira de um homem se tronar superior aos seus oponentes através do discurso. 5. Protágoras, Górgias, Pródico, Hípias foram dos sofistas mais famosos.
6. Protágoras ficou célebre por defender que O homem é a medida de todas as coisas tanto das que são pela sua existência como das que não são pela sua não-existência. 7. Ao colocarem o ser humano no centro da sua reflexão, os sofistas foram filósofos humanistas. Foram também relativistas pois rejeitaram a existência de uma verdade absoluta defendendo o subjetivismo do conhecimento (reduziram-no às opiniões de cada sujeito). O seu relativismo pondo em causa as verdades tradicionais abriu a porta ao agnosticismo (posição que considera inútil discutir temas metafísicos, pois são realidades não atingíveis através do conhecimento. Para os agnósticos, a razão humana não possui capacidade de fundamentar racionalmente a existência de Deus. Protágoras era agnóstico pois recusa-se a pronunciar-se sobre se os Deuses existem ou não e qual a sua natureza) e ao ceticismo (posição que duvida da capacidade de obter conhecimento seguro do que quer que seja) Página 116 1. Sócrates adota uma posição crítica face à arrogância sofística de que possuíam o saber, adotando uma posição filosófica de quem não sabe e que procura o saber não sendo seu possuidor. 2. Sócrates valoriza o reconhecimento da própria ignorância e o espírito crítico face aos que afirmam possuir o saber. Só depois de reconhecermos que não sabemos aquilo que julgávamos saber é que começamos a procurar descobri-lo. 3. Só sei que nada sei 4. Ironia ou arte de interrogar, que liberta o espírito do falso saber e o conduz à procura do conhecimento em si mesmo. 5. Conhece-te a ti mesmo. 6. Maiêutica ou arte de parturejar os espíritos. Sócrates não pretendia ensinar um saber já feito, mas como uma parteira, ajudar os outros a dar à luz os verdadeiros conhecimentos que desde sempre possuíam.
7. Sócrates valoriza o diálogo (método dialético) enquanto método filosófico. 8. Sócrates procura verdades absolutas e universais (ele pergunta O que é x? ), opondo-se assim ao relativismo dos sofistas. Página 117 1. O diálogo socrático é um método que une mestre e discípulo num esforço comum em busca da verdade. Para tal acontecer o espírito tem de ser liberto dos falsos saberes para se predispor a querer realmente aprender. O excerto enquadra-se no contexto da 1ª etapa do método socrático, a ironia. Nesta etapa, graças a um jogo progressivo de questões, Sócrates pretende que o discípulo se enrede em contradições. Trata-se de uma fase de desconstrução do falso saber. O objetivo será conduzir o discípulo a partir daqui, à consciência da sua própria ignorância relativamente ao tema em debate. Página 119 1. Os objetos particulares (os diferentes tipos de camas, por exemplo) são cópias imperfeitas de uma cama Ideal, a Forma ou Ideia e cama. Para Platão, só é possível ter verdadeiro conhecimento através do conhecimento das Formas ou Ideias, porque são intemporais e imutáveis. Este conhecimento está reservado aos que praticam a filosofia que a acedem às Formas através do pensamento e pelo método dialético. Todo o conhecimento baseado na perceção de realidades particulares em permanente mudança e variadas é opinião ou crença de senso comum, mas não conhecimento
Página 120 1. A solução dualista de Platão é efetuada em três áreas: - A da realidade ou ontológica -A do conhecimento ou epistemológica -A do ser humano ou antropológica. Quanto à realidade, Platão considera a existência de duas relaidades: a realidade sensível, em constante mudança, é a realidade das coisas matérias e individuais, cópias imperfeitas que podemos captar pelos sentidos, representa um nível de realidade inferior; a realidade inteligível, imutável, é a realidade perfeita das Formas ou Ideias, representando um nível superior de realidade. Ao dualismo ontológico (acerca da realidade) Platão faz corresponder um dualismo epistemológico (há duas formas de conhecer). Ao nível da realidade sensível é possível apenas possuirse um falso conhecimento, um conhecimento subjetivo e relativo, chamado opinião. Só ao nível do mundo inteligível pode o ser humano alcançar um conhecimento verdadeiro, objetivo e absoluto, ao qual Platão chama ciência ou Episteme. Os filósofos são capazes de alcançar esta última forma de conhecimento os não filósofos só alcançam a primeira (opinião). Por último Platão considera duas dimensões do ser humano (dualismo antropológico). O falso conhecimento é imperfeito porque tem por objeto realidades imperfeitas e porque é obtido através dos sentidos. O verdadeiro conhecimento é aquele que tem por objeto a realidade autêntica e é obtido só pelo pensamento. Página 128
I. São falsas as alíneas seguintes: D). Pois os sofistas adotaram uma posição cética em relação à possibilidade de obtermos conhecimento seguro, universal e unívoco. Todo o conhecimento era, para eles, subjetivo e relativo ao sujeito que o defendia (opinião) F) Pois Sócrates rejeitou a perspetiva humanista relativista defendida pelos sofistas. M). Pois o mundo sensível era, para Platão, a realidade visível das cópias imperfeitas em permanente mudança, do qual o filósofo deveria procurar libertar-se Página 129 II. 1. Alínea c) 2. Se a verdade absoluta não existe, se a verdade é sempre relativa aos indivíduos, então tudo se reduz a crenças que são equivalentes no seu valor. Nenhuma é mais verdadeira que a outra. Chega-se assim a uma perspetiva subjetivista e relativista sobre o conhecimento. Tudo o que existe são opiniões e estas variam de indivíduo para indivíduo, não existindo uma forma de decidir sobre a verdade universal e absoluta. Em última análise somos conduzidos ao ceticismo (dúvida quanto à possibilidade de se alcançar um conhecimento seguro seja do que for) III. 1. A relação é de oposição não apenas filosófica, mas também política (modo como se deve organizar e conduzir a sociedade. Platão era contra a democracia. Para ele como para Sócrates as coisas não podem ser decididas por maioria, mas em função do Bem, da Justiça e da Verdade). Os sofistas encaram as transformações políticas e
sociais e éticas que então de produzem em Atenas como algo positivo e como uma oportunidade para intervirem 5.B) 6.D) 7.C) 8.D) 9.B) 10.C) Páginas 132-133 Página 135 1.1.O Texto refere-se ao conflito que opôs Sócrates e Platão (filósofos) aos sofistas (professores e retores). Sócrates e Platão defendiam o método dialético como única meio de acesso ao conhecimento verdadeiro (absoluto e objetivo). Desprezavam os sofistas, encarados como mercadores do falso saber, e a retórica tal como era praticada e ensinada por eles. Os sofistas por seu turno, ensinavam as artes oratórias, entre elas a retórica. Rejeitavam a possibilidade de estabelecer conhecimento absoluto e objetivo e defendiam o subjetivismo e o relativismo 1.2. Podemos falar em dois usos da retórica. Bom uso: persuasão racional, cujo objetivo é a procura cooperativa da verdade. Valorizam-se os argumentos racionais e a relação que se estabelece entre orador e auditório é horizontal (ao mesmo nível). Mau uso: manipulação do auditório, cujo objetivo é o seu controlo. Valorizam-se argumentos falaciosos, a aparência, distorção de factos e ideias, mentira, meias verdades, apelo aos sentimentos e preconceitos, omissão de informação relevante para a formação das opiniões, etc. A relação que o orador estabelece com o auditório é vertical (orador acima do auditório, conduzindo-o e controlando-o) 2.1. B) 2.2.C)