2016 primeira infância
Elaborada em julho de 2016, a "Agenda prioritária para a Primeira Infância: qualidade e equidade nas políticas públicas é o resultado da reflexão coletiva de um grupo formado por representantes de institutos, fundações, entidades, movimentos, e por especialistas das áreas de educação, saúde e assistência social. A proposta está estruturada em sete ações estratégicas, que se subdividem em um conjunto de sugestões de atividades, além de pressupostos orientadores da formulação e implementação de políticas públicas para a Primeira Infância. As ações estratégicas representam o coração da Agenda e se traduzem em iniciativas que devem ser assumidas pelos candidatos e candidatas às Prefeituras Municipais. As sugestões de atividade indicam possíveis caminhos para a execução das ações da Agenda. Por fim, os materiais de referência apresentam conteúdos que podem subsidiar o trabalho a ser desenvolvido pela gestão municipal em cada ação estratégica. Na página agendaprimeirainfancia.org.br, os(as) candidatos(as) às Prefeituras podem registrar e tornar público o Compromisso de sua candidatura com a Primeira Infância, por meio da implementação das sete ações estratégicas no município. Para além do Compromisso Público, os(as) candidatos(as) podem incluir as ações na proposta de governo a ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). pressupostos A Primeira Infância deve ser prioridade para os governantes e todos os cidadãos brasileiros. Para cumprir com esse objetivo, as políticas públicas referentes à Primeira Infância devem ter como pressupostos: 1. INTERSETORIALIDADE. É importante abarcar todas as necessidades das crianças e famílias. A educação, a saúde e a assistência social devem trabalhar em conjunto e de forma articulada, e também com as demais áreas dos governos. 2. QUALIDADE. É preciso oferecer e realizar um bom atendimento às crianças e famílias, que seja respeitoso, organizado, compreensivo, adequado e oportuno, consagrando os direitos fundamentais da criança. 3. EQUIDADE E UNIVERSALIDADE. Todas as crianças e seus familiares têm direitos, e esse é um princípio inquestionável. E para isso ser alcançado, é preciso priorizar o atendimento às crianças e famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica e civil. Combater as desigualdades deve ser uma obsessão da sociedade brasileira. 4. PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Para serem efetivas, as políticas públicas para a Primeira Infância devem envolver as crianças, os familiares e a comunidade no processo de elaboração, planejamento, tomada de decisão, monitoramento e avaliação das ações governamentais. A participação melhora a qualidade e a efetividade das políticas públicas. 5. LUDICIDADE. As políticas para a Primeira Infância devem estar pautadas pelo direito ao brincar. 6. CONSCIENTIZAÇÃO. Toda ação governamental deve ampliar a consciência da sociedade sobre a importância da Primeira Infância. 7. ORÇAMENTO ADEQUADO. Para implementar as políticas públicas da Primeira Infância é preciso que elas sejam adequadamente financiadas, cumprindo com a prioridade prevista em lei. 2
ações estratégicas 3
4 1.1. Equipar espaços públicos seguros, em meio aberto e em instituições públicas, para promover a integração família/ criança com profissionais qualificados. 1.2. Criar espaços para o lazer e o brincar das crianças, como praças ou pequenos recantos, descentralizados, contemplando áreas rurais, bairros, vilas, distritos distantes e periferias. Devem ser seguros, limpos e desafiadores à atividade infantil, desde os bebês. O ideal é que os brinquedos (balanços, gangorras, cavalinhos, escorregador etc.) sejam confeccionados com materiais locais. 1.3. Organizar ruas de lazer, aos sábados ou domingos, para as famílias com suas crianças e adolescentes, com espaços especiais para leitura e jogos de mesa, contação de história, dramatização etc. 1.4. Criar espaços de sons (com materiais reciclados) em que as crianças explorem sons e movimentos. 1.5. Criar espaços de silêncio, para que as famílias possam ir com os bebês e as crianças para olhar e contemplar a natureza e deixar a imaginação peregrinar no sonho. 1.6. Criar espaços lúdicos em órgãos públicos de saúde, assistência social e Conselhos Tutelares, visando o acolhimento da criança e menor trauma em procedimentos tensos e dolorosos. 2.1. Instituir grupo de trabalho, sob a coordenação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), com representantes do governo e da sociedade para a construção participativa do PMPI. 2.2. Fazer diagnóstico da situação de vida e desenvolvimento das crianças do município. 2.3. Promover debates nas escolas, nas rádios locais e na Câmara de Vereadores sobre as propostas apresentadas. 2.4. Realizar audiências públicas, com a comunidade local, para discutir o texto-base do PMPI. 2.5. Encaminhar o PMPI à Câmara de Vereadores para aprovação em Lei. - Deixa eu falar! - Guia para a elaboração de Planos Municipais pela Primeira Infância - O que a criança não pode ficar sem, por ela mesma. Participação Infantil no Plano Nacional pela Primeira Infância. - Plano Nacional pela Primeira Infância - Primeira Infância em primeiro lugar: Experiências e Estratégias de Advocacy - Brinquedos e Brincadeiras de Creche - Formação em espaços lúdicos - Coleção Primeiríssima Infância - Humanização em Oncologia Pediátrica - Uma experiência de ambientação de hospitais públicos no RJ - Kit de Desenvolvimento da Primeira Infância: Uma Caixa de Tesouros de Atividades - Plano Nacional de Educação (PNE) Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 - Território do Brincar Diálogo com as Escolas 4
5 3.1. Utilizar o registro de informações sobre o desenvolvimento integral da criança (Caderneta da Criança) para planejamento de ações intersetoriais. 3.2. Garantir a construção de orçamento participativo que priorize ações intersetoriais da Primeira Infância com respectiva execução financeira. 3.3. Garantir o monitoramento intersetorial de estratégias de busca ativa de famílias gestantes e/ ou com crianças na Primeira Infância, para efetivar o desenvolvimento integral e integrado das crianças em situação de vulnerabilidade e risco. 3.4. Articular a análise dos problemas que dificultam a implementação de ações intersetoriais e encaminhar as medidas de soluções. 3.5. Articular com o comitê estadual e nacional intersetorial de coordenação das políticas para a Primeira Infância. 3.6. Promover a realização de reuniões ampliadas dos conselhos setoriais e de direitos, para monitorar e avaliar a implementação do PMPI. 3.7. Potencializar ações intersetoriais de segurança alimentar e nutricional (educação em saúde, acesso à alimentação adequada e saudável). - Coleção Primeiríssima Infância: - Competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos Avaliação em oito comunidades brasileiras - Como realizar a Semana do Bebê em seu Município - Do Desenvolvimento da Primeira Infância ao Desenvolvimento Humano - Fundamentos da Família como Promotora do Desenvolvimento Infantil. Parentalidade em foco - Fundamentos do desenvolvimento infantil, da gestação aos 3 anos - Marco Legal da Primeira Infância Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016 - Dez passos para implementar um programa para a primeiríssima infância - Formação em humanização do parto e nascimento - Formação em pré-natal, puerpério e amamentação: práticas ampliadas - Formação em puericultura: práticas ampliadas - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) - Portaria 1130, de 5 de agosto de 2015, Ministério da Saúde - Primeira Infância em primeiro lugar: Experiências e Estratégias de Advocacy - Primeira Infância Melhor: uma inovação em política pública - Rede Cegonha - Portaria 1459, de 24 de junho de 2011, Ministério da Saúde - Web documentário: Fora da Escola não Pode 4.1. Garantir acesso prioritário de qualificação dos diversos atores envolvidos na rede de proteção, promoção e defesa dos direitos de crianças. 4.2. Implementar formações intersetoriais para profissionais da educação, saúde e assistência, com foco específico para as diversas deficiências. 4.3. Promover e apoiar ações de capacitação, para efetivo uso e preenchimento da Caderneta da Criança (Caderneta de Saúde da Criança), a fim de garantir sua aplicação como instrumento intersetorial de monitoramento do desenvolvimento infantil. 4.4. Implementar formações intersetoriais para profissionais da educação, saúde e assistência social com foco específico para as diversas deficiências e no olhar para identificação de situações de risco para o desenvolvimento infantil. - Atenção ao pré-natal de baixo risco - Coleção Primeiríssima Infância: - Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal - Núcleo de Apoio à Saúde da Família - Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano vol. 1 - Plano Nacional de Educação (PNE) Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 - Política Nacional de Alimentação e Nutrição - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso - Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na atenção básica - Kit Família Brasileira Fortalecida - Formação em educação infantil: de zero a três anos - Formação em espaços lúdicos - Formação em humanização do parto e nascimento - Formação em pré-natal, puerpério e amamentação: práticas ampliadas - Formação em puericultura: práticas ampliadas - Formação em trabalho com grupos: famílias grávidas e com crianças até três anos - Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar - Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento - Saúde na escola - Educación para la transformación 5
5.9. Implementar um plano de formação continuada dos profissionais da educação infantil na Rede de Ensino, com foco no desenvolvimento infantil no âmbito educacional e na pedagogia da infância. 5.10. Garantir tempo de trabalho coletivo nas instituições de educação infantil, conforme o art. 2º da Lei 11.738/ 2008, com foco no planejamento pedagógico, para avaliação e aprimoramento das atividades realizadas com as crianças. 5.1. Garantir número de crianças por turma em creches e pré-escolas, de acordo com os parâmetros nacionais de qualidade na educação infantil. 5.2. Avaliar a qualidade da infraestrutura das instituições da Rede, considerando os padrões de infraestrutura de qualidade, elaborando e executando plano de ação para reformas e investimentos necessários. 5.11. Construir currículos nas instituições de educação infantil, a partir da Base Nacional Comum Curricular, implementando plano de monitoramento e acompanhamento da qualidade dos processos pedagógicos. 5.12. Envolver os familiares e/ ou adultos responsáveis pelas crianças no processo educativo e realizar atividades que os apoiem e orientem na promoção do desenvolvimento pleno de seus filhos/ as. 5.3. Garantir brinquedos, materiais educativos e livros adequados à faixa etária e em número suficiente por crianças. 5.4. Implementar o uso dos Indicadores da Qualidade para a Educação Infantil (Indique) na Rede, com respectivo orçamento, garantindo a formulação de plano de ações e governança na escola e na Secretaria de Educação. 5.5. Garantir a universalização da matrícula da pré-escola (4 e 5 anos), promovendo busca ativa das crianças que estão fora da escola 5.6. Ampliar a oferta de matrículas em creche, estabelecendo critérios de prioridade por meio de cadastro centralizado da demanda por vagas para crianças de 0 a 3 anos, de forma a garantir a transparência nas informações e com critérios definidos para priorização do atendimento a crianças mais vulneráveis. 5.7. Garantir o ingresso, por meio de concurso público, de profissionais habilitados para atuarem em instituições de educação infantil 5.8. Exigir, preferencialmente, a formação prévia em Pedagogia, para os Professores, e, para os Auxiliares, o Ensino Médio completo, que administrarão, cuidarão e educarão as crianças de 0 a 3 anos, em creches e as crianças de 4 a 5 anos e 11 meses, nas classes de educação infantil - Brinquedos e Brincadeiras de Creches - Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças - Decisão judicial do STF (Ministro Celso de Mello) referente ao Recurso Extraordinário (RE) 436996 apresentado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo com referência à oferta de matrículas em creche - Diretrizes em ação: qualidade no dia a dia da educação infantil - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - Educação Infantil no Brasil - Avaliação Qualitativa e Quantitativa - Educação Infantil no Campo Proposta para a expansão da política - Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil - Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil - Encarte 1 - Estudo propositivo sobre a organização dos espaços externos das unidades do Proinfância em conformidade com as orientações desse programa e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEIs) com vistas a subsidiar a qualidade no atendimento - Estudo propositivo sobre a organização dos espaços internos das unidades do Proinfância em conformidade com as orientações desse programa e as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEIs) com vistas a subsidiar a qualidade no atendimento - Indicadores da qualidade na Educação Infantil - Orientações sobre convênios entre secretarias municipais de educação e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos para a oferta de educação infantil - Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil - Volume 1 - Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil - Volume 2 - Parecer CNE/CEB nº 20/2009/ Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 6
6. Fortalecer a atenção básica, com foco na Estratégia Saúde da Família (ESF), para ampliar as práticas familiares promotoras do desenvolvimento integral da criança, desde a gestação até, principalmente, os 3 anos de idade, dando atenção especial às crianças em maior vulnerabilidade, como crianças indígenas, quilombolas e com deficiência. 6.1. Promover ações de incentivo à participação do pai na gestação, parto, puerpério e no cuidado à criança. 6.2. Promover a atenção humanizada e qualificada à gestante, parturiente e à criança, com foco a reduzir/ monitorar a incidência de doenças de transmissão vertical (HIV, sífilis, microcefalia etc). 6.3. Promover ações voltadas à redução do número de cesáreas desnecessárias, com campanhas de sensibilização dos pais, das famílias e dos profissionais de saúde. 6.4. Garantir às famílias o acesso ao planejamento reprodutivo, a partir da disponibilização de insumos e de informações qualificadas. 6.5. Garantir o cuidado integral, intersetorial e integrado a toda criança, por meio do estabelecimento de linhas de cuidado, envolvendo a rede de atenção à saúde, educação e proteção social, e que possa incluir todas as crianças com deficiências. 6.6. Garantir informação e apoio à lactante que assegure o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e, de forma complementar, até os dois anos ou mais. 6.7. Utilizar o sistema de registro da Estratégia Saúde da Família (ESF) para monitoramento dos indicadores de crescimento e desenvolvimento infantil na Primeira Infância. 6.8. Promover o acompanhamento do desenvolvimento infantil e o correto preenchimento e utilização da Caderneta da Criança. - Atenção ao pré-natal de baixo risco - Avanços do Marco Legal da Primeira Infância - Brinquedos e Brincadeiras de Creche - Clínica Ampliada e Compartilhada - Como realizar a Semana do Bebê em seu Município - Coleção Primeiríssima Infância: - Formação em puericultura: práticas ampliadas - Diretrizes da política nacional de saúde bucal - Fundamentos da Família como Promotora do Desenvolvimento Infantil. Parentalidade em foco - Kit Família Brasileira Fortalecida - Núcleo de Apoio à Saúde da Família - Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano - Política Nacional de Alimentação e Nutrição - Política Nacional de Atenção Básica - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) - Portaria 1130, de 5 de agosto de 2015, Ministério da Saúde - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) - Atitude de Ampliação de Acesso - Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na atenção básica - Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar - Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento - Saúde na escola 7.1. Implantar e/ ou fortalecer serviços de acolhimento na modalidade de famílias acolhedoras para crianças na Primeira Infância. 7.2. Fortalecer o trabalho social com famílias por meio do Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família (Paif) e Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi). 7.3. Ampliar a cobertura dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos destinados às crianças de 0 a 6 anos. 7.4. Incentivar a implantação de redes de atendimento, proteção e defesa de crianças e definição dos fluxos de atendimento intersetorial. 7.5. Aprimorar o sistema de notificação de violências contra crianças. - Caderneta de Saúde da Criança - Disque 100 - Linha de Cuidado aplicada à Assistência Social. - A Atenção Integral a Crianças e Adolescentes e a Garantia do Direito à Convivência Familiar e Comunitária. - Orientações para Gestores e Profissionais que Integram a Rede de Proteção, Defesa e Promoção de Direitos da Criança e do Adolescente - Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social CREAS - Orientações Técnicas para os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes - Orientações Técnicas sobre o PAIF - O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais vol. 1 - Orientações Técnicas sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAIF: Trabalho Social com Famílias vol. 2 - Proteja Brasil - Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais Resolução 109, de 11 de Novembro de 2009, do Conselho Nacional de Assistência Social CNAS 7
apoio A relação dos parceiros envolvidos na construção da Agenda prioritária para a Primeira Infância: qualidade e equidade nas políticas públicas, bem como os arquivos dos materiais de referência estão disponíveis em http://agendaprimeirainfancia.org.br. A Trajetórias (www.trajetorias.net) e Oliva foram responsáveis pela moderação e relatoria do processo de elaboração desta Agenda.