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Terça 28 de março 05:00 IPC (semanal) FIPE. 08:00 Sondagem da Construção (mar) FGV - INCC-M (mar) FGV

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Quarta 25 de janeiro 08h00 Sondagem do Consumidor FGV

6,38 6,83-6, ,20-3,49-6,58-20,35 47,10 69,00 5,71 6, ,15-3,49-6,65-20,30-69,50 5,76

Consumidor e indústria continuam desanimados. A Balança Comercial segue abastecendo nossas reservas. Câmbio O recesso e o mercado livre.

meses Maio 1,23 2,82 5,41 0,79 2,88 5,58 Jun. 0,96 3,81 5,84 0,74 3,64 6,06 Jul. 0,45 4,27 6,03 0,53 4,19 6,

INDICADORES ECONÔMICOS

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INDICADORES ECONÔMICOS

Produto Interno Bruto - PIB Var. 12 meses contra 12 meses anteriores (%) Atividades selecionadas, 2016

Massa Salarial Real Média móvel trimestral (R$ milhões) jul/14. jul/15. jan/15. set/15. jan/16. set/14. nov/14. nov/15. mai/15. mar/15.

Terça 07 de março 08:00 IGP-DI (fev) FGV. 09:00 Índice de Preços ao Produtor - indústrias de transformação (jan) IBGE - PIB (4º tri.

Índices de Preços. Período

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Quarta 18 de janeiro 05h00 IPC FIPE. 12H30 Fluxo cambial BACEN. - Índice de Confiança do Empresário Industrial - ICEI CNI

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Produto Interno Bruto (PIB) Taxa de crescimento do acumulado em 4 trimestres (%) 2014.III 2013.III 2012.I 2013.I 2014.I 2015.I 2011.III 2012.

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ACOMPANHAMENTO PESQUISA FOCUS 5 de outubro de 2018 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

ACOMPANHAMENTO PESQUISA FOCUS. 6 de outubro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

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SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

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Análise de Conjuntura Agosto/2011

Transcrição:

BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA ABRIL 2017 SEMANA 1 PAINEL DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA

Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos. O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE. O comitê também conta com a participação de alunos do CFO Strategic, programa do ISAE em parceria com o IBEF (lnstituto Brasileiro de Executivos de Finanças), que capacita o profissional de finanças com foco nas pessoas que impulsionam as ações e potencializam os resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE. Equipe Técnica André Alves Adriano Bazzo Christian A. Geronasso Christian Bundt Jefferson Marcondes Luciano De Zotti Coordenação Técnica Fabio Alves da Silva Coordenação Geral Rodrigo Casagrande 01

Atividade Econômica: Números da indústria ainda não indicam recuperação. PIB 2017: projeções alinhadas e estáveis. Preço e Juros: Inflação: retração alimentada. Menos 1p.p. já é dado como certo. Balança comercial e Câmbio: Com um novo superávit da Balança Comercial o resultado de março atinge US$7,1 bilhões. A moeda americana começa abril de 2017 cotada a R$/US$3,1150. Mercado de Trabalho: PNAD aponta desemprego em 13,2% Tecnologia: Boas vindas ao tema Tecnologia no Painel de Conjuntura A 4ª Revolução Industrial automatizará nossos empregos? Opinião: Apesar dos impactos negativos na avaliação popular, as reformas do trabalho e da previdência precisam avançar. 02

AGENDA DA SEMANA Dia Indicador / Evento 03/04 Boletim Focus (BCB) 03/04 Balança Comercial (MDIC) 04/04 IPC (FIPE) 04/04 Pesquisa Industrial Mensal: Produção Industrial (IBGE) 05/04 Fluxo Cambial (Bacen) 06/04 IGP (DI) (FGV) Atividade econômica Números da indústria ainda não indicam recuperação: utilização da capacidade instalada cai (pouco) em fevereiro/2017. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, logo no início de abril, números relativos a fevereiro de 2017 que mostram diminuição do uso capacidade instalada da indústria de 0,4% com relação ao mês anterior e 0,6% em relação a fevereiro de 2016. Foi interrompida a sequência de três meses sem queda no índice da CNI. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV), na sua pesquisa do Índice de Confiança da Indústria (ICI), investiga e divulga o nível de utilização da capacidade instalada da indústria (NUCI) e também mostra queda no indicador. A tabela a seguir revela os valores da capacidade instalada pesquisada pela CNI e FGV. 03

Apesar de existirem diferenças no método de pesquisa, é interessante o alinhamento entre as pesquisas: ambas concordam no percentual e nas diferenças, principalmente neste primeiro bimestre de 2017. Apesar da pequena queda, o indicador reforça a estabilização do nivel de produção industrial brasileira e não indica recuperação da economia. A CNI também disponibiliza outros indicadores sobre a indústria que compõem a análise de estabilidade e aponta certa ambiguidade, conforme a tabela a seguir. Na análise das expectativas de consumidores e empresários (do comércio, da indústria e dos serviços) os números são todos crescentes, ainda próximos da zona da neutralidade, revelando a retomada gradual do otimismo. Mas na realidade do varejo, assim como na produção, esse otimismo gradual ainda não se transformou em consumo. É o que mostra a Pesquisa do Anual Comércio, realizada pelo IBGE, que aponta queda de 0,7% nas vendas do varejo restrito e queda de 0,2% no varejo ampliado. Veja os números: 04

Chama atenção a queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes, que pode significar menos movimento de carga (portanto, menos vendas da indústria), e o aumento no segmento de tecidos, vestuário e calçados, bastante significativo no ramo do comércio. PIB 2017: projeções alinhadas e estáveis. Na metade do mês de março o Ministério da Fazenda anunciou a revisão da estimativa de crescimento do país em 2017, de 1,00% para 0,5%. Com a mudança, a previsão federal alinhou-se com a do mercado, semanalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil (Boletim Focus). No último Focus, o mercado aponta crescimento do PIB de apenas 0,47%, em 2017, e 2,50% em 2018. Já a expectativa do Focus para o comportamento da produção industrial brasileira continua sendo para crescimento de 1,20% em 2017. Para 2018, a expectativa é de crescimento de 2,06%, que, apesar de positiva, vem apresentando queda há quatro semanas, quando apontava alta de 2,19%. Que significado terá essa tendência de queda na expectativa para a produção industrial do próximo ano? 05

Preço e Juros Inflação: Retração alimentada Segundo o Boletim Focus, o IPCA para 2017 caiu levemente, de 4,12% para 4,10%, pela mediana das expectativas de mercado. Para o ano de 2018 a expectativa continua travada em 4,50%, pela 36ª semana consecutiva. A média das Top 5 (analistas que mais acertam suas estimativas) prevê 3,78% para 2017 e 4,42% em 2018. Mesmo com a expectativa da interrupção da queda dos preços de alimentos e o aumento das tarifas de energia elétrica, o IPCA deve confirmar nova queda em março, devido à dissipação dos efeitos de reajustes sazonais dos setores de educação e transporte público, além da queda dos preços de combustíveis. Segundo o Relatório de Inflação de março do BCB, que considera as projeções de curto prazo no cenário básico do Copom, o IPCA deve atingir em maio os 4,15%. O índice fechou fevereiro em 4,76% e o IBGE divulgará o índice até março na segunda-feira (10/04), antes da 206ª reunião do COPOM. O gráfico a seguir mostra a trajetória do IPCA. 06

SELIC: menos 1p.p. já é tido como certo. As expectativas para a taxa Selic, na pesquisa Focus, recuaram novamente para 8,75% a.a. para o final de 2017 e 8,50% a.a. para 2018. Na semana que vem, um corte maior na SELIC, de 1,25p.p., está condicionado à divulgação do IPCA de março. A média da expectativa de mercado das Top 5 de médio prazo estabilizou em 8,50% a.a. para 2017 e 2018. A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro situou-se em 32,2% a.a. em fevereiro, composta pelo custo médio de 53,2% a.a. no crédito livre e 9,9% a.a. no direcionado. Os subsídios do crédito direcionado, com destaque para os financiamentos de longo prazo do BNDES, distorcem a efetividade dos ajustes da taxa básica. Segundo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, no anúncio da criação da TLP (Taxa de Longo Prazo) do processo de modernização da remuneração do BNDES, com a aplicação do novo modelo nos contratos a partir de janeiro de 2018 será possível aumentar a potência da política monetária, contribuindo para o controle da inflação ao menor custo para a sociedade e surtirá efeito para a queda sustentada da taxa de juros estrutural da economia. 07

Balança Comercial Com um novo superávit da Balança Comercial o resultado de março atinge US$7,1 bilhões. Segundo os dados recentes do MDIC Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, o mês de março apresentou um superávit na Balança Comercial de US$7,1 bilhões. Com o saldo de exportações em US$20,1 bilhões, 20,1% maior em relação a março de 2016 e importações com saldo de US$12,9 bilhões, 7,1% superior ao mesmo período de 2016, o superávit de março contribui para que o primeiro trimestre encerre com resultado positivo de US$14,4 bilhões, maior marca para o período desde 1989, início da série. Na linha das exportações houve um aumento nas vendas de todas as categorias, produtos básicos 29,7%, semimanufaturados 12,3% e manufaturados 7,4%. Na conta de importações, aumentaram as compras de produtos intermediários em 14,4%, combustíveis e lubrificantes em 10,1%, e bens de consumo em 1%. Os bens de capital apresentaram uma queda de 10,5%. Este resultado não aponta efeitos negativos resultantes da Operação Carne Fraca. Ao contrário, os dados mostram um crescimento nas exportações de proteínas animal. Muitas destas exportações já estavam contabilizadas nas primeiras semanas. Os efeitos negativos poderão ser apurados até a segunda semana de abril/2017. Câmbio A moeda americana começa abril de 2017 cotada a R$/US$3,1150, trazendo uma valorização do Real frente ao dólar. A valorização ocorreu muito mais em função do enfraquecimento do dólar que por fundamentos da moeda nacional. 08

Mercado de Trabalho PNAD aponta desemprego em 13,2% A taxa de desemprego no último trimestre (dez/16, jan-fev/17) fechou em 13,2 %, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios (PNAD) divulgada pelo IBGE no dia 31 de março. É a maior taxa de desemprego desde que começou a ser medida em 2012. Quando comparada ao trimestre anterior (set-out-nov/16), constata-se que houve um crescimento 1,3 p.p. na taxa de desemprego que representa um acréscimo de 1,4 milhões de pessoas que não conseguem encontrar trabalho. Tal crescimento se deve em parte as demissões de trabalhadores temporários no final de 2016, como também reflexo da crise econômica que resultou na diminuição da produção industrial, de vendas no comércio e redução nos serviços. A perspectiva para os próximos meses é que o índice estabilizará e poderá haver uma melhora no último trimestre. A recuperação do nível de emprego será lenta, pois havendo a retomada do crescimento econômico, e por consequência a geração de novos postos de trabalho, as pessoas que desistiram de encontrar trabalho devem voltar a procurá-lo, engrossando a estatística dos desempregados. Vale lembrar que o índice é calculado a partir de pessoas que procuraram emprego nos últimos 30 dias e não encontraram. 09

Tecnologia Boas vindas ao tema Tecnologia no Painel de Conjuntura Em dezembro de 1950, foi publicada a primeira edição do livro Eu Robô, escrito pelo renomado escritor de ficção científica, Isaac Asimov, descrevendo um futuro onde os robôs são a principal mão de obra. Quase 70 anos depois um dos maiores empresários do Vale do Silício, Elon Musk, fala abertamente em entrevistas sobre a fusão de humanos com robôs e futuras ameaças oriundas de uma poderosa Inteligência Artificial. E a macroeconomia? De acordo com Dr. Peter Diamandis, autor do best seller Abundância: o futuro é melhor do que você pensa, referência quando o tema é inovação, aproximadamente 40% das empresas que hoje compõem a Fortune 500 não estarão mais lá daqui 10 anos, tão grande é o dinamismo que tecnologia trouxe para os novos modelos de negócios. Atualmente, a AirBnB possui a maior rede de hoteleira do mundo, mas nenhum hotel, o UBER já é uma das maiores empresas de transportes do mundo, mas não possui frotas e o AliExpress é o maior varejista do mundo, mas não conta com uma loja sequer. O que estas empresas têm em comum é o uso da tecnologia como principal elemento do modelo de negócio, denotando a importância desse fator na composição dos agregados macroeconômicos. Por isso, a partir dessa semana será dedicado espaço no Painel para discussão desse tema. A 4ª Revolução Industrial automatizará nossos empregos? Existem dois papéis em uma revolução industrial: protagonista e coadjuvante. O primeiro papel é exercido por poucos, como Thomas Edison, Henry Ford ou Steve Jobs, observados com admiração pela grande maioria que faz o possível para acompanhar as mudanças. Neste momento, o mundo passa pela quarta revolução industrial, mais disruptiva que todas as anteriores por ter um número muito maior de protagonistas. Como exemplo é possível citar as startups de tecnologia chamadas de unicórnio. São empresas avaliadas em pelo menos 1 bilhão de dólares, que em muitos dos casos são lideradas por self made billionaires", pessoas comuns, ou nem tanto, que por seus próprios méritos alcançaram o título de Bilionário - The Unicorn List (http://fortune.com/unicorns/). 10

São empresas de diversos segmentos de mercado, tais como: análise de DNA para público em geral, cibersegurança, compartilhamento de recursos, manufatura de drones, serviços de assinatura, entre vários outros ramos que se fossem sugeridos como apostas de futuro dez anos atrás cairiam na descrença dos melhores futurólogos. De acordo com o Boston Consulting Group, neste processo evolutivo milhares de novos empregos serão criados e outros milhares existentes serão automatizados, como toda boa revolução industrial. Nessa mesma linha, os pesquisadores Frey & Osborne estudaram a probabilidade dos empregos passíveis de automação nos Estados Unidos (Figura 1) e Japão (Figura 2), em 2013 e 2016. Analisando os gráficos a seguir, é possível perceber que todos estão sujeitos a um novo formato no exercício da profissão. Até mesmo vendas, área reconhecida pela necessidade de habilidades específicas de relacionamento, sucumbirá a formas automáticas e artificialmente inteligentes de operação. 11

Infelizmente, existem poucas pesquisas similares às de Frey & Osborne no Brasil. Mas já é possível dizer que os impactos continuarão exponenciais, sobretudo com reflexos importantes no PIB e também na configuração do mercado de trabalho, pois a 4ª revolução industrial já automatizou e irá automatizar muitos dos nossos empregos na velocidade de aparição das empresas Unicórnio. Opinião Apesar dos efeitos negativos na avaliação popular, as reformas trabalhista e da previdência precisam avançar. O Brasil registrou um déficit primário de R$ 23,5 bilhões em fevereiro de 2017, o pior resultado para o mês desde o ano de 2001, data de início da série, acumulando nos últimos 12 meses um déficit de R$ 147,4 bilhões (2,34% do PIB). No ano, o Brasil possui um superávit acumulado de R$ 13,2 bilhões, reflexo do superávit de R$ 36,7 bilhões registrado em janeiro. O superávit ou déficit primário é o valor que sobra ou falta no caixa do governo após o pagamento de suas despesas, sem considerar os gastos para pagamento dos juros da dívida. Já a previdência social apresentou déficit de R$ 13,5 bilhões no mesmo mês, ou seja, R$ 3,2 bilhões a mais comparativamente com fevereiro de 2016, quando registrou R$ 10,2 bilhões de déficit. 12

Enquanto isso, a pesquisa do Ibope apurou que a gestão do presidente Michel Temer é considerada ruim ou péssima por 55% dos entrevistados. Em dezembro, esse percentual era de 46%. Apesar dos números muito ruins, não há espaço para retroceder quanto às reformas necessárias para mitigar os efeitos das decisões infelizes do período lulopetista. Não haveria como a perspectiva popular ser positiva por conta da deterioração do mercado de trabalho, com 13,5 milhões de desempregados, maior número desde 2012. Dentre as medidas imprescindíveis estão as reformas trabalhista e previdenciária, que, ao lado do desemprego, ajudam a desgastar a imagem de Temer. 13