Uma iniciativa para a promoção da literacia científica na disciplina de Ciências Físico-Químicas do 3.º ciclo do ensino básico

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Palavras chave: trabalho colaborativo, desenvolvimento profissional, articulação curricular, tarefas de investigação e exploração.

Transcrição:

Uma iniciativa para a promoção da literacia científica na disciplina de Ciências Físico-Químicas do 3.º ciclo do ensino básico José Mendes Escola Básica Sebastião da Gama - Estremoz, Portugal ja.mendes@sapo.pt Pedro Reis Instituto de Educação, Universidade de Lisboa, Portugal preis@ie.ul.pt Categoria F Texto O acelerado ritmo de transformação científica e tecnológica e a necessidade de responder às exigências do mundo atual têm motivado alterações na educação em ciências, no sentido da promoção de uma literacia científica para todos. Atualmente, os currículos de ciências concentram-se na compreensão da Ciência e das suas interações com a Tecnologia, o Ambiente e as diferentes esferas da Sociedade e na promoção de competências de mobilização de conhecimentos, capacidades e atitudes na tomada de decisões e na resolução de problemas do quotidiano dos alunos (Galvão, Reis, Freire e Faria, 2011; Holbrook e Rannikmae, 2002; Reis, 2004). Dada a necessidade de se responder ao crescente desinteresse manifestado em relação às ciências e às disciplinas e carreiras de ciências, bem como aos níveis elevados de iliteracia científica observados na população em geral, vários currículos e projetos têm proposto um ensino da ciência centrado no aluno, nos processos de aprendizagem e que seja relevante para a vida quotidiana dos alunos. Foi precisamente com estes objetivos que em 2006, começou a ser desenvolvido o projeto PARSEL Popularity and Relevance of Science Education for Science Literacy. Este projeto envolveu oito países, correspondentes a oito universidades e uma associação de ciências. O PARSEL integra um conjunto de materiais curriculares (módulos), 1

baseados em atividades de investigação, com características que permitam ou facilitem a adoção de novas formas de organizar o processo ensinoaprendizagem e promovam a literacia científica, bem como a perceção da relevância e a popularidade das disciplinas de ciências aos olhos dos alunos. Os módulos criados pelo projeto PARSEL, estão orientados por princípios comuns e apresentam um modelo de implementação segundo três estádios. Desta forma, os módulos iniciam-se com um primeiro estádio (construção do cenário): assenta na ideia de que toda a aprendizagem deve ser contextualizada, sendo essencial estabelecer uma ligação clara entre a ciência e a sociedade. Para isso, os módulos iniciam-se com um tema social, ligado ao dia a dia dos alunos e às suas preocupações, tema esse que irá ser analisado através de procedimentos e conceitos científicos. Aqui os professores podem constituir-se como instrumentos fundamentais para iluminar essa ligação, tornando saliente a relação entre a ciência e a sociedade. Segue-se a atividade investigativa baseada numa aprendizagem por resolução de problemas científicos (segundo estádio): neste momento os alunos são levados a planear e a implementar uma atividade de investigação de forma a responder à questão levantada. Estas atividades podem ser laboratoriais, de pesquisa, experimentação, modelação matemática, role-playing, leitura e análise de textos, leitura e interpretação de gráficos, escrita e análise de textos, resolução de problemas e construção de questionários. Finalmente, o terceiro estádio, de tomada de decisão sociocientífica: corresponde à tomada de decisão, com base nos resultados das atividades que desenvolveram. Este estádio é considerado importante, uma vez que, ao pedir aos alunos para tomar uma decisão sociocientífica em relação a um determinado problema, o professor está a criar condições para os alunos argumentarem, apresentarem as suas posições, comunicarem os resultados das suas ações, consolidando ideias e construindo novos significados. Este estudo analisa as potencialidades de uma atividade de investigação do Projeto PARSEL na promoção da literacia científica, no ensino da Física e da Química, em alunos do 8.º ano de escolaridade. A atividade selecionada Como evitar perdas de energia na escola? envolveu trabalho colaborativo e teve como principal objetivo melhorar o processo de tomada de decisão e promover a partilha de ideias entre os estudantes, através da resolução de um problema relacionado com perdas de energia na escola e de como torná-la mais eficaz do ponto de vista energético. Pretendia-se que depois de completada esta atividade, os alunos se tornassem mais sensíveis à gestão sustentável dos recursos energéticos. A realização da atividade seguiu várias etapas: a) identificação e análise do problema em causa; b) desenvolvimento de um plano de investigação; c) identificação dos locais por onde ocorrem perdas e ganhos de energia, tanto no inverno como no verão; d) pesquisa de informação; e) definição de possíveis ações para reduzir a transferência de energia; f) elaboração de um relatório com as ações requeridas para tornar a escola mais eficaz do ponto de vista energético; g) desenvolvimento de uma brochura para sensibilização da comunidade escolar 2

no sentido de uma escola energeticamente mais eficaz; e h) apresentação dos resultados à comunidade escolar. O estudo realizado pretendeu: a) verificar se a realização da atividade é promotora da literacia científica, do interesse dos alunos pelo ensino das ciências (em particular das Ciências Físico-Químicas) e da perceção dos alunos sobre a relevância da ciência e tecnologia para o dia a dia; e b) identificar as potencialidades educativas que os alunos atribuem à atividade realizada e as dificuldades que estes manifestam na realização da atividade. Para se atingir estes objetivos, utilizou-se uma metodologia de investigação qualitativa de tipo interpretativo, onde o investigador investigou a sua própria prática através da aplicação de uma proposta didática em contexto natural. Neste estudo participaram 52 alunos de três turmas do 8º ano de escolaridade de uma escola de Estremoz. Foram utilizados vários métodos de recolha de dados: observação naturalista no decorrer das aulas, entrevistas em grupo focal, aplicação de questionário no final da atividade (com o qual se pretenderam conhecer as opiniões dos alunos sobre a atividade realizada) e análise de documentos escritos, nomeadamente, de um relatório e das respostas a questões de um teste de avaliação. Todos os dados foram submetidos a análise de conteúdo de tipo categorial. Os resultados obtidos permitiram constatar que a atividade realizada facilitou o desenvolvimento de competências indispensáveis à literacia científica e um maior interesse dos alunos pelo ensino das ciências. Foram promovidos conhecimentos substantivos, através dos conceitos científicos adquiridos nos problemas analisados, processuais, através do processo desenvolvido para a resolução do seu problema e da pesquisa de informação realizada, capacidades de raciocínio e de comunicação através das inferências e deduções elaboradas perante evidências relacionadas com a utilização de energia nos locais em estudo e das propostas criativas de solução para os problemas diagnosticados, bem como ao defenderem e argumentarem as suas ideias durante a realização da atividade e na apresentação do seu trabalho à turma; e das atitudes demonstradas no desenrolar dos trabalho de grupo, e atitudes relacionadas com o trabalho em grupo. Concluiu-se, também, que a utilização desta atividade proporcionou um maior interesse dos alunos pelo ensino das ciências, devido à metodologia utilizada e ao facto deste tipo de atividade utilizar essencialmente problemas que se prendem com o dia a dia dos alunos. Os alunos desenvolveram a ideia de que a ciência é importante para o quotidiano, ajudando-os a compreender melhor os fenómenos que ocorrem à sua volta, o que reforçou a sua opinião acerca da relevância da educação em ciências. Pode-se concluir também que os alunos consideram que a atividade possui um papel importante no campo educativo, uma vez que se diferencia dos modelos tradicionais de aprendizagem, permitindo para além da mobilização de várias competências como já foi referido, despertar nos alunos o gosto pela descoberta, pela pesquisa de informação e raciocínio crítico. 3

Sendo este um estudo que também incidiu sobre a prática profissional do investigador, surgiu a necessidade de se fazer uma análise sobre a prática utilizada na execução da atividade. Concluiu-se assim, que a realização da atividade de investigação, como estratégia de ensino e aprendizagem, teve um impacto positivo no seu desempenho profissional, uma vez que constituiu uma forma de ensinar inovadora para estes alunos, levando-os a desenvolver com maior facilidade as competências essências preconizadas nas orientações curriculares. No mesmo sentido, entende-se que a atividade é um bom meio para atingir as metas de aprendizagem propostas para a temática, uma vez que se enquadra no subdomínio Energia, para o qual se pretende como meta de aprendizagem, que o aluno deverá elaborar justificações sobre a importância de questões energéticas para a sustentabilidade do Planeta no que respeita a fontes de energia e eficiência energética. Também para o investigador, o presente estudo trouxe benefícios profissionais, pois permitiu desenvolver a capacidade de conduzir determinados tipos de atividade de grupo, em particular as atividades de investigação e até adquirir uma maior perceção de como estruturar melhor as atividades. Galvão, C., Reis, P., Freire, S. & Faria, C. (2011). Ensinar Ciências, Aprender Ciências. O contributo do projeto internacional PARSEL para tornar a ciência mais relevante para os alunos. Porto: Porto Editora. Holbrook, J. & Rannikmae, M. (2002). Scientific and Technological Literacy for All an Important Philosophy for the teaching of Science Subjects. In: K. Ninisto, H. Kulemulk, L. Kemppinen (eds.) Developing Teacher Education in Estonia. Finland: University of Tarku. Reis, P. (2004). Controvérsias sócio-científicas: Discutir ou não discutir? Percursos de aprendizagem na disciplina de Ciências da Terra e da Vida. Tese de Doutoramento, Universidade de Lisboa, Departamento de Educação da Faculdade de Ciências, Portugal. 4