Projeto Escola com Celular



Documentos relacionados
Rompendo os muros escolares: ética, cidadania e comunidade 1

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

A PÁGINA DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA DO PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

PVANET: PRINCIPAIS FERRAMENTAS E UTILIZAÇÃO DIDÁTICA

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

Introdução a EaD: Um guia de estudos

Utilizando a ferramenta de criação de aulas

PROJETO UCA: FORMAÇÃO BRASIL. Proposta de operacionalização. Formação dos professores na escola

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

Educação a distância: desafios e descobertas

Relatório de comunicação digital da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis Janeiro a Julho/2012

PLANTANDO NOVAS SEMENTES NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CAMPUS GUARULHOS

1. Ao clicar no link você verá a página inicial do Edukatu.

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

Quando a finalidade do acesso está relacionado à escola, a atividade de pesquisa se torna a mais frequente em todos os públicos.

PROJETO CONVIVÊNCIA E VALORES

Introdução ao Aplicativo de Programação LEGO MINDSTORMS Education EV3

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para a elaboração do projeto escolar

PLANO DE AÇÃO FÓRUM DO MUNICÍPIO QUE EDUCA

A Educação a Distância como ferramenta para estimular e melhorar o desempenho dos alunos da E.E.E.F.M. Advogado Nobel Vita em Coremas - PB

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

REALIZAÇÃO DE TRABALHOS INTERDISCIPLINARES GRUPOS DE LEITURA SUPERVISIONADA (GRULES)

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Dados do Ensino Médio

Sumário 1. CARO EDUCADOR ORIENTADOR 3 PARCEIROS VOLUNTÁRIOS 3. TRIBOS NAS TRILHAS DA CIDADANIA 4

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

ENSINO DIGITAL E INOVAÇÃO: PANORAMA EAD FURG POSSIBILIDADES E DESAFIOS

Entusiasmo diante da vida Uma história de fé e dedicação aos jovens

MBA MARKETING DE SERVIÇOS. Turma 19. Curso em Ambiente Virtual

A divulgação desta apresentação por Cd-Rom e no Web site do programa Educação do Instituto do Banco Mundial e feita com a autorização do autor.

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Profissionais de Alta Performance

ENSINO A DISTÂNCIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DA PARAÍBA

crítica na resolução de questões, a rejeitar simplificações e buscar efetivamente informações novas por meio da pesquisa, desde o primeiro período do

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SISTEMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - SIFMT

PRÁTICAS DE ENSINO EM CONTEXTO TECNOLÓGICO: PRIMEIROS APONTAMENTOS SOBRE A OFERTA DE CURSO ONLINE

EDUCANDO COM A HORTA ESCOLAR PEDAGÓGICA

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

ASSESSORIA PEDAGÓGICA PORTFÓLIO DE PALESTRAS E OFICINAS

A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul

Módulo II - Aula 3 Comunicação

PERFIL DA VAGA: GERENTE DE CONTEÚDOS E METODOLOGIAS

Área de conhecimento: Economia Doméstica Eixo Temático: Administração, Habitação e Relações Humanas;

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

O futuro da educação já começou

P R E F E I T U R A M U N I C I P A L D E B A U R U E s t a d o d e S ã o P a u l o S E C R E T A R I A D A E D U C A Ç Ã O

PONTOS CRÍTICOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE E-LEARNING.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

Curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subseqüente ao Ensino Médio, na modalidade a distância, para:

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

Gestão da Informação e do Conhecimento

Escola de Políticas Públicas

Plataforma. Portal Educacional

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA

BLOG: A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

A AÇÃO COMUNITÁRIA NO PROJOVEM. Síntese da proposta de Ação Comunitária de seus desafios 2007

AS NOVAS DIRETRIZES PARA O ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM O CURRÍCULO E COM O ENEM

Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação

Prêmio Itaú-Unicef Fundamentos da edição Ações Socioeducativas

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

CADERNO DE ORIENTAÇÃO DIDÁTICA PARA INFORMÁTICA EDUCATIVA: PRODUÇÃO COLABORATIVA VIA INTERNET

para imprensa Brand Book

Programa Nacional Alfabetização na Idade Certa PNAIC 30/05/12

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: BREVE HISTÓRICO DA UFPB VIRTUAL

Projeto Empreendedores Cívicos

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

Dreamshaper, Jovens empreendedores construindo o futuro.

Escola Municipal Andre Urani Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais / GENTE RJ 27/06/2013

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. ( ) ENED Plano de Acção

A MODELAGEM MATEMÁTICA E A INTERNET MÓVEL. Palavras Chave: Modelagem Matemática; Educação de Jovens e Adultos (EJA); Internet Móvel.

Agenda Estratégica Síntese das discussões ocorridas no âmbito da Câmara Técnica de Ensino e Informação

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD VAGA

PROJETO Educação de Qualidade: direito de todo maranhense

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

INDICADORES ETHOS PARA NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E RESPONSÁVEIS

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES TUTORES PARA O ENSINO DE TEATRO À DISTÂNCIA

Contribuição das Tecnologias da Informação e Comunicação no Processo Ensino-Aprendizagem

COORDENADORA: Profa. Herica Maria Castro dos Santos Paixão. Mestre em Letras (Literatura, Artes e Cultura Regional)

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

Metodologia e Prática de Ensino de Ciências Sociais

ESCOLA ESTADUAL JOAQUIM GONÇALVES LEDO

PROGRAMA TEMPO DE ESCOLAO

Programa de Desenvolvimento Local PRODEL. Programa de Extensão Institucional

A EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ADQUIRIDA DENTRO DA COORDENADORIA DE GESTÃO AMBIENTAL DA UFRGS

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇO FÍSICO NA CRECHE ( os cantinhos ), que possibilitou entender o espaço como aliado do trabalho pedagógico, ou seja, aquele que

Os 3 erros mais comuns na adoção dos tablets na sala de aula - e como você pode evitá-los

Política Nacional de Participação Social

Com-Vida. Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO. Secretaria de Educação Especial/ MEC

Transcrição:

Projeto Escola com Celular Rede Social de Sustentabilidade Autores: Beatriz Scavazza, Fernando Silva, Ghisleine Trigo, Luis Marcio Barbosa e Renata Simões 1 Resumo: O projeto ESCOLA COM CELULAR propõe o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) mais especificamente uma rede social e os telefones celulares como ferramentas de apoio para as atividades escolares. A sustentabilidade é o eixo norteador de projetos interdisciplinares que têm o ambiente escolar, o doméstico e a cidade como espaço de estudo e intervenção. A proposta é ir além dos muros da escola para: utilizar os dados da realidade para estimular a aprendizagem dos conteúdos e desenvolver habilidades e competências descritas no currículo escolar; estimular a participação e o convívio social na escola e na cidade; praticar a inclusão digital e suas premissas: mobilidade, conectividade e sustentabilidade. Palavras-chave: sustentabilidade; mobilidade; colaboração. 1 Beatriz Scavazza (bscavazza@vanzolini-ead.org.br), Fernando Silva (fsilva@vanzolini-ead.org.br), Ghisleine Trigo (ghistrio@vanzolini-ead.org.br), Luis Marcio Barbosa (lbarbora@vanzolini-ead.org.br) e Renata Simões (rsimoes@vanzolini-ead.org.br).

Como os professores podem utilizar as tecnologias disponíveis atualmente em sua prática pedagógica? Como formar cidadãos capazes de interagir, conviver e se relacionar com seus pares e com o mundo? Vivemos um momento de mudança de paradigmas, com a incorporação de novas tecnologias aos projetos pedagógicos. Uma das formas de aliar o ensino às práticas digitais é o mobile learning. Por meio do telefone celular, os alunos aprendem de maneira diferenciada: rápida, interativa e estimulante, fora da sala de aula. Outra forma é o uso de redes sociais, que permitem o trabalho colaborativo, a discussão e o compartilhamento de informações.o projeto Escola com Celular alia essas estratégias com o objetivo de contribuir com as aprendizagens dos alunos. PREMISSAS DO PROJETO Seu eixo norteador é o tema sustentabilidade. É iniciado com uma formação docente que apoia o professor a implementar e aplicar o projeto, tanto no âmbito tecnológico quanto pedagógico. A proposição de atividades é feita com base nos conteúdos, competências e habilidades previstos no currículo escolar vigente. É organizado em projetos interdisciplinares que têm o ambiente escolar, doméstico e a cidade como espaços de estudo e intervenção do aluno como cidadão responsável pelo meio em que vive. Utiliza as tecnologias disponíveis nas escolas e os telefones celulares dos alunos. O PROJETO O Escola com Celular é realizado em cooperação entre a Fundação Carlos Alberto Vanzolini e Secretarias da Educação para o trabalho com professores e alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. O 9º ano foi escolhido por ser um momento crítico da vida escolar dos jovens, que estão concluindo o Ensino Fundamental; o índice de evasão escolar é grande. Nessa faixa etária os alunos têm, em geral, bastante familiaridade com o uso de tecnologias. Segundo pesquisas realizadas pela Fundação Vanzolini, mais de 90% dos alunos possuem telefones celulares. Os celulares, tão familiares aos nossos alunos, são trazidos intencionalmente para a sala de aula para que sejam utilizados como uma ferramenta; uma estratégia de aprendizado. A ideia é trabalhar o que já tem que ser trabalhado, mas de uma forma diferente. Pretende-se envolver professores e alunos em uma discussão sobre os problemas locais relativos à sustentabilidade, como: o consumo de água e energia elétrica e a questão de produção de resíduos e, com isso, buscar alternativas viáveis para lidar com esses problemas. Como apoio para desenvolver o projeto, contamos com uma rede social onde todos - alunos e professores - podem se encontrar e debater os problemas que comprometem a sustentabilidade e, portanto, a qualidade de vida. Esse também é um espaço para a elaboração coletiva e a discussão de propostas de solução para os mesmos problemas. Por meio da coleta e compartilhamento de dados e informações, propomos o mapeamento de ações de promoção de sustentabilidade na escola, no bairro e na cidade. O projeto, que supõe a participação de várias disciplinas, conta com três fases. Para cada fase, propõe-se um conjunto mínimo de atividades, todas elas envolvendo algum tipo de recurso tecnológico. AS ATIVIDADES As atividades sugeridas são divididas em três fases. Na primeira fase do projeto, a esfera de investigação é a escola. As atividades propostas para essa fase inicial sugerem estratégias para apresentar o projeto aos alunos e, também, para que eles investiguem questões como: as condições de consumo de água e energia pela comunidade escolar, a produção, o armazenamento e a destinação dos resíduos da escola. Espera-se que elaborem propostas de intervenção no espaço escolar, sempre que necessário, e como resultado, que estimulem os alunos das demais séries a adotar atitudes e comportamentos mais sustentáveis.

Na segunda fase, a esfera de investigação é a família, quando, além de investigar em suas casas os mesmos aspectos observados na escola - o consumo de água e energia elétrica e a produção e o descarte de resíduos, por exemplo - os alunos são convidados a identificar valores, hábitos e procedimentos que contribuem para a redução ou o aumento da produção de resíduos e do consumo de água e de energia, sempre com a finalidade de elaborar propostas que contribuam para a adoção de princípios sustentáveis no cotidiano doméstico. Por fim, a terceira fase do projeto está focada na comunidade mais ampla: o bairro, ou até mesmo a cidade. Nessa fase, os alunos podem fazer o diagnóstico do entorno e pensar em propostas para socializar essas informações com a comunidade ou mesmo propor mudanças viáveis para essa realidade. As atividades do projeto também preveem, para a terceira fase, o georreferenciamento de locais da cidade que tenham relação com o projeto. Essa atividade permite a todos ter uma visão panorâmica dos problemas e também dos parceiros envolvidos e interessados na mudança, como: pontos de coleta seletiva, ONGs ligadas à proteção do meio ambiente e tantos outros. Figura 1 As esferas de investigação Nessas três fases, o percurso metodológico proposto prevê o envolvimento dos alunos em atividades de observação, de análise e de intervenção na realidade. Nas atividades de observação e registro, os alunos podem coletar dados e informações sobre a realidade, com o objetivo de diagnosticar a situação observada. Nas atividades de análise do diagnóstico, os alunos podem identificar as principais variáveis que interferem na realidade observada, como elas afetam a situação de sustentabilidade e, se for o caso, como podem ser enfrentadas. Com base nessa análise, espera-se que sejam propostas as atividades de intervenção na realidade, com o objetivo de mudar a situação diagnosticada.

Figura 2 Os três enfoques de investigação AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA) PARA PROFESSORES No AVA, os professores e gestores envolvidos têm a oportunidade de conhecer o projeto e espaço para discutir possibilidades e alternativas, relatar a implementação do projeto e adequar as atividades propostas à realidade e às demandas de sua escola. São disponibilizados 4 módulos de aula. Cada módulo possui vídeos, textos de apoio, fórum etc. Além disto, com a possibilidade de envio e recebimento de SMS, os professores podem sugerir atividades específicas para sua escola, ou seja, os professores podem criar suas próprias atividades com uso de tecnologia móvel. SÍNTESE DAS TECNOLOGIAS MOBILIZADAS Para a realização das macroatividades, além do AVA, é disponibilizada uma plataforma web com mapa georreferenciável e ambientes gerenciais (AVGs) para apoiar as atividades listadas a seguir: 1. Pesquisa on-line sobre o perfil tecnológico de alunos e professores 2. Aulas em vídeo 3. Plataforma web de rede social e mapa georreferenciável integradas 5. Formulário on-line para o cadastramento de alunos 6. Telefones celulares de alunos e professores 7. Interface para o disparo de SMS e relatórios de respostas RESULTADOS ESPERADOS O que se espera é favorecer o aprendizado dos conteúdos curriculares propostos para o trabalho dos professores e alunos por meio do uso de seus celulares e de uma rede social. Espera-se também promover uma mudança viável da realidade, seja por meio de propostas de ações para mudança de valores, hábitos e comportamentos seja, ainda, pelo estabelecimento de parcerias com instituições ou mesmo pela criação de demandas para os órgãos públicos. As possibilidades de intervenção são inúmeras e precisam ser acordadas entre os envolvidos, para que todos se comprometam com a mudança. A primeira mudança é exatamente o uso de recursos tecnológicos como ferramentas de aprendizagem e de ensino, não somente na escola entre os alunos, mas aproveitando as potencialidades desses recursos na atualidade, uma vez que as informações circulam e produzem novos sentidos no mundo virtual. Assim, os celulares de professores e de dos alunos são utilizados para receber e enviar SMS, de modo a ajudar na coleta de informações e no engajamento às atividades do projeto. Com os celulares, eles também podem tirar fotos e fazer vídeos como outro modo de registro do trabalho que está sendo desenvolvido pela escola.

Espera-se que todo o material coletado durante as atividades, e muito mais, possa alimentar a rede social do Escola com Celular. Essa rede social será um espaço colaborativo de discussão, produção de textos (individuais e coletivos) e divulgação das experiências vivenciadas em cada escola. ESCOLA COM CELULAR EM SÃO VICENTE O projeto piloto Escola com Celular foi desenvolvido na região de São Vicente, durante o segundo semestre de 2011. O projeto envolveu professores e alunos do 9º ano das escolas municipais da região e contou com o apoio da Secretaria da Educação de São Vicente. Os professores participantes, cerca de 150, foram das disciplinas de Ciências, Geografia, Língua Portuguesa e Matemática. Com base em uma análise do currículo do município nessa série e na realidade local, o tema escolhido foi resíduos e consumo. Para os professores, foi oferecido um curso de formação gratuito, online, constituído por atividades multimídiainterativas e mediado por um tutor. Os professores participantes tiveram a oportunidade de assistir a Web Aulas, fazer leituras, responder a enquetes e participar de discussões e trocas de ideias em fóruns sobre o eixo temático sustentabilidade. Eles receberam, ainda, diversas sugestões de atividades sobre o tema sustentabilidade para desenvolver com seus alunos. Dessa forma, funcionários das escolas, as famílias dos alunos e membros da comunidade também tiveram a oportunidade de ser envolvidos no projeto ao participarem das pesquisas e auxiliarem nas atividades desenvolvidas pelos alunos. Os alunos, peças-chave no desenvolvimento do projeto, interagiram por meio de uma rede social, participaram de enquetes via SMS sobre sustentabilidade, desenvolveram atividades de coleta de dados na escola, fizeram registros por meio de fotos usando o celular e, no final do semestre, foram convidados a participar de uma gincana sustentável cujo objetivo final era o tagueamento do mapa georreferenciado do projeto, de forma a oferecer à comunidade indicações de postos de coleta de resíduos de diferentes naturezas.