Gestão de Riscos e Investimentos

Documentos relacionados
Gestão de Riscos e Investimentos

Estatística e Modelos Probabilísticos - COE241

5 MEDIDAS DE RISCO 5.1 INTRODUÇÃO

Medida de Risco via Teoria de Valores Extremos. Análise de Risco (8) R.Vicente

Value at Risk (VaR) Introdução. Introdução. Prf. José Fajardo FGV-EBAPE

Realimentação de Relevância

COS767 - Modelagem e Análise Aula 3 - Simulação

Gerenciamento de Risco

Gestão de Riscos e Investimentos

Estatística e Modelos Probabilísticos - COE241

Estatística e Modelos Probabilísticos - COE241

SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 4 Sarita Mazzini Bruschi

Estatística e Modelos Probabilísticos - COE241

Estimador: combinação dos elementos da amostra, construída com a finalidade de representar, ou estimar, um parâmetro de interesse na população.

4.1 Conceitos Básicos em Reamostragem

4 Modelos de Mensuração de Risco de Mercado

BOOTSTRAP. - APLICAÇÃO DO MB: podem ser aplicados quando existe, ou não, um modelo probabilístico bem definido para os dados.

Professora Ana Hermínia Andrade. Período

Modelagem e Análise de Sistemas - COS767

Gestão de Riscos e Investimentos

4 Comparação dos Modelos

H11 GESTÃO DE RECURSOS LTDA.

TESTE DE KOLMOGOROV-SMIRNOV. Professor Ewaldo Santana Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

ESTATÍSTICA COMPUTACIONAL

MANUAL DE RISCOS DE MERCADO Modal Administradora de Recursos Ltda. MAR & Modal Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Modal DTVM

ANÁLISE DE RESULTADOS

Avaliação Quantitativa de Sistemas

ão, Regressão & Simulação

Modelagem e Análise de Sistemas de Computação Aula 19

DCBD. Avaliação de modelos. Métricas para avaliação de desempenho. Avaliação de modelos. Métricas para avaliação de desempenho...

Capítulo 4 Inferência Estatística

Como modelar o comportamento de um sistema? MAB-515

3 Definições. 3.1 Processos Estocásticos e Processo de Wiener

6 Simulação de Monte Carlo - Visão Geral

Cap. 4 - Estimação por Intervalo

AULA 07 Inferência a Partir de Duas Amostras

1 Introdução 1.1. Motivação

θ depende de um parâmetro desconhecido θ.

Modelagem e Avaliação de Desempenho. Pós Graduação em Engenharia Elétrica - PPGEE Prof. Carlos Marcelo Pedroso 2016

Inferência. 1 Estimativa pontual de uma média 2 Estimativa intervalar de uma média. Renata Souza

Inferência. 1 Estimativa pontual de uma média 2 Estimativa intervalar de uma média. Renata Souza

Comparação entre intervalos de confiança calculados com métodos bootstrap e intervalos assintóticos

Simulação de Sistemas. Adaptado de material de Júlio Pereira Machado (AULA 17)

Metodologia de simulação

6 Geração de Cenários

Análise dos Resultados da Simulação

2. podemos solucionar problemas não somente probabilisticas, mas tambem qualquer

Minera c ao de Dados Aula 6: Finaliza c ao de Regress ao e Classifica c ao Rafael Izbicki 1 / 33

Prof. Adriano Mendonça Souza, Dr. Departamento de Estatística PPGEMQ / PPGEP - UFSM

Métodos Estatísticos

Value-at-Risk: Overview. Análise de Risco (1) R.Vicente mpmmf

Modelação, Identificação e Controlo Digital

AULA 03 Estimativas e tamanhos amostrais

Intervalos Estatísticos para uma única Amostra - parte I

AULA 04 Teste de hipótese

2. Estimação do Tamanho de uma População Finita. Rotulada via Simulações Monte Carlo

Modelos para Risco de Crédito 1. Análise de Risco (9) R.Vicente

Modelo de Markov e Simulação de Monte Carlo do Jogo do Monopólio

Filtro de Kalman. Teoria e Aplicação para Iniciantes. Prof. Dr. Marco Antonio Leonel Caetano. M&V Consultoria e Treinamento

AULA 05 Teste de Hipótese

Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelos de Regressão Linear Simples - Análise de Resíduos

( ) Estimação do valor em risco (VaR) de uma carteira de ativos através de método bayesiano. α, é definido como:

Inferência Estatística. 1 Amostra Aleatória. Baseado nos slides cedidos pelo Professor Vinícius D. Mayrink (DEST-UFMG)

Modelos de Regressão Linear Simples - Análise de Resíduos

Técnicas Computacionais em Probabilidade e Estatística I

MANUAL DE RISCOS DE MERCADO Modal Administradora de Recursos Ltda. MAR & Modal Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Modal DTVM

IND 1115 Inferência Estatística Aula 7

Probabilidade - aula II

O uso de Máquina de Suporte Vetorial para Regressão (SVR) na Estimação da Estrutura a Termo da Taxa de Juros do Brasil 12

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO EM FINANÇAS E ECONOMIA EMPRESARIAL

Análise de Regressão Linear Simples e

Inserindo Credibilidade Estatística aos Resultados de uma Avaliação de Desempenho

A Metodologia de Box & Jenkins

308 CAPfTU LO 11 - ESTIMAÇÃO Observe que o primeiro intervalo tem amplitude menor que o segundo. Outra observação importante é que por ( 11.40) e um r

MANUAL DE RISCOS DE MERCADO Modal Administradora de Recursos Ltda. - MAR

Aula 7 Intervalos de confiança

Computação científica utilizando placas gráficas

Estrutura de Gerenciamento de Risco de Mercado - CPBofAML

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9

Classificação de Sistemas de Simulação. Profa. Dra. Soraia Raupp Musse

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO

Noções de Simulação. Ciências Contábeis - FEA - Noturno. 2 o Semestre MAE0219 (IME-USP) Noções de Simulação 2 o Semestre / 23

, logo, para se obter uma boa precisão seria necessário aumentar, e muito, o número de

Estatística: Aplicação ao Sensoriamento Remoto SER ANO Avaliação de Classificação

Modelagem e Análise de Sistemas de Computação Aula 20

Gestão de Risco. Políticas de Gestão de Risco. Data: Março 2018

Aumentando a Eciência de Métodos Monte Carlo: Redução de Variâncias por Condicionamento

COMO FUNCIONA A SIMULAÇÃO. Capítulo 2 - Aula 2. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE

Aula 2. ESTATÍSTICA E TEORIA DAS PROBABILIDADES Conceitos Básicos

Grupo Vinci Política de Gestão de Risco

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCO

Aula 17. Aula de hoje. Aula passada. Problemas Monte Carlo na moda Caminho trilhado Desafios à frente Avaliação

Estatística e Modelos Probabilísticos - COE241

TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM

Aula 14. Aula de hoje. Aula passada

Transcrição:

Existem duas abordagens gerais para calcular o VAR 1. Avaliação Local (local valuation) Métodos que vimos até agora São procedimentos em geral analíticos Baseiam-se no valor inicial do instrumento ou carteira e avaliam possíveis variações em relação ao valor inicial com base na volatilidade dos fatores de risco 2

Existem duas abordagens gerais para calcular o VAR (Cont.) 2. Avaliação Plena (full valuation) Família de métodos numéricos Baseiam-se em simulações do valor da carteira em diversos cenários possíveis Portanto, estes métodos recalculam completamente o valor da carteira em função de valores possíveis assumidos pelos fatores de risco Dois métodos básicos: Simulação Histórica e Simulação de Monte Carlo 3

Métodos de simulação Envolvem a simulação de trajetórias possíveis do valor da carteira Utilizando dados históricos ou cenários hipotéticos Com isto, obtemos uma distribuição de valores finais da carteira A partir da qual calculamos o VAR 4

Simulação histórica A ideia da simulação histórica é simples Utilizamos movimentos passados dos fatores de risco para simular seus movimentos futuros potenciais Cada taxa de retorno passada corresponde a um cenário possível de variação do fator de risco A cada cenário para o fator de risco corresponde um cenário para o valor da carteira 5

Simulação histórica um exemplo Simulação histórica com a ação da Petrobrás 1. Supomos que os retornos passados da ação podem se repetir no próximo período com igual probabilidade 2. A partir daí, construímos um conjunto de valores hipotéticos para a ação no próximo período 3. Com base nesta distribuição, calculamos o VAR facilmente com base na diferença entre a média da distribuição e o quantil desejado * ; VAR E W W E W Q W c 6

Vantagens da simulação histórica É um método relativamente simples de implementar, intuitivo e robusto Não precisa estimar uma matriz de covariâncias Por basear-se em preços reais, naturalmente incorpora não-linearidades Dispensa qualquer suposição sobre a distribuição dos fatores de risco e pode incorporar caudas pesadas e eventos muito incomuns 7

Problemas com a simulação histórica Precisa de um histórico suficiente de retornos Assume que o passado representa o que pode ocorrer no futuro de forma razoável A janela pode omitir eventos importantes A janela pode conter eventos que não se repetirão no futuro Problema: usa somente uma trajetória amostral Assume que os retornos são i.i.d. 8

Problemas com a simulação histórica (Cont.) Pode não ser realista ponderar igualmente todas as observações da janela histórica Demora para incorporar quebras estruturais Erro amostral grande se o histórico não for longo Ex.: com 100 pontos e 99% de confiança, só teremos uma observação na cauda, gerando imprecisão 9

Simulação de Monte Carlo Baseia-se em cenários hipotéticos para o valor da carteira Estes cenários não dependem dos dados históricos e são gerados por números aleatórios Envolve diversas suposições, especialmente sobre: Os processos estocásticos que geram os fatores de risco Os parâmetros destes processos 10

Simulação de Monte Carlo um exemplo A evolução dos preços de alguns ativos (ex: ações) se parece com isto... 106,00 Trajetória Simulada do Preço 104,00 102,00 103,38 100,00 98,00 96,00 94,00 92,00 90,00 0 20 40 60 80 100 11

Simulação de Monte Carlo um exemplo (Cont.) A ideia do método de Monte Carlo é repetir muitas vezes o procedimento, gerando centenas ou milhares de trajetórias possíveis para o valor da carteira ou do título 140,00 130,00 3 Trajetórias Simuladas do Preço 130,66 120,00 110,00 100,00 92,75 90,00 96,96 80,00 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Série1 Série2 Série3 12

Simulação de Monte Carlo um exemplo (Cont.) Assim, teremos centenas ou milhares de valores finais A partir da distribuição dos valores finais é fácil computar o VAR * ; ; VAR c T E W W E W Q W c T T T T Ex: média da distribuição de valores finais simulados = R$104 Ex: 95% dos valores finais simulados estão acima de R$97,30 VAR 95%;1 dia 104 97,3 R$6,70 Quanto maior for o número de replicações (rodadas da simulação), mais preciso será o VAR 13

Simulação de Monte Carlo um exemplo (Cont.) Assim, teremos centenas ou milhares de valores finais A partir da distribuição dos valores finais é fácil computar o VAR * ; ; VAR c T E W W E W Q W c T T T T Ex: média da distribuição de valores finais simulados = R$104 Ex: 95% dos valores finais simulados estão acima de R$97,30 VAR 95%;1 dia 104 97,3 R$6,70 Quanto maior for o número de replicações (rodadas da simulação), mais preciso será o VAR 14

Vantagens da simulação de Monte Carlo Grande flexibilidade para desenhar o modelo Pode incorporar: não linearidades e ativos com comportamentos complexos (ex: opções) Caudas pesadas e cenários extremos Adequado também para a estimação de riscos em horizontes mais longos (ex: títulos de crédito) 15

Problemas com a simulação de Monte Carlo Envolve maior conhecimento técnico e grande custo computacional Utiliza muitas suposições (ex: distribuição, parâmetros do processo, etc.) Substancial risco de modelo O processo estocástico pode ser errado Variação amostral, dependendo do número de replicações Difícil comunicar e explicar para usuário da informação 16

FIM 17