Eletromagnetismo Aplicado

Documentos relacionados
Ondas EM no Espaço Livre (Vácuo)

0.1 Introdução Conceitos básicos

Lei de Gauss. 2.1 Fluxo Elétrico. O fluxo Φ E de um campo vetorial E constante perpendicular Φ E = EA (2.1)

Aula 8 Análise de circuitos no domínio da frequência e potência em corrente alternada

Corrente elétrica, potência, resistores e leis de Ohm

Caracterização temporal de circuitos: análise de transientes e regime permanente. Condições iniciais e finais e resolução de exercícios.

Diagrama de Impedâncias e Matriz de Admitância de um Sistema Elétrico

16/Nov/2012 Aula Circuitos RL (CC). Corrente alternada 16.1 Circuitos RL em corrente

FÍSICA EXPERIMENTAL 3001

Como Funcionam os Telemóveis

Eletrotécnica. Relações Fasoriais para R, L e C; Conceitos de Impedância e Admitância; Associações de impedâncias e/ou admitâncias.

Aula 6 Corrente Alternada e Corrente Contínua

Resolução de circuitos usando Teorema de Thévenin Exercícios Resolvidos

IFRN - Campus Parnamirim Curso de eletricidade turma de redes de Computadores Figura 35 Relé eletromecânico

Lei de Coulomb: Campo Elétrico:

OS ELEMENTOS BÁSICOS E OS FASORES

Disciplina: Eletrificação Rural. Unidade 2 Conceitos básicos de eletricidade voltados às instalações elétricas.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA. Eletricidade

CIRCUITOS ELÉTRICOS II

Ondas Eletromagnéticas. Cap. 33

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes

Capítulo 25: Capacitância

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA. Plano de Ensino

EA-513 Circuitos Elétricos Turma A 1º Semestre/2014

MICROFONE E ALTIFALANTE

1-Eletricidade básica

Carga elétrica, condutores e isolantes, unidades de medida, v, i, potência e energia

Fundamentos de Máquinas Elétricas

Notas de Aula Disciplina FIS Prof. Waldemar Monteiro Silva Jr. - PUC-Rio CTC Departamento de Física

Capítulo VI. Teoremas de Circuitos Elétricos

Transformada de Laplace. Parte 3

FÍSICA. A) 2 J B) 6 J C) 8 J D) 10 J E) Zero. A) 6,2x10 6 metros. B) 4,8x10 1 metros. C) 2,4x10 3 metros. D) 2,1x10 9 metros. E) 4,3x10 6 metros.

Álgebra Linear Aplicada à Compressão de Imagens. Universidade de Lisboa Instituto Superior Técnico. Mestrado em Engenharia Aeroespacial

Física (Eletricidade e Eletromagnetismo) Automação Industrial Segundo Semestre APRESENTAÇÃO DO CURSO. Prof. Dr. Sérgio Turano de Souza

Eletrotécnica. Potência aparente, fator de potência Potência complexa. Joinville, 21 de Março de 2013

INF Técnicas Digitais para Computação. Conceitos Básicos de Circuitos Elétricos. Aula 2

Temática Circuitos Eléctricos Capítulo Teoria dos Circuitos DIPOLO ELÉCTRICO INTRODUÇÃO

Circuitos Elétricos Senoides e Fasores

QUESTÕES DA PROVA DE RÁDIO ELETRICIDADE- PARTE - 1

Existe uma serie de nomenclatura e parâmetros que caracterizam e diferenciam as ondas eletromagnéticas.

Circuitos Elétricos III

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

SÓ ABRA QUANDO AUTORIZADO.

ALGA - Eng.Civil - ISE / Matrizes 1. Matrizes

10 - LEIS DE KIRCHHOFF

Física II. Funcionamento da Disciplina MIEQ 2014/2015. LMM Departamento de Engenharia Física Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

Eletrônica Básica II. Amplificadores Diferenciais e Multiestágio

Índice de matérias. Aula

Corrente, resistência, f.e.m. e circuitos

Modelagem no Domínio da Frequência. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

LABORATÓRIO DE ELETROTÉCNICA GERAL I EXPERIÊNCIA: ENERGIA, POTÊNCIA E FATOR DE POTÊNCIA (EP)

Capítulo 5. Sensores Digitais

Prof. Renato. SESI Carrão. Física 3ª. Série Aula 25. Eletromagnetismo

PROF.: PAULO GOMES MATÉRIA: STR1 MOURA LACERDA

Erros de Estado Estacionário. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

Equações Constitutivas para Fluidos Newtonianos - Eqs. de Navier- Stokes (cont.):

Aula 01 TEOREMAS DA ANÁLISE DE CIRCUITOS. Aula 1_Teoremas da Análise de Circuitos.doc. Página 1 de 8

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4

Eletricidade Aplicada

ANÁLISE DE CIRCUITOS LABORATÓRIO

Indução Magnética 1/11

Física. Questão 16. Questão 17. Questão 18 ETAPA. alternativa C. alternativa D

1ª PARTE: INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ELETROTÉCNICA - IT

UTILIZAÇÃO DE SENSORES CAPACITIVOS PARA MEDIR UMIDADE DO SOLO.

GLOSSÁRIO MÁQUINAS ELÉTRICAS

GABARITO PROVA AMARELA

Eletricidade Aplicada

Os Fundamentos da Física Vol 3 - Mecânica

Desafio em Física 2015 PUC-Rio 03/10/2015

Geometria Diferencial de Curvas Espaciais

M =C J, fórmula do montante

O exemplo mais simples do uso do método das imagens 1

EEE 335 Eletromagnetismo II

ET720 Sistemas de Energia Elétrica I. Capítulo 5: Linhas de transmissão

A partir do gráfico, e usando a definição de resistência elétrica, tem-se:

Universidade Do Estado De Santa Catarina Centro De Ciências Tecnológicas CCT Departamento de Física Prof. César Manchein PLANO DE ENSINO

Indutor e Capacitor. Prof. Mário Henrique Farias Santos, M.Sc. 31 de Julho de 2009

Sobriedade e objetividade nessa caminhada final e que a chegada seja recheado de SUCESSO! Vasco Vasconcelos

Potência e Fator de Potência. Fernando Soares dos Reis, Dr. Eng.

Física Experimental III

2ª série LISTA: Ensino Médio. Aluno(a): Professor(a): Jean Jaspion DIA: MÊS: 02 RESISTORES 01. Segmento temático: Turma: A ( ) / B ( )

Resumo teórico de geradores

Resistência e Corrente Elétrica

UMC CURSO BÁSICO DE ENGENHARIA EXERCÍCIOS DE ELETRICIDADE BÁSICA. a 25º C e o coeficiente de temperatura α = 0,004Ω

CIRCUITOS ELÉTRICOS RESOLUÇÃO DE CIRCUITOS TRANSITÓRIOS NO DOMÍNIO DA FREQÜÊNCIA

CIRCUITOS DE CORRENTE CONTÍNUA

Sistema Trifásico Prof. Ms. Getúlio Teruo Tateoki

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA

FÍSICA III Lista de Problemas 10 Momento de dipolo magnético e torque; lei de Faraday

Sistema de Abastecimento de Água 1 CAPÍTULO 5 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

CONCURSO PÚBLICO PARA SELEÇÃO DE PROFESSOR ASSISTENTE 40 HORAS-DE ÁREA DO CONHECIMENTO: ELETROTÉCNICA

Disciplina: Eletrônica de Potência (ENGC48) Tema: Técnicas de Modulação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELETRÔNICA

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello 1

Técnico em Eletrotécnica

CENTRO TECNOLÓGICO ESTADUAL PAROBÉ CURSO DE ELETRÔNICA

O que você deve saber sobre

RDT Radiotransmissão

ni.com Série de conceitos básicos de medições com sensores

Acionamento de Motores: PWM e Ponte H

Transcrição:

Eletromagnetismo Aplicado Unidade 2 Equações de Maxwell e Campos Eletromagnéticos Harmônicos Prof. Marcos V. T. Heckler 1

Conteúdo Introdução Equações de Maxwell Parâmetros constitutios e suas relações Relação entre a teoria de campo e a teoria circuital Condições de contorno nas interfaces entre dois meios Teorema de Poynting Campos eletromagnéticos harmônicos 2

Introdução Em Eng. Elétrica e de Telecomunicações, é comum utilizarmos a teoria circuital e seus elementos para a resolução de problemas. Na teoria circuital, trabalhamos com tensão, corrente e elementos de circuito concentrados (capacitor, resistor e indutor). Entretanto, dee-se destacar que a teoria circuital só é álida quando as dimensões físicas do circuito forem muito menores que o comprimento de onda de operação. 3

Introdução Caso as dimensões do dispositio em questão sejam comparáeis ao comprimento de onda de operação, a teoria de campo dee ser empregada. Neste caso, trabalha-se com campos elétrico e magnético, densidades de corrente e elementos distribuídos. Além disso, dee-se incluir a interação (acoplamento) entre dois ou mais elementos distribuídos. 4

Introdução A teoria apresentada nesse capítulo é indispensáel para entender o princípio de funcionamento de dispositios e sistemas nas seguintes áreas: Antenas Circuitos e dispositios operando em altas frequências Sistemas de comunicação Sensoriamento remoto Radar Comunicações ópticas e dispositios ópticos 5

Equações de Maxwell Eletrodinâmica antes de James Clerk Maxwell: Lei de Faraday: Lei de Ampère: Lei de Gauss: Lei de Gauss (Magnetismo): E H D B t e m J B 6

Introdução onde: E H D B : intensidade de campo elétrico (V/m) : intensidade de campo magnético (A/m) : densidade de fluxo elétrico (Coul/m 2 ) : densidade de fluxo magnético (Wb/m 2 ) : densidade de corrente elétrica (A/m 2 ) J e : densidade olumétrica de carga elétrica (Coul/m 3 ) 7

Equações de Maxwell As equações anteriores modelam perfeitamente o comportamento dos campos em Eletrostática e Magnetostática. Entretanto, para correntes alternadas, estas equações estão incompletas. Da maneira como foi apresentada a Lei de Ampère, como preer a corrente de carga de um capacitor, sem que haja um condutor conectando as suas placas? 8

Equações de Maxwell Esta falha da Lei de Ampère pode ser matematicamente erificada tomando-se o diergente desta equação: H J Lembrando que, para qualquer etor, então A 0 J 0 9

Equações de Maxwell A equação não é álida para o cálculo da corrente que sai de uma placa de um capacitor. Maxwell erificou que uma correção na Lei de Ampère era possíel a partir da equação da continuidade de carga: J J 0 t e 10

Equações de Maxwell com a Lei de Gauss D e Combinando as duas últimas equações: J D t Termo faltante na Lei de Ampère, conhecido como corrente de deslocamento 11

Equações de Maxwell Equações de Maxwell na forma diferencial: Lei de Faraday: Lei de Ampère: Lei de Gauss: Lei de Gauss (Magnetismo): E H D B t t e m B D M J 12

Equações de Maxwell onde: E H D B : intensidade de campo elétrico (V/m) : intensidade de campo magnético (A/m) : densidade de fluxo elétrico (Coul/m 2 ) : densidade de fluxo magnético (Wb/m 2 ) M J : densidade de corrente magnética (V/m 2 ) : densidade de corrente elétrica (A/m 2 ) e m : densidade olumétrica de carga elétrica (Coul/m 3 ) : densidade olumétrica de carga magnética (Wb/m 3 ) 13

Equações de Maxwell Equações de Maxwell na forma integral: Lei de Faraday: Lei de Ampère: Lei de Gauss: Lei de Gauss (Magnetismo): C E dl C S t S BdS H dl DdS S D t ds Q e S B ds Q S m MdS I 14

Equações de Maxwell sendo I J S ds Q e Q m e d m d 15

Parâmetros Constitutios Permissiidade elétrica (F/m): D E Permeabilidade magnética (H/m): B H Condutiidade (siemens/m): J E 16

Parâmetros Constitutios No ácuo: 0 10 9 36 0 4 10 0 0 7 F/m H/m siemens/m 17

Parâmetros Constitutios Classificação dos materiais quanto ao comportamento de seus parâmetros constitutios: Lineares ou não-lineares: materiais lineares são aqueles cujos parâmetros constitutios não ariam com a ariação dos campos aplicados. Homogêneos ou não-homogêneos: materiais homogêneos são aqueles cujos parâmetros constitutios independem da posição. Isotrópicos ou anisotrópicos: materiais isotrópicos são aqueles cujos parâmetros constitutios independem da orientação do campo aplicado. 18

Parâmetros Constitutios Classificação dos materiais quanto ao comportamento de seus parâmetros constitutios: Dispersios e não-dispersios: materiais dispersíos são aqueles cujos parâmetros constitutios são dependentes da frequência de oscilação dos ampos aplicados. 19

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff: s + Circuito RLC-série: + Caminho fechado para integração R C + i + L Lei de Faraday: C E dl somatório de tensões S B ds t S B ds ariação do fluxo magnético m 20

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff (continuação): Lembrando que: é possíel escreer: m L s ds t B S t onde L s é a indutância de espalhamento do circuito RLC. i m L s i t 21

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff (continuação): A integral de linha fechada representa o somatório das tensões na malha: l C Portanto, a Lei das tensões de Kirchhoff, enunciada do ponto de ista da Teoria Eletromagnética, equiale a: n E n d L s n i t n 0 22

s + Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff: Circuito RLC-série: + R + Modelo da teoria circuital C i + L s + Ls + Indutância de espalhamento + R modelo da teoria de campos C + i 23 + L

s + Ls + Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff: Circuito RLC-série: + R C + i + L Teoria de Campo: C E dl t m t S B L (Teoria Circuital) ds s i t 24

s + Ls + Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das tensões de Kirchhoff: Circuito RLC-série: + R C + i + L Teoria Circuital: s R L C Ls Para um circuito com dimensões muito menores que o comprimento de onda de operação,, e: s R 0 que é a forma clássica da lei das tensões de Kirchhoff. L L s C 0 25

i s Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff: Circuito RLC-paralelo: superfície de integração i R + i L i C Lei da conseração de carga: S J ds somatório das correntes que saem pela superfície de integração Q t e ariação da carga elétrica acumulada dentro da superfície de integração 26

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff (continuação): Lembrando que: é possíel escreer: Q e C s J ds S Q t e t onde C s é a capacitância de espalhamento do circuito RLC. C s i 27

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff (continuação): Portanto, do ponto de ista da Teoria Eletromagnética, é possíel escreer: n i C s t 0 28

Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff: Circuito RLC-paralelo: i s i C i s i C i R + i L i R i Cs + il Capacitância de espalhamento 29

i s Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff: Circuito RLC-paralelo: i R i Cs + il i C Teoria de Campo: S J ds i C Q t t s (Teoria Circuital) e 30

i s Relação entre a Teoria de Campo e a Teoria Circuital Lei das correntes de Kirchhoff: Circuito RLC-paralelo: i C Teoria Circuital: i s i R i L i C i Cs i R i Cs + il Para um circuito com dimensões muito menores que o comprimento de onda de operação, C s 0, e: i s i R i i 0 que é a forma clássica da lei das correntes de Kirchhoff. L C 31

Relação entre a Teoria de Campo e a Lei de Ohm: Teoria Circuital: Teoria de Campo: Teoria Circuital i R 1 R J R E G R + R i R R = G -1 32

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sem correntes e cargas de excitação na interface: J M e 0 e m 0 y z x nˆ Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 33

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes tangenciais: y nˆ z x Δy Δx Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 Área S 0 Caminho fechado C 0 34

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes tangenciais: Lei de Faraday para a interface sem fontes de corrente ( M 0) E dl B ds C t 0 S 0 Para modelar a interface, faz-se Δy 0, o que resulta em E xˆ x) E (ˆ xx) 0 1 ( 2 35

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes tangenciais: Realizando-se o produto escalar, resulta que a igualdade é somente satisfeita pelas componentes tangenciais de campo elétrico: E t E 1 2 t 0 ou E E 0 ˆ 1 2 n 36

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes tangenciais: Por dualidade: H H 0 ˆ 1 2 n As equações anteriores mostram que as componentes tangenciais dos campos elétrico e magnético em uma interface entre dois meios sem fontes de corrente são contínuas. 37

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes normais: y Área A 0 nˆ z x Δy Δx Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 Superfície fechada S 0 Volume 0 38

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes normais: Lei de Gauss para a interface sem cargas elétricas ( e 0) ds 0 S D 0 Para modelar a interface, faz-se Δy 0, o que resulta em D yˆ A ) D ( yˆ A ) 0 2 ( 0 1 0 39

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes normais: Realizando-se o produto escalar, resulta que a igualdade é somente satisfeita pelas componentes normais de campo elétrico: D n D 2 1 n 0 ou nd D 0 n E E 0 ˆ 2 1 ˆ 2 2 1 1 40

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios: análise das componentes normais: Por dualidade: μ H μ H 0 ˆ 2 2 1 1 n As equações anteriores mostram que as componentes normais das densidades de fluxo elétrico e magnético em uma interface entre dois meios sem cargas são contínuas. 41

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sendo o meio 1 condutor elétrico perfeito: 1 y nˆ z x E 1 0 Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 = 42

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sendo o meio 1 condutor elétrico perfeito: 1 y nˆ z x Δy Δx Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 = E 1 0 Área S 0 Caminho fechado C 0 43

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sendo o meio 1 condutor elétrico perfeito: Lei de Ampère H dl J ds DdS C0 S0 t S0 Para modelar a interface, faz-se Δy 0, o que resulta em lim H dl H1 ( xˆ x) H2 ( xˆ x) yc 0 lim J ds lim J ( xyzˆ) xzˆ 1 Js y S y 0 44

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sendo o meio 1 condutor elétrico perfeito: Portanto: H dl C H J ds Após árias manipulações matemáticas: nˆ H H J J : densidade superficial s 1 t DdS 0 S0 S0 xˆ x) H ( xˆ x) Js (ˆ z 1 ( 2 x 2 s 1 ) de corrente elétrica 45

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, sendo o meio 1 condutor elétrico perfeito: Sendo: resulta que E 1 0 nˆ H J 2 s 1 46

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, com correntes e cargas de excitação na interface: J, M 0, 0 e 0 e m 0 y z x cargas elétricas densidade de corrente elétrica densidade de corrente magnética cargas magnéticas nˆ Meio 2: 2, 2, 2 Meio 1: 1, 1, 1 47

Condições de Contorno na Interface entre Dois Meios Interface entre dois meios, com correntes e cargas de excitação na interface: J, M 0, 0 e nˆ H 2 H Js 1 nˆ 1 nˆ D D nˆ E 2 E Ms 2 es 1 B 2 B ms 1 Sendo: J s M s es ms 0 0 : Densidade superficial de corrente elétrica (A/m) : Densidade superficial de corrente magnética (V/m) : Densidade superficial de carga elétrica (Coul./m 2 ) : Densidade superficial de carga magnética (Wb//m 2 ) e m 48

Teorema de Poynting Campo eletromagnético e correntes em um olume genérico : Campos gerados pelas fontes Fontes de energia Densidade de corrente total: E, H J, µ, ε, σ i M i J J i J c S onde J c nˆ E 49

Teorema de Poynting Dentro do olume : Definindo as correntes de deslocamento resulta E M d E t t B B M i M d M i H J d J H i t J J D i c J c t J D d 50

Teorema de Poynting Tomando-se o produto escalar das equações anteriores por H e E : H E M d M i E J J J E H H e subtraindo-se as equações acima, resulta H E E H H M M E J J J i i c d d i c d 51

Teorema de Poynting Utilizando a identidade etorial e rearranjando-se os termos, resulta que equiale à Lei da Conseração da Energia na forma diferencial. 52 B A A B B A 0 d c i d i J J J E M M H H E

Teorema de Poynting Componentes da Lei da Conseração da Energia: Vetor densidade de potência ou Vetor de Poynting (W/m 2 ): S E H Densidade de potência fornecida pelas fontes de energia (W/m 3 ): p HM E s i J i Potência dissipada (W/m 3 ): p E J E E E d c Modela a energia transportada pela onda eletromagnética 2 53

Teorema de Poynting Componentes da Lei da Conseração da Energia (continuação): Densidade média de energia magnética (J/m 3 ): Densidade média de energia elétrica (J/m 3 ): 54 2 2 1 H M H w d m t 2 2 1 E J E w d e t

Teorema de Poynting Fazendo-se a integral de olume em ambos os lados da equação anterior e aplicando-se o teorema da diergência, resulta S E HdH M d i Md E Ji Jc Jd d 0 E H ds H M d i Md E Ji Jc Jd d 0 que equiale à Lei da Conseração da Energia na forma integral. 55

Teorema de Poynting Integrando-se o etor de Poynting ao longo da superfície S e os demais termos no olume, resulta: Potência que sai do olume (W): S ds E H ds P e S Potência total fornecida pelas fontes de potência localizadas no olume (W) : P p d HM E J d s s i S i 56

Teorema de Poynting Potência dissipada no olume (W): 2 P p d E d d d Energia média armazenada dentro do olume deido ao campo magnético (J): W m w m d 2 H 2 d 57

Teorema de Poynting Energia média armazenada dentro do olume deido ao campo elétrico (J): W e w e d Substituindo os termos na Lei da Conseração de Energia, resulta a Lei da Conseração da Potência dentro do olume : P s P e P d t W 2 E m 2 W e d 58

Teorema de Poynting Interpretação da Lei da Conseração da Potência: A potência fornecida por uma fonte, localizada dentro de um olume e delimitado por uma superfície fechada S, é igual à soma da potência que deixa o olume com a potência dissipada no olume mais a taxa de ariação de energia armazenada no olume pelos campos elétrico e magnético. 59

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Considerando-se que os campos tenham ariação temporal na forma de um cosseno, pode-se descreer os campos com a seguinte notação: E x, y, z, t E x, y, z f t componente espacial Sendo a fórmula de Euler: ariação temporal e j cos jsin 60

Campos Eletromagnéticos Harmônicos pode-se escreer: cos Ree j Portanto, na forma fasorial: E E x, y, z, t ReEx, y, z O etor representa o campo elétrico no domínio do tempo. O etor E é um etor complexo e representa o campo elétrico no domínio espacial. j t e 61

Campos Eletromagnéticos Harmônicos A transformação dos campos do domínio do tempo para o domínio espacial é denominada Transformada de Fourier. A transformação dos campos do domínio espacial para o domínio do tempo é denominada Transformada Inersa de Fourier. Com a definição da transformada na equação anterior, percebe-se que Domínio do tempo t j Correspondência no domínio espacial 62

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Equações de Maxwell na forma diferencial no domínio espacial: Lei de Faraday: E jb M Lei de Ampère: Lei de Gauss: Lei de Gauss (magnetismo): H D B jωd ρ 0 J 63

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Equações de Maxwell na forma integral no domínio espacial: Lei de Faraday: Lei de Ampère: Lei de Gauss: Lei de Gauss (magnetismo): C E dl jω B S C H dl S S DdS BdS jω S Q e DdS ds Q S M ds I m 64

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Todas as condições de contorno estudadas continuam álidas no domínio espacial. Considerando os campos como fasores, o teorema de Poynting dee ser modificado um pouco. Equação da Conseração da Energia na forma diferencial: 65 2 2 2 * * * 4 1 4 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1 E H j E J E M H H E i i

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Equação da Conseração da Energia na forma integral: 66 S i i d E H j d E ds H E d J E M H 2 2 2 * * * 4 1 4 1 2 2 1 2 1 2 1

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Componentes da Equação da Conseração de Energia: Potência Aparente (complexa) fornecida pelas fontes: P s 1 * H M i E J 2 Potência Aparente (complexa) que sai do olume : P e S 1 E H 2 * ds * i d 67

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Componentes da Equação da Conseração de Energia: Potência real dissipada no olume : P d 1 E 2 Energia média armazenada pelo campo magnético no olume : W m j2 2 1 H 4 d 2 d 68

Campos Eletromagnéticos Harmônicos Componentes da Equação da Conseração de Energia: Energia média armazenada pelo campo elétrico no olume : W e j2 1 E 4 2 d 69