Constituição Federal/1988

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Transcrição:

Notas da aula 8. MERCADO DE SAÚDE NO BRASIL Constituição Federal/1988 Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Lei nº 8.080-19 de Setembro de 1990. Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde - SUS. 2º - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde - SUS, em caráter complementar.

SUS Público- Constitucional; Financiado através de Impostos; Mandatório; Universal; Cobertura Integral; Hierarquizado. Suplementar Privado; Financiado através de contribuições de Indivíduos e Empresas; Voluntário; Excludente; Regulado pelo Estado. Desafio Ético Conviver com o conceito de benefício e com o conceito de negócio. X Superar outros interesses e centrar nos interesses do paciente.

O mercado de serviços de saúde é muito amplo: Existência de mercados vinculados à saúde: - como o mercado para insumos de material hospitalar; - fármacos em geral; - materiais para laboratórios etc., > Como também o mercado dos contratos de planos e seguros de saúde. Gastos das famílias Fonte: Unimed 2007.

Três tipos de sistemas de saúde: Sistemas inteiramente ou majoritariamente públicos: Sistemas de saúde de acesso universal, financiados pela totalidade da população através do pagamento de tributos e cuja provisão de serviços é pública. Ex: Reino Unido, Itália, Espanha. Sistemas de seguro social obrigatório: Sistemas de saúde organizados pelo Estado e financiados pela contribuição de empregadores e empregados, com provisão de serviços privada. Ex: Alemanha, França, Japão. Sistemas de caráter privado: Sistemas de saúde financiados por parte da população e pelos empregadores, sem obrigatoriedade de contribuição e cuja provisão de serviços é geralmente privada. Ex: EUA. O sistema de saúde brasileiro é composto por dois subsistemas: PÚBLICO: - Sistema Único de Saúde (SUS). PRIVADO: - Saúde Suplementar: Planos e seguro saúde. - Particulares autônomos.

Saúde Pública 1988 Criação do SUS Universalidade e Integralidade do atendimento; 1990: Lei 8.080 Lei Orgânica da Saúde; 2012 24 anos do SUS, dificuldade em atender toda a demanda de saúde. Saúde suplementar e assistência privada Exigência básica: Pagamento pela utilização dos serviços. Compra direta pelo usuário ao prestador de serviços; Intermediação de terceiros = contratos entre indivíduosfamílias/empresas. Mercado no Brasil Fonte: ANS/MS/IBGE, 2008

Fazem parte da saúde suplementar: 51% dos hospitais; 65% dos médicos; 80% das unidades de diagnósticos. 56% dos equipamentos de Ressonância Magnética e Nuclear destinam-se exclusivamente aos planos. Clientes de planos e seguros de saúde privados contam efetivamente com uma oferta de recursos muito mais ampla e acessível que o restante da população. Média e Baixa complexidade: Consultas; Exames; Tratamentos diversos; Pequenas cirurgias, etc. Alta complexidade: Hemodiálise; Transplantes; Cirurgias cardíacas; Quimioterapia e radioterapia, etc.

Final da década 80: expansão das coberturas de planos de saúde; - Mudança do perfil epidemiológico e demográfico, subfinanciamento da saúde pública. 1998: após 10 anos de constituição (e de SUS), foi promulgada a lei nº9.656/98, que dispõe sobre a regulamentação das empresas de planos e seguros de saúde; 2000: Criação da ANS lei nº9.661/2000. ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar o Promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde; o Regular as operadoras setoriais - inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores; o Contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Planos de Saúde x SUS - Discussões sobre a constitucionalidade; - Ressarcimento será cobrado de acordo com procedimentos estabelecidos na tabela única de equivalência de procedimentos. Identificação dos beneficiários: - As operadoras de planos e seguros de saúde fornecem à ANS informações de natureza cadastral para fins do ressarcimento ao SUS. Planos de Saúde x SUS - O debate sobre o papel dos setores público e privado na saúde se organiza teoricamente em torno de como e em que profundidade ocorrem as falhas de mercado. - O mercado privado traz para o setor a questão da eficiência; - O governo seria responsável por uma distribuição equitativa de bens de saúde essenciais.

Falhas do mercado da saúde 1 - A seleção adversa ocorre, no caso de planos de saúde, quando há uma entrada de beneficiários no plano por saberem que têm uma chance alta de virem a precisar da prestação de assistência à saúde a curto e médio prazo. 2 - O risco moral ocorre quando os beneficiários de um plano de saúde passam a ter uma conduta de utilização dos serviços de assistência à saúde muito diferente daquela que teriam caso não estivessem coberto. 3 - DEMANDA INDUZIDA: Alguns médicos são tentados a requisitar todos os pormenores para os seus pacientes ainda que alguns testes e procedimentos possam não ser necessários para um atendimento adequado. Juntando-se á seleção adversa e ao perigo moral, a demanda induzida acaba por envolver o provedor nas questões antes circunscritas ao segurador e ao consumidor. Participação da Saúde na Economia Brasileira. Os serviços de saúde movimentam uma quantidade cada vez maior de recursos, configurando-se como atividades de grande importância econômica. Em países desenvolvidos, sua participação na economia pode atingir de 6% a 7% do valor adicionado total da economia (Santos et al, 2012). No caso brasileiro, a mudança de participação dos serviços de saúde públicos e privados na geração de renda está fortemente associada a uma mudança na alocação dos recursos da saúde pública. Nos anos 80, em média, dois terços do financiamento dos serviços privados de saúde vinham do setor público (Medici, 1990). Em 2009, não computadas ainda transferências para Organizações Sociais de Saúde, o percentual de recursos públicos na receita dos serviços privados de saúde tinha caído para 14,9% (IBGE, 2012).