Mensagem de José Antonio Álvarez Mensagem de José Antonio Álvarez Nossos resultados refletem, um ano mais, a solidez do Grupo, sua capacidade para oferecer um crescimento sustentável e de qualidade, e são consequência da boa evolução das principais linhas da conta de resultados: receitas, custos e provisões. 14
Em 2016, o Grupo Santander desenvolveu sua atividade em um ambiente desafiador. A economia mundial moderou suavemente o seu crescimento, enquanto que a evolução dos mercados esteve caracterizada pela volatilidade por conta das dúvidas sobre o crescimento na China e das incertezas no panorama político internacional. Ao mesmo tempo, há sinais positivos que nos permitem ser otimistas para o futuro próximo: Os mercados financeiros se mostram cada vez mais resistentes, recuperando-se com rapidez após os diferentes episódios de volatilidade. As economias emergentes, em seu conjunto, aceleraram o seu crescimento e as que registram um pior comportamento, como a brasileira ou a argentina, adotaram políticas econômicas que devem permitir deixar para trás a recessão nos próximos trimestres. E por último, as economias avançadas mostraram um perfil de recuperação no segundo semestre. Em particular no Reino Unido, o impacto do referendum sobre o crescimento foi limitado até o momento, e a economia espanhola voltou a registrar um crescimento superior a 3%. A isso, somam-se as pressões às que o setor bancário vem sendo submetido desde o início da crise financeira, fruto, principalmente, do aumento da regulação e das baixas taxas de juros nos mercados desenvolvidos, que limitam uma melhora mais intensa da rentabilidade. A seguir, detalharei a evolução do Grupo no ano, as prioridades e principais ações realizadas em cada um dos nossos mercados, bem como os objetivos financeiros para 2017. Evolução do Grupo em 2016 Fechamos o ano com um atribuído de 6,204 bilhões de euros, 4% mais que em 2015 ou 15% mais sem o impacto das taxas de câmbio, que voltou a ser negativo no ano. Esse inclui alguns resultados não recorrentes por um montante líquido negativo de 417, contra um montante também negativo de 600 em 2015. O antes de extraordinários, impostos e sem levar em consideração a evolução das taxas de câmbio, que é uma medida mais adequada para avaliar a nossa gestão, é de 11,288 bilhões de euros e cresce 12%. Nossos resultados refletem, um ano mais, a solidez do Grupo, sua capacidade para oferecer um crescimento sustentável e de qualidade, e são consequência da boa evolução das principais linhas da conta de resultados: receitas, custos e provisões. Começando pelas receitas, a primeira coisa a ser destacada é a sua grande recorrência em um ambiente de elevada volatilidade. Isso foi possível pelo elevado peso, 94%, das receitas comerciais: Em um ambiente de taxas de juros mínimas nas economias desenvolvidas, a margem de juros cresce 2% sem efeito taxa de câmbio, graças à gestão das margens e à nossa exposição relevante a países emergentes, e ao negócio de consumo. As receitas por comissões crescem 8%, o dobro do ano anterior, refletindo a maior vinculação e satisfação dos clientes com o Banco. Os custos caem 2% em termos reais e homogêneos, e sete das nossas principais unidades têm uma variação de custos inferior à inflação. Essa boa evolução deve-se aos planos de eficiência e a uma gestão ativa e diferenciada em cada mercado onde adaptamos a base de custos à realidade do negócio. As Lucro atribuído 6,204 bilhões de euros (+4%) Lucro ordinário antes de impostos* 11,288 bilhões de euros (+12%) * Sem impacto de taxa de câmbio. 15
Mensagem de José Antonio Álvarez Aumentam as receitas comerciais: Margem de juros +2% Receitas por comissões +8% Os custos diminuem 2% em termos reais e homogêneos Melhora a qualidade creditícia e as provisões caem 2% Espanha 1,022 bilhão de euros +5% Reino Unido 1,681 bilhão de euros -4%* medidas de racionalização e simplificação de estruturas que foram tomadas, tanto no Centro Corporativo quanto em algumas unidades, permitem-nos continuar investindo na transformação comercial, ao mesmo tempo em que nos mantemos como um dos bancos mais eficientes do sistema financeiro internacional. O aumento das receitas e o controle de custos foram complementados com uma queda nas nossas provisões para insolvência de 2% à taxa de câmbio constante, que implica uma melhoria do custo do crédito de 1,25% em 2015 a 1,18% em 2016. A melhoria na qualidade creditícia é resultado do fortalecimento da cultura de riscos em todo o Grupo através de diversas iniciativas. Continuando com o balanço, temos duas observações para destacar: Apresentamos uma evolução equilibrada no ano entre créditos e recursos, que aumentaram 2% e 5% respectivamente, e contamos com índices de liquidez que ultrapassam amplamente os níveis requeridos. Geramos capital continuamente trimestre a trimestre. Em termos de fully loaded, conseguimos um de 50 pontos básicos no ano, alcançando um índice de 10,55%, o que nos coloca em condições para conseguir nosso objetivo de 11% em 2018, ao mesmo tempo em que cumprimos de modo confortável com os nossos requisitos regulatórios. Portanto, tornamos compatível uma geração sustentada de capital, que evidencia a solvência do Grupo, com uma rentabilidade alta comparada com a medida do setor: um RoTE de cerca de 11% e um RoRWA que aumentou em até 1,36%. Prioridades e evolução das áreas de negócio em 2016 A estratégia nas unidades do Grupo que operam em mercados maduros esteve focada no aumento do número de clientes vinculados, na conquista de participação de mercado, no controle de custos e na melhora da qualidade creditícia. Espanha Estamos construindo uma relação mais profunda e duradoura com os nossos clientes através da estratégia 1 2 3. A vinculação aumentou 27% em particulares e 48% em empresas. O Santander se mantém como Top 3 em satisfação de cliente, ao mesmo tempo em que aumenta a atividade. O aumento do apoia-se na melhoria do perfil de risco e na queda das provisões, no plano de eficiência e no aumento das receitas por comissões, em um setor no qual a atividade é decrescente. Reino Unido O sofreu o impacto do novo imposto ao setor bancário. O resultado antes de impostos, que reflete melhor a evolução do negócio, cresce 8%, graças ao aumento de volumes, à boa gestão das margens e ao controle de custos. Além disso, registrou-se menores provisões pela excelente evolução da qualidade do risco creditício. Em um ambiente marcado por uma maior incerteza na segunda metade do ano, nosso negócio evoluiu, com aumentos em clientes 1 2 3 até 5,1 milhões e novos crescimentos no crédito para empresas. Continuamos focados na excelência operacional, com uma melhora constante dos nossos canais móveis, que nos permitiram aumentar em 25% no ano o número de clientes digitais. * Antes de impostos e sem impacto de taxa de câmbio: +8% 16
Tornamos compatível uma geração sustentada de capital, que evidencia a solvência do Grupo, com uma alta rentabilidade comparada com a média do setor Santander Consumer Finance O SCF se mantém como líder de mercado de financiamento ao consumo na Europa. Em 2016, continuou ganhando cota de mercado e completou com sucesso o convênio com o Banque PSA Finance (BPF), ampliando, assim, a atividade em 11 países e fortalecendo a nossa diversificação. O aumenta pelo sétimo ano consecutivo, o que evidencia a solidez do nosso modelo de negócio ao longo do ciclo. Estados Unidos Finalizamos a formação da holding que unifica a gestão de todas as operações no país e avançamos no cumprimento das exigências regulatórias. No ano, continuamos trabalhando no programa de transformação voltado à melhoria da gestão do risco e das capacidades tecnológicas e operacionais. O Santander Bank está focado no fomento da atividade comercial e o Santander Consumer USA realizou uma mudança na composição da sua carteira para um perfil de menor risco. Todas essas mudanças e medidas têm o objetivo de construir, em médio prazo, um negócio mais rentável, mas estão impactando, temporariamente, os resultados e justificam, em grande medida, a redução do no ano. Portugal Somos o banco mais sólido do sistema português, cuja estratégia esteve focada, em parte, na melhoria do modelo comercial e, em outra, na integração tecnológica e operacional do negócio do Banif, adquirido no final de 2015. Bom posicionamento no país, com participação de negócio de 14% tanto em créditos quanto em depósitos. Por sua vez, os mercados emergentes estão em situações muito diferentes por razões estruturais. Apresentam maiores ritmos de crescimento em volumes do que as economias avançadas, taxas de juros mais elevadas, alto potencial de bancarização e RoTEs entre 15 e 20%. O Santander conta com massa crítica local, um modelo comercial forte e uma visão do ciclo do crédito adequada, que foi traduzida em bons resultados em todas as unidades do Grupo em países emergentes. Brasil O Santander obteve um excelente em um ambiente econômico em recessão como consequência das melhorias realizadas nos últimos anos na franquia, das boas dinâmicas comerciais e dos progressos em digitalização, que nos levaram a superar os 6 milhões de clientes digitais (+45% em 2016). Em 2016, passamos a fazer parte, pela primeira vez, do grupo das melhores empresas para trabalhar no país e lançamos diferentes ofertas comerciais, como a Olé Consignado em folhas de pagamento, anunciamos uma parceria com a American Airlines para os clientes e criamos uma Joit Venture entre o Santander Financiamentos e a Hyundai. Todas essas ações refletiram nas variáveis financeiras: aumentamos em depósitos, melhoramos a tendência do crédito na segunda metade do exercício e aumentamos o em 15%, com bom comportamento das receitas comerciais, melhoria de eficiência e um custo do crédito inferior ao da concorrência. Santander Consumer Finance 1,093 bilhão de euros * Estados Unidos 395-42%* Portugal 399 +33% Brasil 1,786 bilhão de euros +15%* Espanha: Espanha: Espanha: * Sem impacto de taxa de câmbio. 17
Mensagem de José Antonio Álvarez Para 2017, as perspectivas econômicas indicam uma certa revitalização do crescimento econômico global, que poderia aproximar-se a 3,5%. Isso estará apoiado tanto nas economias avançadas como nas emergentes México 629 * Chile 513 +16%* Argentina 359 +52%* Polônia 272-6%** * Sem impacto de taxa de câmbio. ** Sem incluir a nova taxa sobre ativos e sem impacto de taxa de câmbio: +14% México A estratégia esteve focada em melhorar a retenção do cliente, na transformação comercial e na inovação. A intensa atividade desenvolvida no ano com o lançamento de produtos e convênios comerciais resultou no aumento de cota em créditos, no crescimento dos depósitos e no forte aumento de clientes vinculados e digitais. O aumenta devido à boa evolução das receitas, principalmente da margem de juros. Para continuar melhorando a franquia e os sistemas locais, anunciamos um plano de investimento de 15 bilhões de pesos para os próximos três anos, adicionais aos nossos investimentos e iniciativas recorrentes. Chile A gestão concentrou-se no crescimento nos segmentos com maior contribuição, como é o caso das empresas, clientes altas rendas e os depósitos. A prioridade no ano foi melhorar a qualidade de serviço, entrando no Top3 por satisfação de cliente no país. O Santander Chile continua ganhando cota em créditos e em depósitos, posicionando-se como o banco com maior fatia de crédito e o segundo em depósitos. Os resultados melhoram pelo aumento na margem de juros, o controle de custos e a melhoria nas provisões. Argentina O Santander Río quer aproveitar o alto potencial de crescimento do sistema financeiro argentino, muito transacional, e o melhor cenário para desenvolver o negócio bancário. Por isso, decidimos reforçar a posição no país com a compra do negócio de varejo do Citi, além de continuar com a modernização da rede e a abertura de novas agências. Polônia Continuamos sendo o banco de referência em inovação e em canais digitais. Aumentamos o número de clientes vinculados, de modo destacável em empresas, e estamos crescendo em créditos muito acima do setor. Excluindo o impacto da nova taxa sobre ativos, o sobe para 14%, com bom comportamento da margem de juros e uma melhoria muito significativa da qualidade creditícia. Por último, as unidades do Uruguai e Peru aumentaram os seus resultados em 32% e 21% respectivamente. No caso do Uruguai, pelo crescimento significativo das receitas, enquanto que o Peru, o foi impulsionado pela queda nas provisões. Objetivos financeiros para 2017 Senhores acionistas, como observam, em 2016 alcançamos os principais objetivos que havíamos estabelecido, registrando uma boa evolução das nossas variáveis financeiras no Grupo e nas principais unidades. Para 2017, as perspectivas econômicas indicam uma certa revitalização do crescimento econômico global, que poderia aproximarse a 3,5%. Esse crescimento estará apoiado tanto nas economias avançadas, quanto nas emergentes, que em 2017 prevêem melhorar seu crescimento pela primeira vez em cinco anos graças, em boa parte, às políticas expansivas dos EUA e a uma apreciável melhoria em alguns países emergentes grandes. Cabe esperar novos aumentos de juros nos EUA, que que poderiam provocar certo aumento da inclinação da curva de juros da Europa. Os riscos de natureza política são fundamentais diante do impacto que as novas políticas nos EUA possam ter em alguns países emergentes, as negociações sobre a saída do 18
Reino Unido da União Europeia e os resultados das eleições na França e Alemanha. Em 2017, continuaremos avançando na conquista dos objetivos que informamos em setembro no Group Strategic Update. Para conseguir isso, destacamos as seguintes prioridades: Acelerar o crescimento das nossas receitas, principalmente em mercados emergentes, onde prevemos expansão de volumes de um dígito alto ou dois dígitos em todas as unidades e onde as taxas de juros permitem obter boas margens. Nos mercados maduros, onde as receitas continuarão sob pressão, devemos aumentar a nossa cota de mercado, principalmente em empresas, continuar crescendo em receitas por comissões, fundamentalmente em cartões, seguros e fundos. Nesse contexto, definimos o recente convênio de recompra de 50% do Santander Asset Management. Continuar com os custos sob controle, com um crescimento em seu conjunto inferior à inflação média dos países e mantendo um aumento das receitas superior ao dos custos. Continuar melhorando o custo do crédito com as provisões do Grupo baixando a medida em que melhora o ciclo em alguns mercados destacados como Brasil e Espanha. Conseguir que os ativos ponderados por risco cresçam abaixo dos créditos e do do Grupo, melhorando, assim, o nosso índice de Retorno sobre Ativos ponderados por Risco (RoRWA). Todas essas medidas devem permitir melhorar nossa rentabilidade aproximandonos do nosso objetivo de RoTE de 11% em 2018, ao mesmo tempo que continuamos reforçando nosso índice de capital. Por último, quero agradecer a todos os profissionais do Grupo pelo esforço realizado para transformar e melhorar o nosso Banco. As conquistas alcançadas em 2016 e a consecução dos objetivos de 2017 não seriam possíveis sem a sua contribuição. Todos eles, e eu mesmo, continuaremos trabalhando todos os dias para contribuir para que as pessoas e os negócios prosperem, e para transformar o Santander no melhor banco do mundo por conquistar a lealdade das pessoas, clientes, acionistas e comunidades. José Antonio Álvarez CEO objetivos financeiros 2017: Acelerar o crescimento das receitas Aumentar a participação em mercados maduros Manter os custos sob controle Melhorar o custo do crédito Crescimento de ativos ponderados por risco inferior ao crescimento dos créditos e do do Grupo Melhorar a rentabilidade 19