VULVOPLASTIA EM ÉGUA PARA TRATAMENTO DE PNEUMOVAGINA: RELATO DE CASO

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Transcrição:

VULVOPLASTIA EM ÉGUA PARA TRATAMENTO DE PNEUMOVAGINA: RELATO DE CASO [Vulvoplasty in marine for pneumovagine treatment: case report] Wagner Alexandre Rodrigues de SOUZA 1 Kelen NARDUCCI 1 Paulo Cezar VILLA FILHO 2 RESUMO A infertilidade em éguas tem como uma das suas principais causas a infecção uterina, sendo esta infecção, na maioria das vezes, ascendente do trato genital inferior. Uma das causas de infecção do trato genital em éguas é a pneumovagina, que consiste no acúmulo de ar involuntário dentro do canal vaginal, predispondo a vaginite, cervicite e consequentemente metrite. A pneumovagina ocorre devido ao mau posicionamento da vulva em éguas com baixos escores de condição corporal, animais idosos e por traumatismos causados no momento do parto. É primordial para o controle da infecção a correção da alteração vaginal. O presente estudo relata o caso de uma égua com idade superior a 15 anos, apresentando posicionamento vulvar horizontal, secreção vaginal mucopurulenta e pneumovagina, que foi submetida à vulvoplastia pela técnica cirúrgica de Caslick. Palavras chave: Vulva, metrite, infecção. ABSTRACT One of the main causes of the infertility in mares is the uterine infection, most often ascending from the lower genital tract. One of the causes of genital tract infection in mares is pneumovagina, consisting of involuntary accumulation of air into the vaginal canal, predisposing vaginitis, cervicitis and therefore metritis. The pneumovagina occurs due to poor positioning of the vulva in mares with low body condition scores, older animals and injuries caused during parturition. It is essential for the infection control the correction of vaginal variation. This study reports the case of a mare aged over 15 years, with horizontal vulvar positioning, mucopurulent vaginal secretion and pneumovagina which has been submitted to a vulvoplasty using the surgical technique of Caslick. Keywords: Vulva, metritis, infection. 1 Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária - Centro Universitário do Norte Paulista UNORP 2 Docente do curso de Medicina Veterinária Centro Universitário do Norte Paulista UNORP *Autor para correspondência. pcvillafilho@hotmail.com 17

INTRODUÇÃO Traumas no trato reprodutivo de éguas são comumente observados no pós parto, as alterações encontradas geralmente são lacerações perineais, de cérvix, fístulas retrovaginais, hemorragia e prolapso uterino. As lacerações perineais e fistulas retrovaginais estão entre os principais traumas cirúrgicos encontrados, podendo gerar complicações como pneumovagina e urovagina (RODRIGUEZ et al., 2015). Além das lacerações, outras causas estão associadas ao desenvolvimento de pneumovagina, tais como, baixo escore corporal, idade, partos subsequentes e lordose (PRESTES E LANDIN- ALVARENGA, 2006). A pneumovagina se caracteriza pela presença contínua ou intermitente de ar no canal vaginal. Como consequências, podem ocorrer infecções em qualquer parte do trato reprodutivo do animal (JIMENEZ FILHO et al., 2015). Segundo Malschitzky et al. (2007), éguas com alterações vulvares apresentam menores índices de prenhes em relação aos animais normais. Infecção uterina é a causa mais comum de infertilidade em éguas. Podem ser divididas em dois tipos: agudas e crônicas. A grande maioria das lesões em úteros não gravídicos tem origem infecciosa e resultam de infecção ascendente de microrganismos que habitam o trato genital inferior (BATISTA et al., 2008). O tratamento da pneumovagina em éguas é realizado visando evitar a aspiração involuntária de ar para o interior da vagina. A doença é originada pelo fechamento defeituoso dos lábios vulvares. As éguas que têm os lábios da vulva inclinados em direção ao ânus são propensas a ter vaginite, cervicite, metrite, e consequentemente infertilidade, devido ao acúmulo de partículas fecais sobre os lábios vulvares e a aspiração deste material infectante para dentro do canal vaginal (TURNER & MCLLWRAIT, 2002). Segundo Prestes e Landin-Alvarenga (2006), vulvoplastias são indicadas para a reconstrução da comissura dorsal da vulva anatomicamente alterada. A técnica cirúrgica de Caslick é recomendada quando o animal apresenta alteração na conformação vulvar que resulta em pneumovagina. Este método, usado rotineiramente, melhorou muito a fertilidade por eliminar a contaminação crônica. Muitas éguas cessam o processo infeccioso apenas com este procedimento sem nenhuma outra intervenção cirúrgica ou tratamento medicamentoso. Vulvoplastias devem ser empregadas não apenas em casos onde ocorrem problemas no posicionamento vulvar. As lacerações geradas por traumatismos durante os partos devem ser corrigidas antes de qualquer tentativa de emprenhar o animal (THRELFALL & IMMEGART, 2000). O objetivo deste trabalho é relatar o procedimento cirúrgico realizado para a correção de deformidade vulvar em égua idosa, que apresentava pneumovagina. RELATO DE CASO Foi utilizado um animal, sem raça definida, com idade superior a 15 anos, de pelagem tordilha, apresentando posicionamento vulvar inadequado, acúmulo involuntário de ar no canal vaginal e com escassa secreção vaginal mucopurulenta. O procedimento foi iniciado com a lavagem de toda a região posterior do animal, envolvendo cauda, membros posteriores e região perineal. A contenção física foi realizada em brete próprio para equino, neste momento, por palpação foram retiradas todas as síbalas presentes na ampola retal, minimizando a 18

possibilidade do animal defecar durante o procedimento cirúrgico. A cauda do animal foi devidamente enfaixada com atadura de algodão e amarrada, sendo elevada para que a região perineal ficasse exposta e livre de qualquer contato da mesma, evitando assim sujidades no local, assim como, o procedimento de antissepsia prévia da região perineal foi realizado com solução de clorexidine degermante 2% e, após aplicado álcool 70. Devido à docilidade do animal e apresentar comportamento muito calmo no momento do procedimento, não foi necessária contenção química, sendo realizada apenas anestesia local com 10 ml de cloridrato de lidocaína em cada lábio vulvar e 5 ml na comissura dorsal da vulva. A antissepsia cirúrgica foi realizada com solução clorexidine tópico 0,5% e posteriormente com solução de álcool 70. Após cinco minutos, tempo necessário para que o efeito do anestésico local seja efetivo, pode ser iniciado o procedimento, sendo utilizado instrumental cirúrgico e compressas de algodão estéreis. A técnica cirúrgica realizada consistiu na retirada de uma pequena faixa de tecido (3 mm) exatamente sob a região de transição da pele para a mucosa e, pequena divulsão do tecido subcutâneo. A extensão distal da faixa de tecido retirada em ambos os lábios vulvares foi avaliada, de acordo com a necessidade do animal, para que a comissura vulvar dorsal ficasse na altura do assoalho vaginal. Após a retirada, deve ser realizada hemostasia com o pinçamento de vasos sanguíneos e caso persistir o sangramento, a ligadura dos mesmos deve ser realizada. A sutura deve ser realizada em dois planos, sendo uma para as mucosas, utilizando fio não absorvível sintético monofilamento (2 0) e padrão de sutura simples contínuo, e para a pele também deve ser utilizado fio não absorvível sintético monofilamento (zero), sendo o padrão de sutura o Wolf. A conduta pós operatória consistiu em antissepsia intra vaginal e na região perineal, com solução de clorexidine degermante 2%. Em seguida, foi aplicado, ao redor da região, spray repelente à base de sulfadiazina de prata. Foi administrada de uma dose de antiinflamatório não esteroidal (flunixin meglumine) na dose de 1,1mg/kg de peso vivo animal e realizados curativos diários até a cicatrização completa. A sutura foi retirada após dez dias do procedimento. No terceiro dia após o procedimento foi constatado que ocorreu deiscência do ponto de pele mais distal, evento comum de ocorrer em cirurgias perineais, devido a contaminação local, porém, este não causou nenhum problema no resultado final esperado, apenas no local, a cicatrização aconteceu por segunda intenção, sendo realizados curativos durante quinze dias. O animal, assim como esperado, passou a não acumular ar involuntariamente no canal vaginal apesar da região perineal não apresentar posicionamento correto. 19

Figura 1. Pré-operatório: posicionamento inadequado da comissura vulvar dorsal em relação ao assoalho vaginal (A). Pós-operatório: abertura vulvar corrigida. Figura 2. Pós-operatório: curativo realizado e administrado o spray repelente a base de sulfadiazina de prata. CONCLUSÃO O procedimento de vulvoplastia pela técnica de Caslick se mostrou eficaz em animal com posicionamento vulvar horizontal, sendo que após o procedimento, não foi mais constatada presença de ar no canal vaginal e nenhuma secreção vaginal anormal foi observada. 20

REFERÊNCIAS BATISTA, I. O.; OLIVEIRA, A. A. F.; PINHEIRO JÚNIOR, J. W.; PEIXOTO, R. M.; TELES, J. A. A.; MOTA, R. A. Endometrite por Candida sp e outros microrganismos associados em éguas doadoras de embrião na Zona da Mata do Estado de Pernambuco Brasil. Revista científica do DMV. v.2, n.4, p.41-44, Recife. out-dez, 2008. JIMENEZ-FILHO, D. L. et al; Pneumovagina e urovagina em éguas revisão de literatura. Revista científica da fundação educacional de Ituverava. v. 7. n. 1. Ituverava, 2015. MALSCHITZKY, E. et al. Vulvoplastia pré ou pós-cobertura e sua infl uência na fertilidade. Revista Brasileira de Ciências Veterinária, 14(1):56-58, 2007. PRESTES, N.C.; LANDIM-ALVARENGA, F.C. Manual de Obstetrícia Veterinária. São Paulo, Livraria Varela, p. 85 a 87. 2006. RODRIGUEZ, M. G. K. et al; Intervenções obstétricas em equinos. Investigação medicina veterinária. v. 14. n.1. p. 83-90, 2015. THRELFALL, W. R.; IMMEGART, H. M. Medicina Interna Equina, ed. REED; cap. 15.4, p. 667; BAYLY, 2000. TURNER, A. S. & MCILWRAITH, C. W. Técnicas cirúrgicas em animais de grande porte. ed. ROCA; cap. 10. p. 169; São Paulo, 2002. 21