Caseína micelar (CM)

Documentos relacionados
Ficha Técnica de Produtos ISOFORT ULTRA. Pote com 900g, nos sabores: baunilha, chocolate e frutas tropicais.

A MEDIERVAS é um laboratório farmacêutico especializado em suplementos para atletas e produtos naturais.

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina de Bioquímica Básica Proteínas

FEDERAL WHEY PROTEÍNA 3W SABORES: MORANGO, CHOCOLATE E BAUNILHA EMBALAGEM: 900G SUPLEMENTO PROTEICO EM PÓ PARA ATLETAS

Aula: 18 Temática: Estrutura dos aminoácidos e proteínas parte III

PRÁTICA: CARACTERIZAÇÃO DE PROTEÍNAS

Proteínas. Professora: Luciana Ramalho 2017

Proteínas. Professora: Luciana Ramalho 2018

Transcrição manual de vídeos

Caixa com 15 sachês de 30g cada ou pote com 900g e 2000g. Sabores: baunilha, chocolate, kiwi e frutas vermelhas.

Os superalimentos. Rubrica Nutricional. densidade nutricional, considerados. Os consumidores do mundo. industrializado estão a tornar-se cada vez

Reduz bastante o desconforto tipicamente causado quando a proteína não é quebrada integralmente;

Aula: 29 Temática: Metabolismo dos lipídeos parte I

Omelete de Claras. Opção proteica

SOPA PROTEICA DE ERVILHA

Todos os Direitos Reservados. Página 1

ISO WHEY É MAIS. definição muscular e força.

Homeostase do potássio, cálcio e fosfato

Prof. Dra. Bruna Oneda

Receitas Para Suplementa

PROTEÍNAS. Um polipeptídeo de dimensão macromolecular ou um conjunto de polipeptídeos associados entre si constituem proteínas.

Ficha Técnica de Produtos BLEND WHEY

Metabolismo de aminoácidos de proteínas

Quais os melhores alimentos para ganhar massa muscular

Proteínas A U L A 04 - TEÓRICA PROF. DÉBORA CHRISTINA

São macromoléculas com alto peso molecular, formadas por unidades denominadas aminoácidos (aa), ligados entre si através de ligações peptídicas.

Controle por retroalimentação. Controle negativo

Fisiologia do Sistema Endócrino. Pâncreas Endócrino. Anatomia Microscópica. Anatomia Microscópica

Declaro não haver conflito de interesse

São macromoléculas formadas pela união de muitos aminoácidos. Esses aminoácidos estão ligados um ao outro por meio de ligações peptídicas.

Proteínas. - Revisão - Prof a. Dr a. Elisa d Avila Costa Cavalcanti. Bromatologia EN/UNIRIO

Aula 5 Estrutura e função de proteínas

Constituintes básicos de uma célula - Biomoléculas. Biomoléculas

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

SOPA PROTEICA DE ERVILHAS

03/01/2016. Proteína INTRODUÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE CADEIA PROTÉICA FUNÇÕES FUNÇÕES BIOLÓGICAS

OMELETE DE CLARAS. Uma opção proteica metabolizada para seu póstreino. Informações Técnicas. SINÔNIMOS: Albumina

Pâncreas Endócrino Controle da glicemia

ALBUMINA. Proteína do ovo como suplemento

Tudo sobre BCAA (Branch-Chain Amino Acids) - Uma análise científica além da minha opinião e sugestão de uso!

Todos tem uma grande importância para o organismo.

Bioquímica Nutrição Estrutura, propriedades, digestão, transporte, absorção e oxidação de lipídeos. Prof. Sérgio Henrique

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas

QUALIDADE IRONMAXX IronMaxx garantia de qualidade, inovação e alemã!

Catálogo Virtual CHROMIUM PICOLINATO. Televendas: (21) Site:

Farinha de Trigo Faz Mal Mesmo? Qual a importância para o organismo?

Importância do sistema digestivo para o equilíbrio do organismo. Exploratório 9 l Ciências Naturais 9.º ano

Fisiologia celular I. Fisiologia Prof. Msc Brunno Macedo

Profa. Dra. Raquel Simões M. Netto NECESSIDADES DE CARBOIDRATOS. Profa. Raquel Simões

SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4)

Metabolismo de aminoácidos de proteínas. Profa Dra Mônica Santos de Freitas

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS

Producote Feed O que é? Como devo fornecer o Producote Feed? Producote Feed Por que utilizar Ureia (NNP) na dieta?

Biologia e Geologia 10º ano. Natércia Charruadas 2011

2º trimestre Biologia Sala de estudos Data: Agosto/2015 Ensino Médio 1º ano classe: Profª Elisete Nome: nº

CAPÍTULO 9 FATORES NUTRICIONAIS E METABÓLICOS DE VACAS LEITEIRAS EM LACTAÇÃO QUE ALTERAM A COMPOSIÇÃO E A ESTABILIDADE DO LEITE

Metabolismo e produção de calor

PROTEÍNAS Professores: Manoela e Marco Aurélio 2017

Colágeno GELITA. Um ingrediente inovador para produtos de valor agregado.

Tecnologia de Leite e derivados

28 dicas para acelerar a queima de gordura corporal, preservando massa muscular

MACRONUTRIENTES NO EXERCÍCIO

PERÍODO ABSORTIVO E PÓS-ABSORTIVO

Hormônios do pâncreas. Insulina. Glucagon. Somatostatina. Peptídeos pancreáticos

Interação do Metabolismo e Regulação da Ingestão

Transporte através de membranas celulares. Tipos de transporte. Exemplos. Importância fisiológica

QUER SER FITNESS? SIGA A GENTE NAS REDES SOCIAIS MULHERES FITNESS

SISTEMA DIGESTÓRIO HUMANO. Profª.: Jucimara Rodrigues

4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1

Terapia Ocupacional. Fisilogia

Profº Lásaro Henrique

Universidade Federal de Pelotas Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária. Pelotas, 11 de novembro de 2015

BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS (Protéicos) Estoque citoplasmático - secreção

Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária Universidade Federal de Pelotas/ RS

QUESTÕES PROPOSTAS - 1º.ano Ensino Médio

Nome do Produto: 100% Whey Protein Gold Standard - Optimum Nutrition

WHEY PROTEIN CONCENTRADO

Imunidade Humoral. Células efectoras: Linfócitos B. (Imunoglobulinas)

2kg BCAA 100% baunilha. cookies & cream. chocolate. morango LOW CARB WPC + WPH LIVRE DE ADOÇANTES ARTIFICIAIS COMO ACESSULFAME DE K E ASPARTAME

29/08/2015 QUÍMICA DE PROTEÍNAS. Medicina Veterinária IBGM - IBS. Medicina Veterinária IBGM - IBS

Macromolécula mais abundante nas células

Prof. Guilherme. Biologia

MULTI VITAMIN Suplemento polivitamínico

Disciplina Biologia Celular. Profª Cristina Lacerda Soares Petrarolha Silva Curso de Agronomia FISMA / FEA

Teste de frequência módulo de Bioquímica 21 Jan 98

Alterações na Farmacocinética e Farmacodinâmica do Idoso

Glicinatos, porque usa-los?

Lipídeos e Membranas Biológicas

Origem grego (protos) primeira, mais importante

Catabolismo de Aminoácidos em Mamíferos

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Aula de Bioquímica I. Tema: Água. Prof. Dr. Júlio César Borges

13/08/2018. Escala de ph. Escala de ph. Crescimento básico. Crescimento ácido. Neutro. básico

Minerais Adicionais. com alto grau de pureza. Mix Especial de Vitaminas DE CROMO A, B6, B9, B12 + D3

Biomoléculas. * Este esquema não está a incluir as Vitaminas que são classificadas no grupo de moléculas orgânicas. Biomoléculas

Membranas Biológicas

Aula: Sistemas Reguladores II. Sistema Endócrino

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO

Transcrição:

Caseína micelar (CM) Proteína de absorção lenta Introdução: A caseína (do latim "caseus", queijo) é uma proteína do tipo fosfoproteína encontrada no leite fresco. Representa cerca de 80% do total de proteínas do leite. A caseína compõe uma das frações protéicas do leite, estando em maior concentração que as proteínas do soro no leite de vaca. Existem cinco tipos de caseína presentes no leite, sendo que estas se encontram organizadas na forma de micelas (como se fossem pequenas gotículas) unidas através de ligações de fosfato de cálcio, compondo assim as conhecidas micelas de caseína, sendo a formação destas, essencial para manter o equilíbrio do leite. Algumas frações de caseína são apolares, e isso não permite que as mesmas fiquem em contato com a água, outras são sensíveis ao cálcio e sendo assim não podem estar em contato com esse. Como esses dois tipos encontram-se em elevadas quantidades no leite, a Kappa-caseína (uma das

frações), que pode estar em contato com ambos, envolve as demais caseínas compondo as micelas e mantendo o estado fluido do leite. Elas são consideras proteínas de liberação lenta, ou time release. A caseína contém um número razoavelmente alto de peptídeos de prolina que não interagem. Não apresenta nenhuma ponte dissulfeto. Como consequência apresenta relativamente pouca estrutura secundária ou estrutura terciária, não formando estruturas globulares. Por isso não pode desnaturar. É relativamente hidrofóbica, tornando-se pouco solúvel em água. Encontra-se no leite como uma emulsão de partículas de caseína (micelas de caseína), de modo que a região hidrófoba (apolar) fica no interior e a região hidrófila (polar) na superfície exposto a água. As caseínas das micelas se prendem juntas por íons de cálcio e interações hidrofóbicas. Por ser uma proteína de lenta metabolização tem excelente capacidade em evitar a quebra da massa magra (o catabolismo proteico), além de atuar estimulando a síntese de proteínas, apesar deste estímulo ser menor do que o fornecido pelas proteínas do soro do leite. A caseína em sua forma micelar gera, após sua ingestão, um fluxo constante de aminoácidos na corrente sanguínea mantendo um amplo espectro dos mesmos no sangue por um período aproximado de 7 horas após a sua ingestão. Uma das incríveis propriedades da caseína micelar é a de formar uma espécie de gel no intestino. É este gel que garante que os aminoácidos presentes na caseína sejam liberados gradualmente no organismo, o que faz dela uma perfeita proteína para ser usada para a prevenção do catabolismo muscular e para inibir os hormônios catabólicos como o cortisol, responsáveis pela queima da massa magra. Além da propriedade citada acima, quando a caseína está presente no estômago, tem a capacidade de ligar-se a alguns receptores opióides. Isso irá cursar com uma ação de redução do peristaltismo fazendo com que o tempo de absorção seja aumentado. A melhor forma de usar a caseína é antes de dormir, pois o sono é um período de jejum e isso favorece a ocorrência do catabolismo protéico ao acordarmos. Além disso, durante o sono ocorre a secreção de hormônios anabólicos (que constroem os músculos), como por exemplo, o hormônio do crescimento, e estes podem se favorecer da liberação gradual de aminoácidos promovida pela caseína para a construção de massa muscular, afinal não basta apenas o estimulo promovido pelos hormônios, precisa-se ainda do substrato para a construção muscular. Outro momento interessante para usar a caseína é cerca de 16 horas depois do exercício. Nesse momento, o corpo está com uma demanda por proteína muito grande. O uso de uma proteína de liberação mais lenta seria ideal para quem tem interesse na hipertrofia muscular.

Essa proteína pode ser encontrada em diversos suplementos, como os hiperproteicos ou isoladamente. Os melhores hiperproteicos devem possuir a caseína na forma micelar, pois estes terão um maior tempo de ação no organismo. Sua apresentação é em pó, podendo ser diluída em água ou leite, a depender da preferência e dieta do individuo. A caseína, ou produtos que contenham esse ingrediente, não deve ser consumida logo após o exercício físico. Nesse momento, recomenda-se o uso de uma proteína de liberação mais rápida. Algumas pessoas usam caseína em outros momentos do dia, como complemento à alimentação, sendo uma forma de enriquecer a dieta com proteína. Isso é interessante quando o consumo proteico estiver baixo, ou quando houver a necessidade de um consumo maior de proteína em determinado horário. Classe: A Caseína micelar é extraída do leite por processos de filtração o que aumenta a quantidade de peptídios bioativos do leite que melhoram a função imunológica e criam um ambiente perfeito para o crescimento de massa muscular, enquanto a caseína micelar tem seu pico de ação e duração de até 7 horas, sendo assim uma proteína de altamente anti-catabólica por dua essênia, é uma proteína de liberação gradual. É único suplemento capaz de provocar a queima de gordura e aumentar a massa muscular. As caseínas são divididas em três subgrupos: α-caseínas, κ-caseínas e β-caseínas, que diferem entre sí por poucos aminoácidos. Os três subgrupos possuem a característica comum de terem um, dos dois aminoácidos que contém grupos hidroxil, esterificados para ácido fosfórico. O ácido fosfórico liga-se ao cálcio e ao magnésio, e alguns desses sais formam pontes entre as moléculas de caseína. As micelas de caseína (figura ao lado) consistem em um complexo de submicelas (figura abaixo)

de um diâmetro de 10-15 nm. O conteúdo de α, κ e β caseína é heterogeneamente distribuído nas diferentes micelas Histórico: Uma proteína tem seu pico de ação/duração de cerca de 3h30 enquanto a caseína tem tempo de ação bem maior. Ou seja, a proteína é anabólica enquanto a da caseína é uma proteína com alto poder anti-catabólico. Antigamente, alguns suplementos utilizavam em sua formulação a caseína, porém em uma forma termicamente tratada, de difícil digestão, difícil absorção e que quando atingia o intestino grosso era fermentada pela flora do mesmo ocorrendo grande produção de produtos tóxicos como a amônia e uma variedade de fenóis. Os suplementos de hoje contém em sua formulação a caseína micelar uma caseína não desnaturada (undenatured micelar casein) separada do leite por modernos processos de ultrafiltração, sem o uso de aditivos químicos, o que aumenta a bio-atividade dos peptídeos do leite responsáveis por melhoras no sistema imunológico e crescimento de massa muscular magra livre de gordura. Indicações: Aumento de massa muscular Diminuição da massa gorda Dosagem: Para homens: Aproximadamente 35g Para as mulheres: Aproximadamente 25g Vantagens: Altamente ANTI-CATABÓLICA! Após sua ingestão continua promovendo efeito por mais de 7 horas! É a proteína timed release dos músculos! Melhora a função imune! Promove o crescimento muscular! B.V = 77 (Valor biológico). P.E.R= 2.5 (Eficiência de proteína). Provoca aumento de 31% de proteína após a ingestão de 43g.

Promove maior liberação de IGF-1 que a soja. Inibe a perda óssea. A kapa-caseína contém GMPs que estimulam a liberação de CCK, inibidor do apetite Contém traços de agentes anti-viróticos (ácido siálico). Rica em Glutamina. Mecanismos de Ação: A caseína em sua forma micelar gera após sua ingestão um fluxo constante de aminoácidos na corrente sangüínea, mantendo um amplo espectro dos mesmos por um período de cerca de 7 horas após a sua ingestão. Uma das incríveis propriedades da caseína micelar é formar uma espécie de gel no intestino. É este gel que garante que os aminoácidos presentes na caseína sejam liberados gradualmente em seu sistema o que faz dela uma perfeita proteína para ser utilizada na prevenção do catabolismo e supressão de hormônios catabólicos como o cortisol. Esta forma de caseína é ótima para ser utilizada logo antes de dormir para que seja garantido uma boa liberação de hormônios anabólicos (GH e Testosterona) durante o seu sono evitando assim que o cortisol seja o hormônio dominante nesta fase. Essa proteína é sensível ao ph ácido do intestino e se forma como um coágulo que é processado muito lentamente. Enquanto o soro do leite tem um tempo de metabolização de 2 a 3 horas, a caseína é processada durante 7 horas em média, evitando que o organismo entre em catabolismo durante o longo período de descanso. O Soro do Leite tem um efeito anabólico bem maior que a caseína, no entanto, a caseína tem um efeito anti-catabólico bem mais considerável que o soro do leite. Dosagem / Posologia: Para homens: Aproximadamente 35g Para as mulheres: Aproximadamente 25g Referência: Fabricante

Teschemacher H, Koch G, Brantl V. 1997. Milk protein-derived opioid receptor ligands. Biopolymers. 43(2): 99-117. Meisel H. 1997. Biochemical properties of regulatory peptides derived from milk proteins. Biopolymers.43(2):119-28. Clare DA, Swaisgood H.E. 2000. Bioactive milk peptides: a prospectus. J Dairy Sci. Jun;83(6):1187-95. Aimutis WR. 2004. Bioactive properties of milk proteins with particular focus on anticariogenesis. J Nutr. Apr;134(4):989S-95S. Hall WL, Millward DJ, Long SJ, Morgan LM. 2003. Casein and whey exert different effects on plasma amino acid profiles, gastrointestinal hormone secretion and appetite. Br J Nutr. Feb;89(2):239-48.