SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4)

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1 SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4)

2 INTESTINO DELGADO O intestino delgado de um adulto é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro, e é dividido em três regiões: duodeno (região mais anterior, ou seja, inicial com cerca de 25 cm de comprimento), jejuno (região mediana com cerca de 5 m de comprimento) e íleo (região mais posterior, ou final, com cerca de 1,5 m). A parede do duodeno produz enzimas digestivas, e nessa região desembocam canais provenientes de dois importantes órgãos exclusivos dos vertebrados: o pâncreas e o fígado.

3 O pâncreas de uma pessoa adulta tem aproximadamente 15 cm de comprimento, 4 cm de altura e 2 cm de espessura. Essa glândula secreta o suco pancreático, rico em bicarbonato de sódio, que eleva o ph do quimo acidificado (que chega ao duodeno com um ph em torno de 2) ao ph próximo de 8, que é alcalino, para que as enzimas digestivas secretadas pelo pâncreas e pelo intestino delgado possam atuar no ótimo de ativação. Além da secreção de bicarbonato de sódio, o pâncreas também secreta enzimas digestivas, dentre elas: Amilase pancreática: Atua sobre o amido e dextrinas, continuando a digestão iniciada na boca, originando principalmente maltose. Tripsina e quimotripsina: Proteases que atuam sobre as proteínas presentes no quimo que não foram digeridas no estômago, transformando-as em polipeptídeos e peptídeos. Carboxipeptidase: Continua a digestão dos polipeptídeos e peptídeos iniciada pela tripsina e quimotripsina, quebrando-os em aminoácidos. Lipase pancreática: Age sobre lipídios, transformando-os em ácidos graxos e glicerol. O pâncreas também participa de outras funções não relacionadas à digestão, como a secreção dos hormônios insulina e glucagon, que têm importante função dentro do sistema endócrino, já que o primeiro diminui a concentração sérica de glicose, enquanto o segundo aumenta. O canal que liga o pâncreas à cavidade do duodeno é chamado de canal de Wirsung.

4 A estrutura do fígado é de uma glândula tubular composta modificada. É a maior glândula do corpo humano e possui aproximadamente 1,5 kg de massa. Possui várias funções, como o armazenamento de glicogênio, síntese de ureia a partir de amônia e dióxido de carbono, degradação de álcool e outras substâncias tóxicas e degradação de hemácias envelhecidas. No que diz respeito à digestão, tem a importante função de produzir bile, substância formada por água (85%), bicarbonato de sódio, outros sais biliares e substâncias que emulsionam gorduras (10%), resíduos do

5 metabolismo do colesterol e da degradação de hemácias (0,3%), pigmentos (3%), gordura 1% e sais inorgânicos (0,7%). A bile é armazenada pela vesícula biliar, estrutura que em adultos mede aproximadamente 10 cm de comprimento por 3,5 cm de largura, e é ausente em alguns vertebrados. A vesícula biliar secreta a bile no duodeno, e esta tem a função de emulsionar os lipídios, ou seja, reduzi-los em diminutas gotas suspensas, para que a ação das enzimas digestivas possa ser mais eficaz e rápida, não tendo portanto, função de digestão. Vesícula biliar

6 Fígado O duodeno também secreta várias enzimas digestivas que agem nesta região, são elas: Maltase: Enzima que digere maltose, transformando-a em glicose. Dipeptidase: Atua sobre dipeptídeos, transformando-os em aminoácidos. Nuclease: Degrada ácidos nucleicos, quebrando-os em nucleotídeos. Lactase: Age sobre a lactose, quebrando-a em glicose e galactose. Sacarase: Atua sobre a sacarose, ao degradá-la em glicose e frutose. Lipase intestinal: Quebra lipídios em ácidos graxos e glicerol. Os processos digestivos são controlados pelo sistema nervoso autônomo e pelo sistema endócrino. A insalivação é controlada pelo sistema nervoso autônomo, determinando a produção da saliva como, por exemplo, quando o olfato capta cheiro agradável de comida.

7 No estômago, a digestão é controlada pelo sistema nervoso e por hormônios. Já no duodeno, esse processo é regido principalmente por ação hormonal. Os principais hormônios gastrointestinais são: Gastrina: Secretada pelas células gástricas (células G) presentes nas glândulas gástricas, no estômago. Sua secreção é estimulada com a presença de bolo alimentar no estômago. Atua estimulando as células parietais a secretarem prótons de hidrogênio e íons cloro para a formação do ácido clorídrico, além de estimular as células pilóricas a secretarem pepsinogênio, que em contato com o ácido clorídrico forma a protease pepsina. Também aumenta a motilidade gástrica. Secretina: Produzida no duodeno, e sua secreção é estimulada com a presença de ácido clorídrico. Estimula a secreção de suco pancrático, além de estimular a produção de bicarbonato de sódio e inibir a motilidade gástrica (isso quando o processo de quimificação é completado, e o quimo começa a ser lançado no duodeno, sendo então importante a redução da motilidade gástrica para que o quimo chegue lentamente ao duodeno, permitindo a ação das enzimas intestinais, que conseguem digerir o quimo a tempo). Colecistocinina (pancreozimina): Produzida no duodeno. Sua secreção é estimulada com a presença de proteases, peptonas e gorduras no duodeno. Age estimulando a liberação de enzimas pancreáticas, e da bile pela vesícula biliar. A sigla CCK corresponde ao hormônio colecistocinina. Peptídeo inibitório gástrico: Produzido no duodeno. A secreção é estimulada pela presença de gorduras e carboidratos no duodeno. Tem a função de inibir a motilidade gástrica.