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Transcrição:

Houve grandes mudanças no setor nos últimos anos. A atividade do setor da construção deslocou-se da construção nova para a reabilitação das construções existentes. A reabilitação é frequentemente mais complexa do que a construção nova, em termos metodológicos e tecnológicos. Em reabilitação é mais fácil errar. Em reabilitação estrutural, o erro pode ser fatal para pessoas e bens. Devido à inerente diversidade e especialização, a reabilitação é uma atividade apropriada para PMEs. Há uma necessidade crescente de especialização das PMEs nos principiais segmentos da reabilitação: conforto e salubridade, instalações e sistemas (desempenho energético) e segurança estrutural, incluindo em relação ao sismo. A reabilitação estrutural é particularmente exigente em termos de qualificação. A qualificação é fundamental para o futuro do setor da construção. Há grandes obstáculos à qualificação das empresas, que é preciso vencer. 1

Vimos duma época em que o setor da construção estava dedicado à construção nova. A reabilitação adquiriu maior importância. Era patente o sobredimensionamento e a baixa produtividade do setor da construção. Os recursos humanos utilizados eram desproporcionados em relação ao contributo para o PIB, em comparação com outros setores da economia. A produtividade do setor era pouco mais de 1/3 dos congéneres europeus. Assistimos, nos últimos anos, a algumas correções, ainda insuficientes, dessas distorções. Desapareceram muitas empresas e o número de RH ativos da construção diminuiu drasticamente. O contributo do setor da construção para a economia melhorou através da expansão para o mercado global: As grandes construtoras nacionais aceitaram entrar na competição com as suas congéneres internacionais. Mas as PMEs têm dificuldade em se internacionalizar. A produtividade do setor continua muito baixa, devido, sobretudo, ao reduzido nível de qualificação dos RH, e à deficiente organização das empresas. 2

Valor da construção habitacional nova em relação à produção bruta do setor da construção (%). Comparação entre Portugal e a média dos 15 países ocidentais do Eurconstruct. Portugal tem estado sempre acima. (Os valores de 2014 são estimativas e os de 2015 previsões). (Fonte: Euroconstruct). 3

Valor da renovação de edifícios em relação ao total da construção de edifícios (%). Comparação entre Portugal e a média dos 15 países ocidentais do Eurconstruct. Portugal tem estado sempre abaixo. (Os valores de 2014 são estimativas e os de 2015 previsões). (Fonte: Euroconstruct [1, 2, 3, 4, 5]). Estes dois gráficos demonstram que a construção em Portugal, durante a primeira década de 2000, esteve concentrada sobretudo na construção habitacional nova. 4

O Estudo de Paes Afonso e outros já punha em evidência a enorme carência de qualificação do setor da construção. A Portaria n.º 466/2003 de 6 de junho (normas relativas à emissão dos CAPs da CC&OP) a grande maioria dos profissionais deste sector possui habilitações escolares inferiores ao 3.º ciclo do ensino básico. Entretanto, a emissão de CAPs não abrangeu se não uma pequena percentagem dos RH da construção. Porquê? Porque os alvarás passaram a ser concedidos sem qualquer exigência quanto à contratação de RH qualificados! Foram as famosas medidas de simplificação do Dec.-Lei n.º 12/2004, simplificadas ainda mais pelo Dec.-Lei 69/20011. Decreto-Lei n.º 92/2011. D.R. n.º 143, de 27 de Julho - Estabelece o regime jurídico do Sistema de Regulação de Acesso a Profissões (SRAP). Introduz o conceito de Profissões regulamentadas : Profissões cujo exercício, em Portugal, se encontra regulado por títulos profissionais obrigatórios (Licença, Carteira Profissional, Cédula Profissional ou outro) que garantem a posse das competências necessárias. Exemplos: Ajudante de cozinheiro, Enólogo; Pescador; Instrutor de condução; Motorista de táxi. 5

Além do baixo nível de qualificação, o setor da construção investe muito pouco em formação, comparativamente, por exemplo, com o setor metalomecânico. Volume de formação = Somatório do número de horas de formação de cada abrangido na medida. Números de 2012 IMM: 2260/223 =10,1; Construção: 1339/310,9 = 3,0 Fontes: Volume de formação: Síntese dos Programas e Medidas de Emprego e Formação Profissional. Dezembro de 2012, IEFP (Centros de Gestão Participada) Emprego: IMM: Portugal Global, junho de 2012, AICEP; Construção: Estatísticas do Emprego 4º trimestre de 2013. INE 6

A reabilitação é frequentemente mais complexa do que a construção nova, em termos metodológicos e tecnológicos. Em reabilitação é mais fácil errar. Em reabilitação estrutural, o erro pode ser fatal para pessoas e bens. A especificidade da reabilitação estrutural coloca desafios importantes ao nível da conceção, da execução e do controlo. 7

O reforço estrutural com laminados e tecidos de carbono parece simples: Basicamente, trata-se de colar esses materiais aos elementos estruturais de betão a reforçar. Mas também é fácil correr mal. 8

O estádio do Maracanã, do Rio de Janeiro, para 78 mil espetadores, foi inaugurado em 1950. Foi recentemente renovado para a realização da Copa 2014. Houve necessidade de reforçar à flexão e ao corte uma importante viga do 5.º piso: a Viga circunferencial. A técnica utilizada foi a colagem de laminados e tecidos de carbono. Após a execução, constatou-se a existência de defeitos que punham em causa a eficácia do reforço: Espessura excessiva de resina de colagem 9

ausência de resina de colagem 10

má impregnação do tecido de carbono. Foi necessário remover e voltar a aplicar 1500 m de laminado, de um total previsto de 8 000 m. O custo adicional foi da ordem dos 300 USD só nos laminados. 11

A imagem mostra o Jogo inaugural da Copa 2014 (Brasil Inglaterra 2-2), com o estádio totalmente cheio. Em reabilitação estrutural, o erro pode ser fatal para pessoas e bens. Mais imagens da obra em: http://www.archdaily.com.br/br/01-63966/estadios-da-copa-2014-oestadio-da-final-da-copa-do-mundo-de-2014-maracana-fernandesarquitetos-associados/63966_63982 12

Mas, nem todas as novas tecnologias de reforço são tão simples. É o caso dos laminados pré-esforçados. 13

Uma outra técnica recente muito promissora é a que consiste na utilização de microbetões autonivelantes, com fibras, de elevado desempenho. 14

Acresce que estão sempre a aparecer novos materiais e técnicas de reforço. DUCON = Ductile Concrete Betão dúctil. Em reabilitação estrutural pode utilizar-se tecnologia tradicional, avançada. Importa utilizar, em cada caso, a tecnologia adequada. Tem-se assistido a uma proliferação das tecnologias emergentes. A este propósito importa chamar a atenção para o facto dos novos materiais e novas tecnologias darem origem a novas patologias. Citando José Manuel Catarino Não queremos mais anomalias (seminário Parque habitacional e sua reabilitação, LNEC, 12 nov. 2013) 15

A má prática também ocorre em trabalhos correntes de reabilitação estrutural. Má aplicação das argamassas de reparação. Fissuração e destacamento. 16

Falta de adesão do novo betão ao substrato. 17

Insuficiente capacidade técnica para lidar com a maior complexidade metodológica e tecnológica da reabilitação estrutural, nomeadamente com a proliferação de novos produtos e tecnologias. 18

A resposta: Qualificação das empresas executantes das intervenções; Qualificação das empresas que as projetam e fiscalizam; Qualificação das empresas que fornecem serviços de I&E Qualificação do Dono de Obra! O contrato coletivo de trabalho da CC&OP tem cerca de 60 profissões Quantas profissões do setor da construção (de operários, nível 2) é que temos na lista das profissões regulamentadas? Técnico de gás, Técnico de instalações elétricas, Técnico de segurança e higiene no trabalho e Soldador. Na reabilitação estrutural só há, portanto, uma profissão cujo exercício pressupõe um certificado de aptidão, carteira profissional ou documento equivalente que comprove a posse das necessárias competências: o Soldador! 19

O atual enquadramento jurídico falha no estímulo à qualificação das empresas e dos profissionais da CC&OP.. A iniciativa tem de partir das próprias empresas executantes, se quiserem estar presentes no mercado de forma responsável. 20

A qualidade (eficácia e durabilidade) da intervenção em obra só é possível mediante o estabelecimento dum sistema de gestão que inclua procedimentos bem definidos e assegure o seu rigoroso cumprimento, o que implica a formação e certificação dos recursos humanos e uma adequada estrutura organizacional da empresa. 21

Um dos principais obstáculos é o atual enquadramento legislativo do setor: Empresas de construção Regime dos alvarás inadequado; Empresas de projeto e fiscalização sem qualquer regime de qualificação; Profissionais abolição dos CAPs, ausência de qq regime que estimule a qualificação; Atitude dos Donos de Obra O preço mais baixo com critério de adjudicação: No caso dos contratos públicos, só nos concursos limitados por prévia qualificação este critério deve ser adotado. Mudanças necessárias: Na legislação: Fazer depender os alvarás da contratação de profissionais qualificados; Regulamentar as principais profissões da construção envolvidas na reabilitação estrutural; Permitir o recurso a sistemas de qualificação. O papel do Estado pode ser reduzido mediante o recurso a organizações, já existentes, vocacionadas para a formação e para a certificação. Donos de Obra: Promover uma cultura de exigência. 22

Só até onde permitir a qualificação do fornecedor do serviço! E como é que se avalia se o fornecedor é qualificado? 1. Adequabilidade e qualificação do seu quadro de pessoal; 2. Experiência; 3. Organização. Mensagem a reter: Em reabilitações estruturais, os erros podem ser fatais. Para evitar ou reduzir os erros, as empresas que se dedicam à reabilitação estrutural devem se qualificadas, isto é devem possuir uma capacidade técnica reconhecida. No entanto, não haverá agentes qualificados sem que haja uma cultura de exigência. A qualificação das empresas permite: Aumentar o valor acrescentado do serviço prestado, logo o contributo para o PIB do País; Aceder ao mercado externo deste tipo de serviço: a internacionalização. 23

As fragilidades da qualificação profissional, o seu atraso face aos países mais desenvolvidos e o seu desajustamento face às necessidades do tecido produtivo são explicitamente apontados como constrangimentos relevantes em três das quatro áreas temáticas (1) de programação e implementação do Acordo de Parceria. (1) 1. Competitividade e internacionalização; 2. Inclusão social e emprego; 3. Capital humano; 4. Sustentabilidade e eficiência no uso dos recursos. O setor da construção tem um contributo a dar face à necessidade de valorização dos recursos humanos do País, através do aumento do valor acrescentado do trabalho. A qualificação é, por excelência, a forma de aumentar o valor. A necessidade de melhorar a produtividade impõe mudanças aos vários agentes. O atual enquadramento legislativo precisa de ser mudado, a fim de criar mecanismos que estimulem a qualificação dos profissionais e das empresas. Os sistemas de qualificação de profissionais e de empresas são os instrumentos por excelência para operacionalizar a resposta à necessidade de qualificação, sem aumentar o peso do Estado. 24

A construção e as suas profissões têm vindo a perder muito do seu antigo prestígio e dignidade. A qualificação é a melhor forma de os recuperar. 25

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