22/08/2007 DEFINIÇÃO PORQUE VALIDAR? Gerson R. Luqueta. Gerson R. Luqueta



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Transcrição:

VALIDAÇÃO DE EQUIPAMENTOS CONFORME NORMATIZAÇÃO (ênfase em processos de esterilização) VALIDAÇÃO DO PROCESSO DEFINIÇÃO Procedimento documentado para obtenção, registro e interpretação de resultados desejados para o estabelecimento de um processo que deverá consistentemente fornecer produtos, cumprindo especificações predeterminadas VALIDAÇÃO DO PROCESSO PORQUE VALIDAR? Conhecer o perfil e qualidade do processo Proporcionar segurança aos responsáveis Atender as normas vigentes Otimizar os custos de processo 1

VALIDAÇÃO DO PROCESSO Deve ser baseada em uma metodologia Deve seguir um conjunto de protocolos Todos os procedimentos devem estar evidenciados É uma tarefa periódica A periodicidade é determinada pelo usuário, de acordo com o estudo de desvios do processo (ISO 9000) EXEMPLOS DE METODOLOGIAS MS Recomendações para CME Manual 108. AORN Recommended Practices Good Automation Manufacturing Practics (GMP) NBR-ISO / ISO AAMI standards Metodologia validada por Benchmarking Metodologia GAMP4 - FDA REU PQ Especif. Funcional OQ Especif. Detalhada IQ Construção do Sistema Engº 2

PASSOS DA VALIDAÇÃO item 7 ISO 11.134:2001 Protocolo aprovado conforme NBR ISO 9002 Estabelecimento dos requerimentos do usuário * 1) Qualificação das instalações * 2) Qualificação de desempenho * 3) Programa de manutenção * REQUERIMENTO DO USUÁRIO Documento formal Base da licitação ou compra Deve ser o mais completo possível Deve contemplar as normas a serem atendidas Deve apresentar respostas às necessidades Baseado em metodologia ou lista de verificação REQUERIMENTO DO USUÁRIO O quê, quando, onde, porquê, quem, quanto e como Equipamento alvo o que deve cumprir Necessidades imediatas e futuras plano e cenários Prazos Instalação, testes, liberação, etc. Custos de aquisição, operação e MANUTENÇÃO 3

IMPORTÂNCIA DO R.U. Você pediu um carro vermelho... Aquele, do cavalinho... Engº QUALIFICAÇÃO INSTALAÇÕES Baseada nas especificações do fabricante A base deve ser o manual de instalação Relatório com check-list de todos os suprimentos Visão das especificações do produto - desempenho QUALIFICAÇÃO INSTALAÇÕES Deve incluir demonstração com desempenho de projeto Documentação FAT do Teste equipamento de aceitação (item em 5 fábrica da ISO) Calibração dos instrumentos de operação e teste * Demonstração da qualidade e conformidade das utilidades* Viabilidade das condições físicas e ergonômicas do ambiente Análise de risco ambiental 4

QUALIFICAÇÃO DE DESEMPENHO Deve demonstrar que o equipamento atende ao requerimento do usuário Realização de testes operacionais Testes de alarmes, falhas e segurança Realização de desafios físicos, mecânicos, biológicos, etc. PASTA DE DOCUMENTOS Protocolo de validação Manual do equipamento Certificados dos instrumentos (internos e externos) Relatórios de testes físicos, químicos, biológicos, etc... Comprovação do desafio microbiológico Relatórios assinados pelo profissional responsável Plano de Manutenção preventiva Planos de treinamento e educação continuada da equipe EXEMPLO DE PROCEDIMENTO DE VALIDAÇÃO - ESTERILIZADOR A VAPOR - Engº 5

IQ - UTILIDADES Geração de vapor (água) limites de contaminantes Água para o sistema de vácuo potável a 15 C Instalações elétricas ANEEL Res. 676 19/12/2003 Ar comprimido seco lubrificante isento de contaminantes QUALIFICAÇÃO DESEMPENHO Demonstração da reprodutibilidade de processo Correlação entre parâmetros físicos e letalidade microbiológica * Demonstração da relação de parâmetros controle/carga * Demonstração de compatibilidade entre carga máxima e mínima TESTE BOWIE & DICK Padrão ISO - NBR ISO11.140 / Padrão Europeu BS7720 Forma de uso De acordo com a ANVISA Procedimentos descritos nas Recomendações Gerais para Central de Esterilização do ministério da Saúde / 2001 no item 5.1.2.2 6

TESTES A VAZIO Conhecer o perfil térmico e qualidade do esterilizador Determinar o ponto frio Comparar os resultados obtidos com a norma TESTES A VAZIO TESTES EM VAZIO Critério NBR-ISO 11.134 Temperatura deve ficar na faixa de até 3K acima do mínimo Diferença entre pontos não deve ser maior que ± 2K O mesmo ponto não deve flutuar fora da faixa de ± 1K Nota: Os anexos A, B e C da NBR ISO 11134:2001 são de caráter informativo 7

Validação de processo Variação na esterilização - ciclo 3 136,5 Tem peratura ( C) 136 135,5 135 134,5 134 133,5 S 01 S 02 S 03 S 04 S 05 S 07 S 08 S 09 S 10 S 11 S 12 133 11:29:28 11:30:00 11:31:00 11:32:00 11:33:00 11:34:00 11:35:00 11:36:00 11:37:00 11:38:00 11:39:00 11:40:00 11:41:00 11:42:00 11:43:00 11:44:00 11:45:00 Hora Engº TESTES EM VAZIO caso 1 126 125 124 Temperatura (C) 123 122 121 120 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo TESTES EM VAZIO caso 2 126 125 124 Temperatura (C) 123 122 121 120 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo 8

TESTES EM VAZIO caso 3 126 125 124 Temperatura (C) 123 122 121 120 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo LETALIDADE DO PROCESSO Cinética de inativação do MO alvo modelo linear Determinação do microorganismo a ser utilizado Determinação da população inicial Determinação do valor D Cálculo da letalidade mínima esperada (Valor F) Determinação do tempo equivalente de processo SENSORES NA CARGA 9

SENSORES NA CARGA Estudo de penetração de carga - análise 45 40 35 30 25 MinALeth S 01 S 02 S 03 S 05 S 06 S 07 S 08 20 15 10 5 0 Hora MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS Orientações Gerais para Central de Esterilização MS 2001 Item 2.2.4: Realizar manutenções corretivas e/ou preventivas nos equipamentos de forma a montar o histórico dos mesmos. Nos casos de manutenção preventiva, o setor de engenharia clínica deve manter registros de suas realizações (cronograma e check-list) bem como controlar sua periodicidade TENDÊNCIAS Estreitamento da faixa de temperatura Liberação multiparamétrica por instrumentação Consiste na liberação da carga pela comparação de: Critérios físicos x biológicos Executado pelo próprio esterilizador Monitoração exclusiva por indicadores multiparamétricos Engº 10

CONCLUSÕES Validação Determinação dos aspectos técnicos e econômicos Baseado em protocolos e metodologias bem definidos Testes físicos, químicos e biológicos Treinamento de usuários Planos de manutenção corretiva e preventiva Deve incluir : Documentação formal de todas as etapas do processo REFERÊNCIAS NBR ISO 11.816: 2003 - Esterilizadores a vapor grandes Requisitos NBR ISO-11.134:2001 - Controle de Rotina e Validação da Esterilização por Vapor Orientações gerais para centrais de esterilização ANVISA MS 2001. ISO9000 versão 2000. Resolução RE nº 2606, de 11 de agosto de 2006 - Diretrizes para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos Na internet http://www.anvisa.gov.br/faqdinamica/ http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/aulas_novas.htm http://www.anvisa.gov.br/e-legis www.gerson.110mb.com -> click no link DIVERSOS 11

OBRIGADO! Gerson Roberto Luqueta cmlbh3@baumer.com.br 12