Assistência Farmacêutica no Serviço Público



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Transcrição:

CRF-PR Revista do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná Edição nº 99-4º / 2012 julho/agosto Assistência Farmacêutica no Serviço Público Quando o detalhe é a diferença. ENTREVISTA: Secretário de Estado da Saúde do Paraná - Michele Caputo Neto. Citologia: Laboratórios com Farmacêuticos especialistas em Citologia Clínica poderão participar do edital da SESA. p. 8 p. 4

Sumário Edição nº 99-4º/2012 2 3 4 7 8 12 15 18 Editorial Quando o detalhe e a diferença Fitoterápicos Toledo: Pesquisa sobre plantas medicinais recebe recursos do ministério da Saúde. Citologia Laboratórios com Farmacêuticos Especialistas em Citologia Clínica poderão participar do Edital da SESA. Opinião - Ensino Farmacêutico Uma reflexão sobre qualidade. Entrevista Secretário de Estado da Saúde do Paraná: Michele Caputo Neto Paraná é Referência Nacional Assistência Farmacêutica Assistência farmacêutica bem estruturada propicia ganhos na saúde da população. Centro de Medicamentos do Paraná - CEMEPAR Programação aquisição e distribuição de medicamentos realizados de forma efetiva. Consórcio Paraná Saúde: Uma parceria fundamental para a estruturação da assistência Farmacêutica no Paraná. Fonte: Francielly Hirata / CRF-PR Itinerante Conselho leva serviço até municípios do Interior. Diretoria do CRF-PR participa de eventos com Farmacêuticos e autoridade de Francisco Beltrão Jornal do Oeste Fonte da imagem: http://www.biolam. com.br/microscopio.jpg 20 22 :::: EXPEDIENTE ::: O FARMACÊUTICO EM REVISTA Edição nº 99-4º/2012 Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná Rua Itupava, 1.235 Juvevê Curitiba-PR CEP: 80.040-134 Tel.: (41) 3363-0234 www.crf-pr.org.br DIRETORIA CRF-PR DIRETORIA Dra. Marisol Dominguez Muro VICE-PRESIDENTE Dr. Dennis Armando Bertolini DIRETOR TESOUREIRO Dr. Arnaldo Zubioli DIRETORA SECRETÁRIA GERAL Dra. Mirian Ramos Fiorentin CONSELHEIROS REGIONAIS Dr. Arnaldo Zubioli Dr. Cynthia França Wolanski Bordin Dr. Dennis Armando Bertolini Dr. Emyr Robeto Carobene Franceschi Dra. Ines Catarina Rocha Cantarela Dr. José Antônio Zarate Elias Dra. Líbia Emich Batista de Almeida Dr. Márcio Augusto Antoniassi Dra. Maria do Carmo Baraldoo Wagner Dra. Marilene Provasi Dra. Marina Gimenes Dra. Marina Sayuri Mizutani Hashimoto Dra. Marisol Dominguez Muro Dr. Maurício Portella Dra. Mirian Ramos Fiorentin CONSELHEIROS FEDERAIS Dr. Valmir de Santi Dra. Célia Fagundes da Cruz (Suplente) JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana C. Bruno MTB 2973 DRT/PR Experiências Exitosas Assistência Farmacêutica no Serviço Público quanto o detalhe é a diferença. 24 REPORTAGEM, REDAÇÃO E EDIÇÃO Ana C. Bruno Gabriel Leon Scussel Fonte: SESA/PR Artigo Farmacologia Antimicrobianos Informativo Sindifar-PR CRF-PR leva propostas do setor Farmacêutico aos candidados a prefeitos da Capital e interior SBRAFH lança regional no Notícias CFF 35 39 40 40 42 DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL Michelly M. T. Lemes Trevisan - Designer CTP e IMPRESSÃO: Grupo CORGRAF Gráfica & Editora Fone: (41) 3012.5000 www.grupocorgraf.com.br Tiragem: 14.000 mil exemplares Artigos não manifestam necessariamente a opinião da revista O Farmacêutico em revista, e são de inteira responsabilidade dos seus autores. Fonte: CRF-PR CAPA: Fonte: Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná - Ana C. Bruno.

Editorial Quando o Detalhe é a Diferença. É preciso reconhecer que o diferenciado nesta direção consolidando saúde pública. Farmacêutico é essencial nas farmácias e os vínculos entre os serviços e a O CRF-PR tem atuado nos dispensários de medicamentos do serviço população, promovendo, além do últimos anos de forma a esclarecer aos público. Sua presença garante a informação acesso, o uso racional dos medicamentos gestores a respeito da importância do ao paciente quanto ao uso correto de e a inserção efetiva da Assistência Farmacêutico, além de cobrar dos medicamentos e pode promover economia Farmacêutica como uma ação de saúde. municípios e Estado a regularização dos aos cofres públicos na gestão correta dos Mostramos nesta edição da seus estabelecimentos farmacêuticos. medicamentos, esta importante revista O Farmacêutico em revista Vários projetos de capacitação constatação é do atual Secretário de Estado alguns exemplos onde a criatividade e o e treinamento dos profissionais da Saúde, Dr Michele Caputo Neto. esforço em equipe ou individual superam farmacêuticos para a Assistência A estruturação da Assistência as dificuldades que se impõem na gestão Farmacêutica nas várias regiões do Paraná Farmacêutica é um dos grandes desafios da Assistência Farmacêutica. foram colocados em prática. que se apresenta aos gestores e Destacamos a Assistência Sabemos que são muitos os profissionais que atuam no serviço público, Farmacêutica do Paraná, por apresentar desafios da Assistência Farmacêutica no quer pelos recursos financeiros envolvidos, novas alternativas de atuação, com serviço público, e que necessariamente, como pela necessidade de aperfeiçoamento propostas inovadoras, que garantem a passa pelo investimento de mais esforços, contínuo com busca de novas estratégias no eficácia das ações. Porém, o que por parte de gestores, docentes e seu gerenciamento. procuramos ressaltar mesmo é o papel profissionais das secretarias estaduais e As ações desenvolvidas nessa fundamental que o Farmacêutico municipais de saúde, mas percebemos área não devem se limitar apenas à desempenha em toda a cadeia da também que um pequeno detalhe/gesto aquisição e distribuição de medicamentos, Assistência Farmacêutica. É notório o pode fazer a diferença. é preciso que se lance um olhar desempenho do município que prioriza a Boa Leitura! Dra. Marisol Dominguez Muro Presidente - CRF-PR Farmacêutica na área de Análises Clínicas. Dr. Dennis Armando Bertolini Vice - Presidente - CRF-PR Farmacêutico na área de Ensino e Pesquisa. Dr. Arnaldo Zubioli Diretor Tesoureiro - CRF-PR Farmacêutico na área de Ensino e Pesquisa. Dra. Mirian Ramos Fiorentin Diretora Secretária Geral - CRF-PR Farmacêutica na área de Serviço Público. Entre Aspas Mini Curso: Princípios da Antibioticoterapia Racional Palestrante: Dr Carlos Eduardo P. de Araujo Ministrado em: 17 e 18/08/2012 (Sexta e Sábado). 2 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012 Gostaria de parabenizar o CRF-PR e o CFF pela excelente escolha do profissional Dr Carlos Eduardo P. de Araujo que ministrou a palestra Princípios da Antibioticoterapia Racional. O curso foi espetacular, e acho que é desse tipo de curso, com esse tipo de profissional que nós farmacêuticos precisamos para aprender mais e sermos reconhecidos pela nossa bagagem de conhecimento. Vale a pena, se possível, trazê-lo em outra oportunidade para discutirmos outros assuntos. Obrigada pela oportunidade! Dra Andréa Luiza Comunelo - Farmacêutica - CRF-PR:13.551 Diagnósticos da América

Fitoterápicos Toledo: Pesquisa sobre plantas medicinais recebe recursos do Ministério da Saúde Curso de Farmácia da Unipar é parceiro no projeto, que envolve Prefeitura, Itaipu, Herbarium, entre outras instituições U m projeto desenvolvido por entidades, órgãos públicos e instituições da região Oeste do Paraná para a formação de uma cadeia de produção de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos recebeu reconhecimento nacional. A experiência resultou numa Uproposta que foi aprovada pelo Ministério da Saúde, o qual liberou R$ 600 mil para investimentos em pesquisas da área. A verba contemplou os municípios de Toledo, Foz do Iguaçu e Pato Bragado. O curso de Farmácia da Universidade Paranaense Unipar, Unidade de Toledo, é um dos parceiros. Este valor será aplicado em ações de capacitação de profissionais de saúde, produção de plantas medicinais e desenvolvimento tecnológico de medicamentos fitoterápicos, explica a coordenadora do curso, professora Tatiana Tiuman. Uma das ações será o desenvolvimento do projeto 'Implantação de Produtos e Serviços de Fitoterapia e Plantas Medicinais no Sistema Único de Saúde do Município de Toledo', realizado pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Unipar, Cooperativa Gran Lago de Agricultores Orgânicos, Sustentec - Produtores Associados, Laboratório Yanten, Herbarium Laboratório Botânico e Usina Itaipu Binacional. A inciativa contará com apoio do Ministério da Saúde e Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz). Sob coordenação do professor doutor Euclides Lara Cardozo, que ministra a disciplina de Fitoterapia na Unipar, os estudantes do curso de Farmácia vão contribuir nas atividades do projeto, que terá como foco a inserção da fitoterapia na assistência farmacêutica, por meio do projeto Farmácia Escola. Com o resultado prático desse projeto, a população usuária do SUS terá acesso a medicamentos fitoterápicos de qualidade, produzidos na região através das entidades parceiras e distribuídos com a orientação dos profissionais da Farmácia Escola, ressalta a coordenadora. Segundo ela, além disso, os agricultores da região também serão incentivados a cultivar as plantas medicinais, que serão transformadas em matéria-prima para a produção dos medicamentos. Produção: Começa com o cultivo das ervas. Transformação: o extrato é finalizado e se transforma no medicamento. Medicação: Com a receita, o usuário do SUS tem acesso ao fitoterápico. Pesquisa: A UNIPAR acompanha todo o processo com respaldo científico. Rio + 20 Fonte das imagens : Francielly Hirata / Jornal do Oeste A experiência da cadeia produtiva de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos da região foi apresentada no estande do Ministério da Saúde durante a reunião da Conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro. A iniciativa foi vista pelo MS como exemplo de projeto sustentável de produção de medicamentos. Os benefícios das plantas e dos medicamentos foram apresentados pelo professor doutor da Unipar, Euclides Lara Cardozo. Na oportunidade demonstrou-se o potencial do projeto na preservação da biodiversidade das espécies medicinais nativas, na geração de renda para a agricultura familiar e no desenvolvimento tecnológico de produção de medicamentos. Esses aspectos somam-se às possibilidades de produção de medicamentos seguros para a população brasileira usuária do sistema público de saúde. É uma experiência que deu certo e que pôde ser vista por pessoas de todo o mundo, as quais se preocupam com a sustentabilidade do planeta, enfatiza Cardozo. O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012 3

Citologia Laboratórios com Farmacêuticos Especialistas em Citologia Clínica poderão participar do Edital da SESA. O Estado do Paraná, através do Secretário de Saúde do Estado informa que no próximo edital da Secretária de Saúde (SESA) prevê o credenciamento de Laboratórios os quais deverão ter pelo menos um profissional que possua o curso de Especialização em Citologia devidamente reconhecido por entidades reguladoras e dentre eles o Farmacêutico Especialista nessa área. Fonte da imagem: http://www.biolam.com.br/microscopio.jpg O Farmacêutico, Especialista em Citologia Clínica, encontra-se legalmente habilitado para atuação através dos Decretos Federais nº 20377/31 e 85.878/81 a qual define a legalidade dos Conselhos de Classes Profissionais Farmacêutico, Especialista em Citologia Clínica, encontra-se legalmente habilitado para atuação através dos Decretos OFederais nº 20377/31 e 85.878/81 a qual define a legalidade dos Conselhos de Classes Profissionais, bem como estabelece os seus poderes em reger às diretrizes das respectivas classes profissionais, sancionados pelos Presidentes da época. Dentre esses o Conselho Federal de Farmácia (CFF) que, no âmbito de sua atribuição pelos Decretos, acima mencionados, emitiu as Resoluções no campo de atuação do Farmacêutico, no decorrer dos anos, abrangendo na área de análises clínicas e mais especificamente da atuação profissional no CAMPO DA CITOPATOLOGIA, através de inúmeras Resoluções emitidas pelo CFF: Resolução nº 179/87, Resolução nº 296/96, Resolução nº 358/01, Resolução nº 359/01, Resolução nº 401/03 e Resolução nº 536/2010. O Ministério da Saúde através da Portaria /MS nº 1.230/93, estabelece os procedimentos médicos-laboratoriais através do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPS do SUS, o SIGTAP, no qual o Farmacêutico possui no Cadastro Brasileiro de Ocupação e Serviço (CBO) o Código nº 223410 para o recebimento dos exames Citopatológico Cérvico Vaginal com o código desse procedimento nº 02.03.01.001-9. O Conselho Nacional da Educação através da Resolução nº 02/01, do MEC-CNE-CSE (Ministério da Educação / Conselho Nacional de Educação / Câmara Superior de Educação) demonstra que o Farmacêutico Especialista em Citologia Clinica está legalmente habilitado para atuação nesse campo. Esse credenciamento será regido pelo Edital elaborado pela SESA/PR que deverá ser publicado no final de agosto e/ou início de setembro de 2012, o qual permitirá que os Farmacêuticos Especialistas em Citologia Clínica possam participar atualmente do atual programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero criado em 1996. Atualmente esse programa é gerencia através do Sistema de Informações do câncer, lançado pela Presidente da República, em 2011. Além do que, através da portaria 1682 do Ministério da Saúde através do então Ministro Alexandre Rocha Santos Padilha, o qual institui um Grupo Coordenador Nacional da Força Tarefa para avaliação dos laboratórios de citopatologia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e posteriormente ser apresentado recomendações para o pleno funcionamento desses laboratórios especializados em citopatologia no âmbito do SUS. Até a presente data nenhum laboratório com Farmacêutico Especialista em Citologia Clínica foi questionado por ter esse profissional como responsável técnico. 4 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Citologia Conquista de todos A grande novidade desse novo edital da SESA-PR é que não existe mais a restrição para uma única classe profissional a ser credenciada como nas versões anteriores (de mais de 20 anos) nos quais somente laboratórios de anatomia patológica tendo o médico patologista como responsável poderim participar do credenciamento desse programa federal de prevenção do câncer do colo do útero através do SISCOLO, mesmo existindo outros profissionais legalmente habilitados e reconhecidos pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação a realizarem esse exame, fato presente já há muitos anos em outros Estados brasileiros onde o Farmacêutico Citologista já contribui ativamente na realização dos exames de Papanicolaou do Sistema Único de Saúde SUS relata Dr Mauricio Turkeiwicz. Os maiores beneficiados com esse avanço na saúde em nosso Estado, sem dúvida alguma, é a população feminina paranaense entre 25 e 64 anos, a qual é contemplatada por esse programa de prevenção do câncer do colo do útero, pois haverá mais profissionais preparados e legalmente habilitados atuando nesse segmento. Acreditamos que morosidades na liberação dos resultados do Papanicolaou desses exames do SUS em nosso Estado diminuirão e, pelo fato de termos mais profissionais habilitados atuando nessa área, consigamos aumentar a resolutibilidade quanto à demanda reprimida desses exames, e com isso atingimos níveis melhores em referência as diretrizes da OMS. Isso sem falarmos que aumentando os profissionais que corroboram na atenção básica de saúde otimizando a prevenção do câncer do colo do útero, a tendência de menores gastos no segmento de alta complexidade é quase certa, pois a prevenção continua sendo a melhor ferramenta para o câncer conclui Dr Maurício Turkiewicz, membro da Comissão de Análises Clínicas do CRF-PR, docente de pós-graduações em Citologia Clínica e Coordenador do III CURSO DE CITOLOGIA ClÍNICA - CRF-PR/ASPAFAR. Este é um avanço que esperávamos há muito tempo, esta abertura é um marco na história da Citologia do Paraná, comemora a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR), Dra Marisol Dominguez Muro. Já para Dr. Michele Caputo Neto, secretário de Estado da Saúde do Paraná, o objetivo é manter e ampliar a qualidade dos serviços prestados. Além da questão da formação adequada, será exigido controle externo de qualidade realizado por entidades credenciadas, anunciou o secretário. A diretoria do CRF-PR recebeu a notícia com muito entusiasmo, e entende este momento como uma vitória para a classe Farmacêutica. Há anos lutamos por isso. Inúmeras tentativas já foram realizadas a fim de possibilitar o credenciamento de laboratórios, tendo como responsáveis técnicos farmacêuticos Especialistas em Citologia Clínica, e este momento chegou, pontou Dra Marisol. Acreditamos que esse resultado seja fruto da receptividade e sensibilização do Secretário de Saúde do Paraná, Dr. Michelle Caputo Neto, frente ao fruto de um dossiê relatando a panorâmica desse programa em nosso Estado elaborado através da UNIÃO do Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) com a Associação Paranaense de Farmacêutico (ASPAFAR), juntamente com as demais Associações do Estado do Paraná: Associação Toledense dos Farmacêuticos (ASTFAR), Associação dos Farmacêuticos de Cascavel (ASFAC), Associação dos Farmacêuticos do Noroeste do Paraná (ASFANORPA), Associação Pontagrossenes dos Farmacêuticos (ASPONFAR), Associação dos Farmacêuticos de Curitiba e Região (AFCR), Associação dos Farmacêuticos do Litoral do Paraná (ASFALIP), Associação dos Farmacêuticos de Apucarana (AFA), Associação Maringaense dos Farmacêuticos (AMF) e o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Paraná (SINDIFAR-PR), o qual lhe foi entregue em Outubro de 2011. Extrema importância Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres, para o ano corrente de 2012 no Brasil estão previstos o surgimento de 17.540 novos casos. Essa doença é caracterizada pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguo ou à distância. Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinima epidermóide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular. E s s a d o e n ç a a p r e s e n t a u m desenvolvimento lento, que pode cursar de maneira SILENCIOSA em fase inicial sem sintomas e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) tanto a incidência como a mortalidade pode ser reduzida por programas organizados de rastreamento, ou seja, a aplicação de um teste ou e x a m e n u m a p o p u l a ç ã o a s s i n t o m á t i c a, aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões precursoras e/ou sugestivas de câncer e assim encaminhá-las para investigação e tratamento. O teste utilizado em rastreamento deve ser seguro, relativamente barato e de fácil aceitação pela população, ter sensibilidade e especificidade comprovadas, além de relação custo-efetividade favoráveis, sendo que principal método e mais amplamente utilizadas para rastreamento do câncer do colo do útero e o Exame de Papanicolaou ou exame citopatológico do colo do útero. A prevenção continua sendo a melhor ferramenta para prevenção do Câncer!!! Fonte: http://www.mdsaude.com/hpv-cancer-colo-utero.html 6 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Opinião - Ensino Farmacêutico Opinião Prof Carlos Cecy Membro da Comissão de Ensino do CRF-PR e Presidente da Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico e Bioquímico: ABENFARBIO. ENSINO FARMACÊUTICO UMA REFLEXÃO SOBRE QUALIDADE Aqualidade dos Cursos de Farmácia vem sendo alvo de claramente que o graduando não está obrigado a dominar em frequentes críticas e desmerecimentos. Alega-se que os profundidade todas as 31 competências e habilidades listadas nas mesmas graduandos não têm habilidades para o exercício diretrizes, mas tão somente aquelas definidas no perfil do egresso, profissional, que são fracos e mal formados. Geralmente tal diagnóstico constante do Projeto Pedagógico do curso realizado. baseia-se em contatos esporádicos com algum recém-formado, como se O Parecer CNE/CES n 776/97, que orienta as instituições na isso bastasse para avaliar o universo todo. Esse tipo de conclusão, feita elaboração dos seus Projetos Pedagógicos, lembra que, em virtude do apressadamente mais com o intuito de denegrir do que de contribuir, acelerado desenvolvimento tecnológico e da rápida obsolescência dos merece alguns esclarecimentos e reflexões. Senão vejamos. equipamentos, deve-se incentivar uma sólida formação geral necessária A Lei n 9.394, de 20/12/1996, conhecida como Lei das para que o futuro graduado possa vir a superar os desafios de renovadas Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, estabelece em seu Artigo condições do exercício profissional; que se limitem ao máximo a fixação 45, que a educação superior será ministrada por instituições de ensino de conteúdos específicos com cargas horárias pré-determinadas, as quais superior, com variados graus de abrangência ou especialização. não poderão exceder 50% da carga horária total dos cursos; e, que se Estabelece também que compete às universidades fixar o currículo dos evitem o prolongamento desnecessário da duração dos cursos. seus cursos, observadas as diretrizes gerais pertinentes (Artigo 53). Finalmente, cabe assinalar que o parecer citado considera a formação no No caso específico da farmácia, tais diretrizes foram estabelecidas pela nível de graduação como uma etapa inicial da educação continuada. Resolução CNE/CES n 2, de 19/2/2002, do Conselho Nacional de As considerações acima demonstram que não é simples avaliar- Educação. Estas diretrizes estabelecem que o Curso de Graduação em se um colega recém-formado sem conhecer-se o Perfil do egresso definido Farmácia tenha como perfil do egresso a formação generalista. Significa no Projeto Pedagógico da instituição formadora. Não se quer dizer que dizer que o ensino será bem diferente da antiga formação tecnicista, que todas as instituições praticam ensino de alta qualidade. Porém, querer era focada só no fazer. A formação generalista vai muito alem, pois estimar a qualidade através de contato esporádico com algum graduando deverá contribuir para a compreensão, interpretação, preservação, e denegrir-se a instituição formadora, convenhamos, é um reducionismo reforço, fomento e difusão das culturas nacionais e regionais, maldoso, que em nada contribui para a melhoria do ensino. internacionais e históricas, em contexto de pluralismo e diversidade Finalmente, cabe lembrar que a consolidação das cultural. competências do recém-formado dar-se-á através de cursos de pós- Por outro lado, as diretrizes estabelecem que às instituições graduação, ou seja, da educação continuada, que deve estar presente na de ensino compete fixar o perfil acadêmico e profissional do egresso, de vida de todos os profissionais. É através dela que poderemos acompanhar acordo com a inserção institucional do curso, das demandas e expectativas os avanços tecnológicos e dominar novos conhecimentos e habilidades, do desenvolvimento do setor saúde na região. Tal colocação explicita indispensáveis à prestação de serviços farmacêuticos de qualidade.

Entrevista Michele Caputo Neto Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-464o_h8olta/t7ztafhohxi/aaaaaaaaafa/mcqfxsn7d_8/s1600/michelecaputo1.jpg Michele Caputo Neto Secretário de Estado da Saúde do Paraná PARANÁ É REFERÊNCIA NACIONAL Vários indicadores mostram o êxito do estado na melhoria das condições de saúde. O secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, atribui o sucesso do Estado a três pilares fundamentais de sua administração: incentivo financeiro para custeio, estruturação (obras e equipamentos) e capacitação dos profissionais. Em apenas 12 meses de governo o estado ganhou R$ 340 milhões a mais no orçamento da Saúde para 2012. Em entrevista à equipe da revista em revista do CRF-PR o atual Secretário de Estado da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, falou como está conduzindo uma das principais e mais importantes pastas do Estado. À frente deste desafio a poucos meses de completar dois anos, Caputo Neto ressaltou como encarou a árdua tarefa de ampliar e melhorar significativamente a qualidade dos serviços em saúde. Um dos diferenciais do Paraná foi o investimento em um amplo processo de descentralização, onde as Regionais de Saúde possuem infraestrutura para atender os municípios, desafogando assim a Capital. Isso faz com que a população seja assistida e receba atendimento adequado, sem precisar se deslocar até a capital, justificou o secretário. Segundo ele, uma das estratégias foi investir maciçamente para estruturar o setor de saúde no interior do estado e, consequentemente, desafogar os grandes centros, como Londrina, Cascavel e, sobretudo, Curitiba. Para isso, houve investimento nos 19 hospitais descentralizados (Hospitais Regionais), outros foram ampliados, reformados e modernizados. Não só isso; o governo paranaense garantiu aporte financeiro para os hospitais filantrópicos e municipais. O Farmacêutico Investimentos na área da saúde - Orçamento para 2012 R$ 2,8 bilhões (R$ 340 milhões a mais) O enfrentamento da gripe H1N1, por exemplo, se deu de forma descentralizada, onde as Regionais de Saúde receberam toda a orientação e estrutura necessárias para o enfrentamento da gripe. A descentralização foi fundamental porque facilitou o acesso de todos os municípios ao medicamento Oseltamivir, destacou o secretário. O Paraná foi o estado que melhor desempenho teve no enfrentamento da gripe, continuou. E os índices confirmam a municipais de saúde e hospitais do Estado. afirmação do secretário: foram 33 óbitos, contra 70 em Santa Catarina e 50 no Rio Grande do Sul. Até o final do mês de julho, 1,9 milhão de pessoas receberam a vacina contra a gripe. O Estado foi um dos primeiros a atingir a meta de vacinação definida pelo Ministério da Saúde, disponibilizou mais de 150 mil tratamentos do antiviral e garantiu quantia equivalente em estoque para continuar abastecendo as secretarias Esta e outras estratégias adotadas pela atual gestão fazem do Paraná um estado com os melhores indicadores no que diz respeito à saúde. Isso se explica, em parte, pelas condições socioeconômicas do estado, que também se destacam positivamente em âmbito nacional. No entanto, o estado também fez por merecer com ações e muito investimento no setor. (Veja a seguir os Projetos estratégicos na área da saúde). 8 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Entrevista Michele Caputo Neto Outro êxito importante do Paraná apontado pelo secretário foi a queda da mortalidade infantil e materna. A taxa de mortalidade infantil caiu 36% de janeiro a setembro de 2011, foram 12,12 mortos para cada mil nascidos, enquanto 63,80 mães morreram para cada 100 mil. Para se ter uma ideia, o índice brasileiro é o dobro. Se mantiver esse ritmo, o Paraná poderá ser o primeiro estado a reduzir a mortalidade infantil para o patamar de um dígito, o que, está muito próximo de ocorrer. A implantação da Rede Mãe Paranaense é a responsável por esses índices. Melhoramos o que já era bom, aponta. Ele se refere ao Programa Mãe Curitibana. A secretaria de Estado da Saúde estendeu o benefício para todo o Estado e, desde 2011, os profissionais da saúde vêm sendo treinados para o atendimento às gestantes. O programa garante às gestantes e O secretário Michele, Dra Mirian Ramos Fiorentin - Diretora Secretária Geral - CRF-PR e Dra Deise Pontarolli - Diretora da AF SESA-PR. aos bebês acesso ao pré-natal com e x a m e s e c o n s u l t a s, incluindo o parto e acompanhamento no primeiro ano de idade da criança. Outros indicadores também destacam o Paraná. A fila de transplante de córnea foi zerada e de 10º lugar passamos para 5º em transplantes gerais. O estado não registra mortes por doenças transmissíveis como sarampo, rubéola, poliomielite ou difteria. Os casos de dengue caíram em 95%, comemora o secretário. A situação favorável da saúde no estado se explica devido o grande esforço e dedicação da equipe que compõe a Secretaria da Saúde, e conduz os programas e os projetos propostos. Sem uma equipe comprometida não tem como garantirmos à população o acesso a uma saúde gratuita e de qualidade, definiu Michele Caputo Neto. Secretário de Estado da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, em entrevista à O Farmacêutico em revista.

Entrevista Michele Caputo Neto PROJETOS ESTRATÉGICOS DA SAÚDE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA O governo do Paraná investiu R$ 60 milhões na primeira fase do HOSPSUS, programa de apoio e qualificação de hospitais públicos e filantrópicos do SUS no Paraná. O programa é essencial para a retaguarda hospitalar em todo estado, principalmente para a rede materno-infantil e de urgência e emergência. Mais de 50 hospitais beneficiados que recebem recursos para ampliar a oferta de leitos e qualificar os serviços prestados. Plano Diretor de Atenção Primária APSUS, que está trabalhando para fortalecer a porta de entrada no sistema de saúde nos municípios, inclusive com a capacitação de mais de 30 mil profissionais que atuam nas unidades de saúde de todo Paraná. O investimento do APSUS neste ano chega a R$ 52 milhões. Até 2014 serão construídas, reformadas e ampliadas 400 Unidades Básicas de Saúde, através do programa APSUS. (Serão inauguradas 80 Unidades Básicas de Saúde neste ano) Outro projeto estratégico da Saúde é o Programa Farmácia do Paraná, que além de estruturar a assistência farmacêutica estadual com ambientes adequados para o atendimento do cidadão, destina recursos estaduais para assistência farmacêutica dos municípios de pequeno porte. O programa também capacita os profissionais que atuam na área de assistência farmacêutica estadual. A primeira Farmácia inaugurada nos novos padrões do Estado foi a de Guarapuava, que atende 20 municípios da região. Em setembro será inaugurada a farmácia de Pato Branco e até o final de 2012 as de Cascavel, Londrina, Maringá, Apucarana, União da Vitória, Toledo e Telêmaco Borba. Todas as 22 Regionais de Saúde terão uma unidade do Programa Farmácia do Paraná. O Paraná conseguiu grandes taxas de cobertura vacinal nas campanhas da gripe, sarampo e pólio atingiu a meta de vacinação proposta pelo Ministério da Saúde e ficou entre os estados que mais vacinaram. Na campanha de vacinação contra a poliomielite o Paraná atingiu cobertura superior a 100% em 2011 e 2012. Na área de transplantes, conseguimos aumentar em 40% o número de transplantes realizados em 2011, comparado com o ano anterior, conseguindo inclusive zerar a fila de transplantes de córneas do Paraná. Em alguns momentos, o estado pôde fornecer córneas para outros estados. Neste ano o aumento em relação ao primeiro semestre de 2011 foi de 54%, com destaque na capacitação dos profissionais e na parceria com a Casa Militar que disponibiliza transporte aéreo quando necessário. No enfrentamento da dengue revertemos a situação encontrada no início de 2011, quando o Estado já enfrentava epidemia da doença reduzimos os números em mais de 90%. A vigilância constante para o combate à doença e o apoio aos municípios conseguiram reverter o quadro enfrentado em anos anteriores. De agosto de 2011 a junho de 2012 o Paraná registrou apenas uma morte, sendo que no mesmo período anterior foram 15 óbitos. Em abril, a Saúde lançou o COMSUS Programa estadual de apoio aos consórcios intermunicipais de saúde. Seu principal objetivo é implantar Centros de Especialidades Regional em todas as regiões do Estado e ampliar o acesso da população a serviços ambulatoriais como consultas especializadas, exames (ultrassom, mamografia) e cirurgias eletivas ambulatoriais. O COMSUS destinará R$ 26 milhões aos consórcios, para custeio e obras neste ano. Em maio, foi lançada a Rede Mãe Paranaense, que vai mobilizar os 399 municípios para reduzir os índices de mortalidade materno-infantil a menos de um dígito no Paraná. As ações são voltadas ao atendimento adequado de gestantes e bebês desde o pré-natal até um ano após nascimento da criança. O Mãe Paranaense garante no mínimo 7 consultas e 17 exames às gestantes durante o prénatal. Caso seja uma gestação de risco, o acompanhamento é mais próximo e prevê mais consultas e exames. Além disso, já no pré-natal a gestante sabe onde vai realizar o parto. O governo estadual vai investir R$ 68 milhões neste ano na rede especializada. Do total de recursos, R$ 30 milhões serão repassados aos municípios para custeio de equipes de saúde, R$ 18 milhões para incentivo de qualidade do parto, R$ 14 milhões para compra de equipamentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambulatórios e hospitais, R$ 2,5 milhões para gestação de alto risco e R$ 2,5 milhões para insumos e capacitação de equipes. No enfrentamento da gripe, o Estado estima ter vacinado mais de 2 milhões de paranaenses que compõem os grupos de risco definidos pelo Ministério da Saúde. A Secretaria da Saúde disponibilizou mais de 150 mil tratamentos contra a gripe tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde e ainda tem em estoque mais de 150 mil tratamentos. O Paraná não vive a mesma situação da pandemia de 2009, por isso o foco atual é a conscientização da população para as medidas preventivas e o diagnóstico precoce da doença, que diminui o risco de mortes. 10 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Assistência Farmacêutica Assistência Farmacêutica bem estruturada propicia ganhos na saúde da população Quando falamos em Assistência Farmacêutica é preciso lançar um olhar sob sua integralidade, ou seja, acima de tudo, é preciso que as etapas que as constituem estejam bem estruturadas e articuladas para garantir de fato a atenção integral à saúde, definiu Dra Deise Pontarolli, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica do Paraná. De acordo com a Diretora a assistência farmacêutica não pode ser reduzida à logística de medicamentos (adquirir, armazenar e distribuir). É preciso agregar valor às ações e aos serviços de saúde, por meio do desenvolvimento da assistência farmacêutica. Para tanto, é necessário integrar a assistência farmacêutica ao sistema de saúde; ter trabalhadores qualificados; selecionar os medicamentos mais seguros, eficazes e custo-efetivos; programar adequadamente as aquisições; adquirir a quantidade certa e no momento oportuno; armazenar, distribuir e transportar adequadamente para garantir a manutenção da qualidade do produto farmacêutico; gerenciar os estoques; disponibilizar protocolos e diretrizes de tratamento, além de formulário terapêutico; prescrever racionalmente; dispensar (ou seja, entregar o medicamento ao usuário com orientação do uso); monitorar o surgimento de reações adversas, entre tantas outras ações, define. E foi neste modelo que o Departamento de Assistência Farmacêutica do Estado do Paraná (DAF) foi criado pelo secretário de Estado da Saúde, Dr Michele Caputo Neto, em 2011, com a função de estruturar as Farmácias das 22 regionais de saúde, fortalecer as ações e serviços da Assistência Farmacêutica no estado, regular a oferta do elenco de medicamentos dos programas de saúde de responsabilidade do CEMEPAR (Centro de Medicamentos do Paraná) no âmbito da SESA/PR e promover o Uso Racional de Medicamentos. Realizamos um trabalho conjunto com o CEMEPAR de desenvolvimento de políticas e protocolos de orientação às regionais. Temos ainda a missão de organizar toda a logística das compras, do recebimento e da distribuição não somente dos medicamentos, mas dos soros e vacinas que serão entregues em todas as regionais de saúde, esclarece Dra Deise. O Departamento de Assistência Farmacêutica é um braço tão importante e estratégico para a SESA, que apesar de ser novo já deu passos importantes. No ano de 2011 foram nomeados 52 farmacêuticos somente para a AF, os profissionais foram designados para atuarem na rede municipal, em todas as Regionais de Saúde e demais setores da AF. A contratação desses profissionais foi um ganho extremamente importante, pois seria inviável pensar em estruturação e qualificação dos serviços prestados à população sem a presença de farmacêuticos. Isso também trouxe uma nova perspectiva às regionais, comemora Dra Deise. >> Farmacêutica Dra Deise Pontarolli, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica do Paraná. Quando falamos em Assistência Farmacêutica é preciso lançar um olhar sob sua integralidade, ou seja, acima de tudo, é preciso que as etapas que as constituem estejam bem estruturadas e articuladas para garantir de fato a atenção integral à saúde. Dra Deise Pontarolli 12 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Assistência Farmacêutica Segundo Dra. Deise, os Farmacêuticos tem tido uma atuação muito importante dentro das regionais. Cada regional conta com dois farmacêuticos que atuam em dois locais específicos: na farmácia especial, podendo realizar o atendimento farmacêutico à população, e na sessão de insumos, que funciona como uma pequena distribuidora que recebe os medicamentos tanto do Consórcio Paraná Saúde quanto do CEMEPAR, para posteriormente serem distribuídos entre os municípios. Uma logística que é acompanhada por profissionais farmacêuticos, que conhecem o apoio adequado para a correta distribuição desses medicamentos de acordo com a legislação vigente, é muito mais eficiente e segura. A população paranaense é a maior beneficiada, afirma. AINDA MAIS Os projetos para a DAF do Paraná não param por aí, é preciso fazer ainda mais, projeta Dra. Deise. Queremos colocar na sistemática da escola de saúde, uma capacitação continuada que abranjam duas linhas especificas, a questão da logística de medicamentos, que envolve toda a programação de recebimento e distribuição e o ciclo da assistência farmacêutica com destaque para o atendimento (desenvolvimento das habilidades clínicas dos farmacêuticos voltados para atenção farmacêutica). Uma logística que é acompanhada por profissionais farmacêuticos, que conhecem o apoio adequado para a correta distribuição desses medicamentos de acordo com a legislação vigente, é muito mais eficiente e segura. A população paranaense é a maior beneficiada Dra Deise Pontarolli POPULAÇÃO ASSISTIDA Outro programa do governo do Estado do Paraná, implantado neste ano, que a Diretora do DAF, Dra Deise Pontarolli, faz questão de destacar, é o incentivo para a organização da Assistência Farmacêutica nos municípios. O programa é uma via de mão dupla, ou seja, o governo disponibilizará 1 milhão de reais para que os 111 municípios participantes (com população abaixo de 20 mil habitantes), ao longo do ano, organizem as farmácias municipais. A contra partida é de que os estabelecimentos estejam sob a responsabilidade de farmacêuticos devidamente inscritos junto ao CRF-PR. Serão destinados 1mil reais mensais para o custeio da estruturação da assistência farmacêutica, não para a compra de medicamentos, mas para ajudar nas despesas básicas como: manutenção, pequenas reformas e contas de água, luz e telefone, explica. Dra. Deise cita ainda que para os próximos anos existe a expectativa de que o incentivo para a assistência farmacêutica seja ampliado, e o programa se estenda para todos os municípios com até 20 mil habitantes. Nunca houve uma iniciativa desse porte, que não aborde apenas a questão de insumos, mas para a capacitação de profissionais para atuar na dispensação, finalizou Dra Deise. >> Fonte imagem: Assessoria CRF-PR Nunca houve uma iniciativa desse porte, que não aborde apenas a questão de insumos, mas para a capacitação de profissionais para atuar na dispensação Fonte imagem: Assessoria CRF-PR Dra Deise Pontarolli

Assistência Farmacêutica Farmácia do Paraná Dispensação adequada e acesso da população a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade A primeira unidade do programa Farmácia do Paraná foi inaugurada em Guarapuava (que atende 20 municípios da 5ª Regional de Saúde), pelo secretário da Saúde, Dr Michele Caputo Neto, em dezembro de 2011. A iniciativa marcou o início da reestruturação da rede de distribuição de medicamentos especializados no Estado. O programa - Farmácia do Paraná - tem o objetivo de promover o acesso da população a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade. E inclui medidas vão desde a qualificação e custeio da assistência farmacêutica, até a estruturação da área física das farmácias. O programa atende os pacientes do chamado componente especializado, de responsabilidade do Governo do Estado. Por meio dela são distribuídos medicamentos para transplantados e portadores de doenças como hepatite, Alzheimer, Parkinson, asma grave e esclerose múltipla, entre outras. O Farmácia do Paraná será estruturado nas 22 regiões de saúde do estado com unidades em Curitiba, Litoral, Ponta Grossa, Irati, União da Vitória, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Cascavel, Campo Mourão, Umuarama, Cianorte, Paranavaí, Maringá, Apucarana, Londrina, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Toledo, Ivaiporã e Telêmaco Borba. A próxima unidade adequada ao novo modelo será instalada no município de Pato Branco e atenderá 15 municípios da região. O Programa Farmácia do Paraná reafirma o compromisso do governo de tratar a saúde com prioridade, define Dra Deise Pontarolli, Diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica. Crédito das imagens: Agência Estadual de Notícias - PR Fachada da Farmácia do Paraná - Guarapuava Sala de Armazenamento dos medicamentos e vacinas. Recepção Farmácia do Futuro Farmácia do Paraná - 5º Regional: atende 20 municípios da Região. Crédito das imagens: Agência Estadual de Notícias - PR Primeira unidade do programa Farmácia do Paraná inaugurada em Guarapuava pelo secretário da Saúde, Dr Michele Caputo Neto, em dezembro de 2011. Todas as Farmácias serão estruturadas conforme os critérios técnicos e legais referentes ao recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação dos medicamentos. Para isso todos os estabelecimentos serão reformados, ampliados e construídos de forma a propiciar aos usuários um atendimento farmacêutico especializado, em ambiente adequado, com prestação de serviços qualificados. 14 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Assistência Farmacêutica Centro de Medicamentos do Paraná CEMEPAR Programação, aquisição e distribuição de medicamentos realizados de forma efetiva m dos aspectos essenciais para a excelência na assistência farmacêutica está diretamente ligado à coordenação de atividades que Uenvolvem critérios no controle de medicamentos no setor público, como: programação, aquisição e distribuição realizados de forma efetiva. Através do Centro de Medicamentos do Paraná CEMEPAR é possível garantir de forma gratuita, a todos os municípios do estado, o acesso aos medicamentos dos programas oferecidos pelo Ministério da Saúde MS - e pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná SESA/PR, por meio de uma logística qualificada que engloba a distribuição e dispensação de medicamentos. Segundo a Farmacêutica Dra Suzan do Patrocínio Alves, Diretora do CEMEPAR, ao todo são 650 itens de medicamentos, que são distribuídos através das 22 Regionais de Saúde, envolvendo todos os componentes na operacionalização do ciclo da Assistência Farmacêutica, classificados em: Componentes Básicos que se destina à aquisição dos medicamentos para atendimento dos pacientes no âmbito da atenção primária em saúde, Componentes Estratégicos que contemplam medicamentos utilizados no tratamento de doenças especificas, casos agudos ou cronicos e Componentes Especializados abrangendo >> Farmacêutica Dra Suzan do Patrocínio Alves, Diretora do CEMEPAR

Assistência Farmacêutica medicamentos previstos em Protocolos Clínicos e de tratamento farmacoterapêutico, medicamentos de alto valor unitário ou que, em caso de uso crônico, exija um tratamento de custo elevado destinado a pessoas portadoras de doenças raras ou de baixa prevalência. Atualmente, cerca de 84 mil pacientes são atendidos no Paraná pelo sistema de Componentes Especializados. Para se ter uma ideia da grandiosidade do trabalho realizado pelo CEMEPAR, os investimentos em medicamentos em 2011 ultrapassaram R$ 310 milhões, sendo grande parte dessa quantia destinada somente para os medicamentos dos Componentes Especializados. Dra Suzan destaca ainda as ações do CEMEPAR em prol da Assistência Farmacêutica no estado e enfatiza a importância do órgão para o setor. O CEMEPAR contribui para a eficácia na estruturação das farmácias, na política, na execução de planejamentos, orçamentos, enfim, em todas as atividades da secretaria que envolva a assistência farmacêutica, inclusive o trabalho com outras superintendências na implantação das redes de atenção à saúde, complementa. O CEMEPAR contribui para a eficácia na estruturação das farmácias, na política, na execução de planejamentos, orçamentos, enfim, em todas as atividades da secretaria que envolva a assistência farmacêutica, inclusive o trabalho com outras superintendências na implantação das redes de atenção à saúde Dra Suzan do Patrocínio Alves Cemepar - Sistema informatizado agiliza distribuição de medicamentos por demandas judiciais Visando melhorias no cumprimento das solicitações de medicamentos por demanda judicial no Paraná, a SESA implantou no ano de 2012 um novo sistema totalmente informatizado, possibilitando assim um maior controle e agilidade nos processos. De acordo com os dados do CEMEPAR o Paraná possui uma grande demanda por medicamentos, que em muitos casos, não fazem parte da lista de medicamentos padronizados nos componentes da assistência farmacêutica do SUS ou geralmente são de alto custo. Dessa forma, somente através das demandas judiciais é possível a viabilização da distribuição desses medicamentos às Regionais de Saúde. Para a Farmacêutica Dra Suzan do Patrocínio Alves, Diretora do CEMEPAR, anterior a implantação do sistema informatizado, todo o processo era fragmentado, o que dificultava o acesso às informações. Com a implantação do sistema (JudSismedex) as orientações e informações para o cumprimento das ações judicias começaram a ser repassadas de forma mais simples e com maior clareza às Regionais de Saúde, sem a linguagem técnico jurídica dos processos, melhorando todas as etapas do trabalho e assim facilitando todo o processo de distribuição comenta. Paraná foi o primeiro estado a manipular e distribuir o medicamento Oseltamivir (Tamiflu) pediátrico para o combate da Gripe H1N1 Fonte: CRF-PR Manipulação: Produção de 4 mil doses semanais do medicamento Oseltamivir pediátrico. Fonte: CRF-PR Com certeza uma das estratégias mais certeira adotada pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná SESA/PR no enfrentamento da Gripe H1N1 foi a manipulação e a distribuição do medicamento Oseltamivir (Tamiflu) para o uso pediátrico. Essa ação salvou a vida de muitas pessoas, apontou a Diretora do CEMEPAR, Dra Suzan do Patrocínio Alves. No auge da gripe são produzidas 4mil doses por semana e distribuídas para os 399 municípios através das 22 regionais de saúde, além dos hospitais públicos e privados, segundo dados. Essa medida foi adota pelo governo do Estado desde 2010 e atualmente cinco farmácias foram selecionadas pela SESA/PR e pela Vigilância Sanitária Municipal para manipularem a substância ativa do Tamiflu. Já o Secretário de Estado da Saúde do Paraná, Dr Michele Caputo Neto, destaca que o Paraná foi o primeiro estado a manipular o medicamento para o uso pediátrico, e tal iniciativa foi uma das principais estratégias adotadas pela Sesa/PR no combate gripe H1N1. Segundo ele, o Paraná é o estado com menor número de óbitos em decorrência da gripe, 33 casos confirmados em 2012, sem surtos nem epidemias, com coberturas vacinais efetivas dentro dos grupos de riscos, sendo uma das melhores do país. 16 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012

Assistência Farmacêutica Consórcio Paraná Saúde: Uma parceria fundamental para a estruturação da assistência farmacêutica no Paraná Uma estratégia de sucesso na aquisição de Medicamentos Consórcio Paraná Saúde aquisição centralizada proporciona um ganho surgiu em 1999 como uma de escala na aquisição de medicamentos; os Oproposta do Estado do municípios de pequeno porte do Estado do Paraná para a gestão do recurso financeiro Paraná (80% dos municípios tem até 20.000 destinado a assistência farmacêutica na habitantes) foram especialmente beneficiados. atenção básica, pactuado pelos gestores do Ela explica que cabe ao Consórcio a Sistema Único de Saúde - SUS, em 1998. a q u i s i ç ã o d o s m e d i c a m e n t o s, o Essa estratégia inédita e exclusiva no a c o m p a n h a m e n t o d a e n t r e g a d o s país para a aquisição de medicamentos, que medicamentos e insumos nas Regionais de completou treze anos em junho deste ano, vem Saúde e da sua distribuição aos municípios, os promovendo a ampliação do acesso aos controles gerenciais, o registro das despesas e a medicamentos básicos para a população prestação de contas junto ao Conselho usuária do SUS no Paraná. Deliberativo do Consórcio e controle interno, O convênio estabelecido com a SESA- bem como aos órgãos de auditoria e PR prevê o repasse financeiro para o Consórcio controladoria (Departamento Nacional de das contrapartidas federal e estadual do CBAF e Auditoria do SUS, Tribunal de Contas do Estado também a utilização da estrutura física e do Paraná e Tribunal de Contas da União). pessoal das Regionais de Saúde para O município consorciado também a r m a z e n a m e n t o e d i s t r i b u i ç ã o d o s pode celebrar um convênio de forma a aplicar o medicamentos. recurso oriundo da contrapartida municipal. O consórcio permite que os recursos Atualmente são aproximadamente 120 empregados para a aquisição de medicamentos municípios que mantêm esta modalidade de sejam melhor utilizados; a entrega convênio. descentralizada confere maior agilidade à O Consórcio adota para compra o logística de distribuição dos medicamentos. É Elenco de Referência de Medicamentos na um grande trabalho realizado em parceria pelo Assistência Farmacêutica na Atenção Básica, Consórcio, Regionais de Saúde da SESA-PR e p a c t u a d o e m C I B - P R e r e v i s a d o municípios Consorciados, esclarece a periodicamente, sob reponsabilidade da SESA- Farmacêutica, Diretora do Consórcio Paraná PR. A discussão é iniciada em cada um dos Saúde, Dra Mônica Holtz Cavichiolo Grochocki. municípios do Estado, discutida no âmbito das O Consórcio tem como objetivo Regionais de Saúde da SESA-PR e consolidada suprir os municípios com medicamentos e em reunião onde participam municípios, insumos em quantidade, qualidade e menor Regionais de Saúde, Consórcio, especialistas, custo, visando a regularidade do atendimento à Cemepar e DAF/SESA-PR. Em relação à população e funcionamento dos serviços de aquisição dos insumos para os pacientes saúde. Atualmente são 391 municípios insulinodependentes, o estado do Paraná consorciados do total dos 399 existentes no pactuou em CIB que a contrapartida estadual de estado; os recursos para a operacionalização R$ 0,50/habitante/ano deve ser aplicada na das atividades são oriundos de rateio de aquisição de tiras para medida de glicemia despesas entre os municípios. capilar e glicosímetros, ficando o Consórcio Segundo Dra Mônica a estratégia de responsável pela aquisição destes itens >> O consórcio permite que os recursos empregados para a aquisição de medicamentos sejam melhor utilizados; a entrega descentralizada confere maior agilidade à logística de distribuição dos medicamentos. É um grande trabalho realizado em parceria pelo Consórcio, Regionais de Saúde da SESA-PR e municípios Consorciados Farmacêutica Dra Mônica Holtz Cavichiolo Grochocki, Diretora do Consórcio Paraná Saúde. 18 O FARMACÊUTICO em revista Edição nº 99-4º 2012