CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. Vinicius Schimuneck



Documentos relacionados
Faculdade de Tecnologia e Ciências Curso de Engenharia Civil Materiais de Construção Civil II. Dosagem de concreto. Prof.ª: Rebeca Bastos Silva

Definição. laje. pilar. viga

CURSO DE AQUITETURA E URBANISMO

Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais DOSAGEM DO CONCRETO EHD 804 MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO. Profa.

Dosagem de Concreto INTRODUÇÃO OBJETIVO. Materiais Naturais e Artificiais

CONCRETO SUSTENTÁVEL: SUBSTITUIÇÃO DA AREIA NATURAL POR PÓ DE BRITA PARA CONFECÇÃO DE CONCRETO SIMPLES

Propriedades do Concreto

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

CONSUMO DE CIMENTO EM CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND: A INFLUÊNCIA DA MASSA ESPECÍFICA DOS AGREGADOS

ABNT NBR :2015 Concreto de cimento Portland Preparo, controle, recebimento e aceitação Procedimento

DOSAGEM DE CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL PELO MÉTODO DE TU- TIKIAN E DAL MOLIN

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS DA QUALIDADE DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO MCC2001 AULA 6 (parte 1)

Fundamentos básicos do método

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II TECNOLOGIA DA ARGAMASSA E DO CONCRETO


21/08/2012. Disciplina: Materiais de Construção II DOSAGEM

Influence of coarse aggregate shape factoc on concrete compressive strength

UFBA-ESCOLA POLITÉCNICA-DCTM DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS ROTEIRO DE AULAS

Concreto de Cimento Portland

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

MÓDULO 2 PROPRIEDADES E DOSAGEM DO CONCRETO

CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL: AVALIAÇÃO DO EFEITO

Engenheiro Civil UFBA Administrador de Empresas UCSAL MBA Gestão de Negócios UNIFACS

ESTUDO DE CARACTERÍSTICA FÍSICA E MECÂNICA DO CONCRETO PELO EFEITO DE VÁRIOS TIPOS DE CURA

DOSAGEM E CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

Goiânia GO. Daniel da Silva ANDRADE Danillo de Almeida e SILVA André Luiz Bortolacci GAYER

Conteúdo Programático

SETIS- III Seminário de Tecnologia Inovação e Sustentabilidade 4 e 5 de novembro de 2014.

Ficha Técnica de Produto

Direitos e Deveres. Belo Horizonte, 16 de Setembro de Eng. Flávio Renato P. Capuruço

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

TIJOLOS CRUS COM SOLO ESTABILIZADO


Concreto Definições. Concreto Durabilidade. Concreto Definições. Concreto Definições. Produção do concreto ANGELO JUST.

Dosagem de concreto. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

)HUUDPHQWDV &RPSXWDFLRQDLV SDUD 6LPXODomR

MÉTODO DE DOSAGEM EPUSP/IPT

ALVENARIA ESTRUTURAL: DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II PROF.: JAQUELINE PÉRTILE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

Concreto: O que utilizar nas diversas Tipologias?

TRAÇOS DE CONCRETO PARA OBRAS DE PEQUENO PORTE

VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND DO TIPO CPII-Z-32 PREPARADO COM ADIÇÃO DE UM RESÍDUO CERÂMICO

TRAÇO Proporções e consumo de materiais

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

CAPÍTULO 1 - CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL A CONTROLADORIA

Materiais de Construção AGREGADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÕES RURAIS: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO. Vandoir Holtz 1

Estudo do Mecanismo de Transporte de Fluidos de Concretos Auto-Adensáveis. -Mendes,M.V.A.S.; Castro, A.; Cascudo, O.

ESTUDO DE DOSAGEM DE CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO COM AREIA ARTIFICIAL DE GRANITO

ADITIVOS. Reforçar ou introduzir certas características. Em pequenas quantidades (< 5%). Pode ou não ser lançado diretamente na betoneira

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 3 O QUE É PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPERAÇÕES?

Tecnologia da Construção I CRÉDITOS: 4 (T2-P2)

COMO CONTRATAR UM CONSTRUTOR. web. telefone

Relatório de Estágio Curricular. Rafael Menezes Albuquerque

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO USO DE AREIA DE BRITAGEM EM CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND NA REGIÃO DE CHAPECÓ - SC

PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO E PAVERS UTILIZANDO AGREGADOS RECICLADOS RESUMO

Sistema de Gestão da Qualidade

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ATRAVÉS DA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DA ONDA ULTRA-SÔNICA

ESTUDO DE CASO TRAÇOS DE CONCRETO PARA USO EM ESTRUTURAS PRÉ- MOLDADAS CASE STUDY - TRACES OF CONCRETE FOR USE IN PREMOULDED STRUCTURES

PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Professora: Mayara Moraes

FLUXOGRAMA DA PESQUISA

TÍTULO: PARÂMETROS PARA ESTIMATIVA DE CUSTO - PROJETOS DE INTERESSE SOCIAL

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

BLOCOS DE VEDAÇÃO COM ENTULHO

A Durabilidade das Estruturas de Concreto e o Cimento Egydio Hervé Neto 1

CAP. 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CRITÉRIOS DE DECISÃO

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos - Aula 9 Prof. Rafael Roesler

DOSAGEM DE CONCRETO AUTO- ADENSÁVEL PARA APLICAÇÃO EM PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS NA OBRA

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva

TIJOLOS DO TIPO SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESIDUOS DE BORRA DE TINTA PROVENIENTE DO POLO MOVELEIRO DE UBA

MRP II. Planejamento e Controle da Produção 3 professor Muris Lage Junior

ANEXO 5 ESCOPO DO ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E JURÍDICA

Módulo 4. Construindo uma solução OLAP

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE NA LINGUAGEM R PARA CÁLCULO DE TAMANHOS DE AMOSTRAS NA ÁREA DE SAÚDE

PLANEJAMENTO DA MANUFATURA

CIMENTO. 1.5 Tipos de Cimento Portland produzidos no Brasil. - Cimento Branco. - Cimentos resistentes a sulfato

Empresa jovem e 100 % nacional, a Bazze está sediada em PORTÃO RS e é referência na extrusão de perfis em PVC.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 2. Apoio às aulas práticas

- Pisos e revestimentos Industriais (pinturas especiais, autonivelantes, uretânicas, vernizes...);

SISTEMAS CONSTRUTIVOS Professor:Regialdo BLOCOS DE CONCRETO

Empresa como Sistema e seus Subsistemas. Professora Cintia Caetano

Porque estudar Gestão de Projetos?

TRABALHO PRÁTICO. Objetivo: acompanhamento da execução de uma obra de um edifício.

Estudo da Viabilidade Técnica e Econômica do Calcário Britado na Substituição Parcial do Agregado Miúdo para Produção de Argamassas de Cimento

PROCEDIMENTO DA QUALIDADE

BLOCOS, ARGAMASSAS E IMPORTÂNCIA DOS BLOCOS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO. Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco 1

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que

CÓPIA NÃO CONTROLADA. DOCUMENTO CONTROLADO APENAS EM FORMATO ELETRÔNICO. PSQ PROCEDIMENTO DO SISTEMA DA QUALIDADE

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

Qualificação de Procedimentos

3 Qualidade de Software

Como elaborar um Plano de Negócios de Sucesso

SOLIDIFICAÇÃO/ESTABILIZAÇÃO DE LODO GALVÂNICO EM BLOCOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO (PAVERS)

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

Crescimento em longo prazo

Transcrição:

1 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Vinicius Schimuneck VIABILIDADE TÉCNICO/FINANCEIRA ENTRE CONCRETO CONVENCIONAL E CONCRETO FLUIDO NA EXECUÇÃO DE SISTEMA DE FUNDAÇÃO TIPO RADIER Santa Cruz do Sul, novembro de 2011

2 Vinicius Schimuneck VIABILIDADE TÉCNICO/FINANCEIRA ENTRE CONCRETO CONVENCIONAL E CONCRETO FLUIDO NA EXECUÇÃO DE SISTEMA DE FUNDAÇÃO TIPO RADIER Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade de Santa Cruz do Sul para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Marco Antonio Pozzobon. Santa Cruz do Sul, novembro de 2011

3 O homem fraco espera pela oportunidade; o homem comum agarra-a quando ela vem; o grande cria-a como ele a quer Adolf Tàrneros

4 AGRADECIMENTOS Este trabalho foi realizado com muito estudo e pesquisa, descobrindo através destes, seres humanos maravilhosos, que de uma forma e outra uniram os caminhos de solidariedade e amizade. Assim, agradeço de uma forma muito especial aos meus professores, a equipe de serviços de concretagem Conpasul, aos colegas de trabalho da empresa Capa Engenharia e terceirizados, aos amigos, a minha namorada e à minha família que foram essenciais para que o objetivo da pesquisa fosse alcançado.

5 RESUMO Este trabalho tem como objetivo apresentar uma comparação de viabilidade técnico/financeira entre concreto convencional e concreto fluido na execução do sistema de fundação do tipo Radier. A obra em estudo está localizada na cidade de Santa Cruz do Sul, RS, mais precisamente no bairro Pedreira, Rua da Pedreira, nº 1505 e a empresa responsável pela execução é Capa Engenharia com o seu escritório central situado em Porto Alegre, RS. Primeiramente, foi desenvolvido um traço de concreto fluido em parceria com a empresa de serviços de concretagem CONPASUL, no Laboratório Tecnológico da cidade de Estrela, RS. Este traço deve atingir como resistência à compressão 20 MPa aos 60 dias de idade. Para obter os resultados que possam ser comparados na execução dos dois tipos de concreto, foi realizada a pesquisa de campo, embasada em coletas de dados na execução, uma vez que o trabalho proposto refere-se diretamente à análise de rapidez na sua execução, aliando qualidade no produto final. O trabalho busca estabelecer comparativo como rapidez e qualidade de execução na concretagem com concreto convencional e o concreto fluido na fundação tipo Radier, bem como valores percentuais referente ao custo de material e mão de obra. A análise para conclusões foi desenvolvida extraindo informações na execução de uma média geral na concretagem do Radier com concreto convencional, e uma concretagem no Radier com concreto Fluido. Depois de realizado todos os procedimentos que foram propostos, concluiu-se que o concreto fluido apresentou uma produtividade de 53,65%, a qualidade superou as expectativas com relação à tolerância do nivelamento, o custo do concreto fluido e o lançamento com a bomba mangote ficaram 12% além do orçado com o concreto convencional. Em resumo, o concreto fluido aumenta consideravelmente o custo/benefício em relação ao concreto convencional. Palavras-chave: traço de concreto, concreto convencional, concreto fluido, fundação Radier, viabilidade técnico/financeira.

6 LISTA DE FIGURAS Figura 2.1.1 - Fatores básicos no processo de dosagem... 19 Figura 2.1.2 - Fundação tipo Radier com concreto convencional usinado.... 20 Figura 2.2.1 - Lançamento de um concreto fluido.... 22 Figura 2.2.2 - Concreto fluido após mistura do aditivo superplastificante.... 23 Figura 2.2.3 - Conjunto Slump test para realizar o ensaio de abatimento.... 24 Figura 2.3.1 - Fluxograma da estrutura de um setor de planejamento técnico... 26 Figura 2.3.2 - Controle físico-financeiro da construção.... 28 Figura 2.3.3 - Resultado físico-financeiro da construção.... 29 Figura 4.1.1 - Mistura dos agregados para posterior pesagem.... 37 Figura 4.1.2 - Amostra dos três teores de argamassas.... 40 Figura 4.1.3 - Rompimentos dos corpos de provas.... 44 Figura 5.2.1 - Execução com o concreto convencional no sistema de fundação Radier.... 52 Figura 5.2.2 - Concretagem convencional com as distâncias de 2,5 metros entre mestras... 53 Figura 5.2.3 - Efetivo de pessoal para a execução da concretagem convencional... 55 Figura 5.2.4 - Nivelamento para a colocação de piso cerâmico.... 56 Figura 6.1.1 - Distribuição das mestras metálicas no Radier.... 69 Figura 6.1.2 - Colocação dos piquetes nas laterais da forma do Radier.... 70 Figura 6.1.3 - Mestras com 3 vãos de 3,10 m.... 71 Figura 6.1.4 - Extremidades das tubulações fechadas.... 72 Figura 6.1.5 - Lonas plásticas em volta da forma, evitando desperdício de concreto. 73 Figura 6.2.1 - Início do lançamento do concreto.... 74 Figura 6.2.2 - Sarrafeamento com duas duplas de dois oficiais cada com réguas metálica de 4 m.... 75 Figura 6.2.3 Início do piso queimado após 2 horas da descarga do caminhãobetoneira.... 76 Figura 6.2.4 - Acabamento depois da retirada das mestras metálicas.... 77

7 Figura 6.2.5 - Fundação tipo Radier com a sua concretagem com o concreto fluido pronto.... 78 Figura 6.3.1 - Verificando o nivelamento do Radier.... 79 Figura 6.3.2 - Nível do Radier depois de concretado.... 80 Figura 6.4.1 - Comparativo entre os níveis do Radier depois de concretado.... 84

8 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Evolução de diversos parâmetros do concreto em função da trabalhabilidade e da resistência mecânica.... 18 Tabela 02 - Locais de informações para gerar o controle físico-financeiro.... 29 Tabela 03 - Controle de custo da mão de obra (exemplo hipotético) Fonte: LIMMER, Carl Vicent (1997).... 31 Tabela 04 - Composição Granulométrica conforme NBR NM 248:2003.... 36 Tabela 05 - Dosagem com 52% de teor de argamassa... 39 Tabela 06 - Dosagem com 56% de teor de argamassa.... 39 Tabela 07 - Dosagem com 60% de teor de argamassa.... 40 Tabela 08 - Dosagem com 250 kg de aglomerante.:... 41 Tabela 09 - Dosagem com 300 kg de aglomerante.... 42 Tabela 10 - Dosagem com 350 kg de aglomerante.... 42 Tabela 11 - Dosagem com 400 kg de aglomerante.... 43 Tabela 12 - Resistência Característica à compressão de cada traço.... 45 Tabela 13 - Valores das respectivas resistências dos corpos de prova.... 46 Tabela 14 - Quantidade de material admitida nas dosagens de 1m³ e 15 l... 48 Tabela 15 - Densidade estimada do concreto.... 49 Tabela 16 - Valores do concreto convencional... 54 Tabela 17 - Envolvimento de mão de obra no concreto convencional.... 59 Tabela 18 - Encargos sociais baseados na tabela TCPO em porcentagens (%)... 65 Tabela 19 - total da porcentagem dos encargos sociais de mão de obra.... 66 Tabela 20 - Valores de mão de obra gasta em 9 meses de execução da obra.... 67 Tabela 21 - Tempos de execução na concretagem com concreto fluido.... 81 Tabela 22 - Razão unitária de produção com concreto fluido na Quadra H Lote 2.. 82 Tabela 23 - Valores de tempos encontrados com os dois tipos de concreto.... 83 Tabela 24 - Primeira concretagem com o concreto fluido da obra.... 85 Tabela 25 - Primeira concretagem com o concreto convencional da obra.... 85 Tabela 26 - Comparativo entre o cronograma atual (9 meses) e um cronograma fictício (5 meses).... 86

Tabela 27 - Cronograma comparativo entre os dois tipos de concretos.... 87 9

10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - Cronograma de execução de concretagem da obra.... 58 Gráfico 02 - Produtividade cumulativa total unitária de mão de obra no concreto convencional.... 60 Gráfico 03 - RUP Total Unitária com a média geral e a linha de tendência.... 60 Gráfico 04 - Produtividade cumulativa de oficial e ajudante de mão de obra no concreto convencional.... 61 Gráfico 05 - Produtividade cumulativa total de mão de obra no concreto convencional.... 62 Gráfico 06 - Massa unitária compactada e % da mistura... 104

11 SUMÁRIO 1 ÁREA E LIMITAÇÃO DO TEMA... 14 1.1 Justificativa... 15 1.2 Objetivos do trabalho... 15 1.2.1 Objetivo principal... 16 1.2.2 Objetivos específicos... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 17 2.1 Concreto Convencional... 17 2.1.1 Histórico do concreto... 17 2.1.2 Processo de dosagem... 18 2.2 Concreto Fluido... 20 2.2.1 Peculiaridades sobre Concreto Fluido... 20 2.2.2 Definições... 22 2.2.3 Ensaio de abatimento do tronco de cone... 23 2.3 Planejamento e Controle de custos na Construção Civil... 24 2.3.1 Fluxograma do sistema... 26 2.3.2 Planejamento construtivo das obras... 27 2.3.3 Controle Físico-Financeiro... 28 2.3.4 Resultado Físico-Financeiro... 29 2.3.5 Relação custo-benefício do gerenciamento... 30 3 METODOLOGIA... 32 4 DESENVOLVIMENTO DO TRAÇO E ANÁLISE DE DADOS... 34 4.1 Desenvolvimento do Concreto Fluído... 34 4.1.1 Definição do Concreto... 34 4.1.2 Método de Dosagem... 34 4.1.3 Composição Granulométrica... 35 4.1.4 Massa unitária e porcentagem de vazios... 37

12 4.1.5 Teor de Argamassa... 37 4.1.6 Dosagens com diferentes teores de argamassa... 38 4.1.7 Traço estimado... 41 4.1.8 Relação água-cimento (a/c)... 45 4.1.9 Curva de Abrams... 46 4.1.10 Resistência Característica (fck)... 46 4.1.11 Desvio padrão (sd)... 47 4.1.12 Resistência de dosagem (fcj)... 47 4.1.13 Traço ideal... 48 5 CONCRETO CONVENCIONAL... 50 5.1 Controle de qualidade do Concreto Usinado... 51 5.2 Processo de produção... 52 5.2.1 Produto final acabado... 55 5.2.2 Tempos de execução de concretagem... 57 5.3 Razão Unitária de Produção (RUP)... 58 5.4 Custo direto de mão de obra... 63 5.4.1 Os gastos que compõem o custo direto... 63 6 CONCRETO FLUÍDO... 68 6.1 Preparação do Radier... 68 6.1.1 Mestras de nivelamento... 69 6.1.2 Detalhes na preparação do Radier... 71 6.2 Lançamento do concreto fluido... 73 6.3 Avaliação dos resultados do concreto fluido... 78 6.3.1 Qualidade do produto final... 78 6.3.2 Avaliação dos tempos atingidos na concretagem... 80 6.4 Análises entre os processos construtivos... 82 6.4.1 Tempos de concretagem... 82

13 6.4.2 Qualidade final... 84 6.4.3 Razão Unitária de Produção (RUP)... 85 6.4.4 Custo de mão de obra... 85 CONCLUSÃO... 88 BIBLIOGRAFIA... 90 ANEXO 1... 92 ANEXO 2... 94 ANEXO 3... 103 ANEXO 4... 105 ANEXO 5... 106 ANEXO 6... 108 ANEXO 7... 111 ANEXO 8... 114 ANEXO 9... 116

14 1 ÁREA E LIMITAÇÃO DO TEMA Este trabalho será focado na área de tecnologia da construção. Abordará comparativos em relação a custo/benefício, isso incluirá técnicas do traço do concreto propriamente dito com viabilidades financeiras. O enfoque principal no trabalho será o de desenvolver um traço de concreto fluido de 20 MPa, aos 60 dias de idade, sendo que seu custo de produção possa chegar a um custo aproximado do concreto convencional de 20 MPa aos 60 dias de idade. Após concluir o traço propriamente dito, será realizado um levantamento de dados de concretagem do concreto convencional, onde avaliará a execução, a qualidade, produtividade e valores de mão de obra gastos na devida concretagem. Posterior a isso, será executado um radier com o concreto fluído, onde será avaliado o tempo de execução, a qualidade do produto final e a produtividade da mão de obra. O traço do concreto fluido, o ser estudado em relação à resistência a compressão (fck) e seu custo de produção, será realizados em comum acordo com a empresa de serviços de concretagem CONPASUL, de Santa Cruz do Sul - RS. A obra será realizada com a fundação denominada tipo Radier em casas populares, financiada pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida do governo federal. Um Radier é considerado 1 Lote, sendo que cada Lote consiste em agregar 4 casas. O local onde se fará o estudo do cronograma físico-financeiro será na empresa Capa Engenharia - Condomínio Moradas, localizado na cidade de Santa Cruz do Sul, RS.

15 1.1 Justificativa Com a grande demanda, atualmente na construção civil brasileira, as construtoras estão em busca de novos rumos nos processos construtivos. Isso pressupõe a procura por rápida execução com elevada qualidade no produto final acabado. E, é necessário que haja métodos construtivos que garantam essa eficácia para melhorar o desempenho no processo como um todo e evitar o mínimo de interferência entre os procedimentos. Assim, o estudo pretende mostrar caminhos alternativos para o método construtivo de fundação do tipo Radier, ao que deve desenvolver um traço de concreto fluido, bem como fazer comparativos nos custos de mão de obra do concreto convencional, para com o concreto fluido, e apresentar, através de indicadores como o método mais vantajoso no cronograma físico-financeiro de uma obra. Posterior a isso, será realizada uma comparação no cronograma físico-financeiro mostrando as vantagens e desvantagens na execução de concretagem de fundação do tipo Radier com os tipos de concreto convencional e concreto fluido. 1.2 Objetivos do trabalho Os objetivos do trabalho estão classificados em principal e específico e são apresentados a seguir.

16 1.2.1 Objetivo principal Apresentar informações técnicas que sirvam de apoio aos engenheiros responsáveis e diretores da empresa, para a escolha do tipo de traço de concreto que será desenvolvido na execução da concretagem de concreto fluido, assim diminuindo tempo de serviço e custos de produção. 1.2.2 Objetivos específicos Desenvolver um traço de concreto fluido que deverá atingir 20 MPa aos 60 dias de idade. Avaliar os dados do processo de execução na concretagem de Radier, com o concreto convencional, em 256 casas ou 64 Radiers. Realizar uma concretagem com o concreto fluido, onde deverá ser avaliado o tempo de execução total de concretagem. do radier. Avaliar a qualidade do produto final acabado em relação ao nivelamento Avaliar o custo/benefício entre concreto convencional e o concreto fluído. Melhorar a logística de tempo de entrega dos caminhões-betoneiras da empresa de serviço de concretagem CONPASUL para com a obra propriamente dita. Apresentar subsídios que se façam presentes na escolha do tipo de concreto que será usado na obra.

17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Através da revisão bibliográfica, tem-se como objetivo, apresentar comparativos de execução em relação aos sistemas de concretos utilizados em fundação do tipo Radier, com as suas opções em mão de obra e dinamismo em toda a cadeia produtiva que a complementa. O processo de planejamento e controle de custos na Construção civil é outro tema que será abordado na pesquisa. 2.1 Concreto Convencional 2.1.1 Histórico do concreto Como lembra Neville (1997, p. 23) os antigos egípcios utilizavam gesso impuro calcinado. O primeiro concreto constituído na história da humanidade foi com os povos gregos e romanos, onde empregavam calcário calcinado e aprenderam, posteriormente, a misturar cal e água, areia e pedra fragmentada, tijolos ou telhas em cacos. Para as construções submersas, como a argamassa de cal não endurece debaixo d água, os romanos trituravam cal com cinzas vulcânicas ou telhas de barro cozido finamente trituradas. Segundo Tartuce e Giovannetti (1990, p. 10), O concreto é um dos materiais mais antigos de construção, nos levando o conhecimento ao ano de 1756. Neste mesmo ano, para se construir o farol de Eddystone, John Smeaton empregou a argamassa calcinada de cal. Já na Inglaterra, Joseph Aspdin, no ano de 1824, conseguiu o primeiro cimento portland. Após esse acontecimento, a utilização do concreto tem sido incessante. Em 1845, as calhas de concreto armado, foram utilizações na construção civil para serem aproveitadas em jardinagem e floricultura.

18 2.1.2 Processo de dosagem Conforme Tartuce e Giovannetti, (1990, p. 81), a determinação das proporções mais adequadas de aglomerantes, agregados miúdos e graúdos, água e eventualmente aditivos visa à obtenção de concreto que: Seu custo não seja elevado, no estado fresco, atinja uma homogeneidade para que se obtenha uma melhor mistura e transporte, alcançando trabalhabilidade considerável no lançamento e adensamento. No estado endurecido, respeite os aspectos formados na idéia da concepção arquitetônica e características de resistência determinadas no projeto estrutural. Consiga resistir eventuais reações entre seus elementos, as ações físicas e químicas do meio e garanta suas características pelo menos ao longo da vida útil considerada e dimensionada pela parte estrutural. Tabela 01 - Evolução de diversos parâmetros do concreto em função da trabalhabilidade e da resistência mecânica. Fonte: TARTUCE, RONALDO e GIOVANNETTI. (1990). Segundo Neville (1997, p. 707), a dosagem de um concreto é, simplesmente, o processo de se selecionarem os materiais constituintes do concreto. Para que se obtenha essa afirmação, garantindo suas funções principais como resistência, durabilidade e consistência apropriada, devem-se determinar proporções de materiais constituintes do meio, com a idéia de produzir da forma mais econômica plausível, um concreto com as características que lhe foram propostas.

19 O mesmo autor (NEVILLE (1997, p. 710-711) comenta que geralmente não é possível uma determinação exata do traço de um concreto por meio de tabelas ou de computadores: os materiais são intrinsecamente variáveis e muitas de suas propriedades não podem ser avaliadas de um modo verdadeiramente quantitativo. Contudo, os materiais por não possuírem a mesma dimensão, forma e granulometria não devem ser avaliados como iguais para sua devida utilização. Em decorrência disso, é de suma importância que se faça experimentos com os devidos materias, para que se possa realizar a quantidade necessária de ajustes em suas proporções até que se encontre uma composição satisfatória. Segundo a figura 2.1.1 pode-se verificar os fatores básicos em um processo de dosagem. Figura 2.1.1 - Fatores básicos no processo de dosagem Fonte: NEVILLE, Adam (1997). Segundo Recena (2002, p.16) Por dosagem de concreto entende-se o processo do qual são escolhidos os materiais, dentre os disponíveis, e determinado o melhor proporcionamento entre cimento, agregados, aditivos e adições, com o objetivo de obter-se um material que atenda a determinados requisitos físicos, químicos e mecânicos, ao menor custo aceitável. Devemos entender também que, o traço de um

20 concreto não possui a característica de atingir um melhor concreto, mas sim, ter a capacidade de obter um concreto mais apropriado para o seu devido objetivo. O radier, conforme figura 2.1.2, é uma amostra específica de uma junção de materias com o propósito de atender determinados requisitos. Figura 2.1.2 - Fundação tipo Radier com concreto convencional usinado. Fonte: arquivo fotográfico do autor (2011). 2.2 Concreto Fluido 2.2.1 Peculiaridades sobre Concreto Fluido Segundo Alves (2001), citado por Tutikian (2004, p. 21), o concreto sempre foi muito utilizado como material de construção, mas seu emprego vem crescendo consideravelmente, devido ao desenvolvimento de novas tecnologias. Por ser um material facilmente disponível, mais barato em relação a outros materiais da construção civil, de fácil trabalhabilidade sendo alteradas suas formas e dimensões. Como também, por ser um materias que possui grande resistência a água, pode ser utilizado em diversos ambientes, da menor para a maior classe de agressividade.

21 A maneira de modificar a trabalhabilidade, mantendo inalteradas as características do concreto endurecido, tem muita importância prática para os oficiais da construção civil. Certamente, se as misturas são mais trabalháveis, podem ser empregadas mais rapidamente e com segurança. Para um mesmo desempenho, o construtor apreciará misturas mais trabalháveis, que requerem menor tempo e esforço e conseqüentemente, menores custos de lançamento. Além disso, concretos mais trabalháveis apresentam uma freqüência menor de defeitos visíveis e não visíveis (GIOVANNETTI, 1989, p. 17). Giovannetti, (1989, p. 17), afirma que muitas são as maneiras de se obter concretos fluidos, uma vez que há uma série de fatores que interferem intrinsicamente nas propriedades reológicas do concreto. Na teoria de leigos, a maneira mais apropriada para se aumentar a trabalhabilidade é acrescentando água no concreto. Porém, é uma prática muito comprometedora, pois adicionando certa quantidade de água, pode ocasionar baixa resistência e diminuição de durabilidade, como sintomas colaterais do tipo segregação, exsudação. Primeiramente, possuímos a idéia de que, se adicionarmos água, conforme relato acima, devemos acrescentar também certa quantidade de cimento, mas conforme utilizado o produto, podem ocorrer retrações diversas. Diversos estudos foram realizados para que se conseguisse um concreto fluido com aditivos plastificantes, mas devido ao retardamento no tempo de início de pega, os estudos não se concretizaram. (GIOVANNETTI, 1989, p. 17). Segundo Giovannetti, (1989, p. 17) no início da década de 1960 os Japoneses desenvolveram uma nova formulação química, que não apresentava efeitos danosos ao concreto. Com o passar do tempo os alemães adquiriram maior domínio da tecnologia dos aditivos superplastificantes, promovendo o seu uso em larga escala. Os aditivos superplastificantes foram estudados por volta de 1980 no Brasil. Estimado como um concreto especial no campo dos concretos dosados em central aproveitou matérias-primas locais, iniciando o ciclo do concreto fluido. A figura 2.2.1 apresenta a facilidade de manuseio à que o concreto fluído é executado.

22 Figura 2.2.1 - Lançamento de um concreto fluido. Fonte: GIOVANNETTI, Edio (1989). 2.2.2 Definições Para Giovannetti, (1989, p. 23) O concreto fluido é uma mistura que, no estado fresco, possui boa fluidez mantendo-se coesivo. Chega-se a este tipo de concreto adicionando-se um aditivo superplastificante. As massas de cimento e água do concreto devem permanecer inalteradas de maneira que as características iniciais sejam melhoradas. O concreto fluido produzirá uma significativa melhora na questão de trabalhabilidade do concreto, facilitando o lançamento e diminuindo a compactação. Relacionando ao concreto convencional, o concreto fluido, causará uma mistura mais uniforme. O mesmo autor Giovannetti, (1989, p 24), afirma que como sua principal característica é ser uma mistura quase fluida, seu desempenho é mais bem apreciado quando levamos em conta os tempos despendidos durante seu lançamento em relação aos concretos convencionais que necessitam uma maior energia de compactação. Para se obter uma eficiência considerável na hora da execução do concreto, seria de importância fundamental a utilização do uso de caminhão bomba

23 estacionária ou caminhão bomba mangote de concreto, fazendo diminuir a mão de obra e aumentando sua produção. A figura 2.2.2 mostra a diferença de trabalhabilidade entre os dois concretos. Figura 2.2.2 - Concreto fluido após mistura do aditivo superplastificante. Fonte: GIOVANNETTI, Edio (1989). 2.2.3 Ensaio de abatimento do tronco de cone Segundo Giovannetti, (1989, p 29), o ensaio de abatimento do tronco de cone é utilizado mundialmente, devido sua simplicidade faz com que suas falhas sejam superadas. Na sua grande maioria, o ensaio é usado para verificar a trabalhabilidade antes de se adicionar aditivos superplastificantes, especificando, com o abatimento, tais limites que se possam encontrar no concreto fluido, pois acima de 180 mm, a leitura fica prejudicada. Todo o material necessário, ao qual é utilizado para realizar o ensaio de abatimento do tronco de cone está explícito na figura 2.2.3.

24 Figura 2.2.3 - Conjunto Slump test para realizar o ensaio de abatimento. Fonte: GIOVANNETTI, Edio (1989). 2.3 Planejamento e Controle de custos na Construção Civil O planejamento de uma obra é o inicio de uma longa caminhada, pois conforme Goldman, (2004, p.16), [...] primeiro devemos fazer a sua viabilidade técnicoeconômica. Se a resposta for não, trataremos de buscar novos empreendimentos. Mas se a idéia for viável, iniciaremos com a parte do planejamento, onde se estuda a programação físico-financeiro.

25 Segundo Goldman (2004, p. 16), Uma vez caracterizada a viabilidade técnicoeconômica do empreendimento, parte-se para o planejamento propriamente dito. É nesta fase que toda a programação físico-financeira do empreendimento deve ser elaborada e não se deve considerar esta etapa como perda de tempo. Ao contrário, em geral um empreendimento bem planejado, leva menos tempo de execução do que quando não o é. Para evitar que um empreendimento seja malsucedido, nesta fase de projeto é que podemos analisar com uma maneira mais detalhada, as informações financeiras formadas na fase de viabilidade. Conforme Vieira Netto, (1988, p. 35), Caberá à gerência de projetos a análise e emissão de parecer conclusivo ao cliente das alternativas apresentadas nos projetos preliminares sob os aspectos técnico-econômicos. Essa análise, que empregará, em tempo parcial, especialistas voltados para as áreas de processos industriais, mecânica, elétrica, civil, econômico-financeira, etc. Com isso, será realizado alternativas de oportunidades futuras para os clientes, através de relatórios em cada projeto, indicando a simplicidade de montagem e de ampliação, custo de produção, flexibilidade da alternativa indicada, investimento e índice de nacionalização dos equipamentos. Outra situação que ocorre durante a análise e verificação da viabilidade de um empreendimento é o auxílio que a supervisão de projetos fornece a supervisão de construção. Podemos entender que ninguém é dono da verdade em uma situação de decisão da empresa, onde as opiniões se interligam, ocasionando fatos que ocorrem do início ao fim da obra, pois segundo Vieira Netto (1988, p. 35), [...] a supervisão de projetos poderá auxiliar a supervisão de construção no diagnóstico e viabilidade técnico-econômica dos processos executivos propostos pelos empreiteiros, quando acontecem fatos que cheguem a alterar substancialmente as condições contratuais primeiramente previstas.

26 2.3.1 Fluxograma do sistema Figura 2.3.1 - Fluxograma da estrutura de um setor de planejamento técnico Fonte: GOLDMAN, Pedrinho (2004). De acordo com Goldman, (2004, p.16) Os resultados são obtidos através de comparação e avaliação das previsões e estudos do planejamento com as informações obtidas do controle do empreendimento. Com os controles de trabalhos, tanto na produção quanto na qualidade que é coletado na obra, são debatidas idéias para que seja aprimorada a retroalimentação do sistema, tentando buscar alternativas na melhoria na execução do trabalho, visando à melhor maneira no custo/benefício. Através da figura 2.3.1 verifica-se o fluxograma necessário para um setor de planejamento estratégico.

27 2.3.2 Planejamento construtivo das obras A respeito da afirmação de Vieira Netto (1988, p. 36), explicando que: consiste, basicamente, em uma análise minuciosa da lógica construtiva de todo o empreendimento, envolvendo todas as suas partes e um detalhado estudo de todos os métodos, materiais e práticas construtivas. É uma afirmativa que entrega ao projetista do empreendimento, uma série de fatores de pouco ou grande responsabilidade, tendo consigo, uma visão global do procedimento inicial quanto final. Segundo Vieira Netto (1988, p. 36) a administradora é quem realiza o intermédio entre projetistas e executores. Ela faz com que seja escolhido às melhores alternativas de execução para os empreiteiros, aliando seus custos de produção de uma maneira mais econômica. Das discussões entre a gerenciadora e os empreiteiros quanto ao conteúdo dos planejamentos resultará benefício para o empreendimento, com a adoção das melhores soluções técnicas e de custos. Conforme Limmer (1997, p. 174) A execução de uma obra é feita segundo um sistema de produção, o qual condiciona disposição dos diferentes componentes do respectivo canteiro de obras. Fazendo uma comparação com a indústria fabril, a construção civil pode ser considerada uma fábrica móvel, pois ela é executada e após seu término, a empresa desloca-se para outro local de trabalho, enquanto em que o produto permanece no mesmo local fabricado. Já na indústria tradicionalista, o processo é inverso, ou seja, a empresa permanece no mesmo local e o produto é que se desloca conforme necessidade.

28 2.3.3 Controle Físico-Financeiro Figura 2.3.2 - Controle físico-financeiro da construção. Fonte: GOLDMAN, Pedrinho (2004). Segundo Goldman (2004, p. 23), Nesta fase, os principais setores envolvidos são praticamente os mesmos da fase de planejamento, embora se inter-relacionem de maneira um pouco diferente. Conforme o autor, as ligações entre projeto e arquitetura acontecem até o final da obra, pois, mesmo que os projetos e detalhamentos fossem bem planejados, aconteceriam alterações no andamento da obra. Existem dois fatores que influenciam essa questão: o desenvolvimento de novas técnicas de execução de serviço e a redução de custos. A figura 2.3.2 explica o procedimento necessário para se ter o controle físico-financeiro da construção civil. Para Goldman (2004, p. 23), o setor financeiro deverá ser alimentado das informações de previsão, periodicamente, a fim de não permitir distorções grandes em previsões de médio e longo prazo. Essa situação pode variar caso seja do interesse da política da empresa naquele determinado momento, onde por questões de ordem financeira, a obra poderá diminuir ou até mesmo aumentar o seu ritmo.

29 2.3.4 Resultado Físico-Financeiro Figura 2.3.3 - Resultado físico-financeiro da construção. Fonte: GOLDMAN, Pedrinho (2004). Segundo Goldman (2004, p. 26), conforme figura 2.3.3, para perceber se o seu desempenho foi bom ou ruim em uma obra, a fase pelo qual podemos nos guiar durante o andamento da obra ou quando do seu término é o resultado físicofinanceiro. PRINCIPAIS INFORMAÇÕES Contratos e Compras Consumo Gastos Financeiros Produtividade Estoques Tabela 02 - Locais de informações para gerar o controle físico-financeiro. Fonte GOLDMAN, Pedrinho (2004). SETOR Compras Produção Contabilidade Produção Produção Para que possam ser emitidos pareceres que sairão sob a forma de relatórios gerenciais, todas estas informações devem ser analisadas e comparadas com as preestabelecidas na fase de planejamento. Estes relatórios são de grande valor para os setores técnicos e, especialmente, para a diretoria, já que em linhas gerais eles traçam um retrato físico-financeiro da obra.

30 2.3.5 Relação custo-benefício do gerenciamento Na qualidade de presidente de obras, com base vivida por muitos anos nos canteiros, frequentemente insistia junto aos companheiros e subordinados da nossa equipe que um bom gerenciamento poderia obter resultados satisfatórios no desempenho técnico, na redução dos prazos ou na garantia de que eles fossem atendidos e na redução dos custos em pelo menos 10%. E que, ao contrário, um mau gerenciamento levaria a resultados desfavoráveis no desempenho técnico, os prazos seriam comprometidos, muitas vezes com consequências imprevisíveis e que os custos se elevariam em pelo menos 10%, representando desta forma uma diferença de mais ou menos 20%. Lógico que o parâmetro de 10% era um dado de argumentação para estimulara a equipe a agir nas atividades de gerenciamento, de maneira continua e que o trabalho por nós executado fosse à execução de bons resultados (Vieira Netto, 1988, p. 97). Segundo Vieira Netto (1988, p. 97), devemos nos concentrar em princípio, na qualidade do gerenciamento e não no seu custo. Porém, fundamentado na experiência conquistada, podemos considerar hoje os bons resultados medidos por um gerenciamento contratado e a pequena parcela do custo global que ele representa. Conforme Vieira Netto, Qualquer variação no custo do gerenciamento terá pouco significado no custo final do empreendimento; já sua ação eficaz poderá significar diferenças razoáveis.

31 Tabela 03 - Controle de custo da mão de obra (exemplo hipotético) Fonte: LIMMER, Carl Vicent (1997). Para Limmer (1997, p. 135), É importante ressaltar que não só os custos realmente incorridos devem ser apurados, mas também os diferentes índices usados nas composições de custos, como produtividade de mão de obra, consumo de materiais, e uso efetivo de equipamentos ao quais devem ser levantados a cada período de aferição do projeto e comparados com os valores estimados. Resumidamente, para que se obtenha o custo realizado no período, devem-se encontrar as composições de custo real e com as quantidades reais apropriadas no período, calcular o custo real localizadas nas atividades executadas no período. A tabela 03 indica um controle de custo de mão de obra na construção civil.

32 3 METODOLOGIA Para a realização da presente pesquisa, foi conseguido amplo estudo da bibliografia, com o propósito de adquirir conhecimentos técnicos e práticos, usufruindo dos livros já estudados no trabalho. Consequentemente, relatar aos leitores, um embasamento real para que a mesma seja realizada com profunda perceptibilidade e objetividade. Foram utilizados livros técnicos especializados, normas técnicas da ABNT, dados reais coletados durante a execução da obra. O empreendimento a ser estudado pelo autor da pesquisa está sendo realizado na cidade de Santa Cruz do Sul, RS, mais precisamente na Rua da Pedreira, nº 1505, bairro Pedreira. A construtora que executa a obra é Capa Engenharia, onde a sua sede está localizada em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. A seguir será apresentado o método de como se procederá à pesquisa como um todo, com avaliações de informações coletadas, avaliando-as e indicando oportunidades de melhorais nas diferentes execuções de serviços: Desenvolvimento do traço: em parceria com a empresa de serviços de concretagem CONPASUL, discutir o material utilizado na composição do desenvolvimento do traço; desenvolver o traço propriamente dito do concreto fluído que atinjam 20 MPa; moldar os corpos de prova; Ensaios de Rompimento: realizar os ensaios de rompimento à compressão no laboratório tecnológico da empresa de serviços de concretagem CONPASUL, mais precisamente em sua matriz localizada em Estrela - RS; avaliação dos resultados; Cronograma físico/financeiro do concreto convencional: analisar a mão de obra; a produtividade; a qualidade do serviço; o custo da mão de obra; o custo da produtividade;

33 Cronograma físico/financeiro do concreto fluído: analisar a mão de obra; a produtividade; a qualidade do serviço; o custo da mão de obra; o custo da produtividade; Custo/benefício dos dois tipos de concreto: Através dos resultados obtidos no cronograma físico-financeiro dos concretos convencionais e fluidos, apresentar um raciocínio lógico que possibilite avaliar a melhor forma de utilização na concretagem de fundação do tipo Radier; Conclusão dos resultados apresentado sugestões de melhorias: apresentar através da presente pesquisa, com base em números e dados reais, a melhor opção de concretagem; apresentar sugestões de melhorias;

34 4 DESENVOLVIMENTO DO TRAÇO E ANÁLISE DE DADOS Primeiramente foi desenvolvido o traço de concreto fluído na empresa de serviços de concretagem, assegurando a qualidade do concreto e atestando a garantia do material utilizado para tal. Posterior a isso, realizamos juntamente com o traço desenvolvido, a concretagem de 1 Radier na obra, com o propósito de fazer a coleta de dados de mão de obra na execução. Assim, após a coleta dos dados, foi realizado um comparativo de custos x produção com a execução do concreto convencional e o concreto fluido na concretagem de 64 Radiers na obra. 4.1 Desenvolvimento do Concreto Fluído 4.1.1 Definição do Concreto O concreto estrutural utilizado em obra para a concretagem do Radier deve ser com fck de 20 MPa aos 60 dias, definido em projeto pelo responsável técnico. As diretrizes básicas para o desenvolvimento do traço foi através da NBR 8953:2009, com sua classe de consistência S220, o abatimento > = 220 mm. A classe de resistência de concreto está situada no grupo I, ou seja, C20 com a sua resistência característica à compressão de 20 MPa. 4.1.2 Método de Dosagem O método de dosagem, utilizado no processo de desenvolvimento do traço, é o método experimental no qual nele se vincula a precisão dos resultados dos materiais utilizados, pressupondo o conhecimento específico, realizado com materiais definidos.

35 Desse modo, a curva de Abrams tem validade limitada aos materiais aplicados no estudo. Importante salientar que com a substituição ou mudança de característica de algum de seus materiais podem ocorrer alterações de resultados, exigindo correções nos cálculos. Este método também nos conduz a resultados confiáveis e traços econômicos. 4.1.3 Composição Granulométrica Conforme Goergen (2006, p. 23), Os Agregados são materiais granulares, sem forma e volume definidos. Ocupam de 60% a 80% do volume total do concreto, portanto sua qualidade é de grande importância para a qualidade final do mesmo. Podemos concluir que, para obtermos um produto de qualidade considerável, devemos realizar uma análise dos materiais para que se possa encontrar uma dosagem ideal. A Composição granulométrica dos agregados, utilizada no ensaio, para o desenvolvimento do traço foi extraída do relatório mensal que a empresa de serviços de concretagem CONPASUL disponibiliza, sendo que seu laboratório baseia-se nos respectivos valores para os experimentos executados no presente mês. Os ensaios realizados para sua composição foram executados conforme procedimento da NBR NM 248:2003. Após a realização do ensaio granulométrico, definiu-se a porcentagem de massa retida individual e a porcentagem de massa retida acumulada. Determina-se, também, o módulo de finura (MF) que é a soma das porcentagens retidas e acumuladas nas peneiras da série normal, dividindo-as por 100.

36 Peneira (mm) Areia Composição Granulométrica NBR NM 248:2003 A.Art. % Retida % Retida Acumulada Brita 9,5 Brita 19 Brita 22 Brita 25 Areia A.Art. Brita 19,0 0,7 0,7 9,5 Brita 12,5 48,3 49,0 9,5 1,0 33,4 1,0 82,4 6,3 1,1 29,6 15,6 1,1 30,6 98,0 4,8 1,0 32,5 0,9 2,1 63,0 98,9 2,4 6,9 31,0 0,1 9,0 94,0 99,0 2,0 13,7 1,4 0,0 25,4 96,7 99,1 1,2 13,7 1,4 0,0 25,4 96,7 99,1 0,6 26,3 0,7 0,1 51,7 97,4 99,1 0,4 17,1 0,2 0,2 84,0 97,8 99,4 0,3 17,1 0,2 0,2 84,0 97,8 99,4 0,17 1,2 0,0 0,0 97,5 98,2 99,7 0,15 1,2 0,0 0,0 97,5 98,2 99,7 0,075 2,1 0,7 0,2 99,5 98,9 99,9 Fundo 0,5 1,1 0,1 100,00 100,0 100,0 Soma 100,0 100,0 100,0 269,6 548,2 678,3 Módulo de finura 2,70 5,48 6,78 Dimensões Máximas (mm) 4,8 9,5 19 Areia (mm) Brita 9,5 (mm) Brita 19 (mm) Procedência dos Materiais Tabela 04 - Composição Granulométrica conforme NBR NM 248:2003. Fonte: empresa de serviços de concretagem CONPASUL. Areia Rio Pardo 19 Britagem Vera Cruz Britagem Vera Cruz Brita 22 Brita 25

37 4.1.4 Massa unitária e porcentagem de vazios A Massa unitária e a porcentagem de vazios dos agregados utilizada no ensaio foram extraídas através da pesagem dos mesmos, utilizando-se um recipiente com peso e volume conhecidos. Encontrado os resultados, incluíram-se os valores na tabela (conforme anexo número 7) que o laboratório tecnológico da CONPASUL utiliza para seus cálculos. Os ensaios realizados, visualizado na figura 4.1.1, para a definição da massa unitária e a porcentagem de vazios, foram executados conforme procedimento da NBR 7251:82. Figura 4.1.1 - Mistura dos agregados para posterior pesagem. Fonte: arquivo fotográfico do autor (2011). 4.1.5 Teor de Argamassa O teor de argamassa deve ser controlado, pois, se utilizado em excesso pode ocorrer fissuração por origem térmica e por retração de secagem, aumentando também seu custo por metro cúbico. Contudo, a redução de argamassa em sua

38 mistura proporciona um concreto de baixa qualidade, que apresenta porosidade ou falhas de concretagem em seu meio. 4.1.6 Dosagens com diferentes teores de argamassa Inicialmente, com o propósito de realizar o traço do concreto fluido, foi realizado no dia 19 de julho de 2011, a definição do teor de argamassa para se determinar a adequabilidade do concreto quando lançado na forma. Foram realizados três ensaios com diferentes teores de argamassa (52%, 56%, 60%) para se determinar a porcentagem ideal. O aditivo plastificante multifuncional de pega norma MC Bauchemie Muraplast FK 100 (conforme anexo número 7), que será utilizado ainda na produção do concreto em central, e o aditivo superplastificante de pega normal MC Bauchemie Muraplast FK 22 (conforme anexo número 6) utilizado na obra para o ajuste do Slump Test, são aditivos usualmente empregados pela empresa de serviços de concretagem em seus produtos. A porcentagem de aditivo plastificante 0,5% (FK 100) é utilizada sobre o material cimentício (cimento e cinza-leve), conforme orientação do fabricante (conforme anexo número 7), e o aditivo superplastificante (FK 22) foi sendo adicionadas várias vezes 0,1% de líquido em relação ao seu peso do material cimentício, até que se encontre uma trabalhabilidade desejável que foi de 0,7% da quantidade considerada ideal. Logo abaixo, segue a quantidade utilizada de material para a dosagem de massa e a dosagem para 1m³ de concreto. Os cálculos empregados em seus respectivos traços foram realizados em tabela padrão fornecidos pelo laboratório tecnológico da empresa CONPASUL.

39 Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 195 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 105 Kg Areia natural 2,92 Areia natural 876 Kg Brita 0 1,99 Brita 0 597 Kg Brita 1 1,63 Brita 1 489 Kg Água 0,583 Água 175 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,50 Kg Aditivo FK 22 0,0010 Aditivo FK 22 0,30 Kg Tabela 05 - Dosagem com 52% de teor de argamassa Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 195 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 105 Kg Areia natural 3,92 Areia natural 961 Kg Brita 0 1,82 Brita 0 545 Kg Brita 1 1,49 Brita 1 446 Kg Água 0,583 Água 175 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,50 Kg Aditivo FK 22 0,0010 Aditivo FK 22 0,30 Kg Tabela 06 - Dosagem com 56% de teor de argamassa. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL.

40 Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 195 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana Areia natural 3,48 Areia natural Brita 0 1,64 Brita 0 493 Kg Brita 1 1,34 Brita 1 403 Kg Água 0,583 Água 105 Kg 1045 Kg 175 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,50 Kg Aditivo FK 22 0,0010 Aditivo FK 22 0,30 Kg Tabela 07 - Dosagem com 60% de teor de argamassa. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. Figura 4.1.2 - Amostra dos três teores de argamassas. Fonte: arquivo fotográfico do autor (2011). Após o desenvolvimento dos traços com diferentes teores de argamassa, foi definida visualmente em comum acordo entre equipe técnica do laboratório da empresa de serviços de concretagem e o autor da presente pesquisa, a utilização

41 com um teor de argamassa de 58%. A figura 4.1.2 apresenta as três amostras de argamassa desenvolvida para a realização do traço. 4.1.7 Traço estimado Com a definição do teor de argamassa através de ensaio, foi realizada uma curva de dosagem com o objetivo de avaliar diferentes resistências. Para uma melhor definição de resultados, definiu-se que seriam utilizados 4 diferentes consumos de aglomerantes (cimento e cinza-leve), mais precisamente 250, 300, 350 e 400 kg de aglomerante. Importante salientar que, para questões de bombeamento na hora da concretagem, adicionou-se mais 50 kg de Pozolana na porcentagem de 250 kg de aglomerante, pois o mínimo de material fino exigido na situação de passagem do concreto no interior do equipamento que faz o trabalho de bombeamento é de 300 kg. Logo abaixo, segue a quantidade utilizada de material para a dosagem de massa e a dosagem para 1m³ de concreto. Os cálculos empregados em seus respectivos traços foram realizados em tabela padrão fornecidos pelo laboratório tecnológico da empresa CONPASUL. Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 160 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 136 Kg Areia natural 3,24 Areia natural 960 Kg Brita 0 1,69 Brita 0 500 Kg Brita 1 1,38 Brita 1 409 Kg Água 0,678 Água 201 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,48 Kg Aditivo FK 22 0,0070 Aditivo FK 22 2,07 Kg Tabela 08 - Dosagem com 250 kg de aglomerante.: Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL.

42 Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 192 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 104 Kg Areia natural 3,26 Areia natural 966 Kg Brita 0 1,70 Brita 0 503 Kg Brita 1 1,39 Brita 1 411 Kg Água 0,678 Água 201 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,48 Kg Aditivo FK 22 0,0070 Aditivo FK 22 2,07 Kg Tabela 09 - Dosagem com 300 kg de aglomerante. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 225 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 121 Kg Areia natural 2,66 Areia natural 918 Kg Brita 0 1,46 Brita 0 503 Kg Brita 1 1,19 Brita 1 412 Kg Água 0,581 Água 201 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,73 Kg Aditivo FK 22 0,0070 Aditivo FK 22 2,42 Kg Tabela 10 - Dosagem com 350 kg de aglomerante. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL.

43 Dosagem de Massa Dosagem para 1 m³ Cimento 257 Kg Aglomerante 1,00 Pozolana 138 Kg Areia natural 2,20 Areia natural 870 Kg Brita 0 1,28 Brita 0 504 Kg Brita 1 1,04 Brita 1 411 Kg Água 0,508 Água 201 l Aditivo FK 100 0,0050 Aditivo FK 100 1,97 Kg Aditivo FK 22 0,0070 Aditivo FK 22 2,76 Kg Tabela 11 - Dosagem com 400 kg de aglomerante. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. Depois da definição dos pesos de cada material para seus respectivos traços de dosagem, foram moldados 6 corpos de prova para se verificar a resistência característica à compressão. Os rompimentos exigidos pela empresa Capa Engenharia para se aprovar a resistência proposta é de 3, 28 e 60 dias. Neste período deve haver um acompanhamento de rompimento executados pela Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, sendo que após cada rompimento é emitido um laudo técnico comprovando os resultados alcançados.

44 Figura 4.1.3 - Rompimentos dos corpos de provas. Fonte: arquivo fotográfico do autor (2011). Na tabela 12, verificam-se os resultados de rompimentos encontrados, ocorrendo à identificação por quantidade de cimento, datas de rompimentos e a trabalhabilidade (Slump Test) alcançada por cada traço.

45 RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA À COMPRESSÃO DATA AGLOMERANTE (KG) 3 DIAS (MPa) 28 DIAS (MPa) 60 DIAS (MPa) Slump Test (mm) 250 4,9 12,9 18,7 160 300 8,7 18,5 25,1 190 350 11,4 23,8 30,9 210 400 15,8 32,9 39,1 220 Tabela 12 - Resistência Característica à compressão de cada traço. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. 4.1.8 Relação água-cimento (a/c) A relação água/cimento, também conhecida como fator água/cimento, satisfaz a interação massa de água e massa de cimento utilizada no preparo de concreto ou argamassa. O cimento necessita de uma quantidade de água de cerca de 25% da sua massa, para desenvolver as reações químicas de endurecimento (hidratação) (FERNANDES, p. 30). A escolha do fator água/cimento em função da resistência mecânica do concreto deve ser conferida com base na curva de Abrams do cimento a ser utilizado.

46 4.1.9 Curva de Abrams A Curva de Abrams considera uma correlação entre a relação água/cimento (a/c) e a resistência de concretos de mesma consistência. A finalidade de sua função é compor o intervalo de resistência a ser estudado, mantendo-se permanente a consistência do concreto, a quantidade de brita e água, podendo variar a quantidade de cimento e areia (FERNANDES, p. 34). Os resultados de resistência para a apresentação da curva de Abrams (anexo número 8) foram extraídos através de cálculos do arquivo do laboratório tecnológico da empresa de serviços de concretagem. Tabela para apresentação da Curva de Abrams A/C 0,400 0,450 0,500 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750 3 DIAS (MPa) 23,9 19,7 16,2 13,4 11 9,1 7,5 6,2 28 DIAS (MPa) 43,8 37,6 32,2 27,6 23,7 20,3 17,4 15 60 DIAS (MPa) 49,6 43,9 38,9 34,4 30,5 27 23,9 21,1 Tabela 13 - Valores das respectivas resistências dos corpos de prova. Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL. 4.1.10 Resistência Característica (fck) A resistência característica é o valor mencionado pelo engenheiro Calculista da obra. É uma espécie de valor líquido, ou seja, a resistência pode ser garantida após serem aplicadas ao valor da resistência média (fcj) as reduções relativas aos erros

47 que podem acontecer no processo produtivo, por isso será sempre menor que a média dos corpos de prova (FERNANDES, p. 31). Para se encontrar o valor do fck, deve ser utilizada a seguinte expressão: 4.1.11 Desvio padrão (sd) fck = fcj 1,65 sd O Desvio Padrão utilizado no cálculo é de 4 MPa. Este valor é empregado somente se existir assistência de oficial especializado em concreto, e habilitado, quando houver garantia de manutenção no decorrer da obra, da homogeneização dos materiais. É necessário, também, que todos sejam em massa que haja uma garantia precisa do teor de umidade dos agregados com um medidor de água. sd = 4,0 MPa 4.1.12 Resistência de dosagem (fcj) Para a dosagem de concreto, além da resistência do cimento e do diâmetro máximo dos agregados, acrescentando as características como plasticidade da mistura. Evidentemente é importante o conhecimento sobre a resistência de dosagem. Para se obter o fcj, é preciso utilizar dois outros fatores: o desvio padrão (sd) que considera a possibilidade de erros no processo produtivo do concreto se equivalendo a recursos disponíveis na obra ou usina, e outro item é a constante igual a 1,65, correspondente a probabilidade de que 5% de seus resultados possam dar abaixo do valor (fck) estimado no cálculo. Para se encontrar o valor do fcj, deve ser utilizada a seguinte expressão:

48 fcj = fck + 1,65 sd Substituindo seus valores, obtém-se: fcj = 20 + 1,65 4,0 fcj = 26,6 MPa 4.1.13 Traço ideal Depois de realizado o processo de experimentos com os cálculos encontrados em planilhas do laboratório tecnológico da empresa de serviços de concretagem, determinou-se o traço ideal para o concreto fluído de 20 MPa aos 60 dias de idade. O traço correspondente segue logo abaixo: Traço: 1 : 3,1 : 2,97 0,655 A quantidade de cada material utilizado aparece a seguir na tabela 14. Dosagem para 1 m³ Dosagem 15 l Cimento 200 Kg Cimento 2, 993 Kg Pozolana 107 Kg Pozolana 1, 612 Kg Areia natural 955 Kg Areia natural 14, 320 Kg Brita 0 503 Kg Brita 0 7, 538 Kg Brita 1 411 Kg Brita 1 6, 167 Kg Água 201 l Água 3, 015 l Aditivo FK 100 1,54 Kg Aditivo FK 100 23,0 g Aditivo FK 22 2,15 Kg Aditivo FK 22 32,2 g Tabela 14 - Quantidade de material admitida nas dosagens de 1m³ e 15 l Fonte: laboratório tecnológico da CONPASUL.