DURAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

Documentos relacionados
Jornada de trabalho.

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. Graciane Saliba

JORNADA DE TRABALHO. Tempo in itinere. - 2º 58 CLT; Súmulas 90;320;324;325 TST

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: JORNADA DE TRABALHO

Jornada de trabalho LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA

BATE-PAPO JORNADA DE TRABALHO À LUZ DA REFORMA TRABALHISTA MAIO 2018

DIREITO DO TRABALHO MSC. ROSENIURA SANTOS JORNADA DE TRABALHO JORNADA DE TRABALHO

DURAÇÃO DO TRABALHO. Paula Freire 2015

DIREITO NAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 4 JORNADA DE TRABALHO

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Trabalho Extraordinário. Prof. Guilherme de Luca

REFORMA TRABALHISTA JORNADA DE TRABALHO

DURAÇÃO DO TRABALHO III HORAS EXTRAORDINÁRIAS. Paula Freire Unimonte 2015

IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA

DIREITO DO TRABALHO. Efeito e duração do trabalho nos contratos de emprego. Duração do trabalho. Parte I. Prof. Cláudio Freitas

Teorias. Tempo efetivamente trabalhado. Tempo à disposição do empregador (art. 4º CLT) Tempo in itinere (art. 58 CLT e Súm.

NIVELAMENTO PARA PÓS GRADUAÇÃO. - Direito Individual do Trabalho - (aula 05/11)

DIREITO DO TRABALHO MÓDULO II Matutino Prof. André Luiz Paes de Almeida Aula: 3

DIREITO DO TRABALHO JORNADA DE TRABALHO CONCEITO FUNDAMENTOS DA LIMITAÇÃO COMPOSIÇÃO DA JORNADA. Sonia Soares

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário Trabalho noturno. Prof. Cláudio Freitas

Direito do Trabalho. Horas Extras, Compensação de Horas e Banco de Horas

Interrupção: Hipóteses: Licença maternidade: Afastamento nos primeiros 15 dias:

Essa aula será moleza!!!!

CONTAGEM REGRESSIVA DA REFORMA TRABALHISTA

Conceito: Jornada de trabalho é a quantidade de labor (trabalho) diário do empregado.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO. Aula Ministrada pelo Prof. Custódio Nogueira (Aula 17-23/04/2018)

As principais dúvidas jurídicas dos síndicos (trabalhista) Carlos Alexandre Cabral. Realização:

CAPÍTULO II DA DURAÇÃO DO TRABALHO SEÇÃO I DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

A REFORMA TRABALHISTA

1) O que caracteriza a utilidade com natureza salarial e a utilidade com natureza indenizatória?

SALÁRIOS E ADICIONAIS

MATERIAL DE APOIO XVI EXAME DE ORDEM. Curso: Intensivo Semanal Disciplina: Direito do Trabalho Aula: 04 Data: 02/02/2015 ANOTAÇÃO DE AULA

Períodos de repouso.

JORNADA DE TRABALHO BREVE HISTÓRICO

DIREITO DO TRABALHO. Jornada de trabalho II. Prof. Hermes Cramacon

DIREITO DO TRABALHO II. Profa. EleniceRibeiro

ESASP. Direito Material. Cálculos Trabalhistas. Aula 3

DIREITO DO TRABALHO. Das relações laborais. Trabalho doméstico. Parte II. Prof. CláudioFreitas

Ensaio sobre a nova Lei dos Empregados Domésticos

INTERVALOS / FÉRIAS / DSR

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

DIREITO DO TRABALHO. Remuneração e salário. Complexo salarial Parte 3. Prof. Guilherme de Luca

MÓDULO I. Curso de Cálculos Trabalhistas AULA 11

DIREITO DO TRABALHO. Aula Prática. Sonia Soares

ANO XXIX ª SEMANA DE MAIO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 20/2018 ASSUNTOS TRABALHISTAS. SUPRESSÃO DE HORAS-EXTRAS PROCEDIMENTOS... Pág.

REGIMES DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO

NORMA DE REGISTRO DE PONTO HORARIO DE TRABALHO N.I VERSÃO 2010 VIGENCIA: 03/2010

Manual do Ponto Eletrônico

Aula de Sexta-Feira(06/05/2011)

2º Trabalho 1) O que é indenização? Explique. Resposta: Indenização é o valor devido pelo empregador por dispensar o empregado sem justa causa. Tem po

DIREITO DO TRABALHO. JORNADA DE TRABALHO. (Material complementar do dia 30/05/2017) Prof. Antero Arantes Martins

JORNADA DE TRABALHO. Prof. Me. Adeilson Freitas

SALÁRIOS, REAJUSTES E PAGAMENTO

Principais Alterações da Reforma Trabalhista

Reforma Trabalhista. Conteúdos do Direito do Trabalho I. Professora Cláudia Glênia S de Freitas

Técnico Judiciário Área Administrativa

ASSUNTOS TRABALHISTAS

Folha de Pagamento. Folha de Pagamento. Sistemas de Pagamentos. Folha de Pagamento. Sistemas de Pagamentos. Folha de Pagamento 20/05/2011

CÁLCULOS DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E PARA PETIÇÃO INICIAL

EMPREGADO ART. 3º DA CLT. - Pessoalidade - Não eventual - Onerosidade - Subordinação Jurídica APRENDIZ ART. 428 DA CLT

JORNADA DE TRABALHO & SISTEMA DE COMPENSAÇÃO

Dr. Leandro Villela Cezimbra Analista Técnico FIERGS.

A hora noturna não atende aos padrões temporais convencionados. A hora noturna não corresponde a 60 minutos, mas sim a 52 minutos e 30 segundos.

Relatório - Plano de Aula 30/01/ :53

MÓDULO JORNADA DE TRABALHO TRABALHO NOTURNO 3.5

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO DO TRABALHO. EFEITOS E DURAÇÃO DO TRABALHO NOS CONTRATOS DE EMPREGO Descanso no Trabalho: Repouso Anual Férias e Semanal. Prof ª.

TURNOS INITERRUPTOS DE REVESAMENTO REFLEXOS DE PARCELAS SALARIAIS.

Orientações Consultoria de Segmentos Pagamento do Adicional Noturno sobre Período Estendido do Horário Noturno

DIREITO DO TRABALHO PROFESSOR LEANDRO ANTUNES

I - DA FINALIDADE II - DA DEFINIÇÃO III DA JORNADA E DO HORÁRIO DE TRABALHO

SALÁRIOS, REAJUSTES E PAGAMENTO

PROJETO ZAC DE CAPACITAÇÃO CONTAGEM REGRESSIVA DA REFORMA TRABALHISTA (ENTRADA EM VIGOR DA LEI N , DE 13 DE JULHO DE 2017)

Orientações Consultoria De Segmentos Apuração Horas e DSR para empregado Horista

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II PROFESSOR: EMERSON SPIGOSSO AULA: INTERVALO PARA DESCANSO

REFORMA TRABALHISTA (Lei nº , de ) Data de início de vigência: 11/11/2017

EMPREGADO Art. 3 da CLT

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho nos contratos de emprego. Jornadas Especiais. Prof. Guilherme de Luca

EMPREGADO Art. 3 da CLT Pessoalidade; Não eventual; Onerosidade; Subordinação Jurídica;

NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO Profa. Graciane Saliba

DIREITO DO TRABALHO II JORNADAS ESPECIAIS

PROCESSO DO TRABALHO

28º CONGRESSO ANUAL NOVAS POSSIBILIDADES DE JORNADAS DE TRABALHO: UM COLÓQUIO COM O RH E O JURÍDICO JEFFERSON SILVA

Direitos Trabalhistas Justiça do Trabalho e Recursos Humanos

Prática em Perícia Perícia Trabalhista Conceitos e Prática

Disposição Preliminar

Curso de Orientação Jurisprudencial prof. Homero Batista Mateus da Silva. Tema: Remuneração, salário e benefícios.

COMO A REFORMA TRABALHISTA IMPACTARÁ SUA EMPRESA. Agosto de 2017

REFORMA TRABALHISTA. 3ª edição Revista, ampliada e atualizada GUSTAVO FILIPE BARBOSA GARCIA. Conforme a Medida Provisória 808/2017

Direito do Trabalho A Professora Simone Batista

MÓDULO III JORNADA DE TRABALHO TRABALHO 3.5 NOTURNO

REFORMA TRABALHISTA PRINCIPAIS ALTERAÇÕES LEI Nº DE JULHO DE José Francisco Martins

FÉRIAS COLETIVAS Fracionamento, Abono Pecuniário, Regime de Tempo Parcial, Procedimentos

Reforma Trabalhista. O impacto das mudanças na reforma trabalhista no dia a dia das relações de trabalho dos clubes VALTER PICCINO - CONSULTOR

DIREITO DO TRABALHO. Efeitos e duração do trabalho no contrato de emprego. Descanso no trabalho: repouso anual (férias) e semanal.

REFORMA TRABALHISTA 09/06/2017

FIXAÇÃO DA JORNADA. Válidade de variações desde que respeitados o limite constitucional.

2012 Cartilha do Comércio

Transcrição:

DURAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

Fundamentos e Objetivos OBJETIVO: As normas sobre a duração do trabalho têm por finalidade estabelecer limite temporal ao trabalho executado pelo empregado em favor do empregador, visando a proteção da saúde e integridade física do trabalhador. FUNDAMENTOS PARA LIMITAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO: 1) fundamento de ordem fisiológica: proteção a saúde do trabalhador; 2) fundamento de ordem econômica: maior produtividade e aprimoramento ao trabalho executado pelo trabalhador.

Amparo Legal Art. 7º, IX, XIII, XIV e XVI da CF Artigos 57 a 75 da CLT As normas que tratam da jornada de trabalho caracterizam-se, regra geral, como sendo normas de caráter imperativo, pois asseguram ao trabalhador a proteção de sua saúde mental e física. O artigo 7º, inciso XIII, da CF autoriza a flexibilização das normas sobre a jornada de trabalho desde que seja por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho.

JORNADA DE TRABALHO Critérios básicos para se medir o tempo: 1. Tempo efetivamente trabalhado: considera-se tempo de serviço como aquele em que o empregado está efetivamente realizando a sua tarefa. Só é remunerável o período em que o empregado prestou sua atividade. 2. Tempo a disposição do empregador: considera-se tempo de serviço como aquele em que o empregado está a disposição do empregador, aguardando ou executando tarefas ou ordens, ou seja, mesmo que o empregado não esteja efetivamente trabalhando o período pode ser computado como jornada, desde que esteja, de alguma forma, à disposição de seu empregador. O empregado é remunerado por estar sob a dependência jurídica do empregador e não apenas por que e quando está trabalhando. Critério de tempo foi adotado pelo legislador brasileiro: TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR (artigo 4º da CLT) / Súmula 118 e 429 do TST.

CONTROLE DE HORÁRIO (Art. 74 da CLT) Fixação de quadro de horários publicidade dos horários dos empregados Art. 74, caput, da CLT. obrigatoriedade do empregador de fazer o controle de horário de entrada e saída de seus empregados, quando na sua empresa tiver mais de 10 empregados. Não há obrigatoriedade quanto ao intervalo para descanso e refeição Art. 74, 2º, da CLT. O controle de horário pode ser feito de forma manual (livro ponto), mecânica (relógio ponto) ou ainda eletrônica (cartões magnéticos), conforme instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho (Portaria nº 1510/2009 do MTE e IN nº 85/2010 do MTE). A importância do controle de horário se dá em virtude do mesmo permitir a comprovação do tempo de serviço efetuado pelo empregado, servindo como meio de prova para o reconhecimento das horas trabalhadas. O controle de horário fica na posse do empregador. Súmula 338 do TST e Súmula 366 do TST.

CONTROLE DE HORÁRIO Exclusão do controle de horário para 02 (duas) espécies de empregados Artigo 62 da CLT: 1) Empregados que exercem atividade externa, desde que não haja possibilidade do controle de horário. 2) Gerentes e exercentes de cargo de confiança (diretores, chefes de departamento e filiais). Ambas as hipóteses tratam-se de presunção relativa, eis que uma vez comprovado que tal empregado sofria controle ou fiscalização de horário de trabalho, terá o mesmo direito às horas extras eventualmente prestadas.

JORNADA POR TEMPO PARCIAL (Art. 58 A da CLT) Trabalho a tempo parcial é aquele cuja duração não exceda a 25 horas semanais (artigo 58-A da CLT). Há possibilidade do salário ser pago de forma proporcional em relação à jornada, mesmo quando se trata de salário mínimo ou piso salarial (artigo 58-A, 1º da CLT c.c OJ 358 da SDI-1 do TST). Para aqueles que já sejam empregados da empresa, o regime de tempo parcial somente pode ser adotado após opção manifestada expressamente pelo empregado, na forma estabelecida em instrumento decorrente de negociação coletiva (artigo 58-A, 2º da CLT). Os empregados contratados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras (artigo 58-A, 4º, da CLT).

HORAS IN ITINERE CONCEITO E REQUISITOS: Horas in itinere é aquela mediante a qual é considerado como tempo em que o empregado está a disposição do empregador, aquele tempo despendido no percurso entre sua casa e o trabalho, desde que presente os seguintes requisitos: 1) condução fornecida pelo empregador. 2) local de difícil acesso ou não servido pelo transporte público. Pela leitura dos requisitos exigidos, tem-se que a teoria do tempo in itineri é adotado de forma restrita pela lei brasileira (artigo 58, 2º, da CLT). Súmulas 90 e 320 do TST

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO artigo 7, inciso XIV, CF Espécies de turnos: 1 Turno fixo: é aquele em que o empregado trabalha sempre no mesmo horário, não havendo variação. 2 - Turno de revezamento ou rotativo: é aquele em que o empregado trabalha em horários diferentes (em turnos diurnos e noturnos alternadamente), sendo certo que sua jornada de trabalho se dispõe em constante mudança de horários. Súmula 360 do TST e Súmula 675 do STF / Súmula 423 do TST e OJ 420 da SDI-1 do TST / Súmula 110 do TST

JORNADA NORMAL X JORNADA EXTRAORDINÁRIA Art. 7º, inciso XIII, da CF: limitação da jornada do trabalho, mediante a fixação de um limite diário (8 horas) e semanal (44 horas). Art. 58 da CLT: limitação de 08 (oito) horas diárias, desde que não haja fixação de outro limite. limitação está na necessidade de dosagem entre o tempo de trabalho e o tempo livre para a prática de lazer, requisito essencial para se ter uma vida saudável. Para Maurício Godinho Delgado vai mais além ao afirmar que os limites se embasam no princípio da dignidade humana, possibilitando ao homem, enquanto cidadão, sua inserção no contesto familiar e comunitário. aplicação obrigatória, dado seu caráter imperativo, sendo certo somente as exceções previstas em lei é que poderão instituir outros limites.

JORNADA EXTRAORDINÁRIA CONCEITO: A jornada extraordinária conceitua-se como aquele lapso temporal que excede a jornada normal do empregado (legal ou contratual). A hora extra deve se constituir como exceção, razão pela qual sua regularidade depende do cumprimento dos requisitos previtos em lei. A lei brasileira permite horas extras em 05 (cinco) hipóteses:

1ª HIPÓTESE: Acordo de Prorrogação artigo 59, caput, da CLT / Súmula 376 do TST Quando ocorre? Ocorre quando, de comum acordo, as partes prorrogam a jornada diária de trabalho. Essa situação é instituída no interesse da produção, sendo correto afirmar que acompanha a necessidade do empregador. Adicional: mínimo de 50% Requisitos: 1) exigência de acordo escrito entre empregado e empregador ou mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. 2) limite máximo de prorrogação, estipulado em 02 (duas) horas diárias. Esse limite poderá ser ultrapassado, porém, não poderá ser exigido do empregado o seu cumprimento, vez que o mesmo está obrigado a cumprir até o limite máximo estipulado por lei.

2ª HIPÓTESE: Sistema de Compensação Art. 59, 2º, da CLT / Súmula 85 do TST Quando ocorre? Ocorre compensação de jornada sempre que o acréscimo de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, desde que não seja ultrapassada a duração da jornada semanal. Adicional: não há pagamento. BANCO DE HORAS : Súmula 85, item V, do TST: somente pode ser instituído por negociação coletiva. - Modificação em 03/06/16: Súmula 85, VI, do TST: O acordo de compensação em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva é inválido.

2ª HIPÓTESE: Sistema de Compensação Requisitos: 1) para a formalização de tal hipótese faz necessária a existência de negociação coletiva (acordo ou convenção coletiva de trabalho) ou acordo individual escrito, desde que sua fórmula seja favorável ao trabalhador. 2) não há pagamento das horas excedentes - compensação de horas não trabalhadas em um dia por outro. 3) o limite máximo da compensação é fixado em 10 (dez) horas diárias (08 horas de jornada normal + 2 horas extras) horas acima de 2 horas extras (10 horas diárias) caem no regime de prorrogação. 4) não pode neste período ser ultrapassada a soma das jornadas semanais de trabalho previstas. 5) a compensação de horas deve ser efetuada pelo empregador em até 1 (um) ano, sob pena de pagar ao empregado pelas horas a mais trabalhadas.

2ª HIPÓTESE: Sistema de Compensação Observações: 1 Atividade insalubre: validade do regime de compensação exige autorização do Ministério do Trabalho (cancelamento da Súmula 349 do TST: autorizava acordo coletivo / inserção do item VI a Súmula 85 do TST: não autoriza acordo ou convenção coletiva). 2 Trabalhadores menores de 18 anos: a compensação só pode ocorrer mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho (art. 413, I, da CLT). 3 Semana espanhola: aquele que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra (OJ 323 da SDI-1 do TST). 4 Semana inglesa: compensação decorrente da supressão das horas trabalhadas aos sábados, com a respectiva distribuição das horas nos demais dias da semana, desde que seja respeitado o limite máximo de 10 horas de trabalho por dia. 5 Escala 12x36 é admitida, desde que prevista em lei ou ajustado mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho (Súmula 444 do TST).

3ª HIPÓTESE: Força Maior e Serviços Artigo 61, 1º e 2º da CLT Inadiáveis Quando ocorre? Dada a necessidade imperiosa do evento e sua imprevisibilidade, a lei autoriza a prorrogação da jornada diária de trabalho, sem que seja necessária a formulação de um acordo prévio entre as partes. Requisitos: 1) pagamento de adicional pelas horas extras trabalhadas será de 50%. 2) limite de duração da jornada de trabalho: 12 horas. 3) as horas extras decorrentes de força maior ou serviços inadiáveis podem ser prestadas independente de acordo de prorrogação de horas, devendo ser comunicadas, porém, ao Ministério do Trabalho dentro de 10 dias ou justificadas antes desse prazo em caso de fiscalização.

4ª HIPÓTESE: Recuperação de horas Artigo 61, 3º da CLT Quando ocorre? Ocorre quando a reposição de horas pelo empregado na hipótese da empresa onde este trabalha ficar paralisada por causas acidentais ou de força maior. Requisitos: 1) necessidade de prévia autorização do Ministério do Trabalho. 2) quanto ao limite de recuperação, poderão ser recuperadas apenas 02 (duas) horas diárias em, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias por ano. Ultrapassado o limite anual, as horas não mais poderão ser recuperadas. 3) o empregado deverá receberá pelas horas extras como se horas normais fossem.

Pagamento das Horas Extras Adicional: mínimo de 50% sobre a hora normal Quando as horas extras são prestadas habitualmente, elas são incorporadas no salário, tornando-se base de cálculo para os demais adicionais Súmulas 45 (13º), 63 (FGTS), 172 (DSR), 24 (indenização) do TST. O valor de cada hora extra corresponde ao valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional Súmula 264 do TST Comissões: Súmula 340 do TST Divisores: Súmula 431 do TST O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no artigo 59 da CLT (Súmula 376, II, da CLT).

Supressão das Horas Extras A prestação de serviços em horas extras pode ser suprimida pelo empregador, caso em que o empregado deixará de receber o pagamento pelo trabalho extraordinário. Súmula 291 do TST: Habitualidade Supressão Indenização: A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos de 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 01 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.

HORAS DE SOBREAVISO Art. 244, 2º, CLT (ferroviários) Características: 1) empregado aguardará eventual chamado em sua própria casa (não é necessário que o empregado permaneça em sua casa, basta que permaneça em local ajustado com o empregador e que tenha locomoção restringida ), de acordo com escalas de sobreaviso estabelecidas pelo empregador, com duração de no máximo 24 horas. 2) Durante tal período, o trabalhador faz jus a 1/3 do valor da hora normal de trabalho. Chamado a prestar o serviço, o período trabalhado será remunerado normalmente. 3) Súmula 428 do TST o uso de instrumento telemático, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.

HORAS DE PRONTIDÃO Art. 244, 3º, da CLT (ferroviários) Características: 1) o trabalhador fica nas dependências da empresa aguardando ordens. 2) A escala de prontidão não poderá ultrapassar 12 horas. 3) As horas de prontidão serão remuneradas à base de 2/3 do valor da hora normal de trabalho. Chamados a prestar serviços, o período trabalhado será remunerado normalmente.

Artigo 73 da CLT JORNADA NOTURNA Artigo 7º, inciso IX, da CF : remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Trabalhador urbano: - jornada: 22:00 às 05:00 horas - jornada reduzida: 52min30seg - adicional: mínimo de 20% Trabalhador rural: - jornada: 21:00 às 05:00 horas (lavoura) / 20:00 às 04:00 horas (pecuária) - não há redução da hora noturna - Adicional: mínimo 25%

JORNADA NOTURNA Súmula 265 do TST: O empregado que deixa de trabalhar no horário noturno, sendo transferido para o horário diurno, perde o direito ao adicional. Não há que se falar em direito adquirido ou em redução salarial. O adicional noturno pago com habitualidade integra a remuneração do empregado para todos os efeitos: férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS, descanso semanal remunerado. Súmula 60 do TST JORNADA MISTA - As horas extras prestadas após o integral cumprimento da jornada normal no período noturno serão remuneradas como horas extras noturnas.

JORNADA NOTURNA Observações: a previsão do art. 73, caput, da CLT no sentido de inaplicabilidade do adicional noturno nos regimes de revezamento não encontra amparo no texto constitucional atual, que prevê de forma ampla e genérica, como direito dos trabalhadores urbanos e rurais, a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Portanto, é devido o adicional noturno para o empregado sujeito a regime de revezamento. (Súmula 213 do STF). O trabalho em horário noturno é proibido aos empregados menores de 18 anos, conforme previsão do art. 7º, XXXIII, da CF e art. 404 da CLT. O trabalho em horas extras noturnas gera direito ao empregado de recebimento dos dois adicionais, considerando-se, ainda, para o trabalhador urbano, a hora extra reduzida. O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno (OJ 97 da SDI-1 do TST).