TUBERCULOSE: RISCOS PARA SAÚDE HUMANA III SIMPÓSIO DE SANIDADE EM BOVINOS DE LEITE Expoleite Fenasul maio/2013 Roberto Luiz Targa Ferreira rtarga@via-rs.net
Mycobacterium tuberculosis complex Espécies M. tuberculosis Nomes comuns Human tubercle bacillus M. bovis Bovine tubercle bacillus M. africanum African tubercle bacillus M. microti Vole tubercle bacillus
CULTURA DE MICOBACTÉRIAS
TRANSMISSÃO E PATOGÊNESE DA TB A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis A transmissão ocorre através do ar, por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando estas gotículas são inaladas por pessoas sadias, provocam a infecção tuberculosa e o risco de desenvolver a doença. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa através do ar.
Evolução da infecção primária pelo BK Os bacilos chegam ao alvéolo, = foco pulmonar gânglios linfáticos (foco ganglionar): = complexo primário alcançam a corrente sanguínea e linfática = disseminação linfo-hemática focos em várias regiões: pulmões, gânglios linfáticos, rins,...
Ciclo do Mycobacterium bovis / transmissão entre gado e humanos M. bovis à microscopia A espessura das flechas sugere probabilidade Adaptado de Collins e Grange, 1987
M. bovis em humanos M. bovis em humanos na Tanzânia área rural 149 casos de TB ativa M. bovis isolado em 16% Maioria lesão extrapulmonar (adenite cervical) Kazwala RR et al. Int J Tuberc Lung Dis 2001; 5 (1): 87
M. bovis em humanos M. bovis em crianças no norte do México Revisão de 563 casos de TB ativa, 1980-1997 Cultura positiva para micobactéria em 180 (32%) M. bovis isolado em 33, 9% Maioria lesão extrapulmonar (adenite cervical) Maior frequência idade > 12 meses Dankner WM e Davis CE. Pediatrics 2000; 105 (6): E79
Surtos de M. bovis em humanos Microepidemia em hospitais na Espanha 96% dos pacientes HIV+ Maioria com CD4 < 50cel/mm3 Elevada taxa de reinfecção (35%) Elevada taxa de letalidade Rivero A et al. Clin Infect Dis 2001; 32 (1): 159
United Kingdom - 2003 Numbers of isolates of M. bovis from humans by age group of patient, UK 1993-1999 80 70 No. of isolates 60 50 40 30 20 10 0 0-9 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89 90-99 Age group
United Kingdom - 2003 The government's TB control strategy consists of the following five strands: The five point strategy 1. Protect public health: New arrangements with the Department of Health to investigate potential links with human health and monitor human cases of M. bovis. 2. Develop a vaccine: 10-15 year research programme to develop a TB vaccine. 3. Research how TB is transmitted: Further research to better understand how infection is transmitted. 4. Detect and prevent cattle to cattle spread: Continue with, and where possible strenghten, routine testing, slaughter and movement restrictions. 5. The badger culling trial: Carry out a field trial to find out whether culling badgers helps reduce TB in cattle.
Number of dairy herds officially free from bovine TB, Argentina, 1995-2005. Source: P.Torres, SENASA, 2005 (5663 herds~ 2.0 million cattle). 6000 5663 5000 4000 3000 2000 1000 0 4426 3733 3114 3152 2157 1673 1029 44 104 115 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Free herds
Brasil: TB humana, incidencia 2005 111 050 casos, 60/100 000. 17% HIV+ (OMS) Año No. casos TB o cepas No. M.bovis (%) Medio cultivo Brasil Werner Barreto et al. H.Fraga NRL (Pers.C.) 1996-2006 2 000 strains 1 (0.05)* St. &LJ Adolfo Lutz (São Paulo) 2001-2002 5 617 EP cases 2 (0.04)** St. & LJ, MB/BacT, MGIT960 IPB-LACENS/RS, Porto Alegre 1997-2005 5 000 P & EP 0 Ogawa & LJ Nat.Ref.: Sólo cepas enviadas para identificación, diferentes de M.tuberculosis. Fuente A. Werner Barreto Sao Paulo: M.bovis, ~2/100 000 TB casos. Fuente MA Silva Telles. RG do Sur: M.bovis 0/5000 TB casos. Fuente Marta Osorio
LACEN - RS 1997 a 2005 5.000 culturas (piruvato) positivas para M.tuberculosis - rotina Nenhum M. bovis
Pampas safari Interditado (21 março 2013)
RBS Notícias em 21/03/2013 Pampas safari interditado pela TB bovina que foi confirmada em 03 espécies pela UFRGS. Segundo o IBAMA a TB bovina é transmitida por contato prolongado por animais. Algumas Lhamas estão isoladas pela suspeita da doença. Proprietários previam reabrir em fins de março.
Risco para humanos de exposição à TB bovina PROVÁVEL exposição ocupacional (agricultores e criadores de gado); moradia rural em contato com fauna silvestre; consumiu produto lácteo não pasteurizado. POSSÍVEL nascidos em países de alta prevalência TB bovina; de área rural sem contato com gado mas profissionais alimentos e cozinha; TB bovina na família; TB prévia. SEM RISCO com nenhuma das acima. Fonte: Rodriguez, E. et all. Human TB due to M. bovis and M. caprae in Spain 2004-2007. Int J Tuberc Lung Dis13(12): 1536-41, dec2009.
Mortalidade por tuberculose, por 100.000 habitantes, em Porto Alegre/RS, de 1895 a 2000. 600 500 400 300 200 100 0 344 1895 1900 480 390 369 415 367 369 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940 1945 1950 1955 399 Estreptomicina (1944) 376 308 425 PAS (1946) Isoniazida (1952) 258 113 92 85 39 1960 1965 1970 1975 1980 16 11 6 6 5 6 1985 1990 1995 2000
Mortalidade por TB em 3 cidades européias. Estimativa a partir dos dados disponíveis 1750-1950 or Ano
Os Países Desenvolvidos, unindo os efeitos das MELHORIAS sócio-econômicas e bons Tratamentos da TB, conseguiram DIMINUIÇÕES sustentadas da endemia de 12 a 14% ao ano.
Tendência da incidência de tuberculose pulmonar bacilífera, RS c o e f./1 0 0.0 0 0 70 60 50 40 30 y = 42,166e -0,0171x 20 10 0 1976 1978 1980 1982 1984 incidência bacilíferos 1986 1988 1990 1992 Expon. (incidência bacilíferos) 1994 1996 1998 2000 2002 2004
TUBERCULOSE: magnitude no RS Taxa por 100.000 habitantes EPIDEMIA DE SIDA Figura 1. Incidência de tuberculose: todas as formas e pulmonar bacilífera, no Rio Grande do Sul (1976 a 2001). (Fonte: Programa de Controle da Tuberculose, SPS/SES-RS).
Tuberculose Todas as Formas, RS, 2010.
TAXA DE CO-INFEC INFECÇÃO TB x HIV, 2010 35% 8 10% 20% Fonte: SINAN MS / SES-RS / SMS-PMPA Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
Nº DE ÓBITOS POR TB PORTO ALEGRE - 2001 2011 2011 78 76 70 78 78 67 54 58 50 56 52 óbito TB coef mort* 7,7 7,3 6,7 5,1 7,4 5,4 7 4,7 6 5 4,6 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: SIM / CGVS / 27/02/12 */1.000 óbitos Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
Nº DE ÓBITOS POR TBxHIV PORTO ALEGRE - 2001 2011 2011 96 128 231 125 187 199 168 150 185 159 110 TBxHIV 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: SIM / CGVS / 27/02/12 */1.000 óbitos Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
TRANSMISSÃO E PATOGÊNESE DA TB A propagação da tuberculose está intimamente ligada às condições de vida da população. Sua prevalência é maior nas periferias das grandes cidades.
Brasil - diferenças sociais
MAPA DA TUBERCULOSE EM PORTO ALEGRE - 2010 Centro Santa Teresa Fonte:PMPA/SMS/CGVS/EVDT-SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
POA INCIDÊNCIA DE TB POR CAPITAIS BRASIL 2009* por 100 mil hab Brasil -60,6/100.000 Fonte:MS / SVS / SINAN. * Dados sujeitos a revisão. Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
Infecção e Doença TB Doença TB atividade transmissão Infecção TB Não infectados
Aplicação do teste tuberculínico Seção de Pneumologia Sanitária - SES
Leitura do teste tuberculínico Seção de Pneumologia Sanitária - SES
RISCO DE INFECÇÃO ENTRE CONTATOS DE TUBERCULOSE SEGUNDO A PROXIMIDADE COM O CASO ÍNDICE
Infecção/TB (PPD +): risco de adoecer Risco de adoecimento Primeiros 2 anos: 5% Resto da vida: 5% Total: 10% Infecção TB 2 anos anos Sem infecção/hiv: 10% em toda a vida Co-infectados TB/HIV: 5 a 10% ao ano
HISTÓRIA NATURAL DA TUBERCULOSE 90% - cura espontânea nascidos vivos infectados doentes mortos inválidos
CASOS NOVOS x FORMA CLÍNICA 2011 1.561 810 (52%) CASOS NOVOS CASOS NOVOS BK+ Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA PORTO ALEGRE - 2001 2012 2012 115,9 112,1 103 105,3 93,8 96,7 105,7 108,3 100,0 101,6 94,5 91,5 61,6 55,4 59,0 58,2 52,8 58,2 58,5 61,5 57,6 54,4 51,9 51,6 Todas as formas Pulmonar Bacilífera 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA DE TB EM PORTO ALEGRE POPULAÇÃO Porto Alegre COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA (/ 100 mil hab) 108 casos Pop em Situação de Rua 4.330 casos Pessoas Privadas de Liberdade 5.200 casos Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
Gravidade para o risco de tuberculose, conforme as taxas de incidência Coeficiente de Incidência Risco >1000/100.000 - Epidemia >100/100.000 - Alto risco 50/100.000 - Médio risco 10/100.000 - Baixo risco 1/100.000 - em eliminação 0,1/100.000 - Eliminada Fonte: adaptado de Clancy et al. (1991).
DISTRIBUIÇÃO DE CASOS NOVOS SEGUNDO FONTE NOTIFICADORA POA / 2010 Presídio ESF Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN * Dados sujeitos a revisão Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
Evolução da lesão 47
Detecção Tardia 48 Hospital Estadual Azevedo Lima/RJ
Evolução da lesão Diagnóstico tardio 49
Risco de Infecção por Tuberculose Aumentam o risco: Não ter controle da TB - prisões, hospitais gerais - retardos, - abandonos. Não ter controle do ambiente - mal ventilado, - pequeno, - com recirculação de ar. Tipo de contato com o bacilífero - próximo (intra-domiciliar) = 5 a 20% - casual = 0,2 a 2% Populações especiais - crianças e idosos, - com imunodepressão
Medida PRIORITÁRIA RIApara o controle da tuberculose em uma comunidade: CURA dos Casos TRATAR nãoé sinônimo de CURAR. TRATAR Tuberculose éfácil. Mais Difícil cilécurar!
TAXA DE CURA E DE ABANDONO CN BACILÍFEROS / POA-2002 2002 20112011 68,6 72,4 73,4 68,4 70,1 66,4 64,93 64,7 61,3 57,4 %Cura %Abandono 15,7 17,4 12,8 15,7 12,9 18,8 21,3 19,6 18,9 28,6 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Meta do MS: cura > 85% e abandono < 5% TDO em POA 2012: 22% Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
CASOS NOVOS BK+ x SEXO 2011 32% 68% Masculino Feminino Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
CASOS NOVOS x IDADE 2011 73% 21% 1% 5% <14 a 15-19 a 20-49 a >50 a Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
CASOS NOVOS BK+ x ESCOLARIDADE 2011 59% 3% 14% 8% 10% 1% 2% 4% Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA Analfabeto EF Incompleto EF Completo EM Incompleto EM Completo ES Incompleto ES Completo SI
CASOS NOVOS BK+ x RAÇA/COR A/COR 2011 Fonte: EVDT / CGVS / SMS-PMPA / SINAN Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
CASOS NOVOS BK+ x RAÇA/COR A/COR 2011 Raça IBGE 2010 2011 Incid / Raça (/100.000) Branca 1.116.659 503 45,0 Negra 285.301 288 100,9 Indígena 3.308 05 151,1 Total 1.409.351 811 57,5 Fonte: EVDT/CGVS/SMS/SINAN NET IBGE/2010 Elaine B. Ceccon SMS - PMPA
OBRIGADO Roberto Targa Ferreira rtarga@via-rs.net