Plantas Carnívoras e Saprófitas em Vereda na Serra da Fortaleza, Quirinópolis, Goiás

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Transcrição:

Plantas Carnívoras e Saprófitas em Vereda na Serra da Fortaleza, Quirinópolis, Goiás *Diego de Souza Aguiar¹ (PG), Isa Lucia de Morais Resende² (PQ) ¹Universidade Estadual de Goiás - Programa de pós-graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sociedade, Câmpus Morrinhos, Goiás; e-mail: diegoaguiarbio@gmail.com ²Universidade Estadual de Goiás, Curso de Ciências Biológicas, Câmpus Quirinópolis e Programa de pós-graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sociedade, Câmpus Morrinhos, Goiás. Resumo: No Cerrado dentre as fitofisionomias está a vereda. Estas áreas úmidas estão, em sua maioria, degradadas devido ao uso para práticas agropecuárias ou imobiliárias. Neste contexto, é essencial a realização de pesquisas que possam subsidiar programas de manejo e conservação destes ambientes. Na vereda as plantas carnívoras (Droseraceae e Lentibulariaceae) e saprófitas (Burmanniaceae) contribuem para ampliar a biodiversidade, e sua ocorrência pode indicar um bom estado de conservação do ambiente. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da composição florística de plantas carnívoras e saprófitas em vereda, na Serra da Fortaleza, em Quirinópolis, Goiás. Foram encontradas sete espécies, das quais seis são carnívoras (Drosera communis A.St.-Hil.; D. grantsaui F.Rivadavia; Utricularia amethystina Salzm. ex A.St.-Hil. & Girard; U. cucullata A.St.-Hil. & Girard; U. subulata L. e U. triloba Benj.) e uma saprófita (Apteria aphylla (Nutt.) Barnhart ex Small). Palavras-chave: Burmanniaceae. Cerrado. Droseraceae. Lentibulariaceae. Vereda. Introdução No Cerrado entre as fitofisionomias de áreas úmidas está a vereda. Esta comunidade hidrófila apresenta a maior parte composta por um estrato herbáceograminoso denso e esparsos agrupamentos arbustivo-arbóreos, nos quais se destaca a palmeira Mauritia flexuosa L. f. (ARAÚJO et al., 2002; RIBEIRO; WALTER, 2008). Entre as espécies vegetais que ocorrem nas áreas úmidas estão as plantas carnívoras de Droseraceae e Lentibulariaceae, e as saprófitas de Burmanniaceae. As carnívoras são vegetais que realizam fotossíntese, porém possuem modificações morfológicas que permitem apanhar, digerir e absorver os nutrientes de pequenos organismos, entre eles, insetos, protozoários, e moluscos, isso de acordo com o tipo de estrutura adaptada (JUNIPER; ROBINS; JOEL, 1989). As plantas saprófitas, são vegetais que obtêm nutrientes através da associação com fungos

micorrízicos, onde estes são responsáveis por degradar a matéria orgânica e disponibilizar os nutrientes às plantas. A ocorrência destas espécies pode indicar um bom estado de conservação do ambiente onde são encontradas (MAAS; RUYTERS, 1986). Diante da realidade da degradação dos ambientes de vereda e a falta de estudos florísticos para a Região Sul de Goiás, o presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento da composição florística de carnívoras e saprófitas em uma vereda localizada na Serra da Fortaleza, em Quirinópolis, Goiás. Material e Métodos O presente estudo foi realizado em uma vereda, localizada na Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre Serra da Fortaleza. Esta unidade de conservação (18 14'50.5" S, 50 40'54.1" O) localiza-se cerca de 50 km da área urbana de Quirinópolis, Goiás. O município encontra-se inserido no bioma Cerrado, na Micro-região 18 e Mesorregião Sul Goiano (IBGE, 2010). A temperatura média anual é de 21º C, sendo que as médias mensais variam pouco entre si. A pluviosidade média é de 1.400 mm/ano, irregularmente distribuída no decorrer do ano, com maior incidência nos meses de novembro a abril (GALINKIN, 2003). A vereda, a qual faz transição para mata de galeria, encontra-se circundada por apenas um dos fragmentos de mata seca semidecídua, o qual constitui o maior remanescente florestal (321,52 ha) da unidade de conservação. Os fragmentos estão circundados por monoculturas, sendo que no momento do levantamento havia um predomínio pelo plantio de milho e, em menor área, pastagem. O levantamento florístico rápido das espécies foi realizado em duas expedições: a primeira nos dias 01 e 02 de maio e a segunda entre 23 e 25 de maio de 2015, por meio de coletas de exemplares em estágio reprodutivo através do Método do Caminhamento (FILGUERAS et al., 1994). Para os espécimes coletados foram anotados os dados sobre hábito, zona de ocorrência e características morfológicas da planta. O material coletado foi herborizado segundo o procedimento padrão e as exsicatas serão incorporadas ao acervo do Herbário José Ângelo Rizzo (JAR), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Quirinópolis. A identificação das

espécies será feita com consulta a exemplares depositados em herbários e a bibliografias específicas como a de Taylor (1989), Fromm-Trinta (1988), Watanabe, Pena e Sano (2008), Ferrero e Silva (2011) e Andrade e Forzza (2012). Resultados e Discussão Dentre as famílias estudadas Lentibulariaceae foi a família que apresentou maior riqueza com quatro espécies, seguida por Droseraceae com duas espécies e Burmanniaceae com uma espécie (Tabela 1). Esta riqueza de espécies da família Lentibulariaceae também foi observada em estudos realizados por Lima (2015) em vereda e mata de galeria em Quirinópolis, por Resende; Chaves e Rizzo (2013) em veredas de Bela Vista de Goiás, e por Araújo et al., (2002) em veredas de Uberlândia, MG. Tabela 1. Espécies de plantas carnívoras e saprófitas amostradas em vereda, na Serra da Fortaleza, Quirinópolis, Goiás. Família Espécie Hábito BURMANNIACEAE DROSERACEAE LENTIBULARIACEAE Apteria aphylla (Nutt.) Barnhart ex Small Drosera communis A.St.-Hil. Drosera grantsaui F.Rivadavia Utricularia amethystina Salzm. ex A.St.-Hil. & Girard Utricularia cucullata A.St.-Hil. & Girard Utricularia subulata L. Utricularia triloba Benj. saprófita carnívora carnívora Quanto às formas de vida e aos hábitos A. aphylla, saprófita, só foi encontrada em locais sombreados e ricos em matéria orgânica. A carnívora U. cucullata foi registrada em locais ensolarados, alagados, junto a pequenos cursos d agua. As demais espécies carnívoras foram encontradas em locais de solo menos encharcados e ensolarados. Hoje, com base na literatura sabemos que estes organismos estão sujeitos a variações ambientais, temporais e espaciais as quais

podem limitar sua distribuição de acordo com a capacidade de adaptação fisiológica (NAVAS, 2003). Considerações Finais Conclui-se que as características do ambiente, como umidade e composição do solo influem diretamente na ocorrência das espécies estudadas. Permanece a necessidade de novas pesquisas, haja vista que há uma carência de informações quanto à distribuição e ocorrência destas guildas no Sul e Sudeste do estado de Goiás. E, ainda, para complementar os resultados obtidos e conhecer melhor as estratégias de vida das plantas estudadas deve-se realizar estudos fenológicos e as formas de polinização, entre outros estudos ecológicos. Agradecimentos À Universidade Estadual de Goiás pelo apoio à pesquisa científica através da Bolsa de Pós- Graduação Stricto Sensu nível mestrado. Referências ANDRADE, B. S. C.; FORZZA, R. C. Lentibulariaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. São Paulo, v. 30, n. 1, p. 23-35, 2012. ARAÚJO, G. M.; BARBOSA, A. A. A.; ARANTES, A. A.; AMARAL, A. F. Composição florística de veredas no município de Uberlândia, MG. Rev. Brasil. de Bot. São Paulo, v. 25, n. 4, p. 475-493, Dez. 2002. FERRERO, R.; SILVA, R. M. Droseraceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. São Paulo, v. 29, n. 1, p. 13-18, 2011. FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA, P. E.; BROCHADO, A. L. Caminhamento Um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cad. Geoc. Rio de Janeiro, n.12, p. 39-43, out./dez. 1994. FROMM-TRINTA, E. O gênero Utricularia L. no Brasil. 2. Espécies da Região Norte. Bradea. Rio de Janeiro, v. 5, p. 125-135, 1988.

GALINKIN, M. 2002. Geogoiás. GALINKIN, M. (Ed.). 2003. Agência Ambiental do Estado de Goiás. Fundação CEBRAC, PNUMA: SEMARH GO. Goiânia. IBGE. 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=521850. Acesso em 19 de janeiro de 2016. JUNIPER, B.E.; ROBINS R.J.; JOEL, D.M. The carnivorous plants. London. Academic Press, 1989. LIMA, D. A.; SILVA, A. V.; RESENDE, I. L. M. Burmanniaceae, Droseraceae e Lentibulariaceae em vereda e mata de galeria inundável de Quirinópolis, GO. Heringeriana. Brasília. 9(1): 49-63. 2015. MAAS, P. J. M.; RUYTERS, P. Voyria and Voyriella (Saprophytic Gentianaceae). In: NAVAS, C. A. Herpertological diversity along Andean elevational gradientes: links with physiological ecology and evolutionary physiology. Comparative Biochemistry and Physiology A. n. 133, p. 469-485, 2003. P. J.M. MAAS et al. Saprophytes pro parte. New York: The New York Botanical Garden, 1986. Cap. 41, p. 1-93. RESENDE, I. L. M.; CHAVES, L. J.; RIZZO, J. A. Floristic and phytosociological analysis of palm swamps in the central part of the Brazilian savana. Acta Botanica Brasilica. v. 27, n. 1, p. 205-225, 2013. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. Cerrado: ecologia e flora. Embrapa Cerrados. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. p.151-212, 2008. TAYLOR, P. The Genus Utricularia A Taxonomic Monograph. London: Her Majesty's Stationery Office, 1989. WATANABE, M. T. C.; PENA, M. A.; SANO, P. T. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Burmanniaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo. São Paulo, v. 26, n. 1, p. 41-46, 2008.