CONTAR UMA HISTÓRIA É DAR UM PRESENTE DE AMOR. LEWIS CARROL Elaborado pelas assessoras Patrícia Ribeiro e Rosinara Nascimento, em 2011, nas oficinas pedagógicas para as educadoras, ocorridas nas Livrarias Paulinas.
Os caminhos da literatura começam quase sempre pelos primeiros olhares, entre criança e adulto, pelas trocas de afetos que se traduzem em carinhos, entre uma cantiga de ninar e os primeiros sussurros ouvidos com encanto. Nesse espaço vivo de emoção pode nascer à poesia: do olhar, da palavra e do sentimento.
O primeiro contato que as crianças tem com a leitura é feito oralmente. Alguém lê a história e, ao ouvir, a criança entra no mundo do imaginário. É capaz de enxergar os personagens, de sentir emoção. Com as histórias, a criança viaja no faz-de-conta por lugares nunca antes visitados, expandindo sua consciência ética e estética.
Saber contar histórias é uma arte. Elas divertem, dão prazer, desenvolvem a criatividade, a sociabilidade, o senso crítico, a memória, o raciocínio, além de despertar os sentimentos.
O bom educador é potencialmente um contador de histórias interessado em abrir janelas e apresentar uma paisagem diferente.
Quando a mãe ou a educadora lê, está propiciando um momento de encontro da criança com o livro, momento em que os pequenos são capazes de perceber que os livros contêm palavras que podem ser lidas.
Ouvindo, a criança pode perceber que a história possui um início, meio e fim e essa percepção pode auxiliá-la nos momentos de produção textual. Ouvir histórias pode estimular o desenho, o teatro, a escrita, tudo isso pode nascer da narração de uma história.
A seleção do livro!
A escolha do texto é fundamental no processo de estímulo à leitura e talvez essa seja uma das tarefas mais difíceis a serem cumpridas pelo educador. Cabe ao educador buscar o melhor texto e a melhor dinâmica para a leitura, pois assim estará facilitando para que as crianças encontrem o prazer da leitura
Aspectos básicos para escolha do livro: Ilustração: Deve ser esteticamente bem feita, coerente com a temática e com as emoções que a narrativa sugere. Material: livros duráveis, de plástico, pano, papelão, que permitam a exploração das crianças. Caracterização dos personagens: devem ser em número limitado evitando a confusão na compreensão dos papéis durante a narrativa. Possuir características marcantes, com comportamentos que permitam a identificação. Mensagem: deve evitar a transmissão de preconceitos e a moralização (homem não chora, só é feliz quem é rico, bonito e não trabalha, lugar de mulher é em casa, etc.), criar espaço de criatividade permitindo a imaginação sem bloqueios. Linguagem: simples, clara. Não reforçar a linguagem infantilizada. Temática: o que agrada as crianças não é o tema em si, mas a maneira criativa como o mesmo é abordado pelo autor.
Os Mandamentos do contador de histórias
Escolher uma história de que você goste Leia essa história muitas vezes. Feche os olhos e imagina o cenário... 4. Escolha a voz para o narrador e para os personagens da história. 5. Exercite seu poder de concentração. 6. Tenha cuidado com sua postura e os vícios de linguagem.
7. Conte para alguém antes de contar para todo mundo. 8. Na hora de contar, olhe para todos: o olhar diz muita coisa. 9. Seja natural, deixe falar o seu coração e seduza o ouvinte para que ele deseje ouvir novamente.
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS HISTÓRIAS Contação Com o livro Com gravuras Com flanelógrafo Com desenhos Com interferência Para cada situação, um recurso
O bom contador de histórias deve observar: O local A luminosidade O conforto O silêncio A atenção Os elementos mágicos A surpresa A escolha e o preparo da história
Os contos de fadas
A infância é a época em que as fantasias precisam ser nutridas, é a época de em que há necessidade de inventar para enfrentar a realidade e disso vai depender boa parte da nossa personalidade futura.
Os contos de fada permitem que as crianças incorporem à sua própria vida, através da fantasia, tudo o que a história revela sobre a vida e a natureza humana, lidando com valores absolutos, trazendo a dualidade entre o bem e o mal, de forma clara e simbolizada.
A literatura é um dos espaços mais significativos para que se aprenda a caminhar com visão ampliada e criação, portanto uma história, quer seja conto, poesia, lenda ou mito, é sempre um presente de amor que se oferece às crianças e aos adultos também, pois da relação entre o texto e o leitor existirá infinitas possibilidades de encontrar caminhos que nos ensinem segredos da alma e da vida. Por isso os projetos que promovem leituras, e em especial os contadores de história colaboram na preparação de um novo mundo: mais questionador, mais leve, mais feliz.
Elaborado pelas assessoras Patrícia Ribeiro e Rosinara Nascimento, em 2011, nas oficinas pedagógicas para as educadoras, ocorridas nas Livrarias Paulinas.