Análise da Apologia de Sócrates.

Documentos relacionados
Filosofia Grega Clássica - parte I: o período socrático séculos 5-4 a.c.

Filósofos Clássicos: Sócrates e o conceito de justiça

SÓCRATES. Prof. David Alexandre

QUESTIONÁRIO DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO A FILOSOFIA DA GRÉCIA CLÁSSICA AO HELENISMO

Capítulos 8 e 9 Sofistas, Sócrates e Platão Tarefa e função da Filosofia. (p. 27) 9º ano Filosofia Prof.º Tiago Fontanella.

A ORIGEM DA FILOSOFIA

PERÍODOS DA FILOSOFIA ANTIGA

Filosofia Geral. Prof. Alexandre Nonato

PLANO DE AULA. Resumo: Período da Filosofia Antiga : Socrático ou Antropológico

Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C

Sócrates. a) transmitia conhecimentos de natureza científica. b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DA PARTE FINAL DA APOLOGIA DE SÓCRATES

Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Clássica. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes

Corpo: a fronteira com o mundo VOLUME 1 - CAPÍTULO 2

Escrito por Joviano Caiado Dom, 08 de Novembro de :26 - Última atualização Qui, 26 de Novembro de :39

O que você está dizendo?! Pelo jeito alguém fez uma denúncia contra você, porque não vou lhe imputar isto você ter denunciado outra pessoa!

Platão, desiludido com a. escola de filosofia a Academia.

SÓCRATES. Nasceu no ano de 470 a.c. Era filho de um artesão e de uma parteira. Poderá ter sido aluno de Pródico.

PLATÃO E O MUNDO IDEAL

Muitas pessoas podem estar se perguntando: porque tanta insistência com Sócrates?

[ÉÅxÅ? VâÄàâÜt x fév xwtwx

Exercícios do manual. Página 105 Exercício V

CENÁRIO FILOSÓFICO DA GRÉCIA CLÁSSICA I

1 Introdução. Gorgianic Fragments. Rhetoric Society Quartely. Vol. 27, n. 4 (Autumn, 1997).

O que é Linguagem? PROF. RONALDO PINHO

Resolução da Questão 1 Texto definitivo

PROFESSOR MESTRE RAFAEL KASPER

CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARENTIANO. Pós Graduação em Filosofia e Ensino da Filosofia. Sergio Levi Fernandes de Souza RA:

PADRÃO DE RESPOSTA - FILOSOFIA - Grupo L

Proposta Curricular para o Ensino Religioso da Secretaria Municipal de Educação de Camburiu e Itapema

3. (Unicentro 2012) Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as verdadeiras e com F, as falsas.

Professora: Ana Priscila da Silva Alves Disciplina: Filosofia Série: 1 ª do Ensino Médio Tema: Felicidade

FILOSOFIA Conceito e delimitação

MÓDULO 1 O QUE É FILOSOFIA

2º Momento Campo Argumentativo Argumento 1 -> Argumento 2 -> Argumento n Refutação de possíveis contra-argumentos

UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia

Clóvis de Barros Filho

3ª Aula: Tema: Deus Jesus. Apresentação: Alessandro Ayudarte

Filosofia Aula III Revisão e Platão

PLANO DE CURSO. CURSO DE ENFERMAGEM Reconhecido pela Portaria nº 270 de 13/12/12 DOU Nº 242 de 17/12/12 Seção 1. Pág. 20

Sofistas ou Sophistés

Abril Filosofia 1ª Série SÓCRATES

Teorias éticas. Capítulo 20. GRÉCIA, SÉC. V a.c. PLATÃO ARISTÓTELES

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média:

AULA AO VIVO. Professora Laira Pinheiro

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO. A Geografia Levada a Sério

Argumentação e filosofia

CONCEPÇÕES ÉTICAS Mito, Tragédia e Filosofia

MINISTERIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR

FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO. A Geografia Levada a Sério

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

Educação Matemática MATEMÁTICA LICENCIATURA. Professora Andréa Cardoso

O corpo físico é mau e inferior à alma?

FILOSOFIA RECAPITULAÇÃO

Cap. 2 - O BEM E A FELICIDADE. Ramiro Marques

DO MITO AOS SOFISTAS

FILOSOFIA 11º ano. Sofistas e filósofos

PLATÃO E A REPÚBLICA. Prof. Elson Junior. Santo Antônio de Pádua, março de 2017

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE PESQUISA INICIAÇÃO CIENTÍFICA VOLUNTÁRIA - ICV

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Autorizado plea Portaria nº de 04/07/01 DOU de 09/07/01 PLANO DE CURSO

DATA: 02 / 05 / 2016 I ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE FILOSOFIA 1.º ANO/EM

LISTA - SÓCRATES. Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.

PLATÃO O MUNDO DAS IDEIAS

COLÉGIO MAGNUM BURITIS

Platão e Aristóteles. Conceito e contextos

Bem vindo à Filosofia. Prof. Alexandre Cardoso

O MUNDO MODERNO E UM NOVO MODO DE PENSAR O MUNDO O homem é o modelo do mundo Leonardo da Vinci

DEMOCRACIA. Significa poder do povo. Não quer dizer governo pelo povo.

UNESP 2013 (Questão 12)

ÉTICA E MORAL. Professor: André Teixeira

Ética Profissional e Empresarial. Aula 2

Virtudes: conceito e classificação

Aula 01 O conhecimento vivo

Aluno de Platão, Aristóteles passou a discordar de uma idéia fundamental de sua filosofia e, então, o pensamento dos dois se distanciou.

fragmentos dos diálogos categorias e obras da exortativas interpretação aristóteles introdução, tradução e notas ricardo santos tradução ( universidad

Saber é conhecer, ser ou estar informado, tendo conhecimentos gerais ou específicos sobre algum tema ou sobre a própria vida.

A Mística do Educador:

COLÉGIO MAGNUM BURITIS

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO

CURSO DE ENFERMAGEM PLANO DE CURSO

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO 1º TRIMESTRE DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR (A): KATIANE ASSINATURA DOS PAIS E/ OU RESPONSAVEIS:

Os Poliedros de Platão

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 2, Ano BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

MÓD. 1 RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO A.CL. 1. O MODELO ATENIENSE 1.1. A democracia antiga.

2ª LIÇÃO - A PONTE DA ETERNIDADE

PPGE- UEPG PROFESSORA GISELE MASSON

PROVA DE FILOSOFIA 2º BIMESTRE DE 2012 PROF. ALEXANDRE

Uma Sociedade que Banalizou o Mal. Uma Sociedade que se distanciou de Deus.

SAUL, UM REI BONITO E TOLO

Filosofia tensa: o conceito: fragmentos, aforismos, frases curtas, insight

O que é Ser um verdadeiro Cristão?

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

ÉTICA e CONDUTA PROFISSIONAL

AULA DE FILOSOFIA. Prof. Alexandre Cardoso

EDUCAÇÃO FISÍCA PARA O CORPO E FILOSOFIA PARA A ALMA. RESUMO

Aluno- N nº. Professora Vera Bomfim Data / / Turma PROPOSTAS DE REDAÇÃO PARA O RECESSO DE CARNAVAL

Transcrição:

Análise da Apologia de Sócrates. Luiz Felipe de Oliveira Pinheiro * RESUMO Indutivamente, e em linhas gerais, a Apologia de Sócrates, escrito idealizado por Platão, relata de forma auspiciosa a defesa de Sócrates, perante todas as acuações que lhe são feitas, dentre elas as três principais: de corromper a juventude, de negar a existência dos deuses do Estado e de introduzir a aceitação de novas divindades. Palavras - chave: Filosofia Antiga, Platão, Sócrates, Apologia, Diálogo Socrático. * Estudante do Curso de Direito Faculdade Barão do Rio Branco - FAB Estudante do Curso de Economia Universidade Federal do Acre - UFAC Tecnólogo em Processos Gerenciais Universidade Norte do Paraná E-mail: felipe.lfop@hotmail.com

Introdução O livro Apologia de Sócrates, escrito por Platão, narra o julgamento no qual seu mestre é acusado, julgado e condenado. Toda a narrativa é feita na primeira pessoa, dando a entender que quem o diz é o próprio Sócrates. A apologia e sua autodefesa utilizada em seu julgamento em 399 a.c. no qual, Sócrates discursa, tendo sido acusado de corrupção da juventude e impiedade por Metelo, Ânito e Lícon. Sendo este considerado culpado pela maioria dos votos (281 contra 220, logo, o tribunal formado por estes 501 cidadãos) e condenado à morte através da ingestão de cicuta. Infere-se do texto o estilo do discurso de Sócrates (coloquial, assim como o que ele utiliza em sua defesa), seguido de um rol de suas atividades cotidianas e outros aspectos corriqueiros de sua vida, agindo assim, toda a contextualização acaba respondendo as acusações feitas ao filosofo. Após sua defesa, o texto relata suas tentativas de diminuição de pena, para depois fazer uma profecia, em forma de censura, na qual diz aos juízes que estes viverão com problemas de consciência após pronunciarem sua morte. Do filosófico ao Jurídico Características do Pensamento Filosófico e Jurídico: Radicalidade: O termo radical é utilizado desde os filósofos gregos como sinónimo de princípio, causa razão, fundamento. Racionalidade opõe-se a superficialidade. A filosofia e o direito não se contentam com o que parece, com as aparências, mas quer ir à raiz dos problemas. Autonomia: A filosofia é independente em relação à ciência, ao senso comum, à religião, política, às ideologias, à autoridade ou tradição e em relação a tudo o que possa pôr em causa a liberdade de pensar por si mesmo. Sócrates demonstra a sua autonomia, ao ousar desafiar os poderosos e sábios, os que se

dizem sábios. Frente aos acusadores, em tribunal proclama a autonomia do pensamento, a sua liberdade para discordar do saber instituído, científico e religioso. A universalidade da filosofia: A Filosofia é um saber universal porque o seu objeto de estudo é a totalidade da experiência humana, podemos filosofar sobre tudo o que quisermos. Mas também é universal, pois as suas questões colocamse à humanidade em geral. A Filosofia também se distingue da ciência graças à sua universalidade, pois enquanto que o objeto de estudo da ciência é sempre parcelar o da Filosofia é total. Historicidade: A vida social, a religião, a política, a ciência, a economia, as artes, etc., influenciam sempre o pensamento filosófico e jurídico. Os filósofos e as filosofias, bem como o direito e suas leis são, de facto, efeito e causa. Efeito das múltiplas circunstâncias, das crenças, das instituições das políticas, etc., do seu tempo, logo, são produto de todas as conquistas da humanidade ao longo da história. Ser condenado ou abandonar a filosofia Sócrates começa a sua defesa advertindo que dirá unicamente a verdade, inicia seu discurso afirmando que não se apresentaria de nenhum modo "hábil no falar", não usaria um discurso repleto de expressões bonitas e vazias, mas coisas ditas de maneira simples e espontânea, pois "do orador, o mérito é dizer a verdade", e, ao mesmo tempo, afirmando que seus acusadores mentem, não dizem a verdade embora tenham sido tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez, entre a sofística e a filosofia, alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a retórica própria desse ambiente pronunciará exclusivamente a verdade, seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus exclusivos interesses.

Sócrates resgata as acusações que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas poderiam influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. Essa acusação são externalizadas por Meleto, que representa os poetas, mas não somente ele; também Ânito, representante dos políticos e artífices, e Licon, ligado aos oradores, tendo os três o mesmo direito de palavra no desenvolvimento do processo. Em sua defesa, Sócrates questionando seus algozes, leva-os a várias contradições demonstrando que as acusações eram pretextos pra levá-lo ao tribunal e condená-lo. "E é isso o que vai me vencer, se eu for condenado... e não Meleto, ou Anito, mas a calúnia e a insídia do povo". Refuta que não abdicará de sua ocupação pelo risco de morrer por ela: Não estás falando bem, meu caro, se acreditas que um homem, de qualquer utilidade, por melhor que seja, deve fazer caso dos riscos de viver ou de morrer, e, ao contrário, só deve considerar o seguinte: ao executar qualquer tarefa, deve avaliar apenas se está procedendo de maneira justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto. Afirma que temer a morte é uma coisa que "parece ter sabedoria, não tendo". Pois ninguém sabe o que significa a morte, mas todos a temem, "como se soubessem, com certeza, que é o maior dos males". Sobre a acusação de corromper os jovens, afirma que o que ensinou foi a dar pouco valor às coisas da matéria e mais ao espírito, de onde sai o pensamento que considera mais bonito de todo o livro: Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem preocupar-se com a alma, para que ela seja o melhor possível, e vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vêm, aos homens, as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados."

Nota-se que em nenhum momento de sua defesa segundo o relato platônico Sócrates apela para a bajulação ou tenta captar a misericórdia daqueles que o julgavam linguagem de quem fala em nome da própria consciência e não reconhece em si mesmo nenhuma culpa. Parece-me não ser justo rogar ao juiz e fazer-se absolver por meio de súplicas; é preciso esclarecê-lo e convencê-lo. Talvez justamente por essas manifestações de altaneira independência de espírito, Sócrates foi condenado. A pena e a Condenação. Depois da votação, Sócrates mostra-se surpreendido pelos votos a favor dele terem sido tantos. Segundo as leis atenienses, ele poderia propor uma pena alternativa, como uma multa pesada, o ostracismo ou outros métodos de pagar a sua dívida à sociedade. Sócrates rejeita as alternativas óbvias e pede que o tribunal lhe imponha uma sentença em que seja alimentado pelo estado, ele que dedicou toda a vida ao serviço público e à educação da juventude. Inferimos neste ponto que Sócrates preferiu a coerência, em lugar da complacência, da anuência. Dentre as muitas acusações que pesavam sobre ele estava a que Meleto mais se esforçava em provar: a de ateísmo; ou seja, Sócrates não acreditaria nos deuses da polis. Sócrates, na verdade, era obediente às leis, mas tinha uma maior dentro de si: a consciência de que todo homem tem direito à liberdade de expressão, pois, a vida sem liberdade não vale a pena, mesmo que para isso, tenhase que morrer. Sócrates poderia ele renunciar às suas ideias, que encarnavam a rebeldia e a desobediência civil e com isso livrar-se da morte? Creio que sim, porém, ele preferiu morrer, suicidando seu corpo, mas, permanecendo com suas ideias (um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo

mesmo tendo passado 3000 anos), não deixou saída para os juízes. Ou a pena de morte, ou ser ele alimentado no Pritaneu, enquanto fosse vivo, como herói ou benemérito da cidade. Conclusão. Sabe-se que Sócrates aceitou a sua sentença de morte, apesar de considerá-la injusta e despropositada. Conclui-se que Sócrates recepcionou a morte de braços abertos. Morrer para Sócrates era libertar-se. O filósofo grego, melhor do que ninguém poderia, caso quisesse, convencer o grande júri de sua inocência e, por consequência disso, obter sua absolvição; mas ele não o fez. Ser absolvido representava a vitória de Atenas sobre ele. Significava o fim de tudo que ele pregou durante toda vida. Morrer para Sócrates, significava fechar, com chave de ouro, as portas de sua existência, toda voltada para o ensinamento filosófico, demonstrando que a vida sem liberdade de expressão não vale a pena. Enfim, significava dizer que o homem deveria ser livre até para escolher sua morte. A cena final resultou na sua morte ingerindo cicuta (veneno). Vemos que o grande filósofo possuía, dentro de si, atributos muito mais importantes e sólidos do que bens materiais - que são: a moral, a ética e a justiça. Predicados que valem mais até do que a própria vida. Como pensar em uma existência sem essas qualidades? Concluo que Sócrates roga veementemente, para que nós não sejamos tão facilmente influenciáveis. Não sejamos fantoches - controlados por padrões que nos são impostos e que, na realidade, estão muito aquém do que realmente necessitamos para termos uma vida digna. O amigo do saber não aceita, com facilidade, aquilo que lhe é imposto. Ética, verdade, moral, altruísmo e personalidade essas são virtudes realmente importantes na vida de um homem. Quem sabe, um dia, poderemos nos libertar das algemas da alienação e caminharmos com nossas próprias pernas.

BIBLIOGRAFIA BORGES, Donaldo de Assis. Uma abordagem teórica: Apologia de Sócrates de Platão. Internet site: http://meuartigo.brasilescola.com/filosofia/uma-abordagemteorica-apologia-socrates-platao.htm, acesso em: Março/2013. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003. FREITAS, Daniela Paulinelli Rodrigues. O agón de Sócrates no horizonte de distinção entre ser e parecer: tradução e comentário da Apologia platônica. internet site: http://www.faculdadejesuita.edu.br/documentos/011111-diss%20daniela.pdf acesso em: Março/2013. HOWSTUFFWORKS, internet site: http://www.hsw.uol.com.br/ acesso em: Março/2013. HABIB, Sérgio. Quando uma ideia leva à morte. São Paulo: Revista Prática Jurídica Ano II nº 19. 2003. Pag.: 20 a 22. MENDES, Antônio Celso. Filosofia jurídica no Brasil. São Paulo: Ibrasa, 1992. PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1999. REALLE, G. e ANTISERI, Diario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. WIKIPÉDIA, internet site: http://pt.wikipedia.org/wiki/s%c3%b3crates acesso em: Março/2013.