PROJETO DE INTERVENÇÃO CONTRA AS DROGAS: EXPERIÊNCIA FORMATIVA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ GLICÉRIO

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Transcrição:

PROJETO DE INTERVENÇÃO CONTRA AS DROGAS: EXPERIÊNCIA FORMATIVA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ GLICÉRIO Shirley dos Santos Vera Cruz Universidade Federal de Pernambuco Shirley.sds@hotmail.com Maria de Fatima da Conceição Dutra Universidade Federal de Pernambuco- fatima.dutrac@hotmail.com Mayara Cristina Gomes de Brito Universidade Federal de Pernambuco - may.hta@hotmail.com Resumo: o presente artigo tem como objetivo a junção da teoria através de textos estudados e a prática que aconteceu através de observações e execução do plano de ação realizado na Escola Estadual José Glicério. As discussões foram promovidas com base na leitura de textos e experiências vivenciadas na prática do estágio. As observações nos oportunizaram obter dados sobre gestão, trabalho docente e alunos/as. Para execução do plano de ação conversamos com a gestora e docentes com o objetivo de conhecermos as reais necessidades para escolher o tema da palestra, como também sabermos a melhor forma de conduzi-la. As considerações finais apontam que a importância em ouvir docentes, gestores/as, funcionários/as e alunos/as, pois só a partir das necessidades levantadas por quem vive cotidianamente com os problemas da escola é que conseguimos ter dimensão da realidade. Palavras-chave: Gestão democrática; Projeto de Intervenção; Experiência. INTRODUÇÃO A Escola Estadual José Glicério, localizada na cidade de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, oferece o Ensino Fundamental (6º ao 9º Ano), Ensino Especial para surdos; EJA (Educação de Jovens e Adultos), Ensino Médio Módulo I, II e III, Travessia Fundamental e Ensino Médio Regular. O projeto de intervenção está pautado na proposta educativa contra o uso das drogas. Para tanto, objetivamos construir o processo educativo com base na participação efetiva de todos os segmentos da escola, para melhorar a qualidade do ensino e favorecer a permanência dos estudantes por meio da elevação do desempenho escolar, favorecendo aos estudantes à formação plena de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Os objetivos específicos propõe promover ações para aumentar o índice de aprovação nos anos, com resultados críticos de todas as modalidades de ensino da escola; criar um sistema de

monitoramento das ações e metas a serem desenvolvidas no Plano de Gestão da escola; buscar parcerias para aquisição de recursos financeiros para manutenção e para investimento na qualidade de ensino aprendizagem da criança, do jovem, e do adulto por meio dos projetos em execução e promover de forma interdisciplinar, ao longo do ano letivo, os temas transversais que norteiam nossas origens e a convivência social entre os seres humanos. A Escola José Glicério está instalada em prédio próprio, em área construída em laje, com uma sala para direção, uma sala para secretaria, uma sala de professores, dois banheiros dos funcionários, sete salas de aulas, três banheiros femininos e três masculinos para os estudantes, um almoxarifado, uma cozinha, uma despensa, uma sala de recursos multifuncionais. O prédio da escola encontra-se em um bom estado de conservação, porém é necessário a manutenção constante de pequenos reparos: no telhado, nas portas das salas de aulas, nos pilares de sustentação das lajes, revisão na parte hidráulica dos banheiros, da cozinha e uma pintura geral da escola. Em relação ao número de docentes por nível, modalidade de ensino e titulação a gestora só nos comunicou que na equipe existiam 14 docentes efetivos e 18 contratados não nos disponibilizou mais detalhes sobre a equipe docentes, porém disponibilizou a quantidade de funcionários da escola por função. São realizadas reuniões administrativas pedagógicas nos dias indicados no calendário escolar. E são nessas reuniões que os docentes apresentam, discutem e se necessário alteram os planejamentos, pois eles levam em consideração o desenvolvimento dos alunos de cada turma em relação a cada disciplina. Há um bom relacionamento e comunicação viável entre gestora e professores. E por essa razão a mesma relata que o trabalho flui melhor, pois não é preciso chegar o dia de uma reunião, por exemplo, para poder tratar de assuntos de maior urgência.para o aperfeiçoamento dos docentes são realizadas capacitações através de palestras, dinâmicas de grupos, trocas de experiências, além de estimulá-los a estar sempre em busca de novos conhecimentos. METODOLOGIA A ideia do tema do plano de ação se deu devido ao fator de um grande índice de alunos envolvidos com drogas. Mediante a esse problema, percebemos o quanto seria importante poder alertar esses jovens que estão inseridos no contexto de marginalização e violência, quanto aos riscos e consequências causados pelo consumo de drogas. Entendemos que o conhecimento acerca da prevenção é o melhor argumento no que diz respeito ao uso de drogas. Através da situação

enfrentada pela escola, a gestora sugeriu que fizéssemos um projeto sobre drogas, assunto que está em grande evidência no momento. Tabela 1: planejamento das atividades propostas:

Data Atividade Duração Responsável 13/05 Conversa com um 1 hora Estagiárias grupo de professores sobre a proposta. Colher informações e opiniões para construção da palestra e orientação para condução o debate. 20/05 Apresentação dos dois vídeos: Mente escura e Escolha viver sem drogas. 1 hora 17 minutos Estagiárias/Gestora Palestra sobre o uso e consequências das drogas. 50 minutos Debate. 53 minutos Agosto/2016 Palestra com um 1 hora Representante da representante na área saúde/gestora de saúde, mostrando os efeitos e malefícios das drogas no corpo. Campanha com cartazes informativos nos corredores da 20 minutos escola (Apresentação dos cartazes aos alunos). A definir Feira de conhecimento sobre tipos de drogas, A definir Gestora

As atividades propostas foram divididas da seguinte forma: 1. Conversa com um grupo de professores com o objetivo de apresentar a proposta, colher informações e opiniões para construção da palestra e orientação para condução o debate. 2. Palestra sobre o uso e consequências das drogas através de slides; 3. Apresentação de dois vídeos: - Mente escura (Finalidade de alertar os jovens em relação a drogas na adolescência), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cs11h730wp0 - Escolha viver sem drogas (Finalidade de gerar reflexões e discussões sobre dependência química e suas influencias sociais e ambientais), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gevrlwxvzqy; 4. Debate acerca dos temas dos vídeos; 5. Palestra com um representante na área de saúde, mostrando os efeitos e malefícios das drogas no corpo; 6. Campanha com cartazes informativos nos corredores da escola; 7. Uso do tema na feira de conhecimento. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Realizamos o plano de ação com base nas orientações do professor regente da disciplina, conversas com gestora e docentes da escola objetivando identificar as reais necessidades da escola. A gestora foi bastante solicita e nos forneceu as informações necessárias para conhecermos a escola e elaborar o plano de ação. A ideia do tema surgiu conforme a conversa com a gestora e posteriormente com a conversa os docentes que nos reafirmaram que a escola estava enfrentando alguns problemas devido ao grande índice de alunos envolvidos com drogas. Nessa conversa foram passadas importantes informações como o público que mais consome drogas nessa escola é o feminino, nos deram dicas de como dialogar com os alunos e conduzir a palestra, pois o tema deveria ser tratado com bastante cautela para alcançarmos os nossos objetivos e não gerar mais conflitos. Nossa principal execução foi à palestra sobre O uso de drogas que contou com a participação da vice-diretora, secretária, funcionária da limpeza, funcionária da cantina, dois docentes que estavam disponíveis e de dois representantes de cada turma, conforme solicitado pela gestora que preferiu não liberar todas as turmas para não atrasar os conteúdos. Na execução da palestra foi um momento muito importante para nós, pois ao mesmo tempo em que tínhamos anseios em lidar com um assunto tão polêmico direcionado ao um público usuário saímos satisfeitas pela grande participação no debate com falas de estrema importância que com certeza enriqueceram o momento. Conseguimos perceber que o nosso objetivo foi alcançado através dessa participação, dos alunos tirando foto das consequências do uso de droga e do respeito

que eles tiveram para conosco enquanto explicávamos o tema. Para dar continuidade ao plano propomos uma palestra com um representante da área de saúde que já possuí vínculo com a escola objetivando aos alunos uma melhor apropriação do assunto, a palestra será realizada no mês de agosto como solicitado pela diretora e como consta no ofício que ajudamos a elaborar. Também deixamos como sugestão abordar o tema na feira de conhecimentos da escola. A escola é carente de modo geral, proveniente de ambientes desestruturados pela falta de emprego ou atividade econômica, alcoolismo e uso de drogas. A delinquência entre jovens é comum e a convivência diária com o crime e as drogas banaliza a violência e a marginalidade. Através desses problemas enfrentados pela escola, a gestora sugeriu que fizéssemos um projeto sobre drogas, assunto este que está em grande evidência no momento. Muitas melhorias no âmbito educacional aconteceram através das LDB (Lei de diretrizes e bases da educação nacional) e Plano Nacional de educação, assim houve uma maior preocupação em relação à identidade e perfil do gestor, tais características eram sempre vinculadas à ética e política, além disso, houve interesse em buscar a reconstrução teórica da gestão educacional.dessa forma nota-se que já ocorreram diversas transformações na gestão educacional, mas a luta por transformações continua. É fundamental que exista compromisso político e uma boa formação pedagógica para que exista um paradigma da gestão democrática da educação, pois através desse paradigma será possível alcançar não só o fortalecimento democrático como o desenvolvimento do exercício da cidadania tanto na sociedade quanto na escola. De acordo com Paro, vemos que: A possibilidade de uma administração democrática no sentido de sua articulação, na forma e conteúdo, com os interesses da sociedade como um todo, tem a ver com os fins e a natureza da coisa administrada. No caso da Administração Escolar, sua especificidade deriva, pois: a) dos objetivos que se buscam alcançar com a escola; b) da natureza do processo que envolve essa busca. Esses dois aspectos não estão de modo nenhum desvinculados um do outro. A apropriação do saber e o desenvolvimento da consciência crítica, como objetivos de uma educação transformadora. (PARO, 1996, P. 151). Em nossas observações podemos perceber o quanto a gestora tem buscado realizar uma administração escolar muito boa, sempre realiza reuniões mensais com professores, monitoramento de conteúdos, atividades e notas a cada final de unidade, algumas vezes participa do plantão pedagógico. Sempre busca estar informada em relação aos problemas que ocorrem na rotina escolar. A mesma salientou que constantemente é convocada para reuniões de gestão na GRE. A gestão é responsável pelo rumo educativo que a escola terá, envolvendo transparência, autonomia, pluralidade, e participação. Quando as decisões da escola já estão previamente tomadas

quebram o processo de gestão democrática. É importante que ocorra a descentralização, posição dos governantes e não do poder concentrado apenas no gestor, precisa-se buscar por autonomia da escola e dos sujeitos sociais. A gestão democrática [...] se constituirá numa ação prática a ser construída na escola. Ela acontecerá à elaboração do projeto político pedagógico da escola, à implementação de Conselhos de Escola que efetivamente influenciam a gestão escolar como um todo e as medidas que garantam a autonomia administrativa, pedagógica e financeira da escola, sem eximir o Estado de suas obrigações com o ensino público (GADOTTI, 2004, p.96). Percebemos que a escola conta com a participação da comunidade e dos professores, nas tomadas de decisões, na elaboração do PPP, a comunidade tem uma representação no Conselho de Classe e no Conselho Escolar.A gestora tem uma relação como de família com os professores, com os pais dos alunos, e com os próprios alunos percebemos que o relacionamento se estende atingindo o lado afetivo. Fotos das atividades propostas:

CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência de fazer o estágio da disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica VIII- Estágio Supervisionado em Gestão Educacional foi bastante enriquecedora, pois nos oportunizou a ter novamente o contato com a gestão escolar sendo que de uma forma mais completa e por agora estarmos mais avançados no curso conseguimos ter uma melhor visão das coisas e ser também mais críticos. Vimos o quanto é importante conhecer o perfil da escola e de sua gestão, pois cada escola possuiu singularidades. Além de conhecer previamente a escola antes da realização de um plano também percebemos o quanto é importante ouvir docentes, gestores, funcionários e alunos, pois só a partir das necessidades levantadas por quem vive cotidianamente com os problemas e que conseguimos ter dimensão da realidade. Também percebemos o quanto o trabalho do gestor é árduo e complexo, além disso, quando vamos para a realidade nos deparamos com diversos elementos que nos fazem refletir, como, por exemplo, precarização da escola de forma geral que refletem no trabalho da gestora, dos professores e desempenho dos alunos. Ao longo do trabalho desenvolvido, apontamos o quanto é difícil realizar um trabalho que envolva efetivamente a gestão da escola, todos da escola, pois sempre existem formas de restrições, no nosso caso, não conseguimos dar a palestra para todos os alunos da escola, apenas para dois representantes de cada turma. Mais com sucessos e frustrações percebemos o quanto essa

experiência enriqueceu nossos conhecimentos e contribuirá para o desenvolvimento da nossa prática profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARO, Vitor Henrique. Eleição de Diretores: A escola pública experimenta a democracia. Campinas: Papirus, 1996. GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola. 6. ed. São Paulo: Cortez, (Guia da escola cidadã; v.1), 2004.