A música brasileira é muito rica e diversa.

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Transcrição:

A música brasileira é muito rica e diversa.

O INÍCIO DA MÚSICA BRASILEIRA A música popular brasileira surgiu no período colonial, a partir da mistura de vários estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, ouve uma mistura entre as cantigas populares trazidas pelos portugueses, os sons de origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas europeias. No entanto, é importante ressaltar que os índios, verdadeiros donos da nossa terra, já faziam música aqui, e contribuíram para o nosso caldeirão musical com seus típicos cantos e sons tribais.

MODINHA E O LUNDU Já nos séculos XVIII e XIX, nas cidades que estavam se desenvolvendo destacaram-se dois ritmos musicais que marcaram a música brasileira: o lundu e a modinha. O lundu, de origem africana, possuía um forte apelo sensual e uma batida rítmica dançante, sendo o primeiro ritmo africano aceito pelos brancos. Ainda hoje, na Ilha de Marajó (Pará) se pratica o Lundu. A modinha por sua vez, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita.

O CHORINHO Na segunda metade do século XIX, surge o Choro, também conhecido como Chorinho. É comum relacionarmos a história do Choro com a chegada da Família Real no Brasil em 1808, pois com a corte portuguesa chegaram o piano, o clarinete, a flauta, o bandolim e o cavaquinho, bem como os seus instrumentistas. O Chorinho geralmente era (e é) executado em rodas, chamadas rodas de choro, que são reuniões informais onde o chorão (músico) toca suas composições ricas em melodia e às vezes até improvisadas. Alguns músicos dizem que o nome choro vem da sensação de tristeza e melancolia transmitidas pelas notas executadas no violão.

Chiquinha Gonzaga e Pixiguinha foram uns dos maiores compositores de Choro, sendo Chiquinha a primeira chorona, e compôs em 1899 a música Abre Alas, marchinha carnavalesca conhecida em todo o país. Pixinguinha, por sua vez, compôs Carinhoso, considerado um dos choros mais famoso. Chiquinha Gonzaga (1847 1935) Pixinguinha (1897 1973)

O SAMBA No início do século XX começam a surgir as raízes do que seria o samba, ritmo que nasce da mistura de estilos musicais africanos e brasileiros. Tocado com instrumentos de percussão acompanhados de violão e cavaquinho, o samba conta a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, principalmente das pessoas mais carentes, sendo considerado uma das principais manifestações culturais brasileiras. O termo samba é de origem africana, e temos seu significado ligado às danças típicas desse continente. O samba moderno surgiu na cidade do Rio de Janeiro (meados da década de 30), no entanto recebeu influência do samba já tocado na Bahia e que chegou ao Rio através dos escravos vendidos para trabalhar nas plantações de café.

O samba tomou as ruas e espalhou-se pelo Brasil através da difusão do Rádio. Os principais sambistas que se destacaram nesse período foram Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.

O SAMBA-CANÇÃO Um dos subgêneros originários do samba de maior relevância na nossa música é o samba-canção. Proveniente da já falada modernização do samba carioca, esse estilo musical faz uma releitura mais elaborada da melodia e possui um andamento mais moderado, centrado em temáticas como amor, solidão e na chamada dor-de-cotovelo. Destacam-se neste contexto musical: Mayza, Dolores Duran, Nélson Gonçalves, Dalva de Oliveira, e Caubi Peixoto, entre outros.

MARACATU NAÇÃO O Maracatu Nação, também chamado Maracatu de Baque Virado, surgiu em meados do século XVIII. Se trata de uma manifestação cultural folclórica pernambucana que mistura elementos das culturas indígena, africana e europeia. Formado por uma percussão forte que acompanha o cortejo real, seu ritmo frenético tem origem nas congadas, cerimônias de coroação dos reis e rainhas da Nação negra. Desse modo, os cortejos do maracatu tentam refletir as antigas cortes africanas, que ao serem conquistadas, vendidas e escravizadas, trouxeram suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza no Brasil. A percussão é baseada em alfaias, caixas, taróis, ganzás e um gonguê.

MARACATU RURAL O Maracatu Rural, também chamado de Maracatu de Baque Solto, se originou por volta do século XIX, também em Pernambuco. Este possui percussão e o cortejo é formado por personagens caracterizados. No entanto, esses personagens, a música e os instrumentos são diferentes do Maracatu Nação, que estudamos anteriormente. No Maracatu Rural, a parte musical conta com um conjunto de metais (clarinete, saxofone, trombone, corneta ou pistom), além da percussão, formada normalmente por tarol ou caixa, surdo, ganzá, chocalhos, porca (cuíca), zabumba e gonguê. O ritmo é mais acelerado em relação ao Maracatu Nação e o coro é exclusivamente feminino. Entre os personagens estão Reis, Rainhas, Catirinas, Damas do Passo, Caboclos de Pena e outros mais. Nos últimos anos tem ganhado bastante destaque a figura do Caboclo de Lança, que além de realizar sua dança movendo sua lança em todas as direções, levam nas costas chocalhos, dando a marcação acelerada do Maracatu de Baque Solto. Caboclos de Lança

FREVO O frevo surgiu em Pernambuco no fim do século XIX, e se caracteriza por ter um ritmo extremamente acelerado. Executado principalmente no carnaval, o frevo mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira. Eram comuns conflitos entre blocos de frevos em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte, e até as sombrinhas coloridas e estilizadas que vemos hoje, eram usadas inicialmente com armas de defesa dos passistas. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo. Ao contrário de muitas músicas carnavalescas, o frevo não possui letra, sendo tocada por uma orquestra que segue os blocos carnavalescos. A palavra frevo vem de ferver, que resultou em frever, significando hoje a efervescência do carnaval.

CIRANDA A ciranda é um tipo de música e dança nascida em Pernambuco (apesar de alguns pesquisadores discordarem afirmando que ela veio da Europa). Ela se caracteriza por uma grande roda, formada inicialmente nas praias, porém, desde a década de 70 as cirandas começaram a ser dançadas em locais mais urbanos, como os centros das grandes cidades. Os integrantes da ciranda dançam ao som do seu ritmo lento e compassado, bem marcado pela zabumba (ou bumbo), e acompanhado pelo tarol, ganzá e maracá. É coreografada pelo movimento dos cirandeiros. Uma das cirandeiras pernambucanas mais conhecidas nacionalmente é Lia de Itamaracá.

COCO O coco é uma dança eminentemente popular que teve início nos engenhos. Nascido da mistura da música africana com a indígena, ele chegou a atingir outrora os salões elegantes de Maceió e João Pessoa, sendo dançado por moças das classes mais altas. Para se tocar o coco utilizam-se instrumentos de percussão como pandeiros, cuícas e ganzás. Supõe-se que o nome coco surgiu do trabalho de quebrar cocos, e por isso a expressão quebrar coco tem se tornado não apenas um trabalho, mas um convite à dança, que geralmente ocorre através da formação de uma roda, na qual ao centro fica o tirador de coco cantando os cocos conhecidos e até improvisando, enquanto os participantes em pares fazem voltas e batem palmas, dando entre essas voltas as umbigadas. Selma do Coco é uma das cantoras de Coco pernambucanas mais conhecidas nacionalmente.

BAIÃO O Baião surgiu da parceria entre o advogado e compositor Humberto Teixeira e o músico Luiz Gonzaga, em 1945. Esse ritmo alcançou grande sucesso e abriu portas para várias gerações de músicos, tornando-se um fenômeno nacional. Além de conquistar o público, o Baião dominou a audiência nos programas de rádio, movimentando a indústria fonográfica, nas décadas de 50 e 60. Originado da mestiçagem da nossa formação cultural, foi criado a partir de elementos das tradições ibéricas, com forte influência do fado português, com elementos da batida forte do maracatu africano, além de apresentar elementos da cultura indígena.

Para Luiz Gonzaga O Baião corresponde, no sertão, ao Samba na cidade grande, uma transformação de um tipo de samba que, aos poucos, foi se adaptando ao gosto e vida do povo do Sertão. Foi por meio desse gênero que a sanfona, instrumento austríaco que chegou até nós pelos portugueses, encontrou mais espaço na música nordestina. Os instrumentos são basicamente: sanfona, triângulo, zabumba, podendo ainda fazer parte a rabeca, o pandeiro e o agogô. Com a música, onde a marca principal é o improviso dos cantores inspirados nas circunstâncias, vem a dança, formada por casais e sem passos determinados possui grande variedade de coreografias e com movimentos ágeis.

BOSSA NOVA Bossa Nova é um gênero musical derivado do samba, porém sofreu também forte influência do jazz americano (EUA). Surgido no final da década de 50 no Rio de Janeiro, a Bossa Nova se tornou um dos movimentos mais influentes da história da música popular brasileira. Conhecida em todo o mundo, teve como principais representantes João Gilberto, Nara Leão, Baden Powell, Vinicius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, os dois últimos foram os compositores da segunda canção mais executada no mundo: Garota de Ipanema.

Acabamos de falar sobre a Bossa Nova na década de 50, mas vocês sabiam que esse gênero musical inspirou vários movimentos que apareceram na década de 60? A Jovem Guarda, o Tropicalismo, a MPB, todos beberam na fonte da Bossa Nova. Seus compositores e intérpretes foram revelados nos grandes Festivais de Música Brasileira que aconteceram nos anos 60!

ARTE 6º Ano do Ensino Fundamental Gêneros e movimentos diversos da música brasileira JOVEM GUARDA A Jovem Guarda foi um movimento cultural surgido na década de 1960 que mesclava música, comportamento e moda. Surgida em agosto de 1965, a partir de um programa televisivo exibido pela TV Record, em São Paulo, apresentado pelo cantor e compositor Roberto Carlos, conjuntamente com o também cantor e compositor Erasmo Carlos e da cantora Wanderléa, a Jovem Guarda deu origem a toda uma nova linguagem musical e comportamental no Brasil. Sua alegria e descontração transformaram-na em um dos maiores fenômenos nacionais do século XX. Sua principal influência era o rock and roll do final da década de 1950 e início dos 1960. Grande parte de suas letras tinham temáticas amorosas, adolescentes e açucaradas - algumas das quais, versões de hits do rock britânico e norte-americanos da época.

TROPICALISMO Tropicalismo ou Movimento tropicalista também surgiu na década de 60. Misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira à inovações estéticas radicais, tinha objetivos comportamentais que encontraram ecos em boa parte da sociedade, na época sob o regime militar do final da década. O movimento manifestou-se principalmente na música, tendo como maiores representantes Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé. No entanto, o tropicalismo também figurou em manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Glauber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália.

MPB A Música Popular Brasileira (mais conhecida como MPB) surgiu a partir de 1966 da fusão da Bossa Nova com a música de raiz brasileira. Como dissemos antes, a Bossa Nova sofreu influência do Jazz americano, enquanto a Jovem Guarda e o Tropicalismo incorporaram em suas músicas uma pitada de rock n roll. A MPB por sua vez, vem englobar todas essas influências, mas também retorna a sonoridade nascida no nosso país, acrescentando um pouco dos gêneros até aqui estudados, como o Baião, o Choro, dentre outros. A sigla MPB nasceu da luta contra a ditadura militar, pois foi nesse movimento que vários artistas se uniram em repúdio ao golpe. Dentre esses artistas podemos citar Chico Buarque, Elis Regina, Clara Nunes, Geraldo Vandré, os já citados nessa aula, Caetano Veloso e Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethania, além dos pernambucanos Geraldo Azevedo e Alceu Valença.

ROCK NACIONAL (POP ROCK) O Pop Rock brasileiro, surgiu na década de 80. O BRock, apelidado por Nelson Motta (produtor musical), é caracterizado por influências variadas, indo do new wave, passando pelo punk e o por artistas da MPB da década de 70, como Secos e Molhados e Raul Seixas. Ainda assim, em alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul music. Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não deixando de abordar, é claro, algumas temáticas sociais. Muitas bandas se destacaram nesse período, dentre elas, podemos citar a Blitz, Barão Vermelho, Legião Urbana, Kid Abelha, Titãs, Ultraje a Rigor e Engenheiros do Hawaii.

MANGUEBEAT O Manguebeat surgiu em Recife na década de 90, e mistura o maracatu e o côco com rock, hip hop, funk e música eletrônica. O movimento tem como principais críticas o abandono econômico-social do mangue, da desigualdade de Recife (não apenas desta, sendo apenas um reflexo do descaso do Estado fora do eixo Rio-São Paulo). Apesar de ter sido inventado já na década de 1970 pelo guitarrista Robertinho de Recife, o Manguebeat tem como ícone o músico Chico Science, ex - vocalista, da banda Nação Zumbi, e idealizador do rótulo mangue, sendo seu principal divulgador das ideias, ritmos e contestações. Outro grande responsável pelo crescimento desse movimento foi Fred 04, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro manifesto do Mangue de 1992, intitulado "Caranguejos com cérebro". O Manguebeat influenciou muitas bandas de Pernambuco e do Brasil, sendo o principal motor para Recife voltar a ser um centro musical, e permanecer com esse título até hoje.