PHD 2538 Gerenciamento de Recursos Hídricos Política e Sistema Nacional de Gestão de Recursos Hídricos. Aspectos Legais e Institucionais da Gestão de Recursos Hídricos.
Gestão de Recursos Hídricos Retrospectiva Histórica Aspectos Legais Lei das Águas Lei da ANA Aspectos Institucionais Sistema Nacional de Gerenciamento - SINGREH
Constituição Imperial de 1824 Não menciona uso, domínio e regulação da água, atendo-se a garantir o direito de propriedade em sua plenitude Na propriedade do solo está implícita a do subsolo, ou seja, das águas subterrâneas Mananciais hídricos das propriedade privadas poderiam ser desapropriados pelo poder público mediante indenização Constituição Republicana de 1891 Compete ao Congresso Nacional legislar sobre navegação de rios que banhem mais de um Estado Não disciplinou o domínio hídrico, ou seja, a quem pertencia a propriedade dos rios Poder concedente referente ao aproveitamento e à utilização de quedas d água eram os governos estaduais Redução da autoridade da União e federalismo extremo
Constituição de 1934 Compete privativamente à União legislar sobre bens de domínio federal (riquezas do subsolo, águas, energia hidroelétrica, florestas, caça, pesca), não excluindo a legislação estadual supletiva ou complementar Art. 21: são do domínio da União os lagos e quaisquer correntes em territórios de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro, e as ilhas fluviais e lacustres em zonas fronteiriças Constituição precursora na elaboração de políticas públicas para o setor hídrico, que considerou a água como elemento essencial para a geração de riquezas econômicas e desenvolvimento, sobretudo como fonte de energia elétrica
DECRETO Nº 24.643, DE 10/07/1934
Código de Águas de 1934 Livro I: As águas em geral e sua propriedade ü Classifica as águas quanto ao seu domínio em águas públicas e águas particulares ü Domínio da União, Estados e Municípios Livro II: Aproveitamento das águas ü Assegura o uso prioritário para o abastecimento público ü Estabelece que o uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído (princípio usuário-pagador) ü Para usos na agricultura, indústria e higiene necessidade de concessão administrativa (regime de outorgas) ü Águas são inalienáveis ü Apesar de não se aprofundar, trata das águas subterrâneas ü Aborda o tema poluição (princípio poluidor-pagador):... os trabalhos de salubridade das águas serão executados à custa dos infratores...
Código de Águas de 1934 Livro III: Forças hidráulicas: regulamentação da indústria hidrelétrica ü O aproveitamento das quedas de água e outras formas de energia hidráulica far-se-á pelo regime de autorizações e concessões ü Define as competências do Serviço de Águas do DNPM (Ministério da Agricultura): regulação da energia hidráulica ü Sinaliza para os usos múltiplos da água Do total de 205 artigos, cerca de 30% referiam-se ao aproveitamento hidráulico As disposições relativas à preservação, conservação e recuperação dos recursos hídricos não foram regulamentadas, sendo estabelecidas portarias, instruções normativas para tratar dos problemas quando estes surgissem O grande mandatário da regulação hídrica desde a década de 20 até os anos 80 foi o setor elétrico
Ø Até a década de 1970: gestão dos recursos hídricos sob a perspectiva dos setores usuários ou políticas específicas Ø Diagnóstico: ü gestão compartimentada => prioridade conferida à exploração dos mananciais em detrimento da eficiência da prestação dos serviços, da valorização e do uso racional ü gestão centralizada (estadual e federal) sem participação e controle da sociedade ü gestão carecia de capacitação técnica e fontes de recursos financeiros Ø Intenção de implantar um sistema de gestão de recursos hídricos no Brasil começou a tomar corpo a partir dos anos 1970 e ao longo da década de 1980
O papel da Sociedade Civil Carta de Salvador, ABRH 1987 VII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. necessidade de considerar usos múltiplos; gestão descentralizada e participativa; politica nacional de recursos hídricos e sistema nacional de gerenciamento Carta de Foz do Iguaçu, ABRH 1989 VIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos Gestão de quantidade e qualidade indissociável, bacia hidrográfica como unidade de gestão, água é dotada de valor econômico
Cenário Internacional 1977 Conferencia da ONU de Mar de Mar del Plata : o primeiro encontro com especialistas para tratar os problemas da água 1992 Conferencia da ONU de Dublin As águas doces são um recurso natural finito e vulnerável, essencial para a sustentação da vida, do desenvolvimento e do meio ambiente. A gestão da água deve ser integrada e considerado seu todo, quer seja a bacia hidrográfica e/ou os aquíferos. O desenvolvimento e a gestão da água devem ser baseados na participação de todos, quer sejam usuários, planejadores e decisores políticos, de todos os níveis. As mulheres têm um papel central na provisão e proteção da água. A água é um recurso natural dotado de valor econômico em todos seus usos competitivos
ASPECTOS LEGAIS
Instrumentos Legais Constituição Federal de 1988 Art 21. Compete à União :... XIX instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso
Instrumentos Legais Constituição Federal de 1988 Art. 20 - São bens da União: III os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais. Art. 26 - Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, efluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União.
Instrumentos Legais Lei 9.433/1997 (10 anos depois da carta de Salvador!!!) Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o dispositivo do art. 21 da Constituição Federal Lei 9.984/2000 ( Lei da ANA ) Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
FUNDAMENTOS DA PNRH 1- Água é bem de domínio público. 2- A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico.
3- Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.
4- A gestão deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
5- A bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da PNRH e atuação do SINGREH. 6- A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Objetivos da PNRH 1. Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões adequados de qualidade aos respectivos usos 2. A utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com vistas ao desenvolvimento sustentável 3. A prevenção e defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais
Instrumentos da Lei nº 9.433/97 Ø Planos de Recursos Hídricos Ø Enquadramento dos corpos de águas em classes de usos preponderantes Ø Outorga de direitos de uso dos recursos hídricos Ø Cobrança pelo uso dos recursos hídricos Ø Compensação aos municípios Ø Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos
ASPECTOS INSTITUCIONAIS
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos Órgãos Âmbito Conselho Governo Gestor Parlamento da Bacia Escritório Técnico Nacional CNRH MMA ANA SRH Estadual CERH Governo do Estado Autoridade Estadual Bacia Comitê da Bacia Agência de Bacia
SINGRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos Dirimir conflitos e subsidiar a formulação da Política Nacional de Gestão de Recursos Hídricos
SINGRH Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos Dirimir conflitos e subsidiar a formulação da Política Estadual de Gestão de Recursos Hídricos
SINGRH Gestor Estadual Outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos de domínio do Estado.
SINGRH Secretaria Nacional de Recursos Hídricos SRH/MMA Formular a Política Nacional de Recursos Hídricos
COMITÊ DE BACIA é um braço do Estado Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão compostos por: 1.- Governo Federal; 2.- Estados ou Distrito Federal onde estejam localizados; 3.- Municípios onde estejam localizados, inteiramente ou em parte; 4.- Usuários de água; 5.- Sociedade Civil organizada do setor de águas com registro de atuação na bacia. I - O número de representantes de cada setor mencionado acima, e o critério para sua eleição deverá seguir as normas dos comitês. O número de representantes dos governos federal, estadual, distrito-federal e municípios fica limitado a 50% do número total de membros
SINGRH Comitê de Bacia Aprovar o plano de recursos hídricos da bacia (quando, quanto, para que cobrar pelo uso de recursos hídricos).
SINGRH Agência de Bacia ou Agencia de Agua (modelo Frances) Escritório técnico do Comitê de Bacia e agente local para implementação do SINGRH, através de contratos com os gestores estaduais e com a ANA
SINGRH Agência Nacional de Águas ANA Implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos e outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos em rios de domínio da União
ANA Ø NEGÓCIO Uso sustentável da água. Ø MISSÃO Implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso à água, promovendo o seu uso sustentável em benefício da atual e das futuras gerações. Ø VISÃO Ser reconhecida pela sociedade como a referência na gestão e regulação dos recursos hídricos e na promoção do uso sustentável da água. Ø VALORES Compromisso, transparência, excelência técnica, pro-atividade, espírito público
Órgão Executor COORDENAR IMPLEMENTAÇÃO DO SINGREH Competências ARTICULAÇÃO COM GESTORES ESTADUAIS GESTÃO POR BACIA HIDROGRÁFICA FISCALIZAR USO DOS RECURSOS HÍDRICOS EM RIOS DE DOMÍNIO DA UNIÃO Órgão Regulador MEDIAR OUTORGAR CONFLITOS ENTRE USUÁRIOS DE ÁGUA USO DOS RECURSOS HÍDRICOS EM RIOS DE DOMÍNIO DA UNIÃO
Bibliografia ANA. A Evolução da Gestão de Recursos Hidricos no Brasil. 2001 http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/ CEDOC/Catalogo/2002/ AEvolucaodaGestaodosRecursosHidricosno Brasil.pdf Braga, B.P.F. et al. A Reforma do Setor de Recursos Hídricos in Aguas Doces no Brasil: Capital Ecológico, Uso e Conservação (Rebouças, A.; Braga B.P.F. e Tundisi, J.G.) Ed. Escrituras, São Paulo, (2006), pp. 639-675
DOMINIALIDADE R 1 E 1 E 2 E 3 P 1 P 2 D 1 R 4 P 3 R 3 P 6 D 2 R 2 P 4 P 5 DOMINIALIDADE 1. Agua nos rios R 4 e R 2 e reservatorios D 2 são de domínio da UNIÃO; 2. Água nos rios R 1 and R 3 são de domínio ESTADUAL; 3. Caso o reservatório D 1 tenha utilizado recursos da União suas águas são de domínio da UNIÃO caso contrário são ESTADUAIS OUTORGA 1. Outorgas P 2 e P 6, emitidas pelo ESTADO; 2. Outorgas P 3, P 4 e P 5, emitidas pela UNIÃO; 3. Outorga P 1 emitida pela UNIÃO caso rec.financeiros da União na obra
Constituição Federal de 1988 Rios de domínio dos Estados Rios de domínio da União