A SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA E AS MÍDIAS: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO.



Documentos relacionados
AS SALAS DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A PRATICA DOCENTE.

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

Mídia e Tecnologia: experiência do jornal escolar no Projeto Mais Educação na Escola Marechal Rondon em Santa Maria/RS 1

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ASSESSORIA DE IMPRENSA 1 Felipe Plá Bastos 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

A PÁGINA DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA DO PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

WEB-RÁDIO MÓDULO 2: RÁDIO

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

Fundação Presidente Antônio Carlos- FUPAC 1

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL COMUNITÁRIA FORMIGUENSE FUOM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA UNIFOR-MG CONSELHO UNIVERSITÁRIO

Observatórios Virtuais

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

O CIBERESPAÇO NO ENSINO E GEOGRAFIA: A PROBLEMÁTICA DO USO/DESUSO DO GOOGLE EARTH EM ESCOLAS PÚBLICAS DE DIAMANTINA

Apresentação. Prezado aluno,

Gráfico 1 Jovens matriculados no ProJovem Urbano - Edição Fatia 3;

As Tecnologias de Informação e Comunicação para Ensinar na Era do Conhecimento

Especialização em Atendimento Educacional Especializado

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA LEITURA NA PONTA DA LÍNGUA E ESCRITA NA PONTA DO LÁPIS

Coordenação-Geral de Comunicação e Editoração (CGCE) Diretoria de Comunicação e Pesquisa (DCP) Maio/2015

TÍTULO: A EXPECTATIVA DOS PROFESSORES COM A IMPLANTAÇÃO DAS LOUSAS DIGITAIS

BLOG: A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

RELATÓRIO DA PESQUISA ONLINE: Avaliação dos educadores Multiplicadores

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Projeto de Redesenho Curricular

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

CENSO ESCOLAR - EDUCACENSO A IMPORTÂNCIA DE ATUALIZAR OS DADOS NO CENSO ESCOLAR

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

A INFORMÁTICA E O ENSINO DA MATEMÁTICA

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

EDUCAÇÃO E PROGRESSO: A EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA NAS COMEMORAÇÕES DO SEU JUBILEU

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

EaD como estratégia de capacitação

UMA PROPOSTA INOVADORA PARA ENSINAR EMPREENDEDORISMO AOS JOVENS

2. METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO NA PASTORAL DO MENOR E DO ADOLESCENTE

Orientações para informação das turmas do Programa Mais Educação/Ensino Médio Inovador

Novas Tecnologias no Ensino de Física: discutindo o processo de elaboração de um blog para divulgação científica

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Projeto recuperação paralela Escola Otávio

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Guia de Estudos Metodologias Jovem de Futuro

OBSERVATÓRIO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Palavras-chave: Gestão da Informação. Gestão do conhecimento. OGI. Google alertas. Biblioteconomia.

OS SABERES PROFISSIONAIS PARA O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA

A INFLUÊNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE ENSINO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

INVESTIGANDO O ENSINO MÉDIO E REFLETINDO SOBRE A INCLUSÃO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA PÚBLICA: AÇÕES DO PROLICEN EM MATEMÁTICA

MANUAL DO ALUNO GRADUAÇÃO MODALIDADE SEMIPRESENCIAL

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

Proposta de Curso de Especialização em Gestão e Avaliação da Educação Profissional

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

CALENDÁRIO 2014 MATERIAIS COMPLEMENTARES DIA 1 DE AGOSTO DIA DO ESTUDANTE

MBA MARKETING DE SERVIÇOS. Turma 19. Curso em Ambiente Virtual

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

EXEMPLO DE PLANEJAMENTO PARA O PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE MONITORES DO PST

Módulo 1. Introdução. 1.1 O que é EAD?

COMO SE CONECTAR A REDE SOCIAL FACEBOOK? Passo-a-passo para criação de uma nova conta

TV EAD ESPM DESAFIOS DO MERCADO SOBRE A ESPM CURSOS SERVIÇO COMO FUNCIONA?

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

OFICINAS CORPORAIS, JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS - UMA INTERVENÇÃO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO

Formação: o Bacharel em Sistemas de Informações (SI); o MBA em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Orientações para Criar ou Alterar Projetos do Centro de Extensão da Universidade São Judas Tadeu

AVALIAÇÃO REALIZADA PELOS PARCEIROS INSTITUCIONAIS

Programa de Apoio Didático Graduação - Perguntas Frequentes

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Comissão Própria de Avaliação - CPA

INSTITUIÇÕES E FUNDAÇÕES

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO ENSINO DE FÍSICA E A INCLUSÃO NO ENSINO DE FÍSICA

A PROPOSTA DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA DOS PCN E SUA TRANSPOSIÇÃO ENTRE OS PROFESSORES DE INGLÊS DE ARAPIRACA

MANUAL DO ALUNO PÓS-GRADUAÇÃO

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

Quando a finalidade do acesso está relacionado à escola, a atividade de pesquisa se torna a mais frequente em todos os públicos.

UM ROTEIRO PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADES EM UM PROJETO DE INCLUSÃO DIGITAL

FACULDADE ASTORGA FAAST REGULAMENTO ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PROJETO CURSO ALUNO INTEGRADO / 2013

ANÁLISE DOS TEXTOS PRODUZIDOS POR UMA TURMA DO 3ºANO DO ENSINO MÉDIO À LUZ DOS CRITÉRIOS DO ENEM

A IMPORTANCIA DOS RECURSOS DIDÁTICOS NA AULA DE GEOGRAFIA

Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Comunicação Social Rádio e TV, Bacharelado

DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO SISTEMA INTEGRADO DE FORMAÇÃO DA MAGISTRATURA DO TRABALHO - SIFMT

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR DE NOVOS CONHECIMENTOS 1

UMA ANÁLISE DA REDE SOCIAL EDUCACIONAL SCHOOLING COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Grupo Projeção. Portal Acadêmico. - Ambiente do Aluno -

Um produto para jogar um conteúdo matemático e estudar um jogo social

ESCOLA ESTADUAL MARECHAL RONDON OFFICES NAS NUVENS

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

ROTEIRO PARA TREINAMENTO DO SAGRES DIÁRIO Guia do Docente

Transcrição:

ISSN: 1981-3031 A SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA E AS MÍDIAS: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO. RESUMO Anatália Madalena Ferreira Simões 1 Esse artigo é fruto da pesquisa feita para o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Estadual de Alagoas no ano de 2010, e aborda sobre a utilização das mídias no ensino de língua inglesa em duas escolas de ensino básico da rede pública municipal. O objetivo foi investigar se as mídias são utilizadas nas aulas de língua inglesa e em que medida se dá essa aplicabilidade. Sua metodologia traz um estudo sobre uma visão geral sobre mídia e sua utilização em salas de aulas. Em seguida, uma pesquisa etnográfica onde o público alvo foram sessenta e seis alunos do 9º ano e três professores de Língua Inglesa dessas mesmas séries. Com base nos questionários aplicados, pôde-se traçar um perfil dos colaboradores e das escolas pesquisadas quanto uso das mídias no espaço educativo. Assim, percebeu-se que as mídias são pouco utilizadas e que professores ainda conhecem pouco de como fazer uso delas, mesmo existindo políticas de estruturação das escolas promovidas pelo poder público, para viabilizar a utilização desses recursos. Outro fato é que as formações de professores estão chegando recentemente nas escolas e ainda falta criatividade e motivação por parte de alguns profissionais envolvidos no processo. Na conclusão são sugeridas algumas ações que proporcionam atividades em sala de aula de língua inglesa com a utilização de mídias. Palavras chave: Mídias Pesquisa Ensino de Língua Estrangeira 1- AS MÍDIAS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA. 1.1-Mídias: considerações conceituais A busca por novos meios atrativos nas salas de aula traz, para escolas e professores, o desafio de conhecer o que há de novo neste século no que diz respeito aos suportes físicos utilizados como recursos didáticos. O processo de ensino aprendizagem que é desenvolvido através da exploração da imagem, do som e do movimento, proporcionando comunicação entre professores e alunos perto ou em extremos pontos do globo, utiliza as chamadas mídias 2. Nesse contexto, podemos considerar por mídia tudo aquilo que conduz interação, podendo ser de origem impressa, digital e eletrônica, entre outras. Para exemplificar esse entendimento, SILVA afirma que: São mídias, o rádio, o jornal, a TV, a revista, o computador, o satélite, o panfleto, o cartaz, a fotografia, o cinema, a faixa o banner, enfim, todo e qualquer meio por meio do qual sejam possíveis à emissão e recepção de mensagens. Ou seja, entende-se por mídia, ou mídias, os vários veículos que possibilitam a informação e a comunicação. (SILVA, 2007) As mídias tornam-se cada vez mais evidentes em todos os segmentos sociais. Na educação, não é diferente. É possível perceber a presença das tecnologias quer seja com alunos, professores ou servidores da instituição. 1 Graduada em Letras com habilitação em Língua Inglesa e sua literatura pela Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL. E-mail: anatalia_1405@hotmail.com 2 Palavra de origem latina, que significa meio, (grifo nosso).

2 1.2- O professor frente a um novo paradigma O professor, nos dias atuais, está de frente com uma nova opção para tornar mais dinâmica e atrativa suas aulas, trata-se do uso das mídias. Ele necessita compreender que pode romper barreiras mesmo dentro da sala de aula, conduzindo seu aluno ao acesso de informações disponíveis no mundo todo. Dessa forma, atende a uma nova perspectiva de explorar o conhecimento, sem correr o risco de se tornarem [...] info-excluídos o que, consequentemente, fortalece a divisão entre as classes sociais e as relações de poder que se firmam entre opressores e oprimidos, dominadores e dominados (MOTA, 2004 p. 125, apud OLIVEIRA, 2007 p. 13). Para o autor: O professor deve interagir com os alunos, saber utilizar as TIC e delas tirar vantagens, principalmente para assegurar a seus alunos o conhecimento que os levará a serem, cidadãos com competências e habilidades para participarem dos processos da sociedade digital. (OLIVEIRA, Ibidem p.16) Assim, os profissionais precisam ser capacitados para atuar de forma que atenda aos anseios da sociedade da informação. Não basta apenas conhecer e saber utilizar as mídias. É preciso passar por formação para entender a importância das delas nas salas de aulas e poder identificar que recurso utilizar para um determinado conteúdo de acordo com a realidade dos alunos. De acordo com VALENTE(1999, p.11) [...] os docentes devem ser formados adequadamente para poder desenvolver e avaliar os resultados desses projetos. Convém lembrar que a utilização das mídias não depende somente do interesse do professor, mas, os recursos também precisam estar disponíveis na escola. 2- A UTILIZAÇÃO DAS MÍDIAS NA SALA DE AULA DE INGLÊS: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO. Essa pesquisa foi realizada em duas escolas da rede municipal de ensino na cidade de União dos Palmares-Al, no ano de 2010. Com o auxílio de questionários a fim de pesquisar se acontece e como acontece, a utilização das mídias nas aulas de inglês. O intuito era de pesquisar escolas das redes municipais e estaduais, porém, com a catástrofe ocorrida no mês de Junho do corrente ano, sendo a cidade de União dos Palmares uma das mais atingidas, as escolas da rede estadual foram ocupadas pelas pessoas que perderam suas moradias. A amostra foi de três professores de língua inglesa nas turmas de 6 ao 9º ano e sessenta e seis alunos distribuídos em três salas de 9º ano no turno vespertino. Contou-se também com o auxílio das diretoras das escolas. No que se refere às informações do questionário perfil das escolas pesquisadas, reitero ainda que os questionários perfis trazem apenas uma amostragem do estudo proposto. Por motivos de discrição, não identificaremos os professores pesquisados. Denominamos as escolas de A e B, os professores de PA (professor da escola A) e PB (professor da escola B), e os estudantes de EA (estudante da escola A) e EB (estudante da escola). 2.1- Caracterização das escolas estudadas O corpo docente das escolas pesquisadas foi de grande importância para a realização da pesquisa. Em nenhum momento negou-se ou colocou qualquer dificuldade para coleta de

3 dados. Diretores, coordenadores e professores acolheram, acompanharam e colocaram-se à disposição para os trabalhos propostos, de acordo com as orientações da pesquisadora. Escola A A referida escola está situada no centro da cidade e presta serviços à comunidade a quarenta e quatro anos. Tem um total de vinte e oito professores, sendo vinte e três concursados e cinco prestadores de serviço. Um quantitativo de alunos de aproximadamente quinhentos e cinquenta. Fazem parte de sua estrutura física: sete salas de aulas, um laboratório de informática com dez computadores, uma biblioteca, uma sala multifuncional. A direção é composta por um diretor geral e duas diretoras adjuntas, a coordenação pedagógica é constituída de três coordenadores. Quando questionado acerca do uso do laboratório de informática e as mídias existentes na escola, foi respondido que são utilizadas parcialmente. Escola B A referida escola está situada num bairro periférico da cidade e presta serviços à comunidade a doze nos. Tem um total de 48 professores, sendo vinte e nove concursados e 19 prestadores de serviços. Um quantitativo de alunos de hum mil e cem alunos. Faze parte de sua estrutura física: quinze salas de aulas, um laboratório de informática com dez computadores, uma biblioteca, uma sala multifuncional. A direção é composta por um diretor geral e três diretores adjuntos, a coordenação pedagógica é constituída de cinco coordenadores. Quando questionado acerca do uso do laboratório de informática e as mídias existentes na escola, foi respondido que desde uma redução no quadro de servidores contratados no ano anterior na rede municipal, o laboratório de informática ficou sem o técnico responsável e só é utilizado por professores no curso do e-proinfo, as demais mídias tais como, televisão, aparelho de DVD, aparelho de áudio, entre outras são utilizadas normalmente. 2.2- Perfil dos professores questionados Os professores que colaboraram com a pesquisa têm sua formação acadêmica em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) e Faculdade de Belo Jardim (FABEJA). Quando questionados sobre algum curso de pós-graduação eles afirmam que não participaram de nenhum curso. O vínculo com a instituição é de 66,7% efetivos e 33,3% contratual, lecionam entre o 6 e 9 ano, sendo que 66,7% têm uma carga horária de 40h semanais e 33,3% de 20h semanais. Os 66,7% que tem 40h semanais informaram que no período noturno lecionam na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sobre cursos de atualização ou aperfeiçoamento voltados a língua inglesa, apenas 33,3% dos questionados responderam que participaram de algum, os 66,7% restantes não participaram nenhuma vez de algum desses cursos. Foi investigado também sobre as práticas quando os professores eram acadêmicos. Pode-se perceber que 66,7% não possuem trabalhos científicos apresentados ou publicados, somente 33,3% dos professores tem trabalhos publicados na categoria de comunicação oral, esse mesmo percentual corresponde ao número de profissionais que se envolveram em alguma atividade de pesquisa ou extensão na academia. Quando perguntado sobre os conhecimentos a questões relativas ao uso de mídias na educação, destacam-se as seguintes respostas: Conhecimento apenas elementar e sim, da importância de se ter nas escolas como forma de aprimorar as aulas tornando-as mais

4 dinâmicas, diversificadas (no entanto na instituição que ensino o uso de mídias vai demorar um pouco). Como podemos observar as mídias na sala de aula ainda é uma realidade distante de ser alcançada, salvo o uso de músicas e vídeos. Perguntou-se também se a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) proporcionou algum curso do e-proinfo ou outros na área de mídias para os professores e os professores que têm vínculo efetivo com a instituição afirmaram que sim, trata-se do curso oferecido no portal e-proinfo em convênio com a SEMED, que começou há pouco tempo e os professores só conhecem o elementar. Algumas observações podem ser feitas sobre essa questão. Uma delas é o fato da instituição já ter uma preocupação em qualificar seus professores, em especial, com o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), já que todas as escolas da rede municipal comportam um laboratório de informática. Outra é o curso ser oferecido apenas para professores efetivos, visto que, mesmo tratando de professores contratados e sem permanência na escola, eles também estão à frente na sala de aula e precisam inovar suas práticas pedagógicas também. Levantou-se também, algumas questões sobre a prática pedagógica e o uso de mídias em sala de aula. Quanto à utilização do laboratório de informática para dar aulas, 100% dos professores responderam que não tem esse hábito. Mesmo considerando que o curso de capacitação para professores ainda esteja em andamento, os mesmos podem começar a levar essas práticas para o cotidiano, visto que as tecnologias já estão inseridas nos diversos setores, inclusive na educação. Com base nessas informações, diz MARTINEZ [...] as novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC) vêm adquirindo um papel relevante e, em muitos casos, principal. Ao mesmo tempo, vêm surgindo necessidades no setor educativo que antes não existiam, e que agora se somam à grande massa de assuntos que exigem atenção [...] (2005 p. 95) Dessa forma, o professor pode renovar suas ações em sala e envolver os alunos em atividades que possam quebrar suas rotinas. Quando perguntado se os professores usavam músicas ou vídeos em suas aulas, 100% responderam que sim, um fator que chama a atenção, pois essa prática costuma a ser utilizada ao longo de muitos anos, possibilita à aula ser mais dinâmica e ainda é bem aceita por partes dos alunos. 2.3- Análise dos questionários dos alunos Por considerar esse tópico de grande valia para pesquisa, estão dispostos alguns gráficos que ilustram melhor a tabulação dos dados colhidos dos questionários respondidos pelos alunos. Esses resultados servirão para traçar um perfil do público encontrado nas escolas da rede municipal de ensino.

5 O gráfico 1 permite observar que dos alunos questionados 84,8% responderam que sabem manusear o computador, enquanto 15,2% responderam que não sabem. Isso demonstra que mesmo se tratando de alunos de escola pública a maioria sabe usar o computador e que se as aulas forem no laboratório de informática eles não terão dificuldade de conhecer o manuseio da máquina. Lembrando que os 15,2% de alunos que não sabem manusear o computador poderão formar duplas com os que já têm essa habilidade. Ao analisar os resultados do gráfico 2, percebemos que a maioria correspondente a um total de 62,1% dos alunos questionados, afirmou que usam o computador na Lan House. Em oposição, apenas um total de 1,5% usam na escola. Uma das causas dessa situação acontecer tem relação com os laboratórios de informática das escolas que funcionam parcialmente ou apenas para os professores fazem suas atividades, como já fora exposto anteriormente. Outro fato importante a ser considerado no que tange ao acesso em Lan House é que sabemos que alguns casos criminalidade que envolve crianças e adolescente, tal como, abuso de crianças e adolescentes, partem muitas vezes da internet por indivíduos mal intencionados, afetando crianças e adolescentes vulneráveis a essa prática. É importante destacar que se a escola disponibiliza seus computadores para os alunos eles provavelmente poderão diminuir a frequência de idas às Lan Houses.

6 Observando o gráfico 3, podemos perceber que a grande maioria, somando um total de 87,9% dos alunos questionados, sabe navegar na internet. Isso nos mostra que, mesmo não tendo computadores em casa, os alunos conhecem esse mecanismo de interação e seus principais serviços. Ainda sobre a utilização desses serviços unidos à prática construtivista. Para SOUZA: A utilização destes ambientes baseados na internet para fins educacionais é limitada apenas pela criatividade, e as possibilidades são diversas. Cabe ao planejador educacional combinar a filosofia construtivista com as tecnologias para gerarem ambientes de aprendizagem significativa [...]. (2004, p. 131) Ao se analisar o gráfico 4, pode-se perceber que 30,4% dos alunos ainda não utilizam um dos serviços citados no comentário anterior, o e-mail, esse que é uma recurso de comunicação muito importante nos dias atuais. Em segundo lugar com 24,2%, aparecem os alunos que acessam diariamente seus e-mails. Sobre a importância de utilizar o e-mail nas atividades pedagógicas afirma SOUZA [...]Ao permitir a comunicação de grupos de alunos, o e-mail torna-se um componente básico de qualquer projecto colaborativo via Internet, onde estes grupos intercambiam informações regularmente para compartilhar tarefas, informações e actividades. [...] (2005,p. 131)

7 O gráfico 5 trata do conhecimento dos alunos sobre blog, que é uma página que permite colocar notícias pessoais ou de âmbito geral a partir da visão de quem atualiza. É também conhecido como diário virtual. Esse recurso não exige que o proprietário tenha um grande conhecimento técnico em informática, por isso é bem popularizado. Provavelmente, esse deve ser um dos motivos dos índices obtidos nesse questionamento. No gráfico 7 foi obtido os resultados sobre as aulas no laboratório de informática. Neste caso, 100% dos alunos responderam que não nunca assistiram aulas de inglês no laboratório de informática. Esse resultado relaciona-se com o questionamento levantado com os professores, onde todos responderam que não utilizavam o local citado para prática pedagógica e provavelmente seus alunos responderiam essa questão com a alternativa não. Quando o assunto é o gosto por aulas com música e vídeos internacionais, percebemos que há um interrese maior por parte dos pesquisados, como se apurou nos resultados do gráfico 10. Cerca de 90,9% responderam sim e apenas uma minoria de 9,1% responderam

8 não. Esses momentos de aulas com atrativos diferenciados são muito importante para que a aula não se torne monótona para os alunos, reconhecendo sempre o esforço de cada um para melhor desempenho na atividade proposta. Enfocando a dedicação do professor em planejar suas aulas de maneira atraente para o ensino de língua inglesa. Esse gráfico também representa a aceitabilidade dos alunos em práticas inovadoras que utilizem as mídias. A partir das observações e dados apurados, buscou-se traçar o perfil dos alunos para elaboração de sugestões de atividades que viabilizem a utilização das mídias nas aulas de Língua Inglesa. 3- PARA [NÃO] CONCLUIR 3.1-Sugestões que viabilizam o uso de mídias nas aulas de língua inglesa [...] as pessoas podem ser modificadas pelos objetos que a cercam. [...] (LEFFA, 2003 p. 176) Fundamentados na apuração dos questionários perfis, propomos algumas medidas que viabilizam o ensino de Língua Inglesa envolvendo as mídias e promovendo melhor interação. Interação que para LEFFA [...] é sempre um processo que envolve dois ou mais elementos, sejam eles partículas, corpos ou pessoas. [...] A interação, na sua essência, parte, portanto, da idéia de contato, podendo ser definida como um contato que produz mudança em cada um dos participantes. [...] (Ibidem, p. 173) Uma das propostas são atividades com oficinas em sala de aula. Neste caso cada turma fica com uma atividade diferente. Como, por exemplo, pode-se citar a elaboração de um jornalzinho em Língua Inglesa, pois ele possui em sua estrutura vários gêneros textuais podendo, cada equipe, ficar encarregada de produzir uma determinada parte do jornal. Outra sugestão é aproveitar os pontos turísticos da cidade e elaborar um folheto em inglês. As informações referentes a igrejas, bares, restaurantes, serras, museus, casas de artesanato, etc. poderiam ser catalogadas em português com uma versão em inglês. A criação de um blog é outra forma de se explorar o potencial em língua inglesa dos alunos e tornar a discussão menos tediosa para os alunos. O blog é uma ferramenta que por si só já oferece o contato com a língua inglesa durante o processo de construção. Sendo assim, os alunos irão ter contato com a língua inglesa mesmo nas horas de lazer. Informações sobre a história da escola, Grêmio Estudantil, corpo decente, enquetes, votação, etc. poderiam estar presentes no blog em língua portuguesa e em paralelo uma versão em inglês. Lembrando que as informações devem ser coletadas pelos alunos. Ainda utilizando a internet, o professor pode usar do período de fim de ano para propor a brincadeira do anjo. Para isso todos os alunos devem ter e-mails. Para começar as atividades o professor precisará fazer o sorteio com o nome de todos os alunos, após criar um e-mail coletivo. Esse e-mail servirá para que eles enviem mensagens uns aos outros. Cada anjo terá que enviar mensagens via e-mail para o seu protegido, essas mensagens devem estar em inglês. Convém lembrar que é necessário discutir o uso da internet, sobretudo a colocação de informações pessoais e comunicação oral. Compete ressaltar que a execução dessas atividades só será possível se o laboratório de informática estiver disponível para utilização.

9 Conforme foi detectado durante a pesquisa, a maioria dos alunos gosta quando os professores usam músicas ou vídeos nas aulas, portanto, agora é a vez dos alunos produzirem uma paródia em inglês a partir das músicas de cantores internacionais. Como nos dias atuais a televisão está presente em grande parte das residências, uma boa alternativa é pedir aos alunos que num espaço de tempo determinado pelo professor, relacionem as expressões em língua inglesa que aparecem na TV durante novelas, jornais, programas humorísticos, entre outros. Reiteramos que aqui estão dispostas algumas sugestões de práticas que envolvam as mídias. 3.2- Considerações Finais Ao final deste trabalho ficou evidente que a realidade do ensino de língua inglesa nas escolas que serviram de base para esse estudo de caso não é diferente da realidade de tantas outras pelo Brasil afora. As várias leituras em torno do referencial bibliográfico levantado nos permitiu perceber que os desafios são os mesmo quando não maiores. Contudo, isso não foi, nem deveria ser, motivo de desestímulo. Ao contrário depois de se fazer um trabalho como este aumenta a responsabilidade para com o ensino. Apesar de inúmeras dificuldades detectadas, as mídias podem ser utilizadas na sala de aula. Essa é uma caminhada lenta, mas que já mostra os primeiros passos percorridos com a formação para professores. Para os alunos as mídias não é algo novo, porém pode se tornar novidade, se agregada às práticas docentes servindo de incentivo e atrativo. O que se espera é que a realidade seja transformada, que haja um engajamento por parte não só do professor como dos alunos, da gestão, enfim de todos que fazem a comunidade acadêmica. Não se pode, da mesma maneira que estar à margem da era digital, continuar reproduzindo o discurso que a culpa é só do pode público instituído, pois, em muitos casos a escola dispõe do aparato técnico que fica ocioso pela má formação ou mesmo negligência dos docentes, discentes ou direção. Enfim, tem que haver uma mudança de atitude, uma outra perspectiva de trabalho e isso passa, inevitavelmente, pela qualificação, pela melhoria da infraestrutura, pela valorização salarial dos docentes, pelo estímulo, através de novas metodologias, aos alunos, mas também pela vontade, pelo querer das partes envolvidas. Em suma não basta ter, há que se quere fazer. 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LEFFA, Vilson J. Interação Simulada: Um estudo da transposição da sala de aula para o ambiente virtual, In: LEFFA, Vilson J. (org.). A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT, 2003 MARTINEZ, Jorge H. Gutiérrez. Novas tecnologias e o desafio da educação, In: TEDESCO, Juan Carlos (Org.). Educação e Novas Tecnologias: Esperanças Ou Incertezas (Tradução de Cláudia Bereiner, Silvania Cobucci Leite): UNESCO 2004. OLIVEIRA, Aristóteles da Silva. Perspectivas para Formação de Professores na Sociedade da Informação, In: MERCADO, Luís Paulo Leopoldo (Org.). Percursos na Formação de

10 Professores com Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação. Maceió: Edufal, 2007. SILVA, Marilda Finotti. O uso do laboratório de informática para uma nova educação. 2007. Disponível em: <http://www.slideshare.net/cefaprotga/midias-na-educao>. Acessado em 15 de agosto de 2010, às 11:37 SOUZA, Renato Rocha. Uma proposta Construtivista para a Utilização de Tecnologias na Educação, In: SILVA, Anabela Vidigal da; SILVA, Ricardo Vidigal da (Orgs.). Educação, Aprendizagem e Tecnologias- Um Paradigma para Professores do Século XXI. Lisboa: EDIÇÕES SÍLABO, 2005 VALENTE, José Armando. Informática na educação: a prática e a formação do professor. In: Anais do IX ENDIPE (Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino), Águas de Lindóia, 1999