TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1378, DE14 JANEIRO DE 2011, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE



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Transcrição:

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1378, DE14 JANEIRO DE 2011, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

II Vida Económica entrevista em exclusivo Andrew Greenway, responsável pelo programa de Cloud Computing na Accenture Cloud Computing nivela grandes e pequenas empresas O Cloud Comptuing promete alterar as regras do jogo. E não só das próprias Tecnologias da Informação como das várias indústrias. O impacto dos serviços em nuvem, dizem os especialistas, em breve vai passar das TI para o próprio negócio, elevando a capacidade de lançar novas investidas em novos mercados, criar novos fluxos de receitas de forma rápida e, sobretudo, mais barata. Para a Accenture, é simples: o Cloud Computing atravessa todas as tecnologias, funções e indústrias e ajuda a reduzir os custos de infra-estrutura e aplicações, utilizando soluções que proporcionam elevados níveis de flexibilidade operacional, contratual e financeira. Andrew Greenway, responsável pelo programa de Cloud Computing na Accenture, em entrevista à Vida Económica, admite que daqui a dois anos já nem sequer falaremos de Cloud Computing simplesmente estará embrenhado em tudo o que fazemos., EM LONDRES Vida Económica Como pode um mercado como o português, baseado em PME, beneficiar com o Cloud Computing? Adrew Green Creio que o Cloud Computing vai ser um excelente nivelador entre as grandes e as pequenas empresas. Porque olhando para os produtos e serviços que têm vindo a ser disponibilizados ao mercado nos últimos dois anos, podemos facilmente ver que são muito bons. Do lado do SaaS [Software as a Service], têm aparecido excelentes funcionalidades que podem ser adquiridas consoante as necessidades. Ou seja, se uma empresa só tiver três vendedores pode apenas comprar três licenças, tendo acesso às mesmas funcionalidades que uma grande empresa. Pela primeira vez, esta é uma grande oportunidade para as PME terem acesso a boas tecnologias para suportarem o seu negócio. VE Mas o que mais cativa a indústria? O facto de poder haver uma maior flexibilização dos custos? AG Se estiverem a olhar para uma oportunidade de correr o software numa infra-estrutura de baixo custo esta é uma excelente altura. É claro que o Cloud Computing levanta algumas questões no que diz respeito a aspectos legais e de regulação. E por isso, dependendo da aplicação e do tipo de dados que estamos a falar, torna-se necessário escolher o correcto fornecedor. Um das coisas que nós, enquanto indústria, não estivemos muito bem foi em explicar correctamente estes aspectos. VE Qual é a visão da Accenture relativamente ao Cloud Computing? AG Acreditamos que o Cloud Computing veio alterar as regras de jogo para a indústria. Actualmente, as pessoas pensam em como fazer o que fazem mas mais barato. O que é normal que assim seja, acho que é a primeira fase. Mas agora começamos a ver que as pessoas admitem que determinada tecnologia, ligada a outras tecnologias, como mobilidade, cyber segurança, data analitics, vai abrir novos processos de negócio que podem ser resolvidos através da tecnologia, o que no passado não acontecia. Delineámos 18 pontos que preconizam o impacto que o Cloud Computing vai ter nos mais diversos sectores. capacidade de financiamento de alguém e que vão passar a ser oferecidos como um serviço, através de Cloud Computing, alimentado por uma série de informações, análise e dados. Esse serviço será prestado por terceiros aos quais os bancos irão recorrer ao invés de cada um ter a sua função de análise de risco. E assim, admitimos que muitos destes processos críticos ao negócio serão gerados por especialistas. VE Que transformação ocorreu na indústria para tornar o Cloud Computing possível? Já vimos abordagens semelhantes no passado AG Creio que o primeiro factor terá sido a entrada em jogo de novos players que fizeram grandes investimentos. Estamos a falar de uma amzon.com, Google, Microsoft Players que vieram do mundo do consumo, com tecnologias de consumo, e que investiram muito dinheiro em Cloud Computing. E, agora, dizem que podem rentabilizar esse investimento no mundo empresarial. E isso vem claramente alterar as regras do jogo. Depois, acredito que estão a chegar ao mercado produtos muito bons. Que, finalmente, começam a entregar o que prometiam. Neste momento, realmente paga-se o que se consome, a segurança está garantida, a capacidade de fazer executar algo rapidamente é muito atractiva. Penso que tudo isso são elementos-chave para que o Cloud Computing vingue. O terceiro factor é a nova geração que começa a sair das universidades e que cresceu com a Internet, cresceu no mundo do Facebook. Estão habituados a ter a informação que querem, onde querem, quando querem. E estão habituados a partilhar essa informação. Vão ser os grandes impulsionadores do Cloud Computing. Andrew Greenway, responsável pelo programa de Cloud Computing na Accenture, garante que o Cloud Computing atravessa todas as tecnologias, funções e indústrias e ajuda a reduzir os custos de infra-estrutura e aplicações. VE E hoje quais são os principais medos quando falamos em Cloud Computing? Continua a ser a segurança? AG Depende um pouco de quem seja o nosso interlocutor. Se estivermos a falar com o departamento de TI, estão preocupados com a perda de controlo, já que tra- VE Como se pretendem distinguir da concorrência? AG Sobretudo através do nosso conhecimento da indústria. Muitos dos nossos concorrentes vêm do sector tecnológico. Nós vimos do negócio. Estamos especializados por indústrias e já delineamos 18 pontos que preconizam o impacto que o Cloud Computing vai ter nesses sectores. O impacto será diferente em cada um deles. VE Por exemplo na banca, que impacto terá o Cloud Computing? AG Na banca acreditamos haver uma série de processos comuns que no passado não foram propriamente realizados da melhor forma, por exemplo aceder à A eterna fase de evangelização Quanto questionado sobre se a indústria ainda estava na fase de explicar às empresas o que é o Cloud Computing, Andrew Greenway prontamente responde: Acho que ainda estamos é a confundir as pessoas! Para mim, Cloud Computing não é mais do que a extensão natural do que temos vindo a fazer nos últimos 10 anos. É baseado na Internet, que já está mais do que madura; em virtualização, algo no qual as empresas têm vindo a apostar há cinco ou mais anos Logo, tudo isto é uma extensão natural. Para este responsável, o desafio é saber qual o correcto serviço para determinada aplicação. Por exemplo, se estivermos a falar de um departamento do Estado português, provavelmente vamos querer algo que esteja localizado dentro do território nacional. Vamos querer que os backups estejam assegurados, que haja plano de disaster recovery, alta segurança Por isso, defende que, provavelmente, escolher um fornecedor local de cloud seria mais indicado do que escolher, por exemplo, uma amazon. com onde os dados podem estar alojados em qualquer lado. Mas, por outro lado, se o preço é realmente um dos factores mais importantes e os dados não são tão sensíveis e não envolve questões legais ou regulatórias, talvez a amazon.com seja a melhor abordagem.

III dicionalmente geriam o seu próprio datacenter, empregavam pessoas De repente, ao isso ser feito por outros, não é confortável. Há aqui alguma resistência, o que é admissível. As questões que envolvem a segurança dos dados são chave. E penso que isso será resolvido pelos diferentes tipos de Cloud que entretanto vão surgir no mercado. VE Já há algum tempo que se fala em alinhar as estratégias de TI com o negócio. Também é verdade que muitas vezes este objectivo saiu gorado. Não deveria estar o tal director de TI sentado no conselho de administração? Já está a acontecer? AG Claro que deveria ser assim. Agora, se já está a acontecer? Depende. Há quem já tenha essa visão e esteja a fazê-lo mas na realidade ainda são poucas as empresas. É uma minoria. Mas vão mesmo ter de o fazer porque, de outra forma, os departamentos de TI vão começar a perder peso dentro das organizações à medida que os departamentos vão conseguindo contratar serviços directamente de terceiras A trajectória insustentável na despesa pública é a raíz do problema da trajectória insustentável do endividamento público partes. O departamento de TI tem de estar habilitado a aconselhar e resolver os seus problemas. VE Uma empresa tem de investir muito para entrar no Cloud? AG Acho que uma das grandes vantagens do Cloud Computing é que as empresas podem experimentar coisas sem ter de pagar muito por isso. Podemos arriscar comprar três licenças, digamos na salesforce.com, experimentar por três meses e se não funcionar não perdemos nada. E isso vem revolucionar a forma como se pensa as TI. Ou seja, vai requerer muito menos capital porque o capital já foi investido por terceiros. E isso é um enorme benefício. E sobretudo vai ser acessível experimentar coisas e ver se funcionam. VE As TI ainda são vistas como um custo? AG Varia de indústria para indústria. Mas a verdade é que as TI são absolutamente fundamentais para algumas indústrias. É um exemplo trivial, mas veja a forma como hoje a música é vendida, vende-se por internet. A tecnologia é o próprio negócio. VE No final, o que beneficiará o negócio do cliente com o Cloud Computing? AG Penso que basicamente os ajudará a melhorar o negócio. E isso virá de várias vertentes. Primeiro, através de uma redução de custos. Segundo, dotando o negócio de uma maior agilidade e habilidade em fazer as coisas mais rapidamente. Terceiro, haverá novos processos de negócio que vão ser automatizados e que não o eram no passado. E isso permitirá que se trabalhe mais perto e de forma mais colaborativa com os accionistas ou com os consumidores finais. VE Há algum país na Europa que esteja mais adiantado na adopção do Cloud Computing? AG Penso que a Europa está mais ou menos nivelada, mas toda atrasada quando comparada com os Estados Unidos, que estão à frente 18/20 meses dos europeus. VE De que forma se está a estruturar a Accenture no que diz respeito ao Cloud Compuntig? AG Basicamente estamo-nos a focar em sete aspectos que pensamos irem ser os mais interessantes para os clientes. A primeira é a estratégia em Cloud. Ou seja, ajudar os clientes a delinearem um plano de prioridades. Depois, temos o desenvolvimento de aplicações Cloud. Em terceiro lugar temos implementações SaaS, como salesfornece.com, Microsoft BPOS ou Netsuite. Excelentes produtos que estão no mercado, com especial enfoco no salesfornece.com. O quarto ponto será ajudar o cliente a transformar a sua antiga plataforma para cloud, garantindo que as suas aplicações não são descontinuadas. Depois, temos IaaS, onde iremos ajudar os clientes a estender a sua infra-estrutura legacy, virtualizando, criando cloud privada interna Depois temos ainda o desenvolvimento de aplicações próprias que vamos comercializar em SaaS. Algumas dessas aplicações já existem da forma tradicional e vão agora ser disponibilizadas no modelo de SaaS. Por últimos, temos Business Process Utility. Ou seja, não é apenas vender software mas vender processos de negócio. VE Quanto tempo para o Cloud estar no quotidiano das empresas? AG Daqui a dois anos já não falaremos de Cloud Computing. Será a forma como fazemos tudo. Perdidos na cloud Faltava uma semana para o Natal. A entrevista a Andrew Greenway, agendada para uma sexta-feira, em Londres, até parecia uma excelente ideia. Primeiro, porque estávamos a falar de um trabalho em exclusivo com o responsável pelo desenvolvimento do conceito de Cloud Computing na Accenture. Depois, porque Londres estava com neve e preparada para receber o Natal. Ou seja, juntar o útil ao agradável. Uma excelente ideia, portanto. Ou não e isto porque a hora do regresso acabou por se tornar numa infernal espera de cinco dias até pisar solo português. Em Gatwick, começaram a rolar notícias de que os voos estavam, digamos, substancialmente atrasados. A partida para o Porto, agendada para as 19 horas de sábado, estava a ser permanentemente adiada até que, à uma da manhã já de domingo, a palavra cancelado figurava no ecrã das informações. O cenário era Dantesco, com pessoas a dormirem por todo o lado no aeroporto agarradas aos seus pertences. Da TAP, nem uma palavra. Nem uma explicação. E, mais do que tudo, nem uma perspectiva de regresso. O domingo foi basicamente passado na fila do balcão da Swissport de Gatwick já que a transportadora nacional não tem representação directa naquele aeroporto. De Portugal, as informações eram que a TAP ia enviar um avião. Mas a verdade é que, no terreno, as simpáticas britânicas diziam-nos que o regresso estava garantido para dia 27. Dois dias após o Natal. Era altura de sair de Gatwick e tentar outro voo, agora para Lisboa, desde Heatrow. Mas o aeroporto de Heatrow estava ainda mais caótico do que o de Gatwick. E apesar de haver um balcão TAP o mesmo estava fechado. E nos breves instantes em que abria dez minutos contados pelo relógio os funcionários voltavam a apontar o tal dia 27 como regresso para os portugueses. Nova estratégia no panorama. Apanhar um comboio para Manchester bendito Charles Branson que tem em todos os comboios Virgin internet wireless gratuita, tentar fugir ao mau tempo e apanhar um avião, no dia seguinte, para Dublin, na Irlanda e daí para Lisboa. Mas a Irlanda ainda estava em pior estado do que Grã-Bretanha. E então... então, quando estávamos a fazer a abordagem ao aeroporto de Dublin... o aeroporto encerrou! E fomos parar a Cork, a 300 quilómetros de Dublin, onde a neve e o frio (-7º) continuavam a reinar. De Cork, arranjamos voo no dia seguinte para Málaga. Depois, carro alugado até Ayamonte. Táxi até Monte Gordo. Novamente carro alugado até Lisboa e comboio para o Porto. Cinco dias depois da data marcada, à uma da manhã, chegamos finalmente a casa. A tempo do Natal. Seria injusto não agradecer à Accenture, e pessoalmente ao director de marketing Rui Rodrigues, todo o apoio que nos deu nesta verdadeira aventura.

IV Segurança vai deixar de ser barreira à adopção de cloud computing Parece que é desta. Em 2011, as empresas vão dar-se conta das vantagens que o cloud computing promete. Pelo menos é o que advoga a CA nas suas previsões para o corrente ano. Mais. A empresa defende mesmo que a segurança actualmente ainda considerada uma barreira para a adopção deste conceito não só deixará de ser um entrave como se converterá num facilitador de cloud computing. Isto porque, diz a CA no seu relatório, apesar de as organizações não terem confiança suficiente para, elas próprias ou os seus fornecedores, assegurarem de forma adequada os seus dados e a utilização da nuvem, é provável que esta percepção mude em 2011, à medida que se implementem opções de segurança mais potentes e avançadas em formato de serviços cloud oferecidos por organizações especializadas em segurança. Aliás, Ajei Gopal, vice-presidente executivo do grupo de produtos e tecnologia da CA Technologies, diz que se 2010 constará como o ano em que se falou de cloud computing, 2011 será o ano em que se vai passar à acção. O cloud computing está a mudar a forma como funcionam os negócios e as TI. Já não é uma actividade de suporte na empresa, mas sim um importante facilitador de negócio que dá forma a cada um dos aspectos de funcionamento de uma organização. A CA defende que as principais tendências tecnológicas para 2011 Papel da tecnologia na empresa vai mudar à medida que o cloud computing se consolida vão combinar-se para criar uma nova era nas TI que apelidam de consumidorização das TI. A principal previsão é precisamente que o cloud computing irá reinar nos próximos 12 meses. Apesar de tudo, os especialistas dizem que não se trata propriamente de um novo avanço mas antes no facto de o cloud computing representar uma mudança de paradigma no sector das TI e na maneira como a tecnologia vai transformar os negócios. Ou seja, no relatório dizem mesmo que em 2010 se debateu muito o cloud computing, mas, em 2011, essas palavras vão tornar-se uma realidade, e o conceito transformar-se-á na forma predominante de operar das organizações seja através de clouds privadas, públicas ou híbridas. As organizações vão descobrir utilizações realistas e práticas que lhes oferecerão a flexibilidade e a velocidade para mais bem satisfazer as necessidades em rápida mudança do negócio. Por outro lado, os fornecedores de serviços serão um guia para as empresas, porque os profissionais de TI procurarão neles as lições aprendidas. Além disso, advogam que o papel que a tecnologia desempenha na empresa vai mudar à medida que o cloud computing se consolida. A CA explana que as TI vão converter-se num importante impulsionador de negócio, sendo vitais para o seu correcto funcionamento desde ao nível operacional e vendas ao reconhecimento da marca. O novo papel dos CIO será, portanto, o de gerir de forma estratégica uma supply chain de TI incorporando recursos de todo o tipo de acordo com as necessidades desde aplicações completas a volumes massivos de capacidade de processamento e armazenamento de dados baseados na nuvem. Por isso mesmo dizem que a função dos departamentos de TI será cada vez menos a gestão prática da tecnologia e mais o de conjugar o negócio e o governo das TI. Também se espera que um maior número de directores e executivos não-tecnológicos participem de forma mais activa na tecnologia. CONCEIÇÃO ZAGALO Directora de Marketing, Comunicações e Cidadania IBM Portugal Liderar fora da zona de conforto No mundo dos negócios muito se fala hoje de colaboração. Trate-se de colegas de trabalho, de governos, de parceiros de negócio ou de clientes, este é mesmo um factor crítico de sucesso na nova realidade do trabalho. Mas existe colaboração produtiva sem diversidade de pensamento? Na verdade, este é o espaço para os líderes promoverem um pensamento divergente e gerarem ideias diferentes nas suas equipas. O objectivo? Criar um diálogo dinâmico entre pessoas discordantes capazes de argumentarem e persuadirem. E este é seguramente o cenário para o líder que se preza de o ser agir enquanto mediador de decisões discrepantes entre os diversos membros da equipa, não raras vezes conducentes a verdadeiros conflitos. Esta é, não duvidemos, uma oportunidade para uma análise que, resultando do escrutínio das alegações e ideias, de contradições e inconsistências, pode conferir liderança sem igual, já que as fragilidades podem ser identificadas e eliminadas. É através desta tensão criativa onde argumentos, ideias e percepções são partilhadas que surgem as soluções mais dinâmicas, mais testadas e mais inteligentes. Inspirar este tipo de dinâmica significa que os líderes terão que ser mais ambiciosos na gestão da sua zona de conforto, bem como exercitar o incentivo a equipas capazes de novas ideias e novas visões. Como pode um líder promover este tipo de discussão saudável? Abraçando a diversidade das suas equipas que, numa realidade crescentemente global, será cada vez mais formado por pessoas de diferentes culturas, países ou fusos horários. Isto confere automaticamente a abrangência de visão tão necessária a uma colaboração robusta e permite, por seu turno, que as empresas tirem partido de conhecimento de outra forma inatingível. A saúde e a dinâmica de uma equipa, sabemo-lo, residem na coexistência de diferentes opiniões partilhadas de forma aberta e genuína. Desrespeitado este princípio, abre-se campo a discussões mais acesas tantas vezes resultantes em hostilidades. Ora bem, qual é aqui o papel do líder? Reunir equipas que possam colaborar produtivamente, e rodearem-se de pessoas com ideias diferentes de si próprio, criando uma massa crítica mais apurada. Dizem os entendidos que os líderes gostam de se fazer acompanhar precisamente dos que, por mais parecidos, os fazem sentir mais confortáveis. Mas a verdade é que a excessiva sintonia quebra a capacidade crítica e pode prejudicar a verdadeira inovação. Esta postura tende a uma visão insular num ambiente de pensadores onde todos raciocinam da mesma forma e onde raramente se desafiam. Cabe, pois, ao líder a responsabilidade de alimentar os resultados que de si são esperados com base nas suas próprias capacidades, mas também nas de colaboradores capazes de gerarem ideias inovadoras, criativas, desafiantes... consequentes. De resto, é aqui que pode residir o círculo virtuoso da colaboração. E como é que um líder pode promover colaboração que encoraje inovação? Ao abraçar a ideia de que é preciso começar por si próprio e que lhe cabe moldar normas comportamentais criando um estilo de equipa muito próprio. Ao saber filtrar e harmonizar, já que o velho sistema do dividir para reinar tem os dias contados num modelo de colaboração profícua. Ao saber converter discussões infindáveis em necessários consensos. Ao passar a mensagem à equipa de que a recompensa e a honestidade são um bom antídoto para passividades nefastas. Ao assegurar padrões rigorosos de excelência e estabelecer parâmetros ambiciosamente realistas para o sucesso. São estes alguns dos princípios preconizados na minha empresa. Na casa vem de longe uma cultura onde os líderes são incentivados a desenvolver debates saudáveis conducentes a verdadeira soluções. Aqui acreditamos que na economia global do século XXI é na colaboração frutífera que se promove criatividade e que essa é, definitivamente, a única maneira de se alcançar o sucesso... aquele que será tão mais conseguido quanto maior for a capacidade de liderar fora da zona de conforto.

V JOÃO LUÍS TRAÇA Sócio Responsável pelo Grupo de Prática de Tecnologias de Informação Miranda Correia Amendoeira & Associados Cloud vs. outsourcing Novos nomes para as mesmas soluções. Outsourcing com um novo embrulho. Estas são algumas das expressões utilizadas por aqueles que consideram que o cloud computing ( CC ) é apenas mais um forma de outsourcing. Sem prejuízo de outras considerações de ordem tecnológica ou organizacional sobre esta questão, do ponto de vista da negociação contratual existem várias diferenças entre o CC e o outsourcing. Estas diferenças vão marcar a forma como se negoceiam estes dois contratos de prestação de serviços. Embora o outsourcing e o CC sejam ambos serviços IT prestados de forma remota, as suas características exigem uma atitude diferente na negociação dos respectivos contratos. No outsourcing o prestador quase sempre tem um grupo dedicado de trabalhadores nas suas próprias instalações, e nas quais tem implementada uma infra-estrutura de hardware e software dedicada ao cliente. Na maioria destes casos o cliente controla, ou pelo menos conhece, as características dos serviços. O cliente consegue estar envolvido em todos os aspectos da prestação de serviços, desde a escolha do hardware e do software utilizados ao recrutamento dos trabalhadores do prestador ou à contratualização dos níveis de serviço (SLA), tendo em conta as necessidades do seu negócio. Escolhas estas que serão reflectidas no preço que o cliente paga. Ou seja, o outsourcing é uma A negociação de contratos em cloud computing pelo cliente corresponderá a uma ponderação dos riscos e à identificação dos elementos centrais do seu negócio e da regulamentação que lhe seja aplicável. forma de prestação de serviços que se aproxima mais do conceito de fato à medida, mesmo no preço. No CC o cenário muda. As infra-estruturas tecnológicas raramente são afectas em exclusivo a cada cliente. O cliente não escolhe o hardware em que os seus serviços vão funcionar, pois este é quase sempre o mesmo para todo o data center ou, caso não o seja, o cliente não consegue identificar em concreto qual o servidor que irá utilizar para o seu serviço. Acresce, ainda, que o nível do serviço (SLA) é comum a todo o data center, o qual foi instalado para servir vários clientes de diversas áreas de negócios e não um determinado cliente em concreto. Por este motivo, muitos dos serviços prestados em CC, como os de utilização de infra-estrutura (Iaas) ou de software (SaaS) são serviços estandardizados e padronizados. Obviamente que estamos perante um serviço mais próximo do prontoa-vestir. Todos sabemos que o pronto-avestir tem várias vantagens, como a rapidez com que se pode comprar e a redução do preço. Graças a esta redução dos preços, várias organizações de menor dimensão passam a poder beneficiar da prestação remota de serviços informáticos, enquanto o outsourcing estava orientado para organizações com determinada dimensão. Evidentemente que esta alteração de paradigma terá implicações no modo como se negoceiam contratos de prestação de serviços em CC por oposição aos contratos de outsourcing. Uma vez que os serviços em outsourcing são concebidos à medida, também os respectivos contratos o são. É normal a negociação de um contrato de outsourcing prolongar-se por vários meses. O processo negocial é complexo e longo: o cliente quer ter a certeza que controla todos os elementos do serviço que vai receber, enquanto o fornecedor quer dominar ao mais ínfimo detalhe os serviços a prestar para poder controlar os seus custos e responsabilidades. Assim, aqueles que pretendam celebrar contratos envolvendo a prestação de serviços em CC deverão ter presente a menor flexibilidade negocial por parte dos fornecedores. Na verdade, para muitos destes fornecedores, a realização de certas alterações ao nível contratual teria implicações em toda a sua infraestrutura. Os serviços em CC são concebidos para várias indústrias, numa lógica as is como se encontra. Sem espaço para negociação. Sem flexibilidade. A reduzida margem negocial do fornecedor limita o poder negocial do cliente. Quem necessitar de especificidades para além do standard apenas poderá utilizar serviços em CC acessoriamente. A negociação de contratos em CC pelo cliente corresponderá, assim, a uma ponderação dos riscos e à identificação dos elementos centrais do seu negócio e da regulamentação que lhe seja aplicável. Em muitas situações, o cliente não pode prescindir de elementos que são para si essenciais e que muitas vezes assumem natureza regulatória tais como, por exemplo, as questões de protecção de dados pessoais. Por este motivo, uma importante recomendação sobre a celebração de contratos de CC é a da identificação pelo cliente do núcleo de elementos de que não pode abdicar nem prescindir, por contrapartida das vantagens do CC. Para tudo o mais, quem pretender beneficiar da prestação de serviços de forma remota pode recorrer ao outsourcing. A relação entre o outsourcing e o CC é como a do fax e do correio electrónico: ambos vão coexistir até um deles dominar o outro e ser indispensável em todos os sectores da economia. PUB SELECÇÃO DA QUINZENA COM 20% DE DESCONTO NA LIVRARIA ONLINE, DE 14 A 27 DE JANEIRO Edição revista e actualizada em conformidade com o SNC. Um excelente auxiliar de informação e formação para orientar e auxiliar os profissionais a encontrarem o caminho, os métodos e os meios adequados e necessários à determinação da capacidade de libertação de meios financeiros, fornecendo-lhes por essa via importante e imprescindível informação para a tomada de decisão por parte dos empresários e gestores. António Domingues Azevedo (Bastonário da OTOC)

VI HARRIS INTERACTIVE ABORDA MAIS DE 200 RESPONSÁVEIS DE TI DE GRANDES ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS Clouds privadas são o próximo passo após virtualização Enquanto as empresas clientes se vão inteirando da realidade do cloud computing e de como, de alguma forma, as pode ajudar a ultrapassar as suas dificuldades, diversos estudos vão sendo lançados para o mercado que insistem na adopção generalizada e acelerada deste conceito. Um documento produzido pela Harris Interactive para a Novell diz agora que as empresas líderes indicam as cloud privadas como o próximo passo lógico para quem já aderiu à virtualização. Isto após abordarem mais de 200 responsáveis de TI de grandes organizações empresariais. A Novell sugere que este relatório vem revelar uma adopção muito superior do cloud computing do que tem sido sugerido em estudos anteriores e, afiança, mostra um momento de clara aceleração na dinâmica de desenvolvimento de infra-estruturas de clouds privadas. A pesquisa sugere fortemente que o cloud computing - quer público quer privado - será uma parte crescente dos recursos utilizados pelas empresas de TI e que as empresas estão particularmente interessadas em simplificar a gestão dos seus ambientes integrados físicos, virtuais e cloud, lê-se no documento. No entanto, a Novell enfatiza que a questão de qual é a melhor forma de alavancar o poder do cloud computing, maximizando os ganhos de eficiência e a redução de custos e ao mesmo tempo minimizando os riscos, permanece. De acordo com o trabalho, 77% dos inquiridos referiram utilizar actualmente alguma forma de cloud computing e, de acordo com 89% as clouds privadas são o próximo passo lógico para as organizações que já implementaram a virtualização. Outros dados apontam para que 34% dos inquiridos estejam a utilizar uma abordagem mista do cloud computing privado e público, com 43% a planear aumentar a utilização da abordagem combinada. Já 87% acreditam que a adopção do cloud computing público vai ocorrer simultaneamente, e não substituir os centros de dados das empresas, com 92% a indicar um aumento na utilização do cloud público à medida que as plataformas de TI forem sendo substituídas. Por outro lado, 31% considera que um benefício chave do cloud privado é a capacidade de gerir uma infra-estrutura heterogénea. Por outro lado, e apesar de outros estudos salientarem que a questão da segurança ir ser ultrapassa, esta ainda continua a ser uma das principais preocupações dos decisores, tornando-se na principal barreira à adopção do cloud computing, com 83% dos inquiridos a revelarem que o cloud computing privado oferece a maioria das vantagens do cloud computing público (pouca manutenção de hardware, escalabilidade de recursos, menores custos iniciais), mas sem os problemas de segurança e conformidade do cloud público. No documento vem expresso que 91% estão preocupados com questões da segurança na cloud pública, com 50% a indicar a segurança como a principal barreira à implementação. Já 86% acreditam que os dados estão mais seguros numa cloud privada. Por outo lado, 76% sentem que os fornecedores externos não são tão cuidadosos com a segurança de dados como os departamentos internos de TI. A dificuldade em manter a conformidade na cloud pública versus na cloud privada é um problema para 81% dos inquiridos. 34% dos inquiridos neste estudo dizem estar a utilizar uma abordagem mista do cloud computing privado e público, com 43% a planear aumentar a utilização da abordagem combinada RICARDO HENRIQUES Manager da Hitachi Consulting IT Governance num contexto de crise s últimos tempos têm vindo a posicionar os CIO O(Chief Information Office) das organizações numa situação de cada vez maior complexidade. As organizações exigem, cada vez mais, um IT (Information Technology) gerido como um negócio autónomo, altamente optimizado e totalmente alinhado para potenciar crescimento. A crescente importância do CIO pode constatar-se a partir do momento em que este passou a ter uma função estratégica com assento na Comissão Executiva das organizações. É neste sentido que o CIO deixará gradualmente de gerir IT para Numa abordagem de projecto, tornou-se fundamental pensar em novos modelos de aquisição que optimizem gastos, mitiguem riscos e aumentem globalmente a qualidade do serviço prestado pelas Tecnologias de Informação a médio ou longo prazo. governar IT. Estes dois conceitos estão separados pelo tipo de desafio que o CIO tem agora pela frente e a forma como este se enquadra no contexto da organização. Governar implica estar envolvido estrategicamente e contribuir de forma directa para o crescimento da organização, garantindo que as Tecnologias de Informação estão alinhadas com esse crescimento, e que são geridas de forma racional em termos de recursos humanos e tecnológicos. Actualmente, o desafio do CIO não passa apenas pela selecção de tecnologia convertida por soluções ou produtos fornecidos. Numa abordagem de projecto tornou- -se fundamental pensar em novos modelos de aquisição que optimizem gastos, mitiguem riscos e aumentem globalmente a qualidade do serviço prestado pelas Tecnologias de Informação a médio ou longo prazo. O objectivo é que as empresas que prestam serviços de consultoria nestas áreas colaborem com organizações que, estando já atentas a esta inevitabilidade, comecem a desenvolver iniciativas de optimização de custos ou concepção e análise de novos modelos de aquisição de serviços. Detectar e monitorizar as inúmeras oportunidades existentes permitirá gerir melhor e ter um governo alinhado com o negócio o que potenciará a curto prazo, um incremento na competitividade global da organização.

VII Álvaro Faria, director-geral do SAS Portugal, garante que o grande desafio vai ser a capacidade de demonstrar aos gestores e decisores das organizações a importância estruturante da dimensão analítica para a tomada de decisão e a criação de valor. Álvaro Faria, director-geral do SAS Portugal Empresas já compreenderam impacto que BI pode ter no negócio Dada a conjuntura económica actual, as organizações desejam sobretudo soluções que viabilizem formas de gerir os processos da organização e a informação com maior rigor, com destaque para a gestão de risco, de custos e de recursos, e interacção com os clientes. E isto, diz Álvaro Faria, directorgeral do SAS Portugal, engloba áreas tão diversas como a automatização e optimização de processos, a análise dos mercados, o portfólio e valor dos clientes, marketing analítico, vendas, potencial para fraude, gestão de activos e sustentabilidade social, económica e ambiental, entre outros. O responsável garante que os decisores já entenderam o impacto que ao Business Intelligence pode ter no negócio. Vida Económica Como correu o ano de 2010 para o SAS? Vão atingir os objectivos ou a conjuntura não o permitiu? Álvaro Faria O SAS Portugal teve um crescimento nulo. O crescimento foi efectuado sobretudo no investimento no desenvolvimento organizacional e pessoal dos colaboradores. Em termos de mercado, a orientação estratégica foi para a retenção e consolidação da nossa base de clientes. Em larga medida as razões prendem-se com a conjuntura, que criou, em muitas organizações, uma barreira ao investimento ou um adiamento dos processos já em curso, aumentando o ciclo de venda. VE A actual crise financeira veio de alguma forma alterar as regras do jogo no mercado? AF Sem dúvida. A actual situação requer mais inovação, focagem, rigor e prova do retorno para o negócio. A essência do SAS analítica - possibilita às organizações gerirem e criarem conhecimento para responderem e decidirem de forma efectiva aos desafios do mercado actual, mas também, criarem novas abordagens inovadoras que levem à optimização e transformação das organizações. VE Actualmente, relativamente ao BI, em que fase se encontra Portugal? De que forma tem evoluído o mercado onde estão inseridos? AF Temos vindo a assistir a uma evolução significativa na maturidade de utilização das soluções de BI em Portugal, onde o mercado já procura o Business Analytics, que é a oferta SAS. Isto significa que as empresas procuram também a vertente analítica, a integração de dados, o reporting e as soluções voltadas para Temos vindo a assistir a uma evolução significativa na maturidade de utilização das soluções de BI em Portugal questões específicas de negócio, como por exemplo a detecção de fraude, a gestão de risco, a análise de desempenho a optimização de campanhas de marketing, gestão de desempenho e conhecimento de clientes. VE Neste último ano, quais os projectos que gostaria de salientar? AF A consolidação na área da gestão de risco. A gestão e optimizações de campanhas. O reforço e aumento da plataforma analítica De referir também projectos analíticos na área das ciências da vida. VE As empresas, ou, melhor, os decisores, já sabem o que é o BI? Ou ainda continuam na fase da evangelização? AF Os mercados estão cada vez mais globais e competitivos, o que exige às empresas novas capacidades de análise e gestão de negócio, e as empresas portuguesas têm perfeita consciência desta realidade. Uma maior vertente da gestão baseada em factos versus a gestão baseada em intuição. As organizações mais dinâmicas e com maior impacto no nosso tecido empresarial sabem o que é o BI. Mais, já ultrapassaram este patamar e já estão na área do Business Analytics, como muitos dos nossos clientes, ganhando vantagens operacionais e de negócio através da inovação, optimização e previsão. O restante tecido empresarial é heterogéneo no conhecimento do BI. Para alguns sectores, continuaremos a fazer a nossa evangelização porque acreditamos que o Business Analytics é a arma mais poderosa para fazer face aos desafios actuais e futuros, dando a capacidade de decidir com base em factos e ajudando as empresas a tomarem as melhores decisões para executarem a sua estratégia. VE E já entenderam o impacto que pode ter no negócio? AF Sim. Dada a conjuntura económica actual, as organizações desejam sobretudo soluções que viabilizem formas de gerir os processos da organização e a informação com maior rigor, com destaque para a gestão de risco, de custos e de recursos, e interacção com os clientes. Isto engloba áreas tão diversas como a automatização e optimização de processos, a análise dos mercados, o portfólio e valor dos clientes, marketing analítico, vendas, potencial para fraude, gestão de activos e sustentabilidade social, económica e ambiental, entre outros. VE Qual a melhor forma de cativar um empresário para o BI? Redução de custos? AF Redução de custos, aumento das receitas, pela detecção e previsão de novas oportunidades e optimização dos processos. A capacidade para tomar decisões baseadas em factos e não em suposições é um benefício muito procurado pelas empresas, ao qual as soluções analíticas e a plataforma integrada do SAS respondem ao viabilizarem a recolha, agregação, análise avançada e disponibilização de informação sobre o negócio. Outro argumento é a vantagem de dispor de capacidade de análise preditiva para antecipar o comportamento dos consumidores, as tendências do mercado e a evolução do próprio negócio dentro do contexto de mercado. VE De que forma se pretendem destacar da concorrência? AF Temos vindo a destacar-nos não só pelo conhecimento e experiência acumulada ao longo dos últimos 34 anos na área analítica, mas também pela nossa capacidade de integrar a informação e produzir conhecimento para a actividade das organizações que possibilita aos decisores olharem para a frente e não apenas avaliar o que ficou para trás. VE Qual o sector onde melhor estão implantados? AF Banca e Serviços Financeiros, Seguros e Telecomunicações. Nos restantes sectores, como o Retalho, Ciências da Vida e Administração Pública, estamos representados pontualmente mas com projectos de referência e de vanguarda. Três grandes objectivos para 2011 São três os grandes objectivos que o SAS tem para este ano. Primeiro, a dimensão interna, através do desenvolvimento das competências da organização e dos colaboradores do SAS. Segundo, a consolidação da base instalada de clientes. Terceiro, o desenvolvimento de novos projectos em novos sectores e em novos mercados, como o de Angola. O responsável admite que, actualmente, o cliente-tipo do SAS são todos aqueles que possuem uma estratégia e visão inovadora e transformadora não só da sua organização e das pessoas, mas também dos mercados e das comunidades onde actuam. PUB

VIII SEGUNDO O CENTRE FOR ECONOMICS AND BUSINESS RESEARCH Economias europeias podem lucrar até 177,3 mil milhões com cloud As grandes economias europeias podem tirar cerca de 177,3 mil milhões de euros de dividendos graças ao Cloud Computing, avança o Centre for Economics and Business Research (CEBR), que revela que os modelos privados e híbridos de computação em nuvem lideram a tendência na criação de negócios, no crescimento económico e na competitividade na zona euro. Na edição 2011 do relatório Cloud Dividend, encomendado pela EMC, o CEBR calcula que deverão ser gerados 177,3 mil milhões anualmente até 2015, caso todas as empresas de França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido continuem a adoptar a tecnologia de Cloud Computing, conforme o esperado. De forma significativa, a pesquisa constata que a maior parte deste valor será fornecido mediante a adopção de modelos de Cloud Computing privados e híbridos, lê-se no documento. Os benefícios económicos anuais são, segundo este centro de estudos, mais visíveis na Alemanha, com 49,6 mil milhões, seguido pela França, com 37,4 mil milhões. Itália pode vir a lucrar 35,1 mil milhões, seguido pelo Reino Unido, com 30 mil milhões. O estudo, que não abarca a economia portuguesa, diz ainda que à vizinha Espanha a computação em nuvem pode valer 25,2 mil milhões por ano. O estudo focou-se nos três modelos de cloud computing mais comuns actualmente: clouds públicas, que são controladas por um fornecedor de serviços de computação em nuvem; clouds privadas, controladas internamente pela própria equipa de TI das organizações; e cloud híbridas, uma combinação dos dois modelos anteriores. Em 2015, a instituição prevê que 133 mil milhões - ou 75% dos benefícios económicos totais dos 177,3 mil milhões de euros nesse ano - serão representados por modelos de cloud não-públicos. O CEBR apurou ainda que as clouds privadas vão gerar a criação de negócios em 23,8 mil milhões. SAP certifica serviços cloud da CSC NEC aproveita cloud para fornecer escalabilidade A SAP certificou os serviços cloud da CSC, empresa especializada em outsourcing de sistemas de informação e integração de sistemas. A empresa pode agora fornecer soluções SAP através do portfolio de serviços Trusted Cloud. mc. Para conseguir esta certificação e garantir os padrões de qualidade, a plataforma de fornecimento cloud de um distribuidor tem de ser submetida a um teste extensivo pela SAP, que valida a integração operacional da plataforma de cloud-computing com aplicações suportadas. Este processo inclui a avaliação da infra-estrutura, processos e pessoal técnico da empresa. A auditoria também inclui uma revisão técnica dos processos de segurança físicos e lógicos, bem como infra-estrutura subjacente e portal incluindo servidores, software e capacidades de armazenamento. A NEC anunciou o desenvolvimento de tecnologias de infra-estrutura de cloud computing através das quais é possível a escalabilidade de sistemas em simultâneo e o processamento de grandes volumes de dados. Estas tecnologias, avança o construtor em comunicado, destinam-se a servir sistemas empresariais de missão crítica, tais como os de grandes empresas, organismos governamentais e empresas tecnológicas. Os especialistas explicam que os sistemas de missão crítica assentam, normalmente, numa arquitectura extremamente fiável que dá prioridade à garantia na protecção dos dados mas, admitem, alguns dos desafios inerentes a este modelo incluem limitações de escalabilidade da arquitectura e a necessidade de reconfigurar completamente sistemas complexos, de modo a acomodar o processamento de grandes volumes de dados, resultantes do crescimento dos serviços existentes ou do lançamento de novos serviços. Estas condições levaram a uma procura crescente de arquitecturas de cloud computing que suportem o elevado crescimento que se antecipa ao nível das necessidades de processamento de dados. Procurando solucionar estas questões, a NEC optou pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas ao nível da infra-estrutura de computação que almejam maximizar a utilização de recursos de hardware, através da utilização conjunta de tecnologias de armazenamento e de tratamento de dados. Computação em nuvem IBM, Sirrix, EDP, Efacec, Hospital italiano San Raffaele e outras organizações europeias académicas e de pesquisa corporativa anunciaram o denominado Trustworthy Clouds ou TCLOUDS, um projecto de infra-estrutura virtual que tem por criar um protótipo de uma infra-estrutura de cloud avançada que disponibilize um novo nível de computação e armazenamento mais seguro, privado e resiliente, que seja eficiente, simples e escalável. Para provar a viabilidade do TCLOUDS, os cientistas irão criar um protótipo de dois cenários que envolvam sistemas de TI críticos. O primeiro cenário será composto por uma rede eléctrica inteligente IBM lidera consórcio em projecto avançado com os fornecedores EDP e Eface: uma combinação de contadores inteligentes e um estado baseado na internet e em tempo real e sistemas de controlo de consumo energético que permita aos fornecedores públicos de utilities a monitorização e o controlo da rede pública de electricidade. O TCLOUDS comprovará como a preservação de energia nos sistemas pode migrar para uma infra-estrutura cloud enquanto aumenta a sua resiliência, protecção da privacidade e tolerância, tanto de hackers como de falhas no hardware. O segundo cenário será um serviço de telemedicina centrado no paciente com o Hospital de San Raffaele, em Milão, Itália, com monitorização remota, diagnóstico e assistência de pacientes fora do ambiente hospitalar. O ciclo de vida completo, desde a prescrição, passando pela entrega até ao reembolso, será armazenado num ambiente cloud, podendo ser acedido pelo paciente, pelos médicos e por todo o staff. O objectivo é demonstrar como a qualidade de um sistema de telemedicina pode melhorar os custos e as eficiências sem reduzir a privacidade. Este projecto tem um orçamento de 10,5 milhões de euros, com 7,5 milhões de euros financiados no âmbito do FP7 Framework da União Europeia. Será coordenado pela Technikon Research and Planning na Áustria.