Módulo 21 Capítulo 1 Composição étnica brasileira Marco Abreu dos Santos marcoabreu@live.com www.professormarco.wordpress.com
que preto branco índio o quê? branco índio preto o quê? índio preto branco o quê? aqui somos mestiços mulatos cafuzos pardos mamelucos sararás crilouros guaranisseis e judárabes orientupis orientupis ameriquítalos luso nipo caboclos orientupis orientupis iberibárbaros indo ciganagôs [...] aqui somos mestiços mulatos cafuzos pardos tapuias tupinamboclos americarataís yorubárbaros. somos o que somos inclassificáveis. ANTUNES, Arnaldo. Inclassificáveis. IN: O silêncio. São Paulo: Warner, 1996.
O quadro Operários, de Tarsila do Amaral, mostra como é constituído diversificadamente o povo brasileiro, um grupo bastante miscigenado por europeus, afro-descendentes, indígenas e orientais.
Introdução O povo brasileiro é resultado de um projeto político esboçado na época do Império; Classificação do IBGE: brancos, pardos, pretos, amarelos e indígenas.
A cor dos brasileiros caboclos (brancos e indígenas) cafuzos (negros e indígenas) mulatos (negros e brancos) pardos = mestiços
A cor dos brasileiros Estimativa: 2 milhões de indígenas quando os portugueses aqui chegaram; Em 2000, 700 mil brasileiros se declararam indígenas ao Censo Demográfico; Os brancos chegaram ao Brasil na condição de homens livres, tanto como proprietários de terra como camponeses no século XIX; Os negros foram arrancados à força da África. Eram vendidos em entrepostos comerciais chamados feitorias.
A herança da escravidão Os negros começaram a chegar ao Brasil no início do século XVI, comprados por senhores de engenho da Zona da Mata nordestina; Nos séculos seguintes, espalharam-se pelo Brasil acompanhando os ciclos econômicos (algodão, mineração, café e etc.); Muitos escravos se revoltavam contra seus senhores, fugiam para os sertões e formavam os quilombos.
A herança da escravidão Quilombo dos Palmares, confederação de quilombos menores, organizada na serra da Barriga, início do século XVII, em Alagoas.
A Constituição de 1988 reconheceu os remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à propriedade definitiva das terras.
Mulatos e Mestiços No início da colonização, a escassez de mulheres brancas no Brasil motivou a grande miscigenação; No livro Casa-grande e senzala, Gilberto Freyre defendia a miscigenação como forma de identidade nacional; Teoria da democracia racial: a miscigenação evitou o confronto de raças e promoveu a harmonia social.
Mulatos e Mestiços
Mulatos e Mestiços
Mulatos e Mestiços A realidade é diferente, por isso o governo adota políticas afirmativas com o intuito de amenizar a exclusão social e econômica das populações negras.
O povoamento europeu No século XIX, o governo brasileiro incentivou a implantação de colônias de imigrantes europeus na região sul com o objetivo de garantir a posse daquelas terras; Os imigrantes italianos, alemães e eslavos receberam terras devolutas para cultivar vinhas.
O povoamento europeu
Os imigrantes e a substituição da mão de obra escrava 1850: Lei Eusébio de Queiroz fim do tráfico negreiro incentivo à imigração substituição do trabalho escravo. Destino dos imigrantes: fazendas de café do oeste paulista.
Estímulo à imigração europeia Associação da raça negra à indolência e à preguiça; 1850: Lei de Terras limitar o acesso às terras devolutas que não fosse por meio de compra só ricos podiam ter terra chegada de imigrantes para trabalhar nas fazendas de café;
Estímulo à imigração europeia Sistema de colonato: trabalho semiassalariado (pagamento em dinheiro ou direito de cultivar alguns alimentos); Péssimas condições de trabalho e moradia Conflitos entre imigrantes e fazendeiros imigração para os grandes centros urbanos operários nas indústrias ou empregados do comércio.
A imigração no século XX Década de 1920: o governo italiano restringe a emigração; Brasil continuou recebendo imigrantes (japoneses, sírios e libaneses); 1908: início da imigração japonesa no Brasil com estabelecimento no estado de São Paulo; 1934: Lei de Cotas de Imigração estabelecimentode cota anual de até 2% do total que houve
A imigração no século XX 1934: Lei de Cotas de Imigração estabelecimento para cada nacionalidade de cota anual de até 2% do total que houvesse entrado no país nos últimos 50 anos; 1938: 80% dos imigrantes deveriam ser agricultores enfraquecimento da classe operária e suas lutas sindicais e libertárias;
A imigração no século XX A maior partes dos imigrantes são da Coréia do Sul, Bolívia e China; Brasileiros que deixam o país, principal destino: Estados Unidos (1,2 milhão de brasileiros); 2º lugar: Paraguai (ocupação de terras); 3º lugar: Japão (310 mil brasileiros) descendentes de japoneses.
Os indígenas e a marcha da conquista Século XVI: extermínio de indígenas (potiguaras) para transformar suas terras em lavouras de cana-de-açúcar; Século XVII: Guerra do Gentio colonizadores venceram os indígenas (geréns e cariris) para expandir a produção de gado no nordeste e no vale do rio São Francisco; início das bandeiras no sul e sudeste; Século XVIII: dizimação dos caiapós das áreas de mineração; invasão das terras dos timbiras no Maranhão.
Os indígenas e a marcha da conquista Século XIX: expansão da área de criação de gado no Brasil central desalojou caiapós e xavantes; Século XX: violência entre colonizadores e indígenas na Amazônia; em MG e ES, botocudos resistem à invasão; em SP, caiagangues interrompem construção de ferrovias, no PR e SC, os xoclengues são dizimados por bugreiros contratados.
Os indígenas e a marcha da conquista Século XXI: Genocídio o Brasil tomou conhecimento, por carta dirigida ao governo e à Justiça Federal, de uma declaração de morte coletiva de 170 homens, mulheres e crianças da etnia indígena guaranikaiowá, em resposta a uma ordem de despejo decretada pela Justiça de Naviraí (MS), onde estão acampados às margens do Rio Hovy, aguardando a demarcação das suas terras tradicionais, ocupadas por fazendeiros e vigiadas por pistoleiros.
Os indígenas e a marcha da conquista 1910: Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Objetivo: proteger os indígenas dos atos de violência, em especial nas áreas de ocupação pioneira. Primeiro diretor: Marechal Cândido da Silva Rondon. O SPI foi extinto em 1967 acusado de corrupção, massacre e escravização de indígenas. Em seu lugar, foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) com a função de exercer tutela sobre os índios e suas terras.
Os indígenas e a marcha da conquista 1973: sacionado o Estatuto do Índio que se reafirmou o direito dos indígenas a seu território e se outorgou à FUNAI um prazo de cinco anos para demarcação definitiva de terras indígenas. Obras faraônicas (rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Manaus-Boa Vista; projeto Grande Carajás e usinas hidrelétricas) dizimaram milhares de povos da floresta;
Os indígenas e a marcha da conquista 1973: sacionado o Estatuto do Índio que se reafirmou o direito dos indígenas a seu território e se outorgou à FUNAI um prazo de cinco anos para demarcação definitiva de terras indígenas. Obras faraônicas (rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Manaus-Boa Vista; projeto Grande Carajás e usinas hidrelétricas) dizimaram milhares de povos da floresta;
A polêmica da demarcação definitiva das terras indígenas. (página 12)