Revista de Estudos de Tecnologia de Informação e Comunicações Número 2, Volume 2 ISSN 2236-9031 Centro Universitário Padre Anchieta



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Revista de Estudos de Tecnologia de Informação e Comunicações Número 2, Volume 2 ISSN 2236-9031 Centro Universitário Padre Anchieta

Revista Ubiquidade

Revista Ubiquidade data de publicação Dezembro/2013 Copyright 2013 UniAnchieta Expediente A revista Ubiquidade é uma publicação anual vinculada ao curso de Sistemas de Informação do UniAnchieta, exclusivamente eletrônica, que pretende divulgar contribuições originais, teóricas ou empíricas, relacionadas às áreas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) e está aberta para trabalhos científicos de pesquisadores nacionais ou internacionais. O envio de trabalhos para apreciação, assim como o pedido de informações, pode ser feito por meio do endereço mailto:pjandl@anchieta.br. Editor. Prof. Ms. Peter Jandl Jr (UniAnchieta) Conselho Editorial. Prof. Dr. Carlos Eduardo Câmara (UniAnchieta) Prof. Dr. Juliano Schimiguel (UniCSul) Prof. Dr. Luiz Gonzaga da Silveira Junior (Unisinos) Prof. Ms. Márcio Henrique Zuchini (USF) Prof. Dr. Mário Mollo Neto (UniAnchieta) Prof. Dr. Ricardo Menezes Salgado (Unifal) Prof. Dr. Vivaldo J. Breternitz (Mackenzie) Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. É permitida a reprodução e distribuição desta obra, desde que para fins educacionais e integralmente mantidas as informações autorais. É vedado seu uso comercial, sem prévia autorização, por escrito, dos autores e da Editora.

Editorial... vi Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa)... 1 1.Introdução... 1 2.Principais conceitos... 2 2.1.Características de um SIG... 2 2.2.Diferenças entre SIG e CAD... 3 3.Anatomia interna de um SIG... 3 3.1.Interface com o usuário... 4 3.2.Entrada e integração de dados... 4 3.3.Consulta e manipulação... 6 3.4.Banco de dados geográficos... 7 3.5.Saída de dados... 8 4.Aplicações... 8 5.Modelos de utilização de SIG e seus benefícios... 10 5.1.Nível operacional... 10 5.2.Nível gerencial... 10 5.3.Nível estratégico... 10 6.Estudo de uma aplicação... 11 6.1.SIG em Cajamar... 11 6.2.Situação da gestão educacional de Cajamar... 11 6.3.Solução proposta... 12 7.Conclusões... 14 7.1.Extensões... 14 8.Referências bibliográficas... 15 Business Intelligence com open-source (Kameyama&Câmara)... 16 1.Introdução... 16 2.Conceitos... 17 3.Histórico... 17 4.Necessidades da utilização... 18 5.Arquitetura de BI... 19 5.1.Ambiente open-source... 20 5.2.Ferramentas utilizadas no BI financeiro... 20 5.3.Plataforma Pentaho BI Open Suite... 21 6.Etapas do projeto... 24 7.Estudo de caso Volkswagen do Brasil... 25 7.1.Análise do Caso Volkswagen... 27 8.Estudo de caso Toyota... 27 8.1.Análise do Caso Toyota... 27 9.Estudo de caso LLUHC... 28 9.1.Análise do Caso LLUHC... 28 10.Conclusões... 28 11.Referências bibliográficas... 29 Implantação do CAPEM (Martins&Jandl)... 30 1.Introdução... 30 2.E-mail marketing e spam... 31 2.1.E-mail marketing... 31 2.2.Spam... 31 2.3.Diferença entre e-mail marketing e spam... 31 3.Código de Autorregulamentação para Prática de E-mail Marketing... 32 3.1.Implantação do CAPEM... 32 3.2.Pré-Requisitos técnicos do CAPEM... 32 4.Escolha dos Mail Transfer Agents... 32 4.1.Sendmail... 33 4.2.Qmail... 33 4.3.Postfix... 33 5.Configuração dos Mail Transfer Agents... 33 6.Resultados práticos... 34 6.1.Ambiente de teste... 34 iii

Ubiquidade 6.2.MTA Postfix... 6.3.MTA Qmail... 7.Conclusões... 7.1.Extensões... 8.Referências bibliográficas... Desempenho de BD (Moraes&Câmara)... 1.Introdução... 2.Vantagens e desvantagens da virtualização... 2.1.Vantagens... 2.2.Desvantagens... 3.O mercado mundial de virtualização... 3.1.Mercado atual da virtualização... 3.2.Futuro do mercado de virtualização... 3.3.Novos Mercados... 4.Pontos críticos da virtualização... 4.1.Consolidação e Eficiência Técnica... 4.2.Escolha de alvos e simplificação da administração... 4.3.Automação de processos... 4.4.Eficiência de custos... 4.5.Segurança... 5.Contribuição para o meio ambiente... 6.Desempenho em ambientes virtualizados... 6.1.Teste de Desempenho... 6.1.Definição... 6.3.Ambiente experimental... 6.4.Análise dos dados... 7.Conclusões... 7.1.Extensões... 8.Referências bibliográficas... Desenvolvimento de Software (Baldan&Jandl)... 1.Introdução... 2.O Android... 2.1.Breve histórico... 2.2.Licenciamento... 2.3.Plataforma... 2.4.Android e Java... 2.5.Deployment... 3.O protótipo do aplicativo de consulta à biblioteca... 3.1.Objetivos do protótipo... 3.2.Visão estrutural... 3.3.WebServices... 3.4.Acesso a dados... 3.5.Detalhes do aplicativo... 4. Implementação do protótipo... 4.1.Ambiente de desenvolvimento... 4.2.Resultados... 4.3.Avaliação do protótipo... 5.Conclusões... 5.1.Extensões... 6.Referências bibliográficas... Mapa de Ocorrências (Almeida&Rodella)... 1.Introdução... 2.Tecnologias utilizadas... 2.1.PHP... 2.2.MySQL... 2.3.Google Maps... 3.Diagramas... 3.1.Banco de dados... iv 35 40 41 42 42 44 44 45 45 47 47 48 51 52 54 54 55 55 55 56 56 58 59 60 61 63 75 75 76 77 77 78 78 78 78 80 80 81 81 81 81 82 82 83 83 83 88 89 89 89 91 91 92 92 93 93 94 94

Ubiquidade 3.2.Caso de Uso... 95 3.3.Diagrama de sequência... 96 4.Funcionalidades do Site... 96 4.1.Página inicial... 96 4.2.Cadastro de usuários... 98 4.3.Cadastro de ocorrências... 99 4.4.Área Administrativa... 100 4.5.Relatórios... 101 4.6.Gráficos... 104 5.Conclusões... 105 5.1.Extensões... 106 6.Referências bibliográficas... 106 Acessibilidade na Internet (Fonseca&Tofanini)... 108 1.Introdução... 108 2.Acessibilidade na web... 109 3.Técnicas para obter-se acessibilidade... 110 3.1.Princípio 1: Perceptível... 110 3.2.Princípio 2: Operável... 111 3.3.Princípio 3: Compreensível... 112 3.4.Princípio 4: Robusto... 112 4.Tecnologias assistivas... 112 4.1.Ampliadores de telas... 112 4.2.Leitores de telas... 113 4.3.Programas de reconhecimento de voz... 113 4.4.Teclados alternativos... 113 4.5.Dispositivos apontadores alternativos... 113 5.Ferramentas de avaliação... 113 6.Aplicação das técnicas... 115 7.Conclusões... 116 8.Referências bibliográficas... 117 Migração de dados (Araújo&Saito)... 119 1.Introdução... 119 2.Metodologia de desenvolvimento... 120 3.A necessidade deste aplicativo... 121 3.1A plataforma de desenvolvimento... 122 4.O projeto de security acoplado a aplicação... 122 4.1.O reaproveitamento do projeto Security... 123 5.O projeto de migração de dados... 124 5.1.Tabelas migradas... 124 5.2.Diagrama de entidade-relacionamento... 124 5.3.Telas do aplicativo... 127 6.A realização da migração de dados... 130 7.Conclusões... 139 8.Referências Bibliográficas... 140 v

Editorial O segundo número da Revista Ubiquidade reune uma coletânea de Trabalhos de Conclusão de Curso do curso de bacharelado em Sistema de Informação do Centro Universitário Padre Anchieta - UniAnchieta - produzidos entre os anos de 2010 e 2011. O artigo de abertura, de Gomes & Tabalipa, aborda os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), sua conceituação e suas características, além das diferentes áreas em que podem ser aplicados. Inclui também um relato de seu emprego na gestão educacional na cidade de Cajamar-SP. O segundo trabalho, de Kameyama & Câmara, apresenta a ferramenta de Business Intelligence (BI) open source da Pentaho e ilustra como os gestores poderão manter e aumentar as oportunidades de negócio. No terceiro artigo, Martins & Jandl discutem a adoção das boas práticas recomendadas pelo Código de Autorregulamentação para Prática de E-mail Marketing (CAPEM) pelos serviços de e-mail (Mail Transfer Agent MTA) privativos e públicos existentes. Na sequência, Moraes & Câmara analisam o desempenho de banco de dados em ambientes virtualizados com base em estudos para escolha de ferramentas e a realização extensiva de testes para comprovação da performance, cujos resultados são apresentados e analisados. O artigo de Baldan & Jandl, considerando o uso comum de celulares e tablets, apresenta o desenvolvimento de um aplicativo Android para proporcionar maior facilidados aos estudantes na consulta ao acervo de uma biblioteca e narenovação de seus empréstimos. O sistema desenvolvido também faz uso de WebServices. Em seguida, o trabalho de Almeida & Rodella mostra uma aplicação da API do Google Maps para construção de mapas de ocorrências criminais na forma de uma aplicação web de uso coletivo e grande utilidade social. O artigo de Fonseca & Tofanini trata da acessibilidade na internet, ou seja, com base em algumas regras já existentes, apresenta mecanismos mais apropriados para que pessoas portadoras de alguma deficiência possam navegar mais facilmente pela web. Finalmente Araujo & Saito abordam os apectos construtivos de um aplicativo para realização da migração de dados entre sistemas gerenciadores de banco de dados MS SQLServer e MySQL. Boa leitura! Prof. Ms. Peter Jandl Jr. Editor UniAnchieta vi

Sistemas de Informação Geográfica: uma visão geral Geographic Information Systems: a general vision 1 Jaqueline Rodriguez Gomes, UniAnchieta 2 Antônio Rogério Tabalipa, UniAnchieta Resumo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) possibilitam a integração, numa única base de dados, de informações geográficas obtidas de dados cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite e modelos numéricos de terreno. Oferecem mecanismos para recuperar, manipular e visualizar estes dados, através de algoritmos de manipulação e análise. Os SIGs lidam com dados que podem ser úteis para uma ampla gama de aplicações. É claro que as necessidades de cada aplicação variam quanto à resolução, nível de detalhamento e estilo de representação. Este trabalho apresenta uma visão geral dos SIGs, mostrando o seu conceito, suas características, as diferentes áreas em que podem ser aplicados e através de um exemplo gestão educacional na cidade de Cajamar - será mostrado como um SIG pode ser útil. Palavras-chave. Sistemas de Informação Geográfica (SIG); gestão educacional. Abstract Geographic Information Systems (GIS) make possible the integration, in an only geographic information, database proceeding from cartographic data, given of census and register in cadastre urban and agricultural, images of satellite and numerical land models. They offer mechanisms to recoup, to manipulate and to visualize these data, through algorithms of manipulation and analysis. The GISs deals with data that can be useful for an ample gamma of applications. It is clearly that the necessities of each application vary how much to the resolution, level of detailing and style of representation. This work presents a general vision of the GISs, showing its concept, its characteristics, the different areas in can be applied and through an example - educational management in the Cajamar city - it will be shown as a GIS can be useful. Keywords. Geographic Information Systems (GIS); educational management. 1.Introdução Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são ferramentas projetadas para gravar, armazenar e analisar grandes volumes de dados espaciais. O termo espaciais se refere a alguma localização física. Sua tecnologia pode trazer enormes benefícios devido à sua capacidade de manipular a informação espacial de forma precisa, rápida e sofisticada. (GOODCHILD, 1993 apud CÂMARA & FREITAS, 1995). Um SIG auxilia na tarefa de tomar decisões, de atualizar mapas, de simular algumas ações que se queiram realizar, etc. Além disso, o banco de dados de um SIG está associado a um modelo do mundo real, que pode ser utilizado para reproduzir certos aspectos da realidade de forma a facilitar o planejamento. São sistemas que utilizam diversas disciplinas da computação, tais como computação gráfica, processamento digital de imagens, bancos de dados, engenharia de software e otimização. Além disso, também utilizam conceitos e técnicas da área de geociências (cartografia, geografia). 1 Bacharel em Sistemas de Informação do Centro Universitário Padre Anchieta-UniAnchieta (Jundiaí-SP). Mestre. Orientador e docente do Curso de Sistemas de Informação do Centro Universitário Padre Anchieta-UniAnchieta (Jundiaí-SP). 2 1

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Para cumprir suas funções, os SIGs utilizam diversos recursos de apresentação dos dados, em analogia a cartas, mapas ou plantas. Neste tipo de apresentação (em papel) ou na tela do computador, técnicas de cartografia desenvolvida há centenas de anos são empregadas, de modo a preservar a familiaridade do usuário com os tipos convencionais de visualização de fenômenos naturais ou desenvolvidos pelo homem. O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem das características de um SIG e o estudo de um caso para mostrar os benefícios que o seu uso pode gerar. Neste caso, estaremos usando como exemplo o uso do SIG em prefeituras, em especial na gestão educacional. 2.Principais conceitos 2.1.Características de um SIG SIGs comportam diferentes tipos de dados e aplicações, em várias áreas do conhecimento. Exemplos são: controle cadastral, gerenciamento de serviços de utilidade pública, demografia, cartografia, controle de epidemias, etc. A utilização de SIGs facilita a integração de dados coletados de diversas fontes, de forma transparente ao usuário final conforme Figura 1. As principais características de SIGs são: Integra numa única base de dados informações espaciais de dados cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno. Permite a consulta e a visualização de dados, oferecendo facilidades de filtragem e análise, possibilitando o processamento e análise de informações. Gera relatórios resumidos e provê dados para outros sistemas. Figura 1. Principal funcionalidade de um SIG. Um sistema CAD (projeto auxiliado por computador) é uma ferramenta para capturar dados analógicos em formato legível por máquina. Nas aplicações de CAD, existem muitas vezes regularidades nos objetos que podem ser modeladas. Por contraste, num sistema de geoprocessamento os dados tem poucas simetrias e regularidades que podem ser reproduzidas. Mais ainda, os dados estão sempre georeferenciados, isto é, localizados na superfície terrestre. Em grande parte das aplicações de CAD, os desenhos não possuem atributos descritivos, mas apenas propriedades gráficas (como cor e espessura). Já no SIG, os dados geográficos possuem atributos, o que torna necessário prover os meios de consultar, atualizar e manusear um banco de dados espaciais. Muitos problemas no uso destas ferramentas decorrem do fato de que, por inexperiência, muitos técnicos utilizam um CAD como SIG. 2

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) 2.2.Diferenças entre SIG e CAD Uma característica básica e geral num SIG é sua capacidade de armazenar a topologia de um mapa, que faz um SIG se distinguir de um sistema CAD, conforme mostra a Tabela 1. Tabela 1. Diferenças entre SIG e CAD. SIG CAD Os desenhos possuem atributos descritivos, o que Os desenhos não possuem atributos descritivos, possibilita os meios de consultar e atualizar um apenas propriedades gráficas (como cor e espesbanco de dados espaciais. sura). Dados estão como projeção cartográfica, que im- Dados estão como desenhos eletrônicos em papel. põe uma distorção relativa as coordenadas geográficas. Tem poucas simetrias e regularidades que podem Existem regularidades nos objetos. ser reproduzidas. Dados apenas de geometrias. Ex.: podemos representar especificamente as cidades com população maior que 1 milhão de habitantes como círculos pretos, as restantes cidades com um quadrado. Dados apenas gráficos para obter uma visualização no monitor ou para imprimir. Ex.: uma árvore é constituída por uma copa, um poste de iluminação tem um pé e uma lâmpada. Capazes de fazer análises espaciais complexas. Podem produzir mapas de alta qualidade. Tratam dados espaciais como informação. Tratam dados espaciais como gráficos. Imagens raster (fotográficas) e vetoriais (dese- Apenas vetoriais. nhos técnicos de engenharia). Fonte: BALDAM, et al., 2007. 3.Anatomia interna de um SIG De uma forma geral, as funções do SIG operam sobre dados em uma área de trabalho em memória principal. Os dados são recuperados dos arquivos em disco (que podem ser controlados por um sistema gerenciador de bases de dados SGBD) e carregados em memória, a partir da definição de uma região geográfica de interesse. A Figura 2 indica o interrelacionamento dos principais componentes de um SIG. Figura 2. Componentes de um Sistema de Informação Geográfica. Fonte: http://www.dpi.inpe.br/teses/claudio/cap2.html. 3

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Estes componentes se relacionam de forma hierárquica. No nível mais próximo ao usuário, a interface com o usuário define como o sistema é operado e controlado. No nível intermediário, um SIG deve ter mecanismos de consulta e processamento de dados espaciais. No nível mais interno do sistema, um sistema de gerência de bancos de dados geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e seus atributos. 3.1.Interface com o usuário A Figura 3 mostra o processo de tradução do mundo real para o ambiente computacional. Figura 3. Paradigma dos quatro universos. Fonte: http://www.ufrr.br/component/option,com_docman/. No universo do mundo real encontram-se os fenômenos a serem representados: tipos de solo, cadastro urbano e rural, caracterização da forma do terreno, etc. Os objetos são caracterizados através de variações de interesse. Esta variação pode ocorrer em relação ao espaço e/ou ao tempo. Analisando o comportamento do uso do solo em uma determinada área (variável de interesse), porções desta região apresentaram posições diferentes e possuirão, provavelmente, culturas diferentes (café, soja, pastagem, etc) (variação espacial). E em uma mesma posição, o uso do solo poderá sofrer alterações quando avaliado em épocas distintas (variação temporal). No universo conceitual (matemático) pode-se ter tipos de dados geográficos tais como dados temáticos e cadastrais, modelos numéricos de terreno, dados de sensoriamento remoto, etc. No universo de representação as entidades formais definidas no universo conceitual são associadas a diferentes representações geométricas. Aqui respondemos a questões como: Quais são os tipos de dados e algoritmos necessários para representar os modelos? No universo de implementação é onde fazemos escolhas como arquiteturas, linguagens. É neste nível que acontece a codificação e a escolha da estrutura de dados. 3.2.Entrada e integração de dados Existem quatro modos principais de entrada de dados: digitalização em mesa, digitalização ótica, entrada de dados via caderneta de campo e leitura de dados na forma digital conforme mostra a Figura 4 abaixo. Neste último caso, está incluída a importação de dados em outros formatos. A digitalização em mesa é um processo demorado, envolve os passos de: digitalização de linhas, ajuste de nós, geração da topologia e identificação de cada objeto geográfico. Nos melhores sistemas, a topologia é armazenada de forma dinâmica. Deste modo, uma alteração em um nó não implica em ter de gerar novamente toda a topologia do mapa digitalizado. A digitalização ótica por scanners é atualmente a forma de entrada mais utilizada. É necessário o uso de dispositivos de alta qualidade (com pelo menos 600 dpi3) para obter resultados aceitáveis. 3 dots per inch. 4

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Historicamente, muitos levantamentos topográficos utilizam cadernetas de campo para armazenar os resultados. Quando se dispõe deste tipo de dado, é fundamental poder inserí-lo no sistema, com as devidas checagem e correções. O advento do GPS (Global Positioning System), sistema de posicionamento geodésico baseado numa rede de satélites, permite a realização de trabalhos de campo com alto grau de estimativa e com registro digital direto. Figura 4. Entrada de dados em um SIG. Atualmente, todos os SIGs de mercado possuem interface para importar dados oriundos de sistemas GPS. No caso de importação de dados digitais, é muito importante aproveitar o investimento já feito por outras instituições no Brasil, na coleta e armazenamento de dados geográficos. As principais fontes de dados são as fitas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os dados digitais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outros disponíveis nos formatos DXF (AutoCAD). A integração de dados é fundamental para aplicações como redes, onde deseja-se gerar uma base cartográfica contínua a partir de informações divididas em vários mapas. Poucos sistemas conseguem armazená-las de forma contínua, dando origem a informações que não refletem a realidade e que dificultam a realização de análises e simulações. 3.2.1.Fontes de dados Existem várias fontes de dados para obtenção de dados espaciais, organizadas em formato raster ou vetorial: Cartografia; Levantamentos geodésicos ou topográficos (levantamento da representação, da forma e da superfície da terra); Sensoriamento remoto (obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre (objetos, áreas, fenômenos); Fotogrametria (determina a forma, dimensões e posição dos objetos contidos numa fotografia); Dados tabulares (cadastro, pesquisas, trabalhos censitários, etc.). É interessante destacar que os dados tabulares podem descrever detalhadamente os elementos geográficos. 5

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) 3.3.Consulta e manipulação Os componentes de consulta e manipulação interagem com o SGBD para extrair as informações desejadas pelo usuário. Fazem parte deste módulo as funções de processamento de imagens, consulta e análise espacial. A operação que foi discutida e sugerida para implementação neste trabalho são classificadas como pertencentes ao módulo de manipulação. É nesta etapa que temos a recuperação e a manipulação dos dados disponíveis no banco, tem por objetivo a análise e extração de informações que possam estar implícitas nos dados. Com o auxílio das ferramentas de manipulação de dados geográficos presentes nos SIGs, estes dados são convertidos em novas informações geográficas. As consultas espaciais são formuladas a partir de condições baseadas na localização, na forma e nas relações topológicas dos elementos geográficos. A Figura 5 mostra um exemplo de mapeamento de análise espacial de possíveis terremotos em uma determinada região. Figura 5. Condições de seleção por localização. Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/estudodirigido/sig.htm. Tomemos um outro exemplo: ao analisar uma região geográfica para atividade agrícola, é necessário escolher as variáveis explicativas (o solo, a vegetação, a geomorfologia, etc) e determinar qual a contribuição de cada uma delas para a obtenção de um mapa resultante. Também seria possível a agregação de dados metereológicos(como temperatura mínima, média e máxima; índices pluviométricos; etc), o que permitiria a condução de análises ainda mais sofisticadas. Alguns exemplos dos processos de análise espacial típicos de um SIG estão apresentados na Figura 6 e na Tabela 2. 6

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Figura 6. Tipos de consulta em um SIG. Tabela 2. Exemplo de análise espacial. Análise Pergunta geral Exemplo Condição O que está...? Qual a população desta cidade? Localização Onde está...? Quais as áreas com declividade acima de 20%? Tendência O que mudou...? Esta terra era produtiva há 5 anos atrás? Roteamento Por onde ir...? Qual o melhor caminho pra o metrô? Padrões Qual o padrão...? Qual a distribuição da dengue nesta região? Modelos O que acontece...? Qual o impacto no clima se desmatarmos a mata? De modo geral, um sistema deve ser manipulado ter utilidade para o cliente final, depois de devidamente adaptado às suas necessidades. No caso de uma rede de água, uma questão pode ser: Se injetarmos uma dada porcentagem de cloro na caixa d água de um bairro, qual a concentração final nas casas?. 3.4.Banco de dados geográficos Um banco de dados geográficos é o repositório de dados de um SIG, que armazena e recupera dados geográficos em suas diferentes geometrias (imagens, vetores, grades) conforme Figura 7, bem como as informações descritivas. Figura 7. Banco de dados geográficos e entrada de dados. Adaptado de: http://www.labgis.uerj.br/gis_atualizada/conceitos/geopro. 7

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) apresenta os dados numa visão independente dos sistemas aplicativos, além de garantir três requisitos importantes: eficiência (acesso e modificações de grandes volumes de dados); integridade (controle de acesso por múltiplos usuários); e persistência (manutenção de dados por longo tempo, independentemente dos aplicativos que acessem o dado). O uso de SGBD permite ainda realizar, com maior facilidade, a interligação de banco de dados já existente com o sistema de Geoprocessamento. A interligação de um SGBD convencional com um SIG dá origem a um ambiente dual: os atributos convencionais são guardados no banco de dados (na forma de tabelas) e os dados espaciais são tratados por um sistema dedicado. A conexão é feita por identificadores de objetos, com isso possibilitando o uso para diversas aplicações. 3.5.Saída de dados Para permitir análises interativas, visualizar resultados de consultas e manipulações, gerar relatórios e mapas, os SIGs possuem um módulo de saída. Nesta etapa temos a ênfase no processo de visualização, permitindo que as múltiplas informações obtidas, quer pela análise exploratória de dados, convencional ou espacial, quer pela análise confirmatória de dados, possam ser lidas, sistematizadas e interpretadas sob diversas formas, tais como mapas, tabelas, gráficos entre outras, dando apoio à compreensão e tomada de decisões por parte dos utilizadores finais. É possível veja uma ilustração deste processo na Figura 8. Figura 8. Saída de dados. Adaptado de: http://http://www.labgis.uerj.br/gis_atualizada/conceitos/geopro. 4.Aplicações As aplicações dos SIGs estão se ampliando cada vez mais, acompanhando a evolução das ferramentas de coleta de dados e as facilidades computacionais em geral. Alguns exemplos são na análise demográfica, no ambiente, na engenharia, na área de marketing, finanças, modelação, operações, logística, administração de terrenos, concordância, serviço ao cliente, seleção do local, procedimentos de emergência e administração de áreas, conforme mostra a Figura 9. Um fenômeno geográfico pode ser analisado de forma e precisão diferentes, dependendo do objetivo da aplicação. Assim sendo, um mesmo conjunto de dados armazenados poderá ter tratamentos distintos. 8

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Cada aplicação requer a manipulação de fenômenos geográficos distintos, associados a diferentes características e propriedades que variam no espaço e no tempo. Veja Tabela 3. Figura 9. Tecnologia e aplicações. Adaptado de: http://enggeografica.fc.ul.pt/2-ciclo.htm. Tabela 3. Classificação das aplicações de um SIG. Aplicações Foco Exemplos Sócio-econômi- Uso da terra, seres humacas nos, serviços de utilidade pública, atividades econômicas, etc. Entrada de dados Acompanhamento e incoletas censitárias, maventário de cadastros pas urbanos digitalizados imobiliários rurais ou ur- e fotografias aéreas. banos, aplicações envolvendo serviços de utilidade pública (redes de telefonia, eletricidade, esgotos, transportes), etc. Ambientais Meio ambiente e o uso de Distribuição da vegetação Sensoriamento remoto, recursos naturais. em determinada região, como fotos de satélite ou paisagem rural ou urbana. imagens de radar, junto com amostras coletadas no campo. Gerenciamento Administrações municipais, regionais e nacionais. Planejamento de tráfego Coletas sensitárias, banco urbano, controle de obras de dados. públicas. 9

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) 5.Modelos de utilização de SIG e seus benefícios Certos tipos de aplicações (ou usos) de SIGs podem proporcionar economia de recursos ou aumento de receita. Alguns usos podem não ter retorno tangível como financeiro, mas podem proporcionar outros tipos de benefícios, intangíveis, tais como o aprimoramento das decisões, melhores serviços à população e melhor imagem à organização. Mas quais tipos de aplicações têm retorno financeiro? Que tipos podem melhorar a imagem da organização perante a população? As atividades de uma organização podem ser classificadas em níveis, onde em cada um a aplicação de SIGs pode proporcionar resultados diferentes. Os níveis organizacionais típicos são: operacional; gerencial; e estratégico. Segue a descrição da aplicação de SIGs nos diferentes níveis corporativos. 5.1.Nível operacional As atividades de nível operacional são aquelas do dia a dia da organização. Além de rotineiras, geralmente as operações são volumosas e trabalhosas. São exemplos: a compensação de cheques em um banco, uma linha de montagem em uma indústria, processamento de requisições de clientes, etc. O benefício imediato do uso de SIGs no nível operacional é a eficiência proporcionada, ou seja, a execução das atividades que já vêm sendo realizadas manualmente (sem apoio de SIGs), só que de maneira mais eficiente: gastando menos recursos, ganhando produtividade, eliminando custos, além da melhor qualidade na execução das tarefas. 5.2.Nível gerencial Decisões de caráter tático são atividades típicas do nível gerencial. Qual a melhor localização para uma nova filial? Uma questão semelhante no setor governamental seria: qual a região mais carente de um determinado serviço público? O maior benefício de um SIG neste nível é o apoio à melhores decisões. Com as informações que o SIG traz é possível, em médio e longo prazos, a geração de retorno financeiro, melhoria da imagem, e outros. O SIG não toma as decisões. Mas uso de um SIG como uma ferramenta de trabalho facilita a obtenção de informações que levam às boas decisões. 5.3.Nível estratégico É no nível estratégico que se encontram as atividades que contribuem diretamente para o cumprimento dos objetivos fundamentais da organização. São exemplos: o aumento da satisfação dos clientes, a melhoria da imagem da empresa junto a (potenciais) clientes e parceiros, a ampliação das margens de lucro, o crescimento da participação da empresa nos segmentos de mercado em que atua, etc. Os benefícios deste nível referem-se a uma boa imagem, à credibilidade, ao relacionamento com parceiros comerciais (otimização e compartilhamento de custos) e também ao aumento de receita (venda de dados, mapeamento e gerenciamento da arrecadação). 10

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) 6.Estudo de uma aplicação As funções de um SIG para prefeituras normalmente relacionam-se como processamento e a análise dos fatos, atividades e objetos urbanos. Transformar informação em riqueza e bem-estar para a sociedade é um dos desejos de todo administrador público. Ao introduzir tecnologias de informação na administração pública, registrando em meio eletrônico, informações relevantes para a gestão municipal, os administradores podem reunir dados que respaldem suas decisões para produzir resultados que repercutam em diversas áreas: otimização de processos, economia de recursos, melhor atendimento aos cidadãos, melhor distribuição de escolas e centros de saúde, etc. Este trabalho apresenta o estudo de um SIG em prefeituras, mais especificamente na gestão do sistema educacional. Neste caso os benefícios são: Nível operacional: melhor distribuição de alunos nas escolas municipais. Nível gerencial: determinação da área de atuação de escolas. Nível estratégico: acompanhamento do índice de satisfação da população por área. 6.1.SIG em Cajamar A Prefeitura que gerencia o município de Cajamar, cidade com 111 mil habitantes, localizada no interior de São Paulo, tem realizado uma gestão profissional de seu sistema educacional, que atende cerca de nove mil alunos. Foi implantado em Cajamar um SIG desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) para tornar mais ágil e eficaz os processos de planejamento da rede de ensino municipal. Porém, esses dados não foram disponibilizados para a elaboração deste trabalho. Através das informações dos alunos e das escolas armazenadas no banco de dados de um sistema de informação geográfica, seria possível gerar mapas e através de sua análise visualizar as regiões com maior carência de vagas mais rapidamente, fazendo assim a redimensão da estrutura escolar, para satisfazer as demandas regionais. Como não foi possível obter o banco de dados com as informações da cidade de Cajamar, não foi possível utilizar um SIG para fazer a geração dos mapas. Todos os dados das escolas foram coletados diretamente com a Prefeitura de Cajamar. Com as informações em mãos, foi feito o estudo de cada região, e a simulação manual das áreas com maiores problemas. 6.2.Situação da gestão educacional de Cajamar Hoje em Cajamar existem 23 escolas municipais de ensino fundamental e 28 escolas municipais de ensino infantil. Neste trabalho foi estudada a região central de Cajamar, região essa que compreende cerca de 75 km2 da cidade. Essa é a região mais crítica da cidade, onde se encontram os bairros mais populosos e alguns mais carentes. Em pesquisa realizada, foi observada a população de cada bairro, a quantidade de escolas municipais, a quantidade de alunos matriculados e a quantidade de vagas em cada escola. Foram estudadas as regiões 1, 2, 4 e 5. Na Região 1 existem 59 bairros, com uma população de 19.756 habitantes. Na Região 2, a menos populosa da cidade, estão localizados 8 bairros, com 12.165 habitantes. Já a Região 3 tem 30 bairros, onde residem 14.821 habitantes. A Região 4, a mais populosa do município, é dividida em 21 bairros e possui 24.937 habitantes. Na Região 5 existem 4 bairros, com uma população de 17.534 habitantes. 11

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) A Tabela 4 relaciona as escolas de ensino fundamental, sua região, a quantidade de alunos matriculados e a quantidade de vagas disponíveis; enquanto a Tabela 5 exibe as mesmas informações para as escolas de ensino infantil. Tabela 4. Escolas de ensino fundamental. Escola Bairro Região Número de Matrículas Vagas Disponíveis Jailson Silveira Leite Vila Abrão 1 428 Não há vagas Maria Gonçalves Freitas Gonçalves Pq. São Roberto II 1 285 Não há vagas Profª Lucy Apparecida Jardim Maria Luiza Bertoncini 2 304 Não há vagas Aline Cristina Santos de Paula Pq. Maria Aparecida 2 438 42 Profª Maria Elce Martins Bertelle Jd. Santa Terezinha 2 289 3 Marcus Vinicius da Sil- Pq. São Roberto va Batista 4 511 Não há vagas São Benedito 4 625 55 Antonio Pinto de Cam- Jd. Nova Jordanésia pos 5 284 36 Profº Antonio Carlos de Jd. Nova Jordanésia Carvalho 5 611 29 Região Número de Matrículas Vagas Disponíveis Chácaras Penteado Tabela 5. Escolas de ensino infantil. Escola Bairro Emellyne de Azevedo Aguiar Jardim São João 1 440 10 Profº Walter Ribas de Andrade Jardim São João 1 489 Não há vagas Jailson Silveira Leite Vila Abrão 1 244 31 Profª Lucy Apparecida Jardim Maria Luiza Bertoncini 2 361 14 Marcelo Antonio R. Pascoal Pq Maria Aparecida 2 509 31 Profº Odir Garcia Araú- Jd. Santa Terezinha jo 2 358 Não há vagas Dirce Eufrásio Brasil Pq. São Roberto 4 318 Não há vagas Profª Vera Almeida Santos Pq. São Roberto 4 471 Não há vagas 6.3.Solução proposta A solução proposta é um resultado do trabalho que é recebido ao aplicarmos o SIG utilizando o banco de dados de Cajamar. A Figura 10 e a Tabela 6 ilustram a comparação entre as situações anterior à implementação de um SIG e após sua implementação. 12

Sistemas de Informação Geográficos (Gomes&Tabalipa) Segundo a pesquisa realizada, na Região 1 temos duas escolas de ensino fundamental onde não há vagas, e três escolas de ensino infantil, onde em uma não há vagas, mas em outra há 10 vagas e numa terceira há 31 vagas. A escola Jailson Silveira Leite é uma escola de ensino infantil e fundamental. Figura 10. Solução proposta para a gestão educacional em Cajamar. Antes SIG Após SIG Tabela 6. Solução proposta. Região 1 2 4 5 Escolas Vagas Disponíveis Proposta 1 EMEF Não há vagas 1 EMEF 1 EMEI Não há vagas Remanejamento de alunos do EI 1 EMEI 10 vagas 1 EMEFI EF não há vagas / EI : 31 vagas 2 EMEF 1ª = 42 vagas / 2ª : 3 vagas 2 EMEI 1ª : 31 vagas / 2ª : não há vagas 1 EMEFI EF : não há vagas / EI : 14 vagas 2 EMEF 1ª não há vagas / 2ª 55 vagas 2 EMEI Não há vagas 1 EMEF 36 vagas 1 EMEF 29 vagas Remanejamento de alunos 1 EMEI ou 1 EMEFI 1 EMEI Ainda na Região 1, seria necessário mais uma escola de ensino fundamental para suprir as necessidades da região. No caso das escolas de ensino infantil, o ideal seria o remanejamento de alunos da escola situada na Vila Abrão para a situada no Jd. São João onde há carência de vagas. Na Região 2 temos três escolas de ensino fundamental, onde em uma não há vagas, em outra há 42 vagas e numa terceira há apenas 3 vagas. Quanto as escolas de ensino infantil, existem 3, onde em 13