Saúde preventiva, o caminho certo



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Transcrição:

maio de 2012 1

c questão de princípios b Antônio Faleiros Filho secretário Estadual de Saúde Saúde preventiva, o caminho certo Secretaria de Estado da Saúde tem trabalhado para proporcionar o fortalecimento da Atenção Primária e das Redes de Atenção para combate de diabetes A saúde pública pode ser traduzida como o espectro das ações que levam a uma atuação na prevenção dos agravos e doenças. O ideal que move o Sistema Único de Saúde (SUS) é o de justamente proporcionar ao cidadão brasileiro acesso a uma assistência que começa antes da instalação dos agravamentos, que por sua vez demandam a intervenção invasiva e hospitalar. Dados colhidos pelo Ministério da Saúde apontam que nos Estados Unidos, 50% das amputações não-traumáticas são devidas às complicações do diabete melitus. Atuar em prevenção é promover o direito à saúde, o que no Brasil ainda é um desafio para os gestores públicos e uma conquista para todos nós cidadãos brasileiros. Dentre as principais preocupações do SUS, hoje, estão as chamadas doenças crônicas não-transmissíveis, que possuem uma curva de incidência ascendente na população brasileira. Como por exemplo, a hipertensão e o diabetes que já se constituem em alvo de uma política focada no fortalecimento da Atenção Primária e das Redes de Atenção. É sabido que o diabetes exige acompanhamento prolongado e holístico do paciente. O vínculo do paciente com os profissionais de saúde deve ser estreitado, para que o tratamento surta o efeito desejado. Isto somente é possível com uma Atenção Primária fortalecida e profissionais capacitados e integrados. A Secretaria de Estado da Saúde tem trabalhado de forma a proporcionar um suporte inédito à Atenção Primária desde a formação e capacitação dos profissionais, por meio de inovações como cursos à distância, seminários, visitas técnicas, oficinas, cursos continuados e a implantação de projetos que incrementam a base do SUS e a tornam mais eficiente. O Conecta SUS que estamos formatando, por exemplo, será uma ferramenta importante de apoio aos municípios para o desenvolvimento de ações da Atenção Primária, baseado na troca de informações on-line e teleconferências dirigidas tanto pelo suporte de indicadores de saúde como a participação em tempo real de especialistas e gestores das três esferas de decisão do SUS. O diabetes mal tratado repercute negativamente na saúde global do cidadão, impactando, por conseguinte, em todo o sistema público de saúde. Desta forma, a política de saúde de Goiás prevê tanto a integração das Redes de Atenção bem como de mecanismos de Vigilância em Saúde. Por intermédio da Coordenação de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, a SES-GO está voltada para a consolidação dessa estratégia de prevenção, detecção precoce e assistência continuada. Tenham todos uma boa leitura. Revista Diabetes em Goiás Direção de Jornalismo: Iúri Rincon Godinho Editora: Tatiana Cardoso Jornalistas: Ana Maria Morais, Ana Paula Machado e Thaynara Mota Comercialização: Fernanda Marques Arte Final: Ericson Bizinotto, Vinícius Carneiro Endereço: Rua 27-A, 150, St. Aeroporto Goiânia - GO - 74.075-310 Fone: 3224-3737 - Fax: 3229-0871 www.contatocomunicacao.com.br diabetes 3 Conselho Editorial Victor Gervásio e Silva Sérgio Vêncio Nelson Rassi Elias Hanna Haroldo Souza Judith Mesquita Publicação com a qualidade: visite nosso site www.contatocomunicacao.com.br Nacionais Ruy Lira (Pernambuco) Saulo Cavalcanti (Belo Horizonte) Jorge Luiz Gross (Rio Grande do Sul) Balduino Tschiedel (Porto Alegre) Mirnaluci Gama (Paraná) Mauro Scharf (Paraná) Antônio Chacra (São Paulo) Daniel Giannella (São Paulo) Durval Damiani (São Paulo) Amélio Godoy (Rio de Janeiro) Leão Zagury (Rio de Janeiro) Reine Fonseca (Bahia) Walter Minicucci (Campinas - São Paulo) Hermelinda Pedrosa (Distrito Federal) Reginaldo Albuquerque (Distrito Federal)

maio de 2012 4 c início b Centro de Pesquisa em Diabetes do HGG realiza testes de medicamentos para tratamento da doença Antes de poder ser prescrito pelos médicos, os medicamentos precisam ser testados em sua eficácia e segurança e o HGG é um dos centros onde são feitos estes estudos O Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG) abriga há 10 anos um Centro de Pesquisa em Diabetes, coordenado pelo endocrinologista Nelson Rassi, onde são testados vários medicamentos novos. Estudamos novos medicamentos que poderão ser usados no tratamento do diabetes mellitus. Existe um grande número de medicamentos, produzidos por diferentes indústrias farmacêuticas, e antes de serem lançados no mercado a regulamentação internacional exige que passem por testes para provar que eles são eficazes e seguros. Não adianta um medicamento ser eficaz ou trazer uma melhora no controle do diabetes, mas com riscos para o paciente, explica o endocrinologista. Rassi explica que qualquer medicamento antes de entrar no mercado passa por quatro fases de pesquisa e que as últimas fases são feitas em um número maior de pacientes, distribuídos pelos vários continentes. Depois de passar por todas as fases iniciais de estudos em animais e estudos in vitro, chega um momento em que ele tem que ser testado em um número grande de pacientes por um período relativamente prolongado, detalha, esclarecendo que, como se trata de um experimento o grupo recebe um monitoramento constante, isto é, fazem exames de sangue, exames de imagem e exames gráficos para detectar qualquer eventual efeito colateral. E se há dúvida sobre algum efeito colateral o paciente é imediatamente retirado do estudo. O benefício de participar do estudo, de acordo com Rassi, é que o paciente está recebendo uma droga nova, já com um certificado relativo de segurança porque ela já passou por um período de teste anteriormente, e está recebendo uma assistência que normalmente o paciente não receberia nem nos melhores serviços do mundo. O diabético é visto por diferentes profissionais, faz exames frequentementes, recebe toda a atenção possível que alguém poderia receber no tratamento do diabetes mellitus e ainda há a vantagem também de estar ajudando a comunidade no sentido de abrir as portas para esse novo medicamento, reitera. Segundo o endocrinologista, o centro de pesquisa tem crescido muito nos últimos anos, o que o tem levado a ser reconhecido pelas entidades não governamentais de apoio ao diabético e também pelas indústrias de medicamentos como um centro de referência na área. Consequentemente nós estamos recebendo pedidos para mais estudos, hoje nós estamos estudando aproximadamente cinco ou seis drogas e estamos na vigência de abrir novos estudos para mais três ou quatro medicamentos, inclusive novos tipos de insulina, comenta. Isso mostra realmente a força da medicina em Goiás, mostra o prestígio da endocrinologia do nosso centro, do nosso Estado em termos mundiais, já que esses estudos são feitos em todo o planeta, frisa. Segundo ele, existem centros semelhantes nos Estados Unidos, no México, na Argentina, na Europa Ocidental, no Japão e no Canadá. A equipe envolvida na pesquisa é multidisciplinar, composta por cardiologistas, enfermeiros, nutricionistas e endocrinologistas. Na maior parte dos estudos o número de pacientes gira em torno de 10, 15 pacientes e em estudos maiores de 20 a 30 pacientes. Não é fácil participar da pesquisa porque é preciso atender a alguns critérios rígidos, como não ter determinadas doenças, como problemas renais, doenças hepáticase tumores, não possuir determinadas complicações, como retinopatia diabética, não tomar De acordo com NELSON RASSI o centro de pesquisas tem crescido vertiginosamente e recebe, com frequência, pedidos para novos estudos álcool, assim como não usar alguns medicamentos, como por exemplo aqueles à base de corticoides. A cada 10 pacientes que são candidatos possivelmente 1 ou 2 são qualificados para entrar no estudo, avisa o médico. A maioria dos medicamentos que começou a ser utilizada na última década passou por testes no Centro de Pesquisas do HGG. Esses medicamentos que estão sendo lançados no mercado, inclusive o Victoza, que é um medicamento que está sendo bastante usado no tratamento do diabetes e alguns médicos têm prescrito até para reduzir o peso, esse medicamento antes de ser lançado no mercado foi utilizado no nosso centro, participamos de dois estudos com Victoza, conta Nelson Rassi. Benefício comprovado O senhor Pedro da Silva Ramos, portador do diabetes tipo 2 há 20 anos, é um dos participantes do estudo desenvolvido no HGG. Apesar das restrições impostas pela doença, Pedro Ramos diz que consegue conviver bem com a doença e que este novo medicamento que ele está tomando por conta da pesquisa tem feito um bem enorme. Ele baixa a taxa de glicemia, fica mais fácil de controlar. É a primeira vez que estou participando e tem me feito bem, considera. Ele vai ao HGG uma vez por semana para monitoramento e considera o atendimento excelente.

c como eu trato b Insulinoterapia: tratamento precoce ou na hora certa? Especialista acredita que o método pode estar associado ao maior risco de doenças cardiovasculares diabetes 5 Pesquisas médicas sugerem que o mais ideal para o tratamento do diabetes tipo 2 é o uso da insulinoterapia, logo após o uso da metformina. Entretanto, o doutor em fisiologia clínica experimental, mestre em endocrinologia, expresidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e chefe do Departamento de Metabolismo do Instituto do Diabetes, Amélio Godoy Matos, não concorda com o uso precoce da terapia. Para o especialista, a insulina é um grande remédio que deve ser utilizado em pacientes diabéticos em estágios mais avançados e não nos estágios iniciais. A justificativa é que nos estágios iniciais, como em qualquer outro estágio, a insulina está associada ao ganho de peso e risco de hipoglicemia, que pode levar a um evento adverso sério a ponto de causar a morte, principalmente em pacientes idosos ou em pacientes que já possuem doenças cardiovasculares prévias. Uma hipoglicemia em um paciente como este pode ser letal, devastadora. Em função disto, não seria interessante utilizar insulina e se utilizá-la deve ser em doses menores, para permitir um controle menos rigoroso, orienta. Embora ainda não haja provas conclusivas, mas apenas sugestões, o endocrinologista alerta que o uso da insulina pode estar associada ao maior risco de doenças cardiovasculares, uma vez que ela tem um mecanismo de aterogênese. Segundo Amélio, o paciente que tem aumento de insulina mesmo sem ser diabético, já tem um risco cardiovascular maior. Não faz sentido pegar um paciente que já é resistente à insulina, que já tem níveis de insulina altos em comparação a um grupo de não diabéticos, e dar a ele mais insulina. Assim, os níveis de insulina são aumentados e acionados os mecanismos prováveis em que a hiperinsulinemia leva a um risco cardiovascular aumentado, explica. Tratamento clássico O pesquisador indica insulina apenas para aqueles pacientes que falharam no tratamento com as drogas orais ou com as drogas novas como os análogos de GLP1. Para um estágio mais tardio, a insulina pode ser indicada. Mas acredito que nós conseguiríamos evitar que esses pacientes evoluam para a necessidade de uso de insulina. Nós conseguimos mais ainda: em alguns casos podemos até reverter e diminuir as drogas orais desses pacientes. Evita-se principalmente utilizando a droga certa e auxiliando na perda de peso, sugere Amélio. Para o endocrinologista, o melhor tratamento do paciente diabético tipo 2 é o primeiro que foi inventado: dieta e exercícios. AMÉLIO GODOY MATOS: Não faz sentido pegar um paciente que já é resistente à insulina, que já tem níveis de insulina altos em comparação a um grupo de não diabéticos, e dar a ele mais insulina Você consegue reverter um paciente diabético, voltá-lo para níveis normais de glicemia e eventualmente você consegue até retirar os medicamentos. Sobre a cirurgia de diabetes, o especialista acrescenta que a técnica veio provar que era possível fazer a remissão do diabético. Então, nós temos a obrigação de fazer a remissão com medicamentos e com a perda de peso. É difícil perder peso? É difícil, mas não é impossível. O diabético começa pela boca e pela boca ele termina, reflete. Amélio finaliza ao dizer que não há nenhuma razão para o diabético não tomar insulina. A insulina é um tratamento importante para o diabético, mas que deve ser utilizada no momento certo, na situação certa. Utilizar a insulina de forma generalizada é que não acho adequado. Há outros mecanismos para tratamento. Não sou contra insulina, sou contra o uso inadequado de insulina, frisa.

maio de 2012 8 c nutrição b Gorduras do azeite, das castanhas e do salmão são importantes A má alimentação aliada à prática de exercícios pode causar problemas graves ao organismo. Por isso, é fundamental que o atleta esteja atento às dicas de saúde e que siga uma dieta balanceada. É o que explica a nutricionista Arícia Motta Arantes Lustosa, especialista em Nutrição Esportiva. Beber água é fundamental O ponto mais importante na nutrição esportiva é a hidratação. O corpo de um atleta possui cerca de 70% de água; durante o exercício físico, a temperatura do corpo aumenta causando a transpiração. Com o suor, há uma diminuição na quantidade de sangue e o coração bombardeia rápido. Se o atleta não estiver bem hidratado, pode haver uma diminuição de seu rendimento e até causar sua morte em esportes de longa duração. Cuidado com o corte de carboidratos Embora hoje esteja na moda fazer dieta sem carboidratos, para o praticante de atividade física eles são essenciais pois oferecem energia ao corpo. Se o objetivo com a atividade é emagrecer, terminado o treino deve-se aguardar 1 hora para ingerir carboidratos. Durante esse período há a opção de ingerir iogurte ou leite, por exemplo, mas pão, arroz e macarrão devem ser evitados. Em contraposição, se o objetivo é ganhar músculos, ou ser um atleta de boa performance, é recomendado comer carboidrato logo depois. Mas atenção: para qualquer objetivo, o carboidrato deve ser consumido pelo menos 30 minutos antes de iniciar o exercício. Alerta ao diabético O diabético tipo 1 deve levar o glicosímetro para os treinos para avaliação da necessidade ou não do consumo de carboidrato e sua quantidade durante o exercício. O nutricionista deve trabalhar em parceria com o endócrino, pois ele prescreverá a insulina e o nutricionista fará, ao mesmo tempo, o ajuste da suplementação de carboidrato, para não correr o risco do paciente ter hipoglicemia durante o treino. No diabetes tipo 2 as coisas são bem mais simples no que se refere à alimentação, seguindo o mesmo padrão de alimentação de uma pessoa não diabética. O paciente precisa apenas ser focado no emagrecimento, pois o excesso de peso é um fator que leva tanto ao desenvolvimento do diabetes e quanto às complicações da doença. Riscos do suplemento A suplementação para o esporte jamais deve ser feita sem a orientação de um nutricionista. Os suplementos proteicos são bastante benéficos, mas eles têm que ser adequados à pessoa e à alimentação. Doses altas para pessoas de pequeno porte podem fazer mal para os rins, especialmente se forem portadoras de diabetes. Neste caso, uma alimentação mal orientada e excesso de proteína podem agravar ou até antecipar o surgimento de complicações renais. O suplemento de carboidrato também não pode ser utilizado de maneira aleatória. É necessário ingerir nutrientes de todos os grupos alimentares de uma forma equilibrada e variada. A boa notícia é que as pessoas consomem os suplementos na expectativa de ganhar músculos e eles podem ajudar se a dieta estiver adequada. O lado bom da gordura As pessoas têm medo de ingerir gordura. E realmente é preciso ter receio quanto ao consumo da gordura da picanha, do salame ou da mortadela, por exemplo. Elas realmente não são interessantes para os seres humanos. Mas as gorduras do azeite, das castanhas e do salmão já são gorduras importantes para o equilíbrio do nosso organismo. Elas devem ser consumidas com moderação, mas não devemos cortá-las da nossa alimentação. Hoje, está na moda comer sementes, do tipo quinua e amaranto. Todas elas, assim como a linhaça, gergelim, semente de girassol, castanha do pará e baru, são boas fontes de nutrientes. Tempo ideal da prática esportiva O tempo para a realização de uma atividade física depende da sua finalidade. Se a pessoa vai praticar exercícios para prevenir doenças, basta 30 minutos de caminhada, cinco vezes por semana. Entretanto, se o objetivo é emagrecer são necessárias sete horas por semana, o que terá que consumir de 2000 a 2500 calorias por semana. Vitaminas e minerais Uma alimentação balanceada deve ser rica em vitaminas e minerais. E as fontes são as frutas, legumes e verduras. Para prevenir doenças ou para diminuir as complicações das doenças já existentes, a pessoa precisa comer cinco porções de frutas e vegetais fracionadas ao longo do dia.

c consumo b Portadores de diabetes ganham aplicativo para calcular insulina A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) lançou durante o 2º Congresso Controvérsias e Consensos em Obesidade, Diabetes e Hipertensão, um aplicativo gratuito para celular e tablets que facilitará a vida dos diabéticos. Com o aplicativo, chamado Diamigo, basta digitar o valor da glicemia, colhido em um teste portátil comum, e indicar os alimentos que serão consumidos. Feito isso, o recurso mostra a dose certa de insulina a ser aplicada. O instrumento esta disponível para download para iphone e ipod, no site da AppStore Brasil. FONTE: uol.com.br Tecnologia de aplicação de insulina sem agulha chega ao Brasil Um dispositivo para aplicação de insulina sem as desconfortáveis picadas de agulha já está à disposição de brasileiros que sofrem com o diabetes. A Caneta Safe-Inject para Aplicação de Insulina Sem Agulha, fabricada na Alemanha, foi lançada durante o 15º Congresso da Associação de Diabetes Juvenil, realizado em São Paulo. O novo dispositivo injeta a insulina por um sistema de pressão por mola, proporcionando melhor distribuição do medicamento no tecido subcutâneo. A tecnologia do aparelho foi desenvolvida e patenteada na Alemanha em 1999 e a caneta já é comercializada na Europa, Japão e Estados Unidos há mais de 10 anos. No Brasil, o produto recebeu selos de qualidade da Anad e ISO, e tem produção e comercialização aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Fonte - portaldiabetes.com.br diabetes 9

maio de 2012 10 c experiência de vida b Mãe e nutricionista luta diariamente para controlar o diabetes Depois de 18 anos convivendo com o diabetes tipo 1, Ludmilla Morais Mariano considera que aprendeu a controlar a doença e tem uma boa qualidade de vida, mas admite que poderia se cuidar mais A nutricionista Ludmilla Morais Mariano, 23 anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1 quando tinha apenas cinco anos. Como a maioria das crianças era louca por doce e comia algumas guloseimas escondida dos pais. Depois tinha muita dor de cabeça devido ao aumento da glicemia. Eu chegava a tomar uns cinco analgésicos, mas não fazia ideia das consequências da hiperglicemia, conta. Mas, com o passar dos anos, foi se conscientizando e chegava a dar dicas para portadores de diabetes mais velhos que ela, que a elogiavam por ser tão consciente. Meus pais falavam bastante sobre os problemas futuros quando não se faz tratamento correto e isso fez com que eu não fugisse da dieta, detalha. A doença norteou até sua escolha profissional, a Nutrição, o que, segundo Ludmilla, ajudou bastante a melhorar sua qualidade de vida. A partir dai coloquei objetivos para mim. Agora tento ao máximo seguir uma alimentação saudável e tomo os medicamentos corretamente. Hoje sei que garantir por muitos anos uma vida saudável depende só de mim, analisa. Ela diz que as complicações do diabetes são sempre decorrentes de uma alimentação desequilibrada e sem atividade física. Usar os medicamentos de forma correta e manter uma alimentação saudável associada a exercícios físicos. Quando o diabético não segue essas recomendações, surgem problemas graves, difíceis de se tratar. Então, é melhor cuidar e evitar maiores complicações do que deixar acontecer algo e só depois cuidar da saúde, aconselha, acrescentando que existem outros cuidados, como ter uma manicure zelosa, ainda mais se o diabetes estiver descompensado ou Mesmo se policiando a todo instante LUDMILLA MORAIS sabe que seus cuidados em relação a doença poderiam ser melhores se for portador há muitos anos. Segundo ela, a família e os amigos são essenciais no apoio para que cuide mais da saúde. Ludmilla diz que sempre comenta sobre a doença com as pessoas com quem tem contato, o que ela considera uma oportunidade de esclarecer às pessoas como é a doença e como lidar com ela. MATERNIDADE Um de seus temores era o de não poder ter filhos. Achava que anos de diabetes afetaria algo, mas até isso eu já provei o contrário. Engravidei, tive uma gestação tranquila com uma equipe de profissionais excelentes (nutricionista, endocrinologista e obstetra) e chegava a medir a glicemia 14 vezes por dia. No final deu tudo certo. Nada atrapalha, basta ter cuidado, constata. As agulhadas incomodam bastante, admite Ludmilla. Foram tantos anos tomando insulina três vezes ao dia que meus membros eram enrijecidos, o medicamento chegava a voltar e sentia dor, conta. O problema foi amenizado com a bomba de infusão de insulina, que é um aparelho que fica ligado ao corpo com uma agulha de silicone e é programado para liberar a quantidade certa do medicamento em horários pré-estabelecidos. Não tem como escapar das agulhadas, mas já melhorou bastante, avalia. A bomba de insulina também contribuiu para melhorar sua qualidade de vida e agora ela diz que até se dá ao luxo de comer algum chocolate, picolé, moderadamente, claro. Ludmilla confessa que ficar sem açúcar não é nada fácil. Já são 18 anos com diabetes e até hoje sinto falta desse ingrediente. No entanto, ela diz que as muitas opções de chocolates e doces diets atenuam a vontade. Agora, com a bomba, ela diz que come açúcar. Mas poderia muito bem evitar, critica-se. O único senão à bomba colocado por ela é em relação ao custo de manutenção e medicamento, que não é nada barato. Já são 18 anos convivendo com a doença, a vida em relação ao diabetes vira uma rotina, nós aprendemos a conviver com a doença, querendo ou não. Não temos escolha quanto a isso. Agora, cabe a cada um se cuidar. Então decidi me cuidar justamente para ter uma boa qualidade de vida. Mesmo depois de tanto tempo diabética eu não tenho nenhuma complicação, graças a Deus. Eu me cuido, mas tenho certeza que poderia cuidar mais, finaliza.

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