O GÊNERO TEXTUAL RELATO: UM INCENTIVO À PRÁTICA DE LEITURA E ESCRITA

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Transcrição:

O GÊNERO TEXTUAL RELATO: UM INCENTIVO À PRÁTICA DE LEITURA E ESCRITA LUNA,Jacyeli Macena Quirino de jacymcn@hotmail.com Costa,Bruno de Araújo brunoaraujo35@hotmail.com NASCIMENTO,beatriz pereira do beatrizpn2010@hotmail.com SILVA,José Walter da walterpkin@gmail.com INTRODUÇÃO É evidente que a participação autêntica da pessoa na sociedade é realizada através da leitura e da escrita, por isso as habilidades de leitura e escrita são consideradas indispensáveis para a realização de inúmeras atividades sociais e para a construção de novos conhecimentos. Essas práticas se concretizam na sociedade através da linguagem, por meio dos gêneros textuais. Portanto, é por meio dos gêneros que o ensino de língua portuguesa pode alcançar resultados satisfatórios quanto ao desempenho linguísticodiscursivo dos alunos, e consequentemente, ao bom desenvolvimento comunicativo nas suas interações em sociedade. Tendo em vista tais considerações, realizamos o presente trabalho, que se situa na interface entre o ensino da língua e as práticas sociais de uso da linguagem. Para desenvolvê-lo partimos da descrição da metodologia utilizada, a seguir destacamos as discussões sobre o gênero textual relato e por fim apresentamos os resultados alcançados e as considerações finais. Fazem parte de nossas contribuições teóricas Antunes (2003), que discute o trabalho com a leitura e a escrita sob a concepção interacionista, funcional e discursiva da língua,signorini (2006) que enfoca o gênero textual relato como atividade

relevante quanto ao ensino de leitura e escrita,e Perroni(1992,),que considera o relato por vezes como uma narrativa não ordenativa ou não habitual.concretamente, esse trabalho é resultado da atuação de alunos PIBID - projeto Língua Portuguesa, sob a supervisão da professora de língua portuguesa do Centro Educacional Osmar de Aquino, situado no município de Guarabira-PB. Trata-se de uma prática docente realizada com turmas do sétimo ano do ensino fundamental, congregando ao ensino da leitura e escrita o estudo do gênero textual relato. Essa prática aqui enfocada foi idealizada tendo por objetivo estabelecer uma relação entre as experiências vivenciadas pelo aluno e a prática da sala de aula, traduzindo-se essas experiências por meio de relatos. Pretendeu-se assim estimular o uso da língua no ambiente escolar pelo aluno, bem como fazê-lo sentir prazer nas situações que envolvem leitura e a escrita, a partir de um determinado gênero textual. METODOLOGIA A presente pesquisa teve como base o método qualitativo e foi desenvolvida a partir de uma sequência de análises sobre as experiências alimentares dos alunos das turmas do sétimo ano do ensino fundamental do Centro educacional Osmar de Aquino. Trabalhamos práticas de leituras e produção textual sobre o tema alimentação saudável, em que se desenvolveu nas seguintes etapas: A princípio foram levados à sala de aula textos e cartazes voltados para o tema Alimentação Saudável, e mediou-se uma discussão acerca do tema, destacando-se sua importância, bem como as consequências negativas da alimentação, se feita de maneira incorreta. Numa segunda etapa, inicialmente foi pedido aos alunos uma produção textual a respeito do tema em questão, utilizando-se como base o gênero textual relato para a elaboração do texto. Apresentamos um modelo ampliado de um relato, explorando em sala de aula sua funcionalidade e estrutura na vida cotidiana dos educandos, em seguida sugerimos que eles escrevessem um texto relatando/falando com base nas discussões feitas em sala de aula sobre tema alimentação saudável

contemplando os mecanismos explorados em sala de aula acerca do gênero em questão, assim eles poderiam elaborar seu próprio texto, abordando experiências vividas em sala de aula. Após esse momento, seguiu-se para a terceira fase, culminando com a dinâmica intitulada prato saudável, na qual cada aluno recebeu um prato, feito de papel pelos integrantes pibid, e nele contendo um menu formado por nomes de alimentos saudáveis e não saudáveis. De posse desses menus, cada aluno teve a tarefa de selecionar, através das palavras, quais alimentos poderiam ser considerados saudáveis. Em seguida montaram um quadro, separando os alimentos saudáveis dos não saudáveis,dessa forma,a consciência do que pode ser considerada uma alimentação saudável foi resultante do trabalho de leitura, discussão e produção textual que antecipou a realização da dinâmica. Observamos, portanto, que a prática de ensino/aprendizagem por meio de textos pode resultar na aquisição de conhecimentos práticos que tem importância para a vida dos alunos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A realização desse trabalho foi de fundamental importância para a equipe PIBID porque através dele pudemos constatar que ainda existe uma deficiência grande quanto à prática de leitura e produção de textos de alunos do sétimo ano do ensino fundamental. Pudemos constatar ainda a validade das considerações teóricas aqui enfocadas, tendo em vista a necessidade de embasarmos o ensino/aprendizagem da língua numa prática bem fundamentada. Nesse sentido, Antunes (2003, p. 75) nos direcionou para a perspectiva de que é pela leitura que se apreende o vocabulário específico de certos gêneros de textos ou de certas áreas do conhecimento e da experiência e com Perroni (1992, p. 88) considerando o relato como sendo uma narrativa em que se contam experiências pessoais, vividas em momentos anteriores ao da enunciação, que podem ser consideradas não ordinárias ou não habituais. Assim, direcionamos nossa prática na disciplina de língua portuguesa de forma a introduzir-se a prática de leitura e produção de textos abordando-se o gênero textual relato a partir das experiências dos próprios alunos. Com isso

percebe-se a real importância dos gêneros textuais tanto para a prática de leitura quanto para a produção de textos na sala de aula. Ainda sobre o gênero textual relato, Signorini (2006, p. 61) afirma que o relato enquanto espaço de auto-referenciação, autoelucidação, é orientado em função de duas linhas de força que regulam o processo contínuo de reconfiguração de posições, papéis e identidades do eu narrador no fio de seu discurso (MALET, 2000). A primeira delas é a da pretensão à verdade na narração e descrição de fatos, cenas e experiências (grifo nosso), tendo o acontecimento como elemento estruturador. A segunda linha de força [...] é a do cálculo das motivações e expetativas do interlocutor. Conforme o trecho citado, percebemos que através do gênero relato os alunos foram sendo estimulados a produzirem seus próprios textos narrativos e descritivos, em que abordaram suas experiências vividas em sala de aula. Para que isso se efetive, estamos conscientes de que, enquanto alunos PIBID, devemos propor atividades estimulantes ao aluno através das quais ele possa produzir e valorizar os textos de sua própria autoria e se sentir capaz de manusear o texto adequado para suas necessidades práticas de leitura e escrita na sociedade. Dessa forma, faz-se necessário que a leitura e a produção de textos configurem atividades reais de uso da língua para o aluno, sendo para isso fundamental que se possa ir mais adiante das formas tradicionais de ensino, introduzindo-se em sala de aula os mais variados gêneros textuais que venham a enriquecer ainda mais o conhecimento textual dos alunos. Isso tudo através de atividades práticas e prazerosas de ensino. Durante nossa atuação em sala de aula, observamos que, ao longo da discussão acerca do tema Alimentação Saudável, houve envolvimento da turma, os alunos puderam compartilhar suas experiências em relação à alimentação, como também tirar dúvidas sobre a mesma. Já inteirados acerca do tema, foi possível a produção de relatos coerentes, de um modo geral, com o que havíamos apresentado sobre a estrutura do texto. Contudo, um aluno nos chamou a atenção ao "fugir" do gênero proposto e produzir um diálogo entre dois amigos, no qual um chama a atenção do outro para cuidar da alimentação. Quanto à dinâmica prato saudável, alguns ficaram com dúvidas

com relação à identificação dos alimentos considerados saudáveis, mas através da nossa orientação e leitura das palavras foi possível para eles identificar e separar os alimentos saudáveis dos não saudáveis. Ao final, foi possível obter bons resultados em relação ao processo de leitura e produção textual, apesar das dificuldades encontradas para a elaboração dos relatos. CONCLUSÃO Observamos, durante todo o processo de aplicação de aulas e da dinâmica, a necessidade premente de se recorrer a técnicas pedagógicas e elementos extracurriculares diferenciados do convencional, no intuito de instar os alunos à cooperação e assimilação dos conteúdos propostos mediante o estímulo da curiosidade e da criatividade. Assim,consideramos que se fazem indispensáveis em sala de aula o trabalho com textos de diversos gêneros, positivamente explorados para que seja possível exercitar a competência da leitura, escrita e compreensão, corretamente abordados sob a perspectiva da função textual. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. PERRONI, Maria Cecília. Desenvolvimento do discurso narrativo. 1ª ed. São Paulo, Martins Fontes, 1992. SIGNORINI, Inês (org.). Gêneros Catalizadores letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.