MICROECONOMIA MACROECONOMIA. 2ª Edição. Conceitos económicos fundamentais para a gestão das organizações L U Í S A C A R V A L H O EDIÇÕES SÍLABO



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L U Í S A C A R V A L H O MICROECONOMIA e MACROECONOMIA Conceitos económicos fundamentais para a gestão das organizações 2ª Edição Revista e Melhorada EDIÇÕES SÍLABO

Ao João, ao Delmar, aos meus pais, e aos meus alunos.

MICROECONOMIA E MACROECONOMIA Conceitos económicos fundamentais para a gestão das organizações LUÍSA MARGARIDA CAGICA CARVALHO EDIÇÕES SÍLABO

É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer forma ou meio, NOMEADAMENTE FOTOCÓPIA, esta obra. As transgressões serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor. Visite a Sílabo na rede www.silabo.pt Editor: Manuel Robalo FICHA TÉCNICA: Título: Microeconomia e Macroeconomia Conceitos económicos fundamentais para a gestão das organizações Autora: Luísa Margarida Cagica Carvalho Edições Sílabo, Lda. Capa: Pedro Mota 1ª Edição Lisboa, novembro de 2012 2ª Edição Lisboa, outubro de 2014 Impressão e acabamentos: Cafilesa Soluções Gráficas, Lda. Depósito Legal: 383197/14 ISBN: 978-972-618-773-8 EDIÇÕES SÍLABO, LDA. R. Cidade de Manchester, 2 1170-100 Lisboa Tel.: 218130345 Fax: 218166719 e-mail: silabo@silabo.pt www.silabo.pt

Índice Índice de caixas, figuras e tabelas 13 Prefácio à 2ª edição 19 Prefácio para os estudantes 21 Prefácio para os professores 23 PARTE I ECONOMIA E NEGÓCIOS Capítulo 1 Ambiente empresarial 1.1. Âmbito da economia empresarial 27 1.2. Dimensões do ambiente empresarial 29 1.3. Estrutura industrial 31 Capítulo 2 Economia e mundo empresarial 2.1. Microeconomia e macroeconomia 35 2.2. O problema da escassez: uma perspetiva microeconómica 38 2.3. A fronteira de possibilidades de produção e os custos de oportunidade 40 2.4. Apêndice ao Capítulo 2 Análise de gráficos 45

PARTE II MERCADOS E NEGÓCIOS Capítulo 3 Funcionamento dos mercados 3.1. Mercados livres 51 3.2. Porque é que não deixamos funcionar livremente o mercado? 52 3.3. Procura 54 3.4. Oferta 63 3.5. Equilíbrio: oferta e procura 68 3.6. Situações de desequilíbrio devidas à intervenção do governo 70 Capítulo 4 Elasticidades e preços 4.1. Elasticidade preço da procura 75 4.1.1. A importância da elasticidade preço da procura nas decisões empresariais 81 4.2. Elasticidade cruzada da procura 82 4.3. Elasticidade rendimento da procura 83 4.4. Elasticidade preço da oferta 85 PARTE III ANÁLISE NA PERSPETIVA DA PROCURA Capítulo 5 Procura e consumidor 5.1. Teoria da utilidade marginal 90 5.2. O nível ótimo do consumidor 92 5.3. Utilidade marginal e curva da procura de um bem 93 5.4. Procura em condições de risco e de incerteza 94 5.4.1. Diminuição da utilidade marginal do rendimento e atitudes perante a tomada de risco 95 5.4.2. Seguros: uma forma de minimizar os riscos 96

5.5. Análise da procura do consumidor 97 5.6. As preferências do consumidor e as curvas de indiferença 98 5.7. Alterações nas características reais ou percebidas dos produtos 104 Capítulo 6 Procura e empresa 6.1. A importância de conhecer a procura 107 6.2. Métodos de recolha de dados sobre o comportamento do consumidor 108 6.3. Estimação da função procura 110 Capítulo 7 Produtos e marketing 7.1. Diferenciação de produtos 113 7.2. Segmentação do mercado 115 7.3. Marketing do produto 116 7.4. Estratégia de marketing 116 7.5. Marketing mix 118 PARTE IV ANÁLISE NA PERSPETIVA DA OFERTA E DOS MERCADOS Capítulo 8 Custos de produção 8.1. Significado de custos 125 8.2. Alterações na produção no curto prazo e no longo prazo 126 8.2.1. Produção no curto prazo: a lei dos rendimentos decrescentes 127 8.2.2. Função de produção de curto prazo: produto total, médio e marginal 127 8.2.3. Custos no curto prazo 129 8.2.4. Produção no longo prazo 130 8.2.5. O progresso tecnológico e o mapa de isoquantas 134 8.2.6. Combinação ótima de fatores 136 8.2.7. Custos no longo prazo 137 8.3. Apêndice ao Capítulo 8 Representação matemática da função custos 140

Capítulo 9 Receitas e lucros 9.1. Receitas 141 9.2. Curvas da receita em situações em que o preço não é afetado pelo nível de produção da empresa 142 9.3. Curvas da receita em situações em que o preço é afetado pelo nível de produção da empresa 144 9.4. Maximização do lucro 145 Capítulo 10 Mercados 10.1. Concorrência perfeita 151 10.1.1. Equilibro de curto prazo 152 10.1.2. Equilíbrio de longo prazo 154 10.1.3. Concorrência perfeita e bem-estar social 156 10.2. Monopólio 157 10.2.1. Equilíbrio em monopólio 159 10.2.2. Comparação entre o mercado de concorrência perfeita e o mercado de monopólio 160 10.3. Concorrência monopolística 161 10.3.1. Equilíbrio no curto prazo 162 10.3.2. Equilíbrio no longo prazo 162 10.4. Oligopólio 164 10.4.1. Competição e colusão 165 10.4.2. Equilíbrio num oligopólio em conluio 165 10.4.3. Equilíbrio num oligopólio sem conluio: teoria de jogos 166 10.4.4. Equilíbrio num oligopólio sem conluio: curva da procura quebrada 169 Capítulo 11 Mercado de trabalho e salários 11.1. Mercados de trabalho perfeitamente concorrenciais 173 11.2. Procura de trabalho: teoria da produtividade marginal 177 11.3. Nível de maximização do lucro empresarial do trabalho 179 11.4. Salários e lucros em concorrência perfeita 181 11.5. Empresas com poder no mercado de trabalho 182 11.6. Salários mínimos 182

PARTE V AMBIENTE MACROECONÓMICO Capítulo 12 Ambiente macroeconómico e economia global 12.1. Economia global: análise económica relevante de suporte à empresa 190 12.2. Indicadores agregados de avaliação global de um país 192 12.3. Medição do produto nacional: alguns conceitos de contabilidade nacional 193 12.4. Problemas com a medição do PIB 197 12.5. Desenvolvimento económico e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 199 Capítulo 13 Oferta e procura agregadas 13.1. Procura agregada 203 13.2. Oferta agregada 206 13.3. Equilíbrio macroeconómico 208 Capítulo 14 Ciclos económicos, inflação e desemprego 14.1. Crescimento económico e ciclo económico 214 14.2. Inflação 215 14.3. Desemprego 217 PARTE VI POLÍTICAS MACROECONÓMICAS Capítulo 15 Políticas macroeconómicas: enquadramento e políticas do lado da procura 15.1. Teorias económicas: um olhar sobre o passado para melhor compreender o presente 223 15.2. Políticas económicas 227 15.3. Política orçamental 230 15.4. O orçamento 233 15.5. Política monetária 236 15.6. Política monetária ou orçamental: qual a melhor opção? 243

Capítulo 16 Políticas macroeconómicas do lado da oferta 16.1. Políticas da oferta orientadas para o mercado 249 16.2. Política regional e urbana 252 16.2.1. Política regional da União Europeia 257 16.3. Política industrial 259 Bibliografia 263

Índice de caixas, figuras e tabelas CAIXAS Caixa 1.1. Como avaliar fatores externos? Uma metodologia de gestão 30 Caixa 1.2. Setor têxtil português 30 Caixa 2.1. Índice de Preços no Consumidor 37 Caixa 2.2. Fatores de produção e função de produção 39 Caixa 2.3. Eficiência e ineficiência 42 Caixa 2.4. Escolha e especialização 43 Caixa 3.1. Tipos de economias 52 Caixa 3.2. Bens públicos 53 Caixa 3.3. O conflito entre eficiência e equidade 53 Caixa 3.4. Externalidades 54 Caixa 3.5. Pode haver procura negativa? 56 Caixa 3.6. O que significa a oferta negativa? 66 Caixa 3.7. Desequilíbrios de mercado: escassez e excedente 68 Caixa 4.1. Marcas próprias 80 Caixa 5.1. Paradoxo do valor: a água e o diamante 94 Caixa 5.2. Risco e incerteza 95 Caixa 5.3. O caso do bem Giffen 104 Caixa 10.1. Concorrência perfeita e economias de escala 156 Caixa 10.2. Guerra de preços 168 Caixa 11.1. O caso dos cafés de New Jersey 184 Caixa 12.1. Economia paralela subiu para 26,7% do PIB e representa mais de metade do empréstimo da troika 197 Caixa 12.2. A economia paralela é boa ou má para a economia formal? 198 Caixa 12.3. IDH cresce 18% em 20 anos 200 Caixa 12.4. Portugal desce três lugares no desenvolvimento humano 201

Caixa 14.1. Hiperinflação: o caso da Alemanha após a primeira guerra mundial 216 Caixa 14.2. Portugal é o terceiro país da OCDE onde o desemprego estrutural mais aumentou 219 Caixa 15.1. Biografia de John Maynard Keynes 224 Caixa 15.2. Biografia de Milton Friedman 226 Caixa 15.3. As recomendações da OCDE para a economia portuguesa 235 Caixa 15.4. A adesão ao euro 236 Caixa 16.1. Efeito multiplicador regional 253 Caixa 16.2. Congestionamento urbano 254 Caixa 16.3. Desequilíbrios entre o interior e litoral português 255 Caixa 16.4. Desenvolvimento urbano na UE 256 Caixa 16.5. Uma política industrial europeia para a era da globalização 260 FIGURAS Figura 1.1. Âmbito do estudo da economia empresarial 28 Figura 2.1. Circuito económico: fluxo real e fluxo monetário 38 Figura 2.2. Fronteira de possibilidades de produção 41 Figura 2.3. Custo de oportunidade e custos crescentes 42 Figura A2.1. Relação positiva entre duas variáveis 45 Figura A2.2. Relação negativa entre duas variáveis 46 Figura A2.3. Declive positivo 47 Figura A2.4. Declive negativo 47 Figura A2.5. Cálculo da área do retângulo 48 Figura A2.6. Cálculo da área do triângulo 48 Figura 3.1. Curva da procura de gelados 55 Figura 3.2. Deslocação da curva da procura: bens substitutos no mercado da Pepsi-Cola 57 Figura 3.3. Deslocação da curva da procura: bens complementares no mercado dos jogos para consolas 58 Figura 3.4. Deslocação da curva da procura: redução do rendimento no caso de um bem normal 59 Figura 3.5. Deslocação da curva da procura: alteração de gostos no mercado dos CD 60 Figura 3.6. Deslocação da curva da procura: o caso da publicidade 61 Figura 3.7. Deslocação da curva da procura: expectativas de redução de preços 62 Figura 3.8. Curva da oferta gelados 65 Figura 3.9. Deslocação da curva da oferta: aumento do preço do fator produtivo trabalho 67 Figura 3.10. Deslocação da curva da oferta: nova tecnologia 68

Figura 3.11. Equilíbrio de mercado 69 Figura 3.12. Preço máximo ou teto 71 Figura 3.13. Preço mínimo ou garantido 72 Figura 4.1. Curva da procura: um exemplo de procura rígida ou inelástica 76 Figura 4.2. Curva da procura: um exemplo de procura elástica 77 Figura 5.1. Utilidade total 91 Figura 5.2. Utilidade marginal 92 Figura 5.3. Mapa de curvas de indiferença 99 Figura 5.4. Preferências extremas com bens substitutos perfeitos 99 Figura 5.5. Preferências extremas com bens complementares perfeitos 100 Figura 5.6. Restrição orçamental 101 Figura 5.7. Alterações no preço dos bens (com redução no consumo do bem Y) 102 Figura 5.8. Alterações no preço dos bens (com aumento no consumo do bem Y) 103 Figura 7.1. Matriz de Ansoff 117 Figura 7.2. Dimensões do marketing mix 118 Figura 8.1. Mapa de isoquantas 134 Figura 8.2. A decisão ótima da empresa 135 Figura 8.3. Custo médio de longo prazo: economias de escala (a); deseconomias de escala (b) e custos constantes (c) 138 Figura 8.4. Curva de custo médio de longo prazo 138 Figura 9.1. Receita média e receita marginal de uma empresa tomadora de preço 143 Figura 9.2. Determinação da quantidade ótima 146 Figura 10.1. Equilíbrio de curto prazo no mercado e numa empresa individual 152 Figura 10.2. Minimização de perdas em concorrência perfeita (curto prazo) 154 Figura 10.3. Equilíbrio no longo prazo em concorrência perfeita 155 Figura 10.4. Equilíbrio numa empresa monopolista 160 Figura 10.5. Concorrência monopolística no curto e longo prazo 163 Figura 10.6. Comparação entre o equilíbrio de longo prazo no mercado de concorrência perfeita e de concorrência monopolística 164 Figura 10.7. Teoria de jogos: dilema do prisioneiro 167 Figura 10.8. Curva da procura quebrada em oligopólio 170 Figura 11.1. Mercado de trabalho perfeitamente concorrencial 174 Figura 11.2. Desutilidade marginal e oferta de horas de trabalho 176 Figura 11.3. Inflexão da curva de oferta de trabalho 177 Figura 11.4. Maximização do nível de emprego 178 Figura 11.5. Derivação da curva da procura de trabalho da empresa 180 Figura 11.6. Salários e excedente da empresa sobre os gastos salariais 181

Figura 11.7. Sindicato monopolista face a produtores em concorrência perfeita 183 Figura 11.8. Monopsónio 184 Figura 12.1. A teia da economia global 191 Figura 13.1. Procura agregada e inflação 204 Figura 13.2. Procura agregada, inflação e gastos públicos 205 Figura 13.3. Oferta agregada com pleno emprego 206 Figura 13.4. Oferta agregada sem pleno emprego 207 Figura 13.5. Equilíbrio macroeconómico 208 Figura 13.6. Deslocação da curva da procura agregada com aumento da inflação 209 Figura 13.7. Deslocação da curva da procura agregada com recessão 210 Figura 13.8. Deslocação para a direita da curva da oferta agregada 210 Figura 13.9. Deslocação para a esquerda da curva da oferta agregada 211 Figura 15.1. Fins de política económica 228 Figura 15.2. Grupos e política económica 228 Figura 15.3. Instrumentos de política monetária 238 Figura 15.4. Sistema monetário 239 Figura 15.5. Política monetária 240 Figura 15.6. Mecanismo de transmissão 240 Figura 15.7. Mecanismos de transmissão: operações de mercado aberto 241 Figura 15.8. Efeitos de curto prazo da alteração no stock de moeda 241 Figura 15.9. Efeitos de longo prazo da alteração no stock de moeda 242 Figura 15.10. Keynesianos e monetaristas 243 Figura 15.11. Políticas monetária e orçamental 244 Figura 15.12. Eficácia relativa das políticas monetária e orçamental 244 Figura 15.13. Variáveis com impacto na procura agregada 245 Figura 16.1. Redistribuição dos fundos estruturais regionais 258 TABELAS Tabela 1.1. CAE Rev. 3 a 2 dígitos 32 Tabela 1.2. Dimensão empresarial, criação de emprego e valor acrescentado em Portugal e na UE 34 Tabela 2.1. FPP da Ecolândia 41 Tabela 3.1. Procura de gelados 55 Tabela 3.2. Fatores que causam deslocações da curva da procura 63 Tabela 3.3. Oferta de gelados 64 Tabela 3.4. Fatores que causam deslocações da curva da oferta 67 Tabela 3.5. Oferta e procura de gelados 69

Tabela 4.1. Relação entre elasticidade preço da procura e receitas totais 81 Tabela 4.2. Elasticidade cruzada da procura 82 Tabela 4.3. Elasticidade rendimento da procura 84 Tabela 5.1. Utilidade total e marginal 91 Tabela 8.1. Produção da quinta Verde Vinho (pipas de 550 litros) 128 Tabela 9.1. Receitas de uma empresa tomadora de preço 143 Tabela 9.2. Cálculo do lucro total e do lucro marginal 145 Tabela 9.3. Características dos mercados 150 Tabela 15.1. Exemplos de quantificação de metas de política económica 229 Tabela 16.1. Peso do estado no países da UE 251

Prefácio à 2ª edição Estimados(as) leitores(as): Eis que chegamos à 2ª edição deste livro. Pretendeu-se que esta edição introduzisse melhoramentos e afinações relativamente à 1ªedição. Porém, a estrutura e a abordagem inicial da obra mantêm-se cumprindo os objetivos inerentes à sua conceção. Os temas económicos continuam atuais e na ordem do dia, por bons ou por maus motivos todos nós precisamos de compreender melhor como funcionam os mercados, de entender termos e conceitos económicos que integram o nosso quotidiano e de tentar interpretar a realidade global que entra diariamente nas nossas casas através dos media. Neste contexto, os futuros gestores e todos os aqueles que trabalham com temas desta natureza têm de dispor de conhecimentos e de ferramentas adequadas para que possam tomar decisões informadas e conscientes. Reitero os votos de boas leituras e até breve. Sesimbra, 25 de setembro de 2014

Prefácio para os estudantes Estimados estudantes: Se estudam economia no âmbito de um curso de gestão ou de engenharia este livro foi escrito para vós. Esta obra pretende cobrir a maioria dos princípios económicos fundamentais, em particular os que se aplicam ao mundo dos negócios. Ao longo do livro tentam-se incluir exemplos reais e explicam-se alguns conceitos e teorias que aparecem em caixas ao longo do texto, sempre com o intuito de vos ajudar a compreender como é que a economia pode ser usada para interpretar a envolvente e como suporte à tomada de decisões no domínio das organizações. Espero assim que este livro vos ajude a entender a economia de uma forma interessante e aplicada à realidade empresarial. E, contribua para melhorar o conhecimento sobre um conjunto de fatores que afetam as decisões e resultados empresariais. Neste sentido, o objetivo principal deste livro é o de tornar uma disciplina por vezes considerada complexa, teórica e difícil, mais apelativa e simples de compreender, com grande aplicação e ligação com o mundo real dos negócios pensando particularmente nos futuros gestores. Muitos de vós no final do curso trabalharão nas diversas áreas da gestão, outros até já desempenham tarefas nesses domínios e necessitam de aprofundar os conhecimentos nesta área, e nesse contexto por diversas vezes ser-vos-á fundamental o domínio da literacia económica. Tentei escrever o livro num estilo de escrita simples que favoreça uma rápida compreensão. No final de cada capítulo são apresentados pequenos sumários, que podem ser úteis para a síntese da matéria de estudo. Cada capítulo apresenta ainda um conjunto de questões de aplicação consoante a sua natureza que permitem recapitular a matéria e aferir os conhecimentos. Desejo, sinceramente que apreciem o livro, e, sobretudo que vos seja útil quer no processo de aprendizagem quer em termos de livro de apoio à gestão na vossa prática profissional. Desejo-vos boa sorte e boas leituras... Bem-vindos a bordo e boa viagem!

Prefácio para os professores Estimados colegas: O objetivo deste livro é o de constituir o suporte a uma disciplina de economia introdutória aplicada ao ambiente empresarial. O livro foi estruturado para apoiar principalmente os cursos de licenciatura em gestão e engenharia ou noutros graus de ensino onde a economia seja abordada numa perspetiva empresarial. Pode ainda ser aplicável a estudantes que estudem economia em cursos de pós graduação, de MBA e noutros cursos breves voltados para a profissionalização e para o mercado. O livro tem dezasseis capítulos e divide-se em seis partes temáticas dedicadas a temas de microeconomia e de macroeconomia de acordo com as abordagens inclusas em cada capítulo. Cada capítulo tem uma dimensão pensada à sua aplicação em sala de aula, terminando com sumários e questões de revisão. Sesimbra, 30 de agosto de 2012

PARTE I ECONOMIA E NEGÓCIOS

Capítulo 1 Ambiente empresarial 1.1. Âmbito da economia empresarial Este livro pretende ser uma obra de apoio a todos os que têm interesse pelos temas da economia aplicada à gestão das organizações, procurando enquadrar os conceitos económicos numa perspetiva de aplicação empresarial, podendo ser uma ferramenta útil particularmente para os futuros gestores. Em termos genéricos, este livro pretende abordar os aspetos relacionados com o estudo das organizações, principalmente, as organizações com fins lucrativos ou empresas, ambientes onde operam, decisões e seus impactos sobre os clientes, sobre os concorrentes e sobre o mercado em geral. Este capítulo, começa por levantar algumas questões fundamentais para todos os que tenham necessidade ou apenas curiosidade em aprofundar os seus conhecimentos sobre estas temáticas, tais como: O que é a economia? Qual é o seu objetivo? E qual é o seu objeto de estudo? Na verdade, no que concerne às empresas importa estudar, fundamentalmente três vertentes: Influência do ambiente externo sobre as empresas; Decisões internas da empresa; Resultados sobre terceiros das decisões empresariais.

28 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA Figura 1.1. Âmbito do estudo da economia empresarial No que respeita à influência dos fatores externos sobre o seu processo de decisão, incluem-se todos os aspetos que a empresa não consegue controlar diretamente, como por exemplo, o custo da eletricidade, dos combustíveis, das matérias- -primas, etc. mas também aos custos e/ou benefícios diretos e indiretos que advêm da localização da empresa, das condições financeiras do país onde opera, das características e dimensão do mercado, e, até, da fase do ciclo económico. Considerando o ambiente que a rodeia e influência, nomeadamente: a concorrência, os mercados onde opera entre outros fatores, a empresa toma um conjunto de decisões internas, como o preço, as matérias-primas a utilizar, a forma de distribuir o produto, os investimentos a realizar, o marketing, a política de contratação de pessoal, entre outros, em suma, a forma mais eficiente de afetar os recursos para produzir uma determinada quantidade de bens ou serviços. No que respeita aos efeitos das suas decisões sobre terceiros, quando uma empresa decide levar a cabo uma determinada política de preço ou a internacionalização para um determinado mercado, a sua atuação tem efeitos sobre as outras empresas, os consumidores, as intervenções públicas, etc., ou seja, sobre os agentes externos à empresa. Os três fatores apontados como objeto de estudo da economia empresarial permitem evidenciar a diferença entre esta perspetiva e uma abordagem mais genérica da economia, que considera como objeto de estudo a forma como os agentes económicos (famílias, empresas e governo) afetam recursos escassos mediante escolhas efetuados no quadro de um determinado sistema económico.

AMBIENTE EMPRESARIAL 29 1.2. Dimensões do ambiente empresarial No âmbito do ambiente empresarial poderemos identificar, pelo menos, quatro dimensões: ambiente político e legal; ambiente tecnológico; ambiente económico e ambiente sociocultural. De seguida, procede-se à análise de cada um desses ambientes: 1. Ambiente político e legal. As ações das empresas são diretamente determinadas pelo quadro legal do país e pelo setor onde se inserem. As decisões políticas podem gerar ambientes mais ou menos favoráveis aos negócios e ao comércio. A título de exemplo, veja-se a dificuldade em surgirem novos negócios sustentáveis em países politicamente instáveis, ou como as mudanças constantes na legislação dos países podem determinar opções de deslocalização para outros mercados, ou inibirem as empresas de investirem em determinados projetos; 2. Ambiente tecnológico. É aceite como fundamental o papel da tecnologia nas sociedades atuais. Fatores como o maior acesso à tecnologia (em termos de transferência de tecnologia gerada em universidades e centros de investigação para o mercado), os territórios que favorecem a difusão tecnológica e onde a inovação é fator chave, fomentam o crescimento sustentado de longo prazo das empresas; 3. Ambiente sócio cultural. Os aspetos sócio culturais que incluem a sociedade como um todo, em termos das suas preferências, comportamentos, normas, padrões de consumo, poder de compra, níveis de qualificações, entre outros, influenciam a atuação das empresas. Atualmente, os aspetos de natureza ética e a responsabilidade social empresarial têm impactos sobre as decisões das empresas e sobre a sua imagem e credibilidade no mercado; 4. Ambiente económico. Pode ser considerado em diversas dimensões nomeadamente aspetos locais e regionais, nacionais e internacionais que influenciam as empresas. Poderemos assim dividir estes fatores em microeconómicos e macroeconómicos. Considerando-se como fatores microeconómicos aqueles que são específicos de uma empresa que opera no mercado, sabendo-se que os mercados são pautados pela competitividade, tais como, os aumentos dos custos, a alteração dos gostos dos consumidores, etc. O ambiente macroeconómico, refere-se a aspetos nacionais e internacionais que afetam as empresas, respetivamente, alterações na taxa de juro, na taxa de câmbio e nos impostos.

30 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA Caixa 1.1. Como avaliar fatores externos? Uma metodologia de gestão A análise PEST derivada das iniciais em inglês «Polítical, Economic, Social and Tecnological» é utilizada pelas empresas para auditarem quais as influências ambientais que afetam a empresa de modo a estabelecerem uma estratégia futura Caixa 1.2. Setor têxtil português O setor têxtil e do vestuário assume uma dimensão extremamente relevante, quer no seio da estrutura industrial portuguesa, quer ao nível global. A produção de têxteis e de vestuário é, atualmente, a maior fonte mundial de emprego industrial, estando presente quer em países desenvolvidos, quer em países ainda em vias de desenvolvimento. As fronteiras nacionais assumem um papel cada vez menos relevante para este setor, disperso ao longo do globo, levando a que os produtos da fileira sejam, crescentemente, produtos globais, sujeitos a uma procura cada vez mais homogénea, sobretudo ao nível dos gostos e desejos dos consumidores. As tecnologias de informação e comunicação aceleram a dispersão global dos gostos e modas, provocando o desenvolvimento de um ciclo cada vez mais rápido na disseminação das preferências dos consumidores. Paralelamente, os processos de produção e de distribuição são crescentemente interligados, provocando a existência de uma cadeia global que abrange desde a produção das matérias- -primas até à distribuição dos produtos finais aos consumidores. Os desenvolvimentos a nível económico e social no final do século XX colocaram, assim, um setor como o têxtil e vestuário, no centro da arena global, processo esse provocado por inúmeros fatores, dos quais se destacam: crescimento económico: as fases de maior crescimento económico acarretam, usualmente, uma maior abertura ao comércio, proporcionando e beneficiando os processos de deslocalização da produção, do investimento direto no exterior e, logicamente, um maior crescimento dos fluxos mundiais de comércio; estratégias de industrialização em países com economias baseadas em recursos naturais, o problema da deterioração permanente dos termos de troca para as economias baseadas na exportação de recursos naturais conduziu a um aprofundamento das políticas industriais ativas, com o objetivo de desenvolvimento de setores económicos, exportadores, menos sujeitos a essa deterioração. As reduzidas barreiras à entrada no setor têxtil e do vestuário fomentaram um forte investimento neste setor, alargando o leque de países produtores e exportadores de têxteis e vestuário a nível mundial; novas tecnologias de comunicação: o desenvolvimento das tecnologias de comunicação permite que as empresas beneficiem de um modo

AMBIENTE EMPRESARIAL 31 crescente das vantagens comparativas específicas de cada país, facilitando a deslocalização da produção, o desenvolvimento de processos de subcontratação, entre outros. As melhorias ao nível das comunicações e da logística tornam mais lucrativa a atividade industrial descentralizada, bem como a especialização crescente; redução dos custos de transporte: a par do desenvolvimento das tecnologias de comunicação, a redução dos custos de transporte é um dos fatores que mais apoiou o crescimento do setor têxtil e do vestuário em localizações alternativas, permitindo um forte aumento das trocas internacionais; enquadramento legal e política comercial: a disseminação de políticas mais favoráveis a um aumento da eficiência económica conduziu a uma pressão cada vez mais forte a favor da redução das barreiras e obstáculos ao comércio internacional. A tendência para políticas comerciais de cariz mais liberal, a criação de mecanismos como o tráfego de aperfeiçoamento passivo e o desenvolvimento de zonas de comércio livre fomentaram a troca de produtos do setor entre regiões e países geograficamente distantes e com diferentes níveis de desenvolvimento e dotação fatorial. Fonte: IAPMEI, http://www.iapmei.pt/resources/download/coop/siscoop_estudos_caso.pdf 1.3. Estrutura industrial Um dos aspetos que mais influência o desempenho das empresas é o setor onde estas se integram. O setor diz respeito ao grupo de empresas que produzem bens ou serviços similares. As empresas consoante o que produzem podem enquadrar-se no: Setor primário inclui as atividades da agricultura, pescas e indústria extrativa; Setor secundário compreende a indústria e a construção; Setor terciário abarca os serviços, tais como: financeiros, comerciais, transportes, hotelaria entre outros. Atualmente, os países mais desenvolvidos da OCDE 1 fruto do processo de desindustrialização refletem o aumento do peso do setor serviços para a criação de riqueza (PIB 2 ) e para a geração de emprego. (1) Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. (2) Produto Interno Bruto somatório dos bens e serviços, em termos monetários, produzidos por uma economia num ano civil.

32 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA O agrupamento das empresas por setor industrial, por exemplo, indústria têxtil, indústria química, hotelaria, comércio e distribuição, etc., pode servir vários propósitos e ser útil aos estudos empresariais. Alguma organizações chegam mesmo a dividir o setor industrial de acordo com a intensidade tecnológica das empresas que integram. O setor secundário pode subdividir-se em: atividades de alta tecnologia, de média tecnologia e de baixa tecnologia. E os serviços também têm sido agrupados e classificados de acordo com vários critérios. Considerando o tipo de tecnologia e de mercado servido, pode dividir-se o setor serviços em: comércio; transportes e telecomunicações; serviços financeiros; hotelaria e turismo e serviços de apoio às empresas. As atividades económicas podem ser classificadas de acordo com códigos, denominados por CAE (Código de Atividades Económicas). Estes códigos podem subdividir-se em grupos específicos de empresas de acordo com as suas atividades até aos 5 dígitos, conforme Tabela 1.1. Tabela 1.1. CAE Rev. 3 a 2 dígitos Secção Grupos Designação A 01 + 02 + 03 Agricultura, produção animal, caça, floresta e pescas. B 04, 05, 06, 07, 08, 09 Indústrias extrativas. C 10 + 11 + 12 + 13 + 14 + 15 + 16 + 17 + 18 + 19 + 20 + 21 + 22 + 23 + 24 + 25 + 26 + 27 + 28 + 29 + 30 + 31 + 32 + 33 Indústrias transformadoras. D 35 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio. E 36 + 37 + 38 + 39 Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição. F 41 + 42 + 43 Construção. G 45 + 46 + 47 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos. H 49 + 50 + 51 + 52 + 53 Transportes e armazenagens.

LUÍSA CAGICA CARVALHO. Professora auxiliar no departamento de Ciências Sociais e de Gestão na Universidade Aberta, Lisboa onde é responsável pela Unidade Curricular de Princípios de Economia e leciona outras Unidades Curriculares na área da Economia e Gestão. Doutora em Gestão pela Universidade de Évora, Mestre em Economia pelo ISEG, Portugal. Professora convidada da Universidade de São Paulo Brasil onde leciona e é corresponsável pela disciplina de Empreendedorismo e Inovação no Programa de Doutoramento em Administração. Investigadora do Centro de Estudos de Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE) da Universidade de Évora. É autora de livros, capítulos de livros e diversos artigos em revistas nacionais e internacionais e membro de diversos projetos de investigação nacionais e internacionais. Integra diversas comissões científicas de conferências, jornais e revistas cientificas nacionais e internacionais. O objetivo deste livro éodeconstituir um suporte a disciplinas de economia introdutória aplicada em contexto empresarial. Será útil em cursos de licenciatura em gestão e engenharia ou noutros graus de ensino onde a economia seja abordada numa perspetiva empresarial; a sua utilização com vantagens estende-se também a cursos de pós graduação, de MBA e a outros cursos breves orientados para a profissionalização e para o mercado. Ao longo do texto são apresentados conceitos e teorias acompanhados com exemplos reais de modo a tornar mais fácil a compreensão de como a economia pode ser usada para interpretar a envolvente e ser um suporte às tomadas de decisão no domínio das organizações. Com propósitos pedagógicos, esta obra recorre a uma linguagem simples, facilmente compreensível e apresentando no final de cada capítulo pequenos sumários recapitulativos e um conjunto de questões de aplicação prática que permitirão consolidar e aferir da apreensão dos conhecimentos transmitidos. Para os estudantes e profissionais das diversas áreas de gestão que necessitem de aprofundar a sua literacia económica, este é um livro a que poderão recorrer para aperfeiçoar os seus conhecimentos e melhorar a sua capacidade de análise e decisão. MICROECONOMIA e MACROECONOMIA Conceitos económicos fundamentais para a gestão das organizações ISBN 978-972-618-773-8 442 187738 9 789726