Intervenção Social: O Serviço Social na Secretaria Municipal de Educação no Município de Ponta Grossa PR.

Documentos relacionados
SERVIÇO SOCIAL na Educação. Profa. Dra. Silvia da Costa STOCKINGER UFPA/CRESS

Introdução 12. II prestar o atendimento com o técnico especializado; III elaborar relatório técnico.

Ementário das disciplinas

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social

INSTITUIÇÕES SOCIOEDUCATIVAS: DESAFIOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 1

EDUCADOR SOCIAL SITE: FACEBOOK: CARITAS ARQUIDIOCESANA DE PORTO ALEGRE SAS FACEBOOK: MENSAGEIRO DA CARIDADE

A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA DEFESA DOS DIREITOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE ATRAVÉS DO NEDDIJ/UEPG

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social. NÚCLEO PROMOCIONAL PEQUENO ANJO

PLANO DE AÇÃO CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES CAICÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO DISCIPLINA: CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE

PRÁTICA PROFISSIONAL E DASAFIOS DO COTIDIANO NO CREAS CRIANÇA E ADOLESCENTES (SENTINELA) NO MUNICIPIO DE PONTA GROSSA

1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

A PRÁTICA DOS ACADÊMICOS DE SERVIÇO SOCIAL NA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE, PONTA GROSSA - PR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MERIDIANO

ASSOCIAÇÃO PROJETO PROVIDÊNCIA

Lei de Diretrizes e Bases

MISSÃO. de famílias e indivíduos em situação de risco e. Coordenar e implementar a política de assistência social no município para a proteção

EDIÇÃO Nº A O

Seminário sobre LDB da Educação Nacional TALITA CRISTINI BATISTA LOPES MARIANA DA COSTA LOUREIRO COTOVICZ

O Valor da Educação. Ana Carolina Rocha Eliézer dos Santos Josiane Feitosa

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOVO HORIZONTE, CARAMBEÍ PR

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CASCAVEL (SEMED)

Data:02 de Fevereiro de 2018 Conteúdo: A Participação dos Pais no Processo de Corresponsabilização da Educação dos Filhos Professora: Ma.

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

PRIMEIRA INFÂNCIA E DIREITO À EDUCAÇÃO

IX JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL A PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CRAS PALMEIRA¹ / PR.

SANDRO ALEX ROSA ALVES

DADOS DO ANO DE 2001 SITUAÇÃO QU. PROCEDIMENTO QUANT

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO: A CONTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA PATRONATO DE PONTA GROSSA - PR

ADOLESCENTES E O MERCADO DE TRABALHO. Eixo Temático - Temas Transversais

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação

CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL- CRAS JARDIM CARVALHO PONTA GROSSA- PARANÁ

OFICINAS PEDAGÓGICAS SOBRE OS DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

PDI EIXO PESSOAS ESTUDANTES

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei n o 5.766, de 20/12/1971;

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96

Lucas Aguiar Tomaz Ferreira 1 Daniela Seles de Andrade 2 Fernanda Viana de Alcantara 3 INTRODUÇÃO

Profa. Viviane Araujo

FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: UM ESTUDO NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ZONA RURAL E ZONA URBANA DE SÃO LUÍS.

LEI Nº DE 30 DE DEZEMBRO DE 2009 TÍTULO I PRINCIPAIS BASES DE ORDEM LEGAL TÍTULO II CONCEITUAÇÃO E ÓRGÃOS DO SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO

IPET ED INFANTIL. Prof Zeza

Mostra de Projetos Construindo um Futuro Melhor

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA SOCIAL CRAS

PERFIL DOS CONSELHEIROS TUTELARES NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA. Abril/2016

PALAVRAS-CHAVE Serviço Social. Atuação profissional. Instrumentais. Defesa dos direitos.

TÍTULO: CENTRO DE REFERÊNCIA EM DIREITOS HUMANOS

O SERVIÇO SOCIAL E SUAS CONTRIBUIÇOES NO PROJETO PATRONATO DE PARANAVAÍ: UMA APROXIMAÇÃO COM A TEMÁTICA

RESULTADO SISTÊMICO 2. Programa de busca ativa, inclusão e acompanhamento de crianças e adolescentes na escola implementado

EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE PEDAGOGIA, CURRÍCULO INICIADO EM 2018:

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA- 1990) regulamenta o Artigo da Constituição Federal de 1988 que prevê:

1 A Prefeitura Municipal de Gavião, Estado Da Bahia, Visando a Transparência dos Seus Atos Vem PUBLICAR.

CANDIDATOS DA MICRORREGIÃO 7

PROJETO ABC: EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS COM CRIANÇAS DE 06 A 11 ANOS NO ESPAÇO EDUCACIONAL NÃO-FORMAL

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) E A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA

POEB - POLÍTICAS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS FUPAC FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE ITANHANDU. Regulamento do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico - NAP

CRIANÇA E ADOLESCENTE FORA DA ESCOLA NÃO PODE (EVASAO ESCOLA)

Tensões, perspectivas e desafios do ensino médio no brasil: entre a obrigatoriedade e a evasão escolar.

VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA. Carolina Carvalho Bolsoni

INSTITUTO DE PESQUISA ENSINO E ESTUDOS DAS CULTURAS AMAZÔNICAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO ACRIANA EUCLIDES DA CUNHA

ESCOLA SAUDÁVEL Rio de Janeiro 2018

Os desafios da escola na educação de crianças e adolescentes na sociedade atual: busca de alternativas com trabalhos em parceria

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO

Curso online Super Professores Voe mais alto. Seja Super! Ao vivo Pedro II Professora Márcia Gil LDB e ECA

VIII CONFERENCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇA E ADOLESCENTE

Palavras-chave: estágio, política assistencial, apreensão de conhecimentos

REQUERIMENTO (Do Sr. Dr. UBIALI)

Panorama legal e sistêmico dos cuidados alternativos para crianças afastadas das famílias de origem

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORAS(ES) ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO II. Professor Edson Aula 5

PORTARIA Nº 07, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2014

Bruna Maria Avelino de Lara (Assistente Social;

Resultados do Serviço Preparação para o Primeiro Emprego

Descrição dos Estágios do Núcleo 3-7º per./2019

CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

Lei de Diretrizes e Bases

POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL FRENTE AOS DESAFIOS DA BNCCEI. Rita Coelho

PLANO DE AÇÃO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE PALHOÇA

PLANO DE ENSINO. Curso: Pedagogia. Disciplina: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica I. Carga Horária Semestral: 40 Semestre do Curso: 3º

VIII Jornada de estágio de Serviço Social.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

ANEXO I CARGO: PROFESSOR ATRIBUIÇÕES:

A JUDICIALIZAÇÃO COMO SOLUÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DE VIOLÊNCIA ESCOLAR DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE CASCAVEL PR

A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO PODER JUDÍCIARIO DA COMARCA DE PARANAVAÍ-PR. Eixo: Política Social e Trabalho

Desta forma, a ideia do projeto resume-se em quatro pilares fundamentais:

Universidade Estadual Paulista

LDB Lei de Diretrizes e Bases

Modalidades de Ensino

DIREITO À EDUCAÇÃO: POLÍTICAS DE PLANEJAMENTO DAS TECNOLOGIAS E SUA INSERÇÃO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CAMPO GRANDE MS

NORMATIVA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE HISTÓRIA LICENCIATURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS JAGUARÃO

Ciclo de Palestras ECA - L.8069/90

COMO FAZER A CHAMADA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA ORIENTAÇÕES

Transcrição:

ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA 1 Intervenção Social: O Serviço Social na Secretaria Municipal de Educação no Município de Ponta Grossa PR. Chirlei Pereira Dos Santos (chirlei.p.s@gmail.com) Juliana Stadler Stadler (ju.stadler@gmail.com) Leni Aparecida Viana Da Rocha (leni.rocha@pontagrossa.pr.gov.br) RESUMO Com presente estudo pretende-se demostrar a importância e necessidade da atuação do Assistente Social no âmbito educacional na rede pública de ensino do Município de Ponta Grossa - PR. Em sua prática profissional o Serviço Social atua nas múltiplas expressões da questão, sendo percebida nitidamente no dia-a-dia escolar, são situações que refletem o cotidiano vivenciados pelas crianças/estudantes da rede pública de ensino, os quais tem interferido diretamente no processo de aprendizagem escolar. Para tanto, nos utilizaremos de dados obtidos na pesquisa de campo, realizada pela Assessoria de Proteção aos Direitos à Criança durante os atendimentos, para demonstrar que a questão social na educação é percebida pelo profissional no âmbito escolar, mediante identificações de outras formas de violações de direitos sociais, vivenciados pelas crianças e seus familiares como: desemprego, alimentação, habitação, saúde, saneamento básico entre outros. Mostrando, ser relevante a atuação do Assistente Social para diagnosticar os problemas sociais enfrentados pelos infantes dentro e fora dos muros da escola, para então, realizar ações de enfrentamento a fim de garantir o acesso e permanência à educação. PALAVRAS-CHAVE SERVIÇO SOCIAL ESCOLAR. EDUCAÇÃO. INTERVENÇÃO SOCIAL. Introdução Este texto propõe-se uma reflexão sobre as possibilidades de enfrentamento dos problemas sociais que envolvem a comunidade escolar. O presente estudo se desenvolveu mediante pesquisa bibliográfica e documental e na pesquisa de campo realizada pelos profissionais do Serviço Social, do qual utilizaremos dos dados coletados no campo de atuação do Assistente Social, para identificar as necessidades e dificuldades, bem como para mostrar em dados a vivência da atuação profissional do Serviço Social no âmbito escolar do Município. No sentido de instrumentalizar a prática de intervenção social, faz-se necessário o uso de instrumentais técnicos como entrevistas, visita domiciliar, Escuta Qualificada, Parecer Social,

2 Relatório, Reuniões, Estudo Social, Encaminhamentos entre outros, os quais embasam a ação profissional. Para tanto o Assistente Social trabalha o seu agir reflexivo seguindo quatro eixos norteadores e inter-relacionados centrais, são eles: Professor/Escola, Comunidade/Estudante, Funcionários/Família/Escola e Família/Comunidade. Os instrumentais técnicos utilizados visam subsidiar na busca de recursos na Rede sócio assistencial do Município quando se fizer necessário. As múltiplas expressões da questão social presentes atualmente no cotidiano escolar das escolas públicas, se expressa em um conjunto de desigualdades sociais. A desigualdade social não repercute apenas nas condições de vida, mas se manifesta também na distribuição desigual de oportunidades educacionais (FERREIRO; TEBEROSKIY apud MORITA, 1991, p. 77). A questão social no ambiente escolar para o profissional de Serviço Social pode também ser compreendida como a falta de acesso das crianças e familiares aos direitos mínimos necessários para o seu pleno desenvolvimento, comprometendo assim as relações familiares e principalmente o rendimento escolar. Partindo desse e do entendimento que a contribuição do Serviço Social no âmbito escolar, consiste em identificar os fatores sociais, culturais e econômicos determinantes dos processos que mais afligem a educação no atual contexto, bem como contribuir na condição de mediador junto aos alunos, escola, família e sociedade dentro do espaço escolar e para além de seus muros, e lembrando que, as múltiplas expressões da questão social é o objeto de estudo e intervenção do Assistente Social, e é nitidamente percebida no ambiente escolar, situações vivenciadas cotidianamente na rede pública de ensino, onde se destacam: baixo rendimento e frequência escolar, negligência, indisciplina, atitudes e ou comportamentos agressivos e violentos, hiperatividade, evasão escolar, crianças vítimas de violência física, psicológica e sexual, violência doméstica entre outros. O Assistente Social é o profissional que atuará auxiliando à escola, em todas as particularidades do aluno e da família observados pela equipe pedagógica, a qual solicitará intervenção da Assessoria de Proteção aos Direitos da Criança, da Secretaria Municipal de Educação(SME) de Ponta Grossa. Referencial Teórico-Metodológico Conforme previsto na Constituição Federal (CF/88), no Estatuto da Criança e do Adolescente - (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB/96), a educação é um direito, e

3 segundo a Lei. 8.069/90 denominada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 54 1º, destaca a educação como um direito subjetivo e inalienável, ou seja, é inerente ao ser humano, independentemente de sua vontade e deve ser proporcionada integralmente, visando o seu pleno desenvolvimento. A LDB/96 e a Lei. 5338/95 preconiza a atuação do Assistente Social e descreve a necessidade do Serviço Social enquanto profissão de apoio à educação no contexto escolar: Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, p.100). Art. 2º. O Serviço Social de que trata esta Lei atuará no sentido de proporcionar à escola uma visão ampla da realidade social em que se integra o aluno, dinamizando e orientando as relações entre o mesmo, a família, a escola e a comunidade. (Lei Municipal 5.338/95). Nessa perspectiva de direitos, Santos e Bressan abordam a relação entre Educação e Serviço Social dizendo: [...] Acredita-se que uma das maiores contribuições que o Serviço Social pode fazer na área educacional é a aproximação da família no contexto escolar. É intervindo na família, através do trabalho de grupo com os pais, que se mostra a importância da relação escola-aluno-família. O assistente social poderá diagnosticar os fatores sociais, culturais e econômicos que determinam a problemática social no campo educacional e, consequentemente, trabalhar com um método preventivo destes, no intuito de evitar que o ciclo se repita novamente (SANTOS, 2005, p.44). [...] A contribuição, do Serviço Social poderá ser significativa, pois seu trabalho se caracteriza em articular estas diferentes formas de organização e ter sempre uma leitura/diagnóstico do contexto social, levantando suas dificuldades ou necessidades. O Serviço Social poderá trazer para o espaço interno da escola elementos da comunidade em que está esteja inserida. (BRESSAN, 2001, p. 13). O trabalho com as famílias significa o respeito às diversidades e aos vários tipos de arranjos familiares existentes. Nessa perspectiva, a função da escola sem suporte e preparação adequados para atender e compreender seus alunos em seus conflitos sociais, será de exclusão, na medida em que não há uma devida compreensão de que o aluno traz consigo a sua situação socioeconômico familiar e sua vivência comunitária para dentro da escola, é necessário que a equipe pedagógica compreenda que a criança não está indissociável de seu contexto social. Resultados e Considerações Finais.

4 Na estatística do Município fornecida pela Divisão de Informação Educacional e Estatística da SME, Ponta Grossa possui hoje 84 Escolas que atende do 1º ao 5º no Ensino Fundamental, destas trinta e um(31) trabalham em tempo integral e 43 Centros de Educação Infantil (CMEI), que atende a faixa etária de zero(0) a três(3) anos em segmento de creche, e de quatro(4) a cinco(5) anos na modalidade pré-escola, ambas considerada como a primeira etapa da Educação Básica. O Município atende hoje o total de 30.148 crianças na rede municipal de ensino, que se dividem nos seguintes segmentos, conforme tabela abaixo. Ed. Fundamental CMEI/Creche Pré-Escola CEIs 21.544 2.631 15.973 1.353 Figura 1 - Fonte: Divisão de Informação Educacional e Estatística. Maio/2015. Ainda segundo dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Ponta Grossa tem sua população estimada em 334.535 habitantes, destes 160.249 são mulheres. A grande maioria das solicitações de vagas registradas na SME, são demandadas por mulheres trabalhadoras, arrimo de família e que possuem filho com idade entre zero a três anos, seguidas pelos avós de crianças, que cada vez mais nesse contexto econômico conturbado assumem o papel de criar e educar os netos. No mundo do trabalho a mulher para se inserir, seja por condições econômicas, de emancipação pessoal e ou autonomia, tem necessitado cada vez mais de suporte na educação de seus filhos, justificando ser a maior demanda registrada pelo Serviço Social Escolar do município, conforme demonstra o gráfico abaixo, cujos dados foram coletados pela Assessoria de Proteção aos Direitos da Criança da SME neste ano de 2015. Figura 2 Fonte: Pesquisa de Campo Assessoria de proteção aos Direitos da Criança. Maio/2015.

5 A pesquisa de Campo realizada com coleta de dados durante o atendimento, conforme representado no gráfico acima, a grande procura é pelo segmento Creche/CMEI e se intensifica entre as idades de zero a três anos, seguidos e com demanda bastante expressiva da Vara da Infância e Juventude. No tocante a procura por escolas se faz importante salientar que o município oferta hoje 31 escolas em tempo integral, e essa modalidade nova de ensino se caracteriza como a maior demanda no segmento de ensino fundamental que a figura 2 demonstra. Conforme o gráfico, o Serviço Social Escolar recebe uma demanda crescente e diversificada, a qual chega à Assessoria de Proteção aos Direitos da Criança. Cabe ressaltar que o maior número de atendimento presencial realizado na SME, se concretiza mediante procura espontânea, de mães e familiares para os infantes de idade entre zero e três anos. O profissional também atende aos funcionários da rede de ensino no tocante as suas necessidades pessoais e sociais. Em relação as visitas domiciliares realizadas, elas normalmente são solicitadas pela equipe pedagógica da escola/cmeis, Conselho Tutelar e pela Vara da Infância e Juventude, no intuito de identificar se o infante encontra-se em situação de vulnerabilidade e/ou risco social dos infantes. A postura de mediação entre os diferentes sujeitos atendidos, busca facilitar o acesso e permanência do infante na escola, ou seja, realizamos uma escuta qualificada, frente a demanda apresentada, interpretando-a e, se necessário encaminhá-las para a rede de proteção à criança do município, construindo uma possível intervenção a ser realizada. Assim o trabalho desenvolvido pela equipe de Serviço Social Escolar da SME é pautada na atenção, escuta, acompanhamento, intervenção e, se necessário, encaminhamento das necessidades apresentadas pelos alunos, funcionários e professores à rede de serviços do município. Propondo assim alternativas de inclusão social dos estudantes, ainda em relação a isso, identificamos limitações dentro do contexto educacional, uma vez que a partir das necessidades detectadas, faz-se necessário outras modalidades voltadas para trabalhar a população escolar professor/estudante/família/comunidade, os quais necessitam de auxilio voltado para a inclusão social e percepção de sinais de violação de direitos. A capacitação da equipe pedagógica para esse fim representa uma necessidade constante, o Serviço Social escolar no município já realiza curso de capacitação para os profissionais da educação (professores, auxiliares, serventes, pedagogos etc.), abordando a temática de direitos através do (ECA/90),

6 também visando que os profissionais saibam identificar os sinais de violência que o infante possa apresentar no ambiente escolar. A atuação do profissional com às famílias dos alunos, se dá através de visitas domiciliar ou por reuniões com os pais e responsáveis das crianças, no intuito de nos aproximamos da realidade social vivenciada no contexto familiar, objetivando desenvolver um trabalho interdisciplinar e intersetorial com os demais profissionais da escola, e partir disso agir, no sentido de ser um agente facilitador na defesa e garantia de direitos das crianças à educação, bem como colaborar para uma construção de uma ação profissional, que englobe a toda a comunidade escolar. Referências IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: Jun. 2015. BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ministério da Educação, 2005. BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 5. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, acesso em Jun. 2015. DIVISÃO DE INFORMAÇÃO EDUCACIONAL E ESTATÍSTICA. Secretaria Municipal de Educação. Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, maio 2015. HADDAD, Lenira. OLIVEIRA, Elza Corsi. Serviço Social e Sociedade, nº 34. A Secretaria do Bem Estar Social e a creche: dos primórdios a 1970. São Paulo, Editora Cortez, 1990. BRESSAN, Carla Rosane. Serviço Social na Educação. Brasília: CFESS, 2001. MORITA, Sonia Maria Lara. Mau rendimento escolar: um enfoque do Serviço Social. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, ano XII, n. 37, p. 77-89, dez. 1991. Projeto de Lei nº 5.338, de 20 de novembro de 1995. Institui o Serviço Social Escolar nas Escolas Municipais. Assembleia Legislativa do Município de Ponta Grossa. Poder Legislativo, Ponta Grossa, PR, 20 nov. 1995. Disponível em: http://leismunicipa.is/sadnc, Acesso Jun. 2015.

7 SANTOS, André Michel dos. A Escola como espaço de atuação para o Assistente Social: Trabalhando com grupos. Trabalho Final de Graduação TFG. Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, 2005.