SOLOS E SUSTENTABILIDADE: UM CONHECIMENTO GEOGRÁFICO VITAL Bruno de Lima Alves - UERJ/FFP bruno.elflint.alves@gmail.com Andressa Elisa Lacerda - Professora de Geografia na Rede Municipal do RJ andressa.lacerda@gmail.com Amanda Araújo Cristine dos Santos - UERJ amandacristinearaujo@gmail.com Daniel Martorelli - UERJ danielmartorelli@gmail.com Heitor Paiva Magalhães - UERJ heitor.geo@hotmail.com Isis Viturino Pontes - UERJ isisviturino@hotmail.com Marcelo Nunes de Azevedo - UERJ marceloazevedo.geo@gmail.com Thiago de Barros Fernandes Domingues - UERJ agoty@msn.com.br Suelen Santos Vanna UERJ/FFP suelenvanna@gmail.com Resumo: A oficina Solos e Sustentabilidade: Um Conhecimento Geográfico Vital é fruto de uma das ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/CAPES- CAp- UERJ. Essa atividade foi aplicada junto às escolas conveniadas Santo Tomás de Aquino e João Saldanha, pertencente à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. A maneira de trabalhar o conteúdo solos de maneira lúdica e proativa com os alunos foi uma decisão tomada após uma análise desse conteúdo presentes nos materiais didáticos, fornecido pelo programa PNLD as duas escolas. Verificamos que esse conteúdo é apresentado de maneira rasa e não articulada com a realidade do discente, deixando de fora aspectos importantes para os alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental para compreender o solo enquanto sistema presente no espaço geográfico. A metodologia da oficina consistiu em duas partes o primeiro momento foi apresentar os fatores endógenos e exógenos de formação e sua influência do solo para o desenvolvimento da sociedade. Na segunda etapa foram produzidos de perfis de solo com materiais de baixo custo e materiais reciclados com intuito de fixação do conteúdo para serem a aplicados na horta as quais os alunos estão responsáveis nesse semestre. Palavras Chave: PIBID; Solos; Sustentabilidade; Pedogênese; 1
Introdução: Esse texto é proveniente da materialização de uma das ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), junto às escolas parceiras do projeto que no inicio do primeiro semestre de dois mil e quinze, refletiu sobre uma metodologia diferenciada no processo de ensino-aprendizagem sobre conteúdo de Solos presente no currículo e contido no principal material de apoio. O livro didático selecionado para análise foi aprovado no programa PNLD. Após uma análise do material utilizado pelos discentes do 6º e 7º ano do ensino fundamental das escolas parceiras, verificou-se um descompasso desse conteúdo presente no material. As etapas de formação e suas características do solo não apresentam uma articulação entre sociedade-natureza, que é uma das atribuições principais descrita dentro parâmetro curricular nacional para ensino de geografia. Sabe-se que nas aulas de Geografia o livro didático é um dos recursos mais utilizados, seja como fonte de informação, como sequência para os conteúdos trabalhados, ou ainda, de maneira imprópria como norteador da intervenção do professor. Daí a necessidade redobrar a atenção de como utilizá-lo de forma mais eficaz no intuito de gerar uma aprendizagem significativa aos estudantes Temos, como objetivo para este artigo analisar de maneira crítica um tópico referente ao conteúdo de solos, do livro 6º ano do ensino fundamental da Editora Scipione de Geografia do Ensino Fundamental, (MOREIRA E SENE 2013) com a intenção de verificar se estes acompanharam a evolução das necessidades do estudo do solo, entendendo, assim como definem as Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental, que a importância da Geografia no Ensino Fundamental está relacionada com as múltiplas possibilidades de ampliação dos conceitos da ciência geográfica, além de orientar a formação do cidadão no sentido de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, reconhecendo as condições e os conflitos existentes no mundo. MATERIAIS E METÓDOS 1.1 - Livro Didático O livro selecionado para análise foi: Projeto Velear de Moreira e Sene do ano de 2013 da Editora Scipione utilizados na rede municipal do Rio de Janeiro para o Ensino Fundamental dentro das participantes do projeto. A intenção foi analisar o material que nos permita ter uma visão holística de sua produção e de como é organizado o conteúdo de 2
Solos. Mediante, essa análise poderíamos verificar a falta profundidade desse saber no livro didático destinado a rede pública de ensino. Esse material não é o único no processo de ensino-aprendizagem. Porém, o livro didático tornou-se num material hegemônico nas salas de aula. O livro é um material de apoio e não o principal disseminador de conhecimento. O docente que possui o livro didático como único recurso necessita instrumentalizar-se com uma base teórica forte para evitar essa distorção do conteúdo presente dentro do currículo escolar. 1.2 Tópico analisado A análise do conteúdo presente no livro forneceu elementos para a uma reflexão coesa sobre o ensino de solos para os alunos do 6º ano do ensino fundamental. O livro analisado foi o Projeto Velear dos autores Moreira e Sene, aprovados no último processo de seleção do PNLD, do ano de 2013. O capítulo com título Os solos e as águas subterrâneas apresentase como conteúdo que irá explorar uma leitura dos processos pedogenéticos dentro de um sistema que compõem esse substrato na superfície terrestre onde materializa a relação sociedade-natureza. Porém, um olhar mais atento verifica-se uma série de problemas pois o capítulo segue uma linha um pouco desconexa com a realidade do estudante da rede municipal do Rio de Janeiro. A imagem que apresenta o capítulo é da Serra da Canastra localizada no estado de Minas Gerais. E qual o problema referente a essa imagem? Na concepção sobre o processo de ensino-aprendizagem para os alunos do 6º ano do ensino fundamental é necessário estabelecer um diálogo com paisagens mais próximas de sua realidade. As imagens presentes no capítulo promovem uma associação de que o solo só pode ser visualizado em paisagens onde não há ocupação humana essa situação é muito problemática sendo que a partir da técnica o homem consegue viver em locais adversos. Na análise feita e que pudesse ressignificar caminhos que reformulem esse conteúdo dentro do processo ensino-aprendizagem e apresentar de fato a sua importância no processo de manutenção da vida no espaço geográfico. É necessário verificar que o processo de ocupação no solo no território brasileiro continuar a ser algo perverso e desigual e que vão além dos aspecto socioeconômico e que o livro naturaliza. E analisando a parte que aborda o fenômeno de ( movimento de massa, deslizamento e desmoronamento) existe um discurso proveniente de imagens que fazem com que ocupação desordenadas na qual favela é o exemplo mais utilizado como um dos principais agentes que intensificam esse processo. Para o entendimento do grupo isso 3
é um problema que o livro silencia e autores não preocupam-se em aprofundar. O capítulo que apresentam imagens de desmoronamento em áreas periféricas onde majoritariamente são ocupadas pela população negra. E dentro do contexto socioespacial das duas escolas essa leitura produzira uma visão errônea para os a estudantes que são moradores de favelas no entorno das escolas e transferindo a culpabilidade do risco de desastres causado pela movimentação do solo para essas populações que habitam essa área. 1 Oficina de Solos Após essa primeira etapa que foi análise do conteúdo é de sua estruturação os bolsistas decidiram de ressignificar essa processo de ensino-aprendizagem. A primeira ideia central da oficina é aluno torna-se o sujeito ativo na construção do conhecimento. A metodologia foi expor na oficina os fatores endógenos e exógenos na formação e influência dentro da relação sociedade-natureza. Haja vista que esses conceitos têm uma carga densa de pesquisa é necessário partir da concepção que a linguagem é uma aliada é que não pode ser esquecida quando trabalhasse um conteúdo pouco palpável a realidade do aluno. Compreendo essa necessidade de trabalharem-se as categorias e conceitos que compõem o sistema solos uma série de animações e imagens que demonstrassem toda a dinâmica da formação dos solos para que esse discentes pudessem representá-los dentro de um perfil feito cartolina, lápis de cor e garrafas pets produzidos sem a interferência dos bolsistas. Essa forma proativa dos estudantes em conceberem seu próprio material de apoio desmonta toda uma lógica em que aluno necessita ser preenchido como uma gaveta. Essa reutilização de materiais de baixo custo e recicláveis é que contribuíssem preservação do espaço físico da escola e do local onde residem faz com que o discurso da falta de material para uma proposta pedagógica diferenciada seja derrubada. Após trabalharse com os alunos esse elementos básicos, propomos alunos que esse conhecimento fosse aplicado para demonstrar de como solo está interligados a outros fenômenos geográficos que contribuem para realizar a manutenção e o plantio adequado na horta na qual os alunos estão responsáveis durante nesse ano letivo. Conclusão Contudo, buscamos a partir dessa oficina modificar o processo de ensinoaprendizagem no sentido de possibilitar o discente de construa ativamente esse conhecimento e que a posteriori viesse a ser utilizado na horta a qual os alunos são responsáveis durante ano 4
letivo de 2015. Esse tipo de ação proveniente do PIBID permite que os docentes em formação reformulem suas práticas para que permita um ensino de geografia significativo e que contribua para que alunos aumente sua capacidade analítica de realizar uma leitura espacial dos fenômenos geográficos presentes no seu cotidiano. Referências Bibliográficas CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 6.ed.Campinas: Papirus, 1998. (Org.) Formação de professores: concepções e práticas em Geografia. Goiânia: Vieira, 2006. CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella. O ensino de Geografia e a formação docente. In: PESSOA, Ana Maria Carvalho (Org.) Formação de professores: articulando os conteúdos específicos. São Paulo: Pioneira: Thompson Learning, 2003. (Org.) Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005. HATUM et al.. Trilhando pelos solos: aprendizagem e conservação do solo. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/ennep/trabalhos%20em%20pdf%20%20encontro%20de%20ensino/ 2.pdf>>. Acesso em: 31 mar.2009. LEPSCH, I.F. Formação e Conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. 178 p. MOREIRA, J. C.; SENE, E. de. Projeto Velear. 1. ed. São Paulo. Scipione, 2013. Cap.13. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. 3 e 4º ciclo. 3 ed. Brasília: MEC/SEF, 2001. 166 p.. Parâmetros curriculares Nacionais: Ciências Naturais. 3 ed. Brasília: MEC/SEF. 2001. ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Os Fundamentos da Geografia da Natureza. In (Org). Geografia do Brasil. 4º ed. 1. reimp. São Paulo Editora Universidade de São Paulo, 2003.p. 13-65. SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes. As diferentes propostas curriculares e o livro didático. In: PONTUSCHKA, Nídia, Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Orgs.). Geografia em Perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002. VESENTINI, José William. Educação e ensino da Geografia: instrumentos de dominação e/ou libertação. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri. A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999. 5